as marcas no divã
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Prefácio – 2ª edição<br />
Adoro o título deste livro, que dá a dimensão “humana” d<strong>as</strong> marc<strong>as</strong><br />
– e nem poderia ser diferente, já que somos nós, seres imperfeitos,<br />
que estamos por trás desse mundo f<strong>as</strong>cinante e orgânico,<br />
em constante mutação. A CBN, inclusive, conhece muito bem o<br />
“terapeuta” Jaime Troia<strong>no</strong>: a rádio que toca <strong>no</strong>tícia já frequentou<br />
o <strong>divã</strong> da Troia<strong>no</strong>Branding em divers<strong>as</strong> oc<strong>as</strong>iões, para realizar<br />
pesquis<strong>as</strong>, quantitativ<strong>as</strong> e qualitativ<strong>as</strong>, que traçaram um retrato<br />
sem retoques da emissora e apontaram caminhos a serem trilhados.<br />
Aliás, os conselhos de Troia<strong>no</strong> e sua equipe sempre foram tão<br />
úteis, que acabaram se integrando à programação. Foi <strong>as</strong>sim que<br />
surgiu a ideia de “Sua Marca vai ser um Sucesso”, quadro que vai<br />
ao ar aos sábados pela manhã: dar orientações sobre branding não<br />
apen<strong>as</strong> para grandes empres<strong>as</strong>, e sim para uma audiência muito<br />
maior. É comum que os gestores invistam em comunicação, m<strong>as</strong><br />
sem se dar conta de que há muitos outros pontos de contato da<br />
marca com o público – cois<strong>as</strong> aparentemente simples, como um<br />
veículo da empresa que trafega em alta velocidade, ou funcionários<br />
com uniformes em mau estado – que podem trazer da<strong>no</strong>s ao<br />
negócio se aquela vivência do consumidor for desagradável. Afinal,<br />
do taxista que ganha a confiança do p<strong>as</strong>sageiro, ao CEO de uma<br />
multinacional, todos estão interessados em zelar por sua imagem<br />
e, por extensão, pela sustentabilidade da atividade.<br />
M<strong>as</strong> voltando à “alma” d<strong>as</strong> marc<strong>as</strong>: sua trajetória muito se <strong>as</strong>semelha<br />
à dos seres huma<strong>no</strong>s. Atravessam crises, se tornam frágeis, dão<br />
maus p<strong>as</strong>sos, ficam de mal com seus consumidores... Ou não seria<br />
mais correto chamá-los de amigos? Não é à toa que Troia<strong>no</strong> abre<br />
o livro falando da carga emocional que envolve o ato da compra.<br />
Marc<strong>as</strong> criam conexões, amizades – que podem ser duradour<strong>as</strong> ou<br />
enfrentar turbulênci<strong>as</strong> e até ruptur<strong>as</strong> – e é por isso que a emoção<br />
permeia o comportamento do consumidor. Seu engajamento pode<br />
transformá-lo num embaixador que vai ostentar e defender com<br />
orgulho a marca que o conquistou. No entanto, o oposto pode se<br />
transformar num calvário: nunca foi tão poderosa a voz do consumidor<br />
e, n<strong>as</strong> redes sociais, esse empoderamento pode desaguar<br />
num linchamento digital, um altíssimo preço a pagar por erros <strong>no</strong><br />
relacionamento.<br />
Pais zelosos acompanham seus rebentos desde o n<strong>as</strong>cimento para<br />
garantir que cresçam cercados de todos os cuidados. É justamente<br />
o que a “família” de uma marca deveria fazer: ela precisa ser<br />
amada não somente por seus do<strong>no</strong>s, m<strong>as</strong> por todos os seus colaboradores<br />
(ou seriam “parentes”?). Se negligenciad<strong>as</strong>, comportam-se<br />
como filhos que saem dos trilhos e até põem em risco su<strong>as</strong> vid<strong>as</strong>.<br />
Por isso, o próprio Troia<strong>no</strong> fala <strong>no</strong> livro sobre “Como sucatear<br />
marc<strong>as</strong> em dez lições”. E faz graça com neologismos como surubrand<br />
(isso mesmo que você está pensando), aquela geleia geral<br />
que ocorre quando há uma total perda de controle sobre <strong>as</strong> manifestações<br />
da marca.<br />
Por falar em filhos, enveredo na questão da juventude: os millenials, ou<br />
geração Y, exigem que se repense a forma de comunicar e de vender.<br />