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Setembro <strong>2015</strong><br />
Actualidade<br />
Lusitano de Zurique<br />
23<br />
Um em cada cinco trabalhadores recebe o<br />
salário mínimo<br />
Houve empresas que para não despedirem baixaram salários<br />
Desde 2011, a percentagem de trabalhadores<br />
a ganhar 505 euros subiu 73,6%. Ganhou-se<br />
competitividade à custa de salários baixos<br />
Dinheiro Vivo<br />
A economia portuguesa está mais competitiva<br />
desde a chegada da troika, mas em grande parte<br />
à custa de desvalorização salarial. Hoje, um em<br />
cada cinco trabalhadores (19,6%) ganha o salário<br />
mínimo nacional de 505 euros por mês; em 2011,<br />
antes das medidas de ajustamento impostas pelos<br />
credores, apenas 11,3% recebia a remuneração<br />
base, então de 485 euros. É um aumento<br />
de 73,6%, segundo os números do Ministério da<br />
Economia.<br />
trabalhadores bem pagos por pessoas mais jovens e<br />
mal pagas”. E sem aumento de produtividade, admite<br />
Sérgio Monte, da UGT.<br />
Os dados do Gabinete de Estratégia e Estudos (GEE)<br />
mostram, que em Outubro de 2014, uma fatia de 25%<br />
das mulheres recebiam o salário mínimo, enquanto<br />
15% dos homens ganhava 505 euros.<br />
Contas feitas, em Outubro do ano passado 880 mil<br />
trabalhadores recebiam o salário mínimo; três anos<br />
antes, na altura em que a troika aterrou em Portugal,<br />
eram menos 345 mil. Alojamento e restauração é o<br />
sector de actividade onde o peso do salário mínimo<br />
é maior - 25,6% dos trabalhadores ganham a remuneração<br />
base. Logo a seguir surgem as indústrias transformadoras,<br />
como as confecções (24,8%) e as actividades<br />
administrativas e dos serviços de apoio (24,3%).<br />
„Houve empresas que, para não despedirem trabalhadores,<br />
baixaram os salários”, confirma António<br />
Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de<br />
Portugal (CIP) ao Dinheiro Vivo, acrescentando que<br />
do lado dos patrões „sempre temos defendido que<br />
mais vale ter-se um posto de trabalho remunerado<br />
com o salário mínimo nacional (SMN) do que o desemprego”.<br />
Para os sindicatos, no entanto, a realidade<br />
mais negra: „Assistimos a uma substituição de