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Ética e mercado no jornalismo catarinenseMONITOR DE MÍDIAJornais ainda relutam emadmitir errosEquipe do MONITOR DE MÍDIA em 01/10/2003Quando o leitor vai à banca comprar umjornal, o que espera encontrar são informações dequalidade, sem erros, sem distorções, sem incorreções.Mas nem sempre é isso o que ocorre. Levandoem conta a pressa inerente ao jornalismo,entende-se que alguns deslizes sejam cometidos.Assim como se espera que sejam corrigidos. Buscandoanalisar a natureza e incidência dos errosnos jornais catarinenses, este MONITOR DEMÍDIA acompanhou as edições do Diário Catarinense,Jornal de Santa Catarina e A Notíciadurante os meses de agosto e setembro. Além doacompanhamento do período, foi consideradoainda o diagnóstico realizado em 17 de setembrode 2001, que apontava para mesma questão: comoos deslizes são tratados nos jornais locais?Após uma verificação mais apurada das edições,o que se percebeu é que pouca coisa mudounos últimos dois anos com relação às erratas. Seantes, elas eram escassas, insuficientes e de poucavisibilidade, neste ano, as modificações se derambasicamente sobre o aspecto visual das retificações.Pelo menos em A Notícia. Entretanto, diariamente,poucas menções a erros aparecem nosjornais, como se estes não errassem.Trocando as bolasDas 57 edições do Diário Catarinense, 18apresentavam retificações (31,5%) – um aumentode 4,5% em relação a 2001. As correções são publicadasna página do “Diário do Leitor”, no fi n alda edição, em box intitulado “DC errou”. Muitasapresentavam erros signifi c ativos de dados. Umexemplo encontra-se na edição do dia 04/08 corrigindomatéria sobre a dívida do Estado publicadadois dias antes. Na correção, lê-se que “os restosa pagar deixados em dezembro de 1998 eram deR$ 808 milhões, e não de R$ 808 bilhões, comofoi equivocadamente redigido”. Na edição do dia19/09, o DC trouxe Lauro Junkes como o presidenteda Academia Catarinense de Letras - CarlosAlberto Silveira Lenzi havia sido colocado comorepresentante desta função e a correção não informaquando o erro aconteceu. Mas esse não foi oúnico cargo informado erroneamente pelo DiárioCatarinense. O ex-senador Casildo Maldaner foiconsiderado presidente do BNDES quando, naverdade, é presidente do BRDE – dado retificadoem 11/09.Os erros também podem surpreender. É oque deve ter acontecido com o governador emexercício Eduardo Pinho Moreira, ao ler no DCde 17/09 que havia estado na solenidade de inauguraçãodo museu Weg, em Jaraguá do Sul. Naverdade, não estava presente, como foi retificadona edição do dia 18/09. E até chamada de capateve seus deslizes. Na edição de 26/08, o DC retificoua notícia publicada um dia antes sobre olocal do jogo entre Figueirense e Coritiba: “ocorreuno Scarpelli, bairro Estreito, Florianópolis, enão na Ilha, como constou equivocadamente nachamada de capa de ontem”.Além de informações incoerentes, muitoserros só foram apontados dias depois da publicação.Foi o que aconteceu com o conselho dahttp://www.univali.br/monitor95