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Ética e mercado no jornalismo catarinenseMONITOR DE MÍDIAAspectos técnicose discussões éticas na coberturado 1º turno das eleiçõesEquipe MONITOR DE MÍDIA em 01/11/2002Em outubro de 2002, 3,8 milhões de eleitorescatarinenses foram às urnas, depois de um primeiroturno disputado na rua e na preferência dovoto. No estado, 473 candidatos se acotovelavamno horário eleitoral gratuito no rádio e na TVpara apresentar suas propostas e cravar seu nomee número na memória do eleitor. Nas páginas dosjornais, anúncios funcionavam como “santinhos”de largo alcance, na esperança de fixar a imagemdos candidatos e garantir sua presença na mídia.Há décadas, a política já não se faz apenasnas ruas e nos palanques, e a sua arena mais concorridae privilegiada é mesmo a mídia. Ser notícianos jornais, ser entrevistado na TV ou falar,pelo rádio, a milhares de eleitores é preocupaçãoque rivaliza com as definições mais importantesde uma plataforma eleitoral.A equipe de pesquisadores do projeto MO-NITOR DE MÍDIA acompanhou as ediçõesdos três maiores jornais catarinenses – Jornal deSanta Catarina, A Notícia e Diário Catarinense -durante todo o primeiro turno das eleições 2002,observando o que caracterizou a cobertura destaetapa do pleito. Tais resultados auxiliam na consideraçãode uma crítica mais consistente da qualidadedo noticiário produzido regionalmente, epossibilitam – num momento posterior – o aprimoramentodas práticas profissionais no Estado.Claude-Jean Bertrand (2002) afirma que a mídiaé uma indústria e um serviço público ao mesmotempo, e, portanto, precisa se revestir da sua responsabilidadesocial. Poucos não foram os episódiosrecentes em que os meios de comunicaçãointerferiram na defi n ição do quadro democráticonacional, e Bernardo Kucinski (1998) lembrade, pelo menos, três disputas presidenciais: 1989,1994 e 1998. É imperativo despertar para a necessidadede se avaliar os meios de comunicação e suapresença na vida social, para que o público possadeixar sua posição passiva e tornar-se agente noprocesso comunicativo (Christofoletti, 2001).Primeiro problema: a TV e as agendaspautam os jornaisEm Santa Catarina, a campanha começoumesmo com o horário gratuito na TV. Foi a partirdo dia 20 de agosto que os jornais passaram a dedicarmais espaço ao tema, editando cadernos especiaise trazendo um material mais amplo sobrea disputa. Para além de deflagrar a cobertura nosmeios impressos, a TV pautou os jornais, conformese pôde observar nas edições de 18 de agosto a11 de setembro.No Diário Catarinense, por exemplo, estefenômeno fi c ou evidente pela superfi c ialidadeno tratamento das temáticas, uma característicado meio televisivo. Poucas não foram as vezes emque o jornal fez síntese dos programas exibidos nohorário gratuito, transcrevendo a fala dos candidatos,sem retrancas que apurassem a viabilidadedas propostas ou sua consistência. Foi assim, porexemplo, na edição de 21 de agosto. O fato de ojornal pertencer a um grupo empresarial que tambémdetém emissoras de televisão pode ajudar aexplicar a proximidade e semelhança das coberturasnos meios impressos e televisivos. Entretanto,http://www.univali.br/monitor7

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