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202Criança Esperança: 30 anos, 30 históriasNo entanto, em vez do destino quase previsível das crianças quevivem nas ruas – gravidez precoce (no caso das meninas), uso dedrogas, desamparo e maus-tratos vindos de toda parte –, as duas sãoatualmente profissionais bem-sucedidas. Luciana tem licenciatura emdesign de moda, com formação em uma faculdade brasileira e cursosna Itália e em Portugal; já Suane, que também estudou na Itália, écantora profissional, contratada por corais e grupos de câmara.A mágica que abriu portas para Suane, Luciana e outras 21 milcrianças e adolescentes é o Axé. O Projeto foi criado em 1990 peloitaliano Cesare de Florio La Rocca, um homem surpreendente quetatuou suas digitais na luta pelos direitos da infância no Brasil. Cesarecriou uma metodologia específica para atender crianças e adolescentesque vivem nas ruas, a arteducação, que combina educação e arte e é,hoje, referência nacional. Por meio da beleza presente nas artes –dança, capoeira, música, canto, artes plásticas, moda e estamparia– a metodologia oferece alternativas ao que, na década de 1990, opaís considerava como “infância perdida”: meninos e meninas quevivem nas ruas.Atualmente, no Brasil, há cerca de 24 mil crianças e adolescentes vivendonas ruas. São meninos e meninas pobres, quase todos negros e pardos(72% do total) que, segundo a pesquisa realizada pela Secretaria deDireitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), acabam nasruas, principalmente em razão de brigas familiares (63%). O mesmolevantamento indica que apenas 6,7% dos meninos e das meninasque vivem nas ruas concluíram o ensino fundamental. Em outraspalavras: estão praticamente condenados a uma vida adulta marcadapela exclusão e pela pobreza.Essa dura realidade é enfrentada no dia a dia pelos educadores derua do Axé, que há 25 anos percorrem as vias públicas da capitalbaiana exercitando o que chamam de “paquera pedagógica”. Inicialmente,estabelecem contato com os meninos e as meninas que estãonas ruas. Em seguida, formam vínculos que levam as crianças e os

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