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100Criança Esperança: 30 anos, 30 históriasO bairro do Guamá, um dos mais pobres e populosos da capital paraense,traz um pouco dessa história. Durante o ciclo mais próspero da cidade,recebeu um cemitério e um leprosário. Desde então, virou periferia.“Conto a história do bairro para os meus alunos, para que elesconheçam suas origens e percebam que as nossas conquistas sãofruto de muita luta junto ao poder público”, diz o professor dehistória Raimundo José de Oliveira, de 47 anos, um brasileiro quedesafiou as estatísticas e trabalhou duro para mudar a própriavida e a de centenas de crianças da região.Filho de uma empregada doméstica e de um trabalhador braçal,ainda criança, Raimundo descobriu na literatura um caminho. Delivro em livro, os horizontes foram se ampliando, e o engajamentonas questões do bairro foi aumentando, até que Raimundo setornou coordenador do Espaço Cultural Nossa Biblioteca.“A leitura mudou a minha vida. Por isso, trabalho para que Guamá setransforme num bairro de leitores, com uma escola que incentiveo desenvolvimento dos alunos e seu envolvimento nas questõesda comunidade”, diz ele.As mudanças pelo contato com a literatura, tão desejadas por Raimundo,extrapolam o desempenho escolar. As transformações também sãovisíveis no comportamento e na autoconfiança das crianças.A mediadora de leitura Minéia Braga da Silva vive diariamente essastransformações e sabe que o contato com as histórias significamuito mais do que a superação das dificuldades de ler. Ela lembracom emoção a mudança vivida por Maicon Douglas, de 7 anos.Abandonado pela mãe e criado pela avó, o menino tinha problemasde socialização e era muito introvertido, além de não conseguir lerdireito. Mas um dia, durante uma gravação para a TV, ele conseguiurealizar uma leitura em voz alta, em cima de um palco. “Parecia outracriança”, comemora Minéia. “Isso é muito comum, pois a leitura trazconfiança, conhecimento e desprendimento”, explica.

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