Ética e mercado no jornalismo catarinenseMONITOR DE MÍDIAna igreja de Joinville ganhou repercussão nacional.Os principais telejornais divulgaram comdestaque a fatalidade, como o Bom Dia Brasil eno Jornal Nacional.Também na internet, todos osdias, desde o inicio até o termino oficial do caso,o portal G1 acompanhou com destaque na primeirapágina o caso catarinense. Um fato inusitado,já que, quase exclusivamente, os principaiscasos publicados nesse espaço são do eixo Rio-SãoPaulo. Só mesmo um caso de violência para SantaCatarina emplacar nacionalmente.http://www.univali.br/monitor 78
Ética e mercado no jornalismo catarinenseMONITOR DE MÍDIAImprensa ainda é pressionadaJoel Minusculi em 07/05/2007Ninguém sabe defi n ir ao certo o que é liberdade,porém esse é um dos estados mais almejados pelahumanidade. Infelizmente, a repressão existe em todosos sentidos, sejam sociais, econômicos, políticosou até mesmo físicos e morais. A teoria é complicada,mas a prática é comum: o impedimento acontecequando a situação vê sua posição ameaçada por umaoposição. O poder rege o passo, enquanto outros tentamse ver livres desse círculo vicioso.Informação é poder e a prática mais relacionadacom esse conteúdo é a imprensa. Os jornalistas sãopessoas que podem, num mesmo dia, pela manhã fazeruma matéria na favela e pela noite participar umcoquetel da alta sociedade. Transitam entre mundostotalmente distintos e vêm seus detalhes e problemas.Sua opinião depende da posição ou, atualmente, dequem paga seu salário.Histórias de perseguições, ameaças, violênciase mortes com estes profissionais são conhecidas detodos, principalmente nas épocas de ditadura, comoaconteceu no Brasil. Um período complicado paratodas as formas de expressão e disseminação de idéias,em que para dizer o que se queria era preciso enganaros famigerados censores. E de lá para cá houve luta eevolução na sociedade.Não faltam resoluções, como a da ConferênciaGeral da Unesco em 1997, que instituiu “o direito àvida, à liberdade, à integridade e à segurança, assimcomo o direito à liberdade de expressão são direitoshumanos fundamentais que são reconhecidos e garantidospelas convenções e instrumentos internacionais”.As organizações em defesa dos direitos humanosficaram mais atuantes, a expressão ganhou viasdemocráticas como a internet, mas a realidade aindanão é animadora para a imprensa.Hoje, os índices de violência física diminuíram.O cerceamento da liberdade acontece agora por outrasvias, principalmente as econômicas, com a hegemoniade grupos que controlam a imprensa, e pelosinstrumentos judiciais, que, ao mesmo tempo em queprevêem a liberdade de expressão, possuem diversosartigos para os que se sentem feridos pelo dito.Diversas organizações, como os RepórteresSem Fronteiras e o Comitê de Repórteres para a Liberdadede Imprensa, publicam anualmente relatórioscom números e vítimas dos impedimentos queainda persistem. Centenas de sites e blogs levantama bandeira por uma mídia democrática. E nesse embateambas as partes, opressores e oprimidos, desenvolvemmeios para continuarem em seus respectivospapéis.Na prática, sem a união da classe, sem a preocupaçãopela isenção e, principalmente, sem a noção deresponsabilidade que a imprensa, as idéias serão somenteum discurso. Sem nada concreto, essa tal liberdade,tão cantada e lutada, parece jargão de idealistaou poesia de sonhador.http://www.univali.br/monitor79