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Untitled - Monitorando

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Ética e mercado no jornalismo catarinenseMONITOR DE MÍDIAFoi graças aos cliques de Kevin Carter quetivemos - pelo menos num segundo - a dimensãomais clara de uma tragédia humana que, se nãodesconhecíamos, ignorávamos.É graças aos cliques de Tiago Brandão quepudemos ter - mais uma vez - a dimensão do amorhumano, da tragédia da natureza, do descaso doshumanos com os mais pobres, etc, etc.Não estou endeusando nem Carter nemBrandão. Não. Eles também são humanos. E estavamno local e na hora onde a vida acontecia.Poderia haver mais gente. Deveria haver. Mas elesregistraram de algum modo aquilo. Perpetuaramaqueles instantes de vida e de morte.Eu penso que o jornalismo deve se ocupardisso também: registrar nossas passagens pelavida. A função de jornalistas não é se precipitarsobre o acidentado, tentando confortá-lo. Enquantoos profissionais do resgate não chegam, hátrabalho a se fazer. O registro precisa ser feito. Se oeditor vai usar ou não a foto do ensangüentado nacapa é outra história. Mas o fotojornalista (nem ocinegrafista) pode perder o momento, o timmingda vida, o pulso do fato. Tem que registrar, temque perpetuar. É isso que esperam de nós. Queestejamos diante dos acontecimentos e possamosnarrá-los, dando conta de como tudo se deu.Talvez Carter até quisesse salvar a criançaesquelética deitada sobre a relva. Mas quantoscuidados alguém em alto estado de desnutriçãonecessita? Como agir? Entupir-lhe a boca de comida?Dar água até saciar-lhe a vontade? O quefazer quando não se sabe como agir a não ser testemunharaquilo?http://www.univali.br/monitor 72

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