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186Criança Esperança: 30 anos, 30 históriascomeçamos a idealizar uma escola aqui no Benguí, onde havia muitosmeninos trabalhando nos comércios e na feira. A ideia era trazer asfamílias que viviam na extrema pobreza para morar num mesmo local,onde fosse possível viver, produzir e estudar, compartilhando o espíritocooperativo participativo.Criada em 1982, a Escola Cidade Emaús funcionou em tempo integral,em convênio com a rede pública, por cerca de duas décadas. Nolocal, havia criação de animais e plantações; as salas de aula seguiamo estilo de malocas, com teto de palha, tudo adaptado à região. Ascrianças estudavam e também aprendiam no ambiente de produção. Amatemática, por exemplo, era ensinada no viveiro de frangos. Foi umaexperiência muito bonita, por onde passaram cerca de 1.100 alunos.Em 1985, percebemos a importância de consolidarmos um movimentoda sociedade civil, sem relação com o governo. A partir de umareunião realizada em Belém, divulgamos uma carta aberta aos meninose às meninas em situação de rua de todo o Brasil. Foi quando surgiuo Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua (MNMMR), queteve seu primeiro encontro em maio de 1986 no Parque da Cidade,em Brasília. Naquele momento estava, de fato, nascendo algo novo. Opróximo passo foi a articulação, durante a Constituinte, para garantirum capítulo pelos direitos da criança e do adolescente – o artigo 227da Constituição Federal – e, depois, para a criação do Estatuto daCriança e do Adolescente (ECA), sancionado em julho de 1990.Os desafios apareciam, e a gente metia a cara.No rastro do ECA e dos movimentos de defesa da infância, muitastemáticas foram colocadas na pauta nacional, como exploração sexuale trabalho infantil doméstico. Mas ainda há muito o que se fazer. Épreciso garantir o direito à creche, ao saneamento básico. Na periferiade Belém, o esgoto a céu aberto recebe o mesmo tratamento desde1900. No campo da educação, ainda há muito a aprender em termosde participação e organização dos jovens.

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