Ética e mercado no jornalismo catarinenseMONITOR DE MÍDIAqualquer discussão sobre maus tratos com animais,sobre preservação da cultura local. A discussãoperdeu força, ganhou traços que poucoenriquecem o Estado.Por falar em enriquecer, ano após ano esseproblema aparece...Mas depois desaparece, ficadormindo, latente, esperando o próximo ano, opróximo round. Enquanto isso, os cowboys brasileirosviram pop stars na novela das oito. O rodeiode Barretos vai muito bem, obrigada. E no norte,milhares de turistas disputam vôos e hotéis paratorcer: “olha o caprichoso, olha o garantido”. Poraqui, nenhuma manchete a respeito. Garantidomesmo, só o sentimento de aversão ao estranho.http://www.univali.br/monitor 126
Ética e mercado no jornalismo catarinenseMONITOR DE MÍDIAImpasse Brasil - BolíviaJoel Minusculi, Patrícia Wippel da Silva, Gabriela Forlin e Marjorie Basso em 15/05/2006Questão de relações para o DCO Diário Catarinense acompanhou de pertoo episódio que estremeceu as relações entreBrasil e Bolívia. Desde o primeiro dia com a manchete(02/05) “Bolívia nacionaliza as refinariasda Petrobrás”, o jornal distribuiu nas páginas daReportagem Especial dados completos do caso.A partir do segundo dia de cobertura, adicionoutratamento gráfico especial. Durante a semanaanalisada, o periódico acompanhou e descreveu amovimentação, tanto na Bolívia como dentro doBrasil. Nas matérias, o que se viu foram os passose palavras dos envolvidos. O material explicativoapresentado foi completo: vários infográficos eboxes contribuíram para o melhor entendimentodo leitor.Além disso, a opinião dos jornalistas do DCmarcou presença nas páginas do jornal. No dia02/05, junto com os primeiros relatos do impasse,“Diplomacia sem visão” descreveu o caso em queo presidente da Bolívia expulsou a metalúrgicaEBX. No artigo, Euclides Lisboa relembrou que aatitude de Evo Morales, anterior ao caso, premeditavasua ação. Num tom de “eu já sabia”, o editorde Economia escreveu: “A diplomacia brasileira écaolha” e a “Estatização da Petrobrás pela Bolíviafoi um alerta ao governo brasileiro, que tanto torceupela vitória do indígena”. No mesmo dia, noInforme Econômico, Estela Benetti defendeu asdecisões de Lula e criticou o líder boliviano: “Ofato é que a atuação de Evo Morales mostra o estragoque um presidente despreparado pode fazerao assumir o comando de um país (...) A situaçãoda Bolívia e de outros países da América Latina éo refl e xo da má gestão pública durante anos”.“Lula reconhece a soberania da Bolívia” foimanchete do DC no dia 03/04. Esse foi o primeirodia em que a “Guerra do Gás” apareceucomo cartola no jornal, chamando a atenção dosleitores. Ocupando as páginas de destaque, a publicaçãonesse dia foi bastante completa. Boxes,infográficos e o mais interessante: a matéria deMarcelo Fleury da Agência RBS. O repórter entrevistouum dos soldados em frente à Petrobrásem Santa Cruz e uma dona-de-casa que criticoua posição do presidente boliviano. Com isso, amatéria transmitiu veracidade ao leitor, além desituá-lo no cenário boliviano. O Editorial “RetrocessoNacionalista” abordou a forma com que oPlanalto lidou com o impasse do gás: “ingenuidadee prepotência reservado até agora a esse riscopotencial pelo governo brasileiro”.Na sua edição de 04/05, o DC publicou“Constrangimento à esquerda”. Nesse artigo,Klécio Santos afi r mou que “Lula tentou vestir ofi g urino de líder da América Latina”. Além disso,escreveu sobre os conflitos dos governos deesquerda: “o que antes era sintonia ideológica setransformou em constrangimento”. Nos editoriasdo dia, “Rumo equivocado” discutiu as decisõesdos quatro presidentes na Tríplice Fronteira.Constava no texto: “A forte ideologização nas relaçõesentre os países sul-americanos, ao contráriodo que pregam estas lideranças, tem levado a acertosbaseados mais na visão de quem está no poder,do que em políticas de Estado”.http://www.univali.br/monitor127