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Ética e mercado no jornalismo catarinenseMONITOR DE MÍDIAViolência, cotidianoe as soluções que procuramosLaura Seligman em 15/02/2007A sociedade se move por demandas quemesmo que pareçam justas, muitas vezes se perdemno calor de discussões que não se aprofundam.Quem deve ir para cadeia por crimes quecometa? O restante da pergunta poderia ser:maiores de 16 ou de 18 anos de idade, mas talvezseja melhor que todos se questionem sobre aeficiência dos sistemas de segurança pública e daaplicação de leis.A discussão sobre a maioridade penalvoltou com pressa após o brutal assassinato domenino João Hélio Fernandes, de seis anos, noRio de Janeiro. Arrastado por sete quilômetros,morreu de traumatismo craniano porque quemroubava o automóvel de sua mãe, não permitiuque ela soltasse o cinto de segurança que prendiao menino no banco traseiro.O crime bárbaro choca, revolta, a gentechora em casa na frente da televisão. Mas depoisde uma semana, se conforma, entra na roda vivano dia-a-dia, e para a maioria, nem sabe se houverealmente alguma mudança eficaz que garantaruas mais seguras, dias tranqüilos, noites empaz. Só não esquecem as vítimas que sobrevivema esse tipo de tragédia. Essas seguem esperandouma solução.As emoções, a consternação social, são importantessímbolos de solidariedade, um sinal deque ainda somos humanos. Mas para quem legisla,executa, administra o bem público, apesar daemoção ou da indignação provocadas pelas tragédias,a preocupação deveria ser permanente.Está errado, concordo, um menino de 16 ou17 anos ser encarcerado num outro tipo de prisão(que na verdade não se diferencia em nada) e voltarao convívio social após no máximo três anos,sem que qualquer medida educativa tenha sidotomada. Aliás, o poder público chama esse encarceramentode “medida sócio-educativa”.Quanto as cidades brasileiras se tornarammais seguras com as leis que deveriam punir osmaiores de idade? De que forma eles têm se recuperadodurante o período em que estão presos?Com quais condições retornam às ruas?O site da Human Rights Watch, organizaçãode direitos humanos, registra da seguinte maneiraas condições de nossos presídios:“Os presos brasileiros são normalmente forçadosa permanecer em terríveis condições de vidanos presídios, cadeias e delegacias do país. Devidoà superlotação, muitos deles dormem no chão desuas celas, às vezes no banheiro, próximo ao buracodo esgoto. Nos estabelecimentos mais lotados,onde não existe espaço livre nem no chão, presosdormem amarrados às grades das celas ou penduradosem redes. A maior parte dos estabelecimentospenais conta com uma estrutura física deteriorada,alguns de forma bastante grave.Forçados aconseguir seus próprios colchões, roupas de cama,vestimentas e produtos de higiene pessoal, muitospresos dependem do apoio de suas famílias oude outros fora dos presídios. A luta por espaço e afalta de provisão básica por parte das autoridadesleva à exploração dos presos por eles mesmos. As-http://www.univali.br/monitor 74

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