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Untitled - Monitorando

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Ética e mercado no jornalismo catarinenseMONITOR DE MÍDIAta técnico, não. Já que os noticiários no jornalimpresso, na televisão ou no rádio seguem linguagense características distintas. Se televisãopode transmitir imagens e sons ao vivo, o jornalpode lançar de outros meios para se valer comoveículo de informação. Análises e matériasmais aprofundadas são dois exemplos de comoisso pode se dar. Nos dias atuais, o eleitor temmuitas formas de acesso à informação: assistirao telejornal, ler revistas e jornais, ouvir boletinsradiofônicos ou consultar portais noticiososda internet... Cada meio tem seus formatos,suas linguagens e suas exclusividades. Os sítiosda web são rápidos, ágeis, mas publicam relatosincompletos e com erros de informação – porpressa, geralmente. Rádio e televisão têm a facilidadeda instantaneidade, mas sofrem compouco tempo para as matérias, já que os custossão sempre muito altos. Os jornais e as revistassempre chegam às bancas depois dos meioseletrônicos, mas podem oferecer um materialmais contextualizado, mais completo, maisaprofundado.Do ponto de vista ético, é admissível queos jornais se influenciem por outros meios – jáque as mídias se cruzam e não podem se ignorar-, mas injustificável que se guiem pelas assessoriasde campanha. O jornalismo precisa pautarsua própria atividade, definir critérios maisabrangentes e menos dependentes dos compromissosdos políticos. À medida em que se limitaa relatar o cotidiano dos candidatos, os jornaisperdem seu tempo e consomem seu espaço como conteúdo que já é tratado com maior eficiênciapela televisão, por seu ritmo e agilidade.Os jornais renunciam às suas linhas editoriaise passam a ser ditados pelas conveniências decampanha. O jornalismo de profundidade dálugar a exaustivos (e inofensivos) relatórios autorizados.Como cobrir tantos candidatos?Mesmo nas estruturas mais consolidadas eramificadas da indústria jornalística, é difícil empreendera cobertura dos candidatos nas eleiçõesproporcionais. Como eles concorrem à maioria dasvagas em disputa, também são muitos, e dar contade suas propostas, suas estratégias e os fatos que oscercam é uma tarefa complexa também na sua logística.Embora reserve dificuldades técnicas, esteaspecto oculta também questões éticas: como darvisibilidade a todos se há pouco espaço? Como fazerum jornalismo equilibrado nesta área da cobertura?Como não servir de mero divulgador de promessas?É legítimo receber material do candidato epublicá-lo sem qualquer checagem?Jornalistas precisam encontrar mecanismosque facilitem o seu serviço e que otimizem suascoberturas, conferindo a elas mais qualidade. Destacarrepórteres especiais para cobrir comícios– eventos em que os candidatos se concentram -,para correr os diretórios partidários – onde se conseguemvaliosas informações – pode ser uma saídapara o problema. Limitar-se a reproduzir o materialoficial, não. É evidente que chega às redações muitainformação das assessorias de campanha e queestas não podem ser ignoradas. No entanto, pressreleasessão pontos de partida para as reportagens,são relatórios autorizados dos candidatos e precisamser conferidos, averiguados, porque este é otrabalho do repórter. Gilberto Dimenstein (1990)lembra que é o comum é o jornalista buscar a informação,a fonte. E quando esta procura o jornalista,deve-se pelo menos desconfiar dos interesses que amotivaram. É um procedimento de segurança.Porque encontra difi c uldades de cobrir adisputa nas proporcionais, o jornalismo não podehttp://www.univali.br/monitor 12

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