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as marcas no divã

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Louco ou local? 28<br />

Há cem a<strong>no</strong>s, não havia global brands.<br />

Dentro de mais cem a<strong>no</strong>s, não haverá<br />

apen<strong>as</strong> global brands!<br />

O que pode parecer um inevitável e irresistível processo de total<br />

dominação planetária, não é. O fluxo internacional de capitais, a circulação<br />

de bens e serviços ao redor do mundo, a maravilhosa rede de<br />

comunicação a que estaremos cada vez mais atados não matarão os<br />

players locais. Não teremos apen<strong>as</strong> os mesmos produtos n<strong>as</strong> gôndol<strong>as</strong><br />

de Milão, Joinville, Boulder, Poços de Cald<strong>as</strong> e Bangcoc.<br />

Aliás, os particularismos locais nunca estiveram tão à flor da pele,<br />

mesmo com a União Europeia, com o euro e com um parlamento<br />

continental. Na verdade, os movimentos separatist<strong>as</strong> e a preocupação<br />

com a sólida preservação de princípios e patrimônios nacionais<br />

continuam mais vivos do que nunca. Tudo se p<strong>as</strong>sa como se o<br />

temor da p<strong>as</strong>teurização global despert<strong>as</strong>se os sentimentos, às vezes<br />

latentes, às vezes manifestos, de defesa de identidades nacionais<br />

ou culturais.<br />

A suposta inv<strong>as</strong>ão d<strong>as</strong> marc<strong>as</strong> globais não se parece com os mariners<br />

dominando a ilha de Granada. Não há nada tão onipotente como isso<br />

acontecendo <strong>no</strong>s mercados internacionais ou <strong>no</strong> Br<strong>as</strong>il. O desembarque<br />

28 Texto extraído de: Jucá, Fernando & Troia<strong>no</strong>, Jaime. “Louco ou local?”, 2006. (N. A.)<br />

de marc<strong>as</strong> globais continuará dividindo a praia com <strong>as</strong> marc<strong>as</strong> doméstic<strong>as</strong>,<br />

em maior ou me<strong>no</strong>r proporção.<br />

Podemos dividir o raciocínio da seguinte maneira:<br />

• há fortes razões para que <strong>as</strong> marc<strong>as</strong> globais continuem avançando.<br />

• há fortes razões para a preservação de marc<strong>as</strong> doméstic<strong>as</strong>.<br />

É simples <strong>as</strong>sim. Não pense que estamos <strong>as</strong>sistindo a um jogo de mata-<br />

-mata. Isso lembra mais um longo e interminável jogo de frescobol, <strong>no</strong><br />

qual a convivência e a integração são mais importantes que a eliminação<br />

do outro.<br />

Quais são <strong>as</strong> principais razões para que <strong>as</strong> marc<strong>as</strong> globais continuem<br />

avançando entre nós?<br />

A primeira e mais óbvia são os benefícios de escala que rateiam custos<br />

de desenvolvimento, de P&D (pesquisa e desenvolvimento), de comunicação,<br />

de gerenciamento etc. Por que o sistema que foi desenvolvido<br />

na Espanha não pode ser estendido para outros países, em condições<br />

semelhantes de mercado? Só a insensatez corporativa recomeçaria do<br />

zero em outro país quando é possível transferir a experiência acumulada<br />

para além d<strong>as</strong> fronteir<strong>as</strong> originais.<br />

• Quando <strong>as</strong> marc<strong>as</strong> estão longe de sua c<strong>as</strong>a de origem, podem<br />

contar com plataform<strong>as</strong> de mídia e de distribuição que se estenderam<br />

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