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Untitled - Monitorando

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Ética e mercado no jornalismo catarinenseMONITOR DE MÍDIAUm estelionato jornalísticoRogério Christofoletti em 29/03/2005É antigo o golpe do jornal que traz na capamanchete com duplo sentido. A chamada apontapara uma situação, mas o texto nas páginas internasse remete à outra. Quando passa pela banca e vê acapa alarmante, o leitor é levado a acreditar que temdiante de si uma grande novidade, uma “bomba”,uma informação da qual não pode prescindir. Correaté o balcão e compra o jornal, levando gato por lebre.Esse tipo de golpe é antigo, mas ainda funciona.Foi o que aconteceu em 11 de março com os leitoresdo Independente, jornal editado em Itapema e quese espalha pelas cidades da chamada Costa Esmeralda,no litoral norte catarinense.Quem avistou o tablóide naquela sexta, leu amanchete “Itapema vibra com o fim do prefeito corrupto”.A chamada em letras garrafais em cor brancafazia alto contraste com um fundo preto. Abaixodela, uma foto alterada digitalmente, de forma a dific ultar a identificação do homem que passava a mãona testa. Sua expressão – olhos fechados, cenho franzido,boca entreaberta – poderia ser de felicidade oude desespero. Mas a sua legenda logo “informava”:“O fi n al reservado ao bandido contentou a comunidade”.Aquela poderia ser mais uma edição comumdo Independente, não estivessem os leitores e eleitoresde Itapema em estado de alerta desde agostode 2004. Naquela época, em plena campanha pelareeleição, o prefeito Clóvis José da Rocha (PFL) foiafastado do cargo por decisão do Tribunal de Justiçade Santa Catarina, suspeito por irregularidades administrativas.Mesmo fora da prefeitura, Rocha venceuas eleições e uma liminar o reconduziu ao cargoem dezembro passado. De lá pra cá, ouve-se pela cidadeque o prefeito pode cair a qualquer momento,já que as ações contra ele estariam próximas do seujulgamento.O Independente entra nesse contexto. O jornal,que existe desde setembro de 2001, é um dosmaiores opositores ao político, atacando abertamenteRocha. Em diversas ocasiões, o editor e proprietáriodo jornal, André Gobbo, escreveu, professando aindependência da linha editorial em relação ao poderpúblico. Em outras tantas, permitiu que os leitorespercebessem claramente a postura de oposição doveículo. Quando o prefeito foi afastado pela Justiçae o presidente da Câmara assumiu a vaga, um editorialdo Independente saudava a chegada do novomandatário da cidade, enaltecendo as qualidades dovereador e enxergando nele a “encarnação de um eloentre todos os que estavam, por longo tempo, excluídos,perseguidos e humilhados”.Se em algumas vezes o jornal foi para o ataquefrontal, ultimamente, a estratégia tem sido outra: irpelos fl a ncos. Na edição passada, do início de março,a manchete era “Biribinha é candidato a prefeito deItapema”. Acontece que o tal candidato é o palhaçode um circo mambembe, instalado na cidade desdeo ano passado. Não bastasse a ironia que a manchetefora de hora provoca – as eleições municipais sódevem acontecer novamente daqui a quatro anos -, a abertura do texto é um confronto direto com oatual prefeito Clóvis Rocha: “Se Itapema já está fartade palhaçadas no poder público, um palhaço a mais,um palhaço a menos não fará muita diferença. Porémas expectativas sobre a gestão do novo ‘prefeito-pa-http://www.univali.br/monitor 32

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