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as marcas no divã

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Por isso, achei que este encerramento seria o espaço ideal para indicar<br />

quais são esses pecados, dos quais devemos <strong>no</strong>s proteger:<br />

Primeiro pecado: não medir os resultados do branding. Ou seja,<br />

branding é uma atividade desconectada do bottom line, dos resultados<br />

da empresa. Ao contrário, ele não pode ser aceito como uma atividade<br />

intelectual que constrói lindos c<strong>as</strong>telos desconectados dos círculos<br />

operacionais da organização. De alguma forma, construir métric<strong>as</strong> que<br />

sinalizem sua contribuição para os resultados da empresa é obrigação<br />

dos profissionais que militam nessa área, mesmo entendendo resultado<br />

em sua acepção mais ampla, de conquist<strong>as</strong> econômic<strong>as</strong> e perceptuais.<br />

É urgente formular sistem<strong>as</strong> que possam aferir o return on brand<br />

investment (ROBI, retor<strong>no</strong> sobre o investimento em marca). Ainda que<br />

estejamos na infância desses sistem<strong>as</strong>, e mais, ainda que nem todos n<strong>as</strong><br />

organizações e em seu exército de fornecedores torçam para que isso<br />

ocorra, temos a missão de empreender essa cruzada. Sem isso, branding<br />

e consultoria de marca vão se tornar uma cara e cosmética ferramenta,<br />

que perderá seu brilho em pouco tempo.<br />

Segundo pecado: ser possessivo. Assumir o branding como uma<br />

jurisdição dos departamentos de marketing é uma visão possessiva<br />

e politicamente delicada, que não reflete nem de longe a grandeza<br />

da verdadeira natureza do branding, tampouco a visão do principal<br />

executivo d<strong>as</strong> organizações. Os profissionais de marketing são e devem<br />

continuar a ser os principais operadores desse processo, ao lado de<br />

apoios exter<strong>no</strong>s. M<strong>as</strong> em hipótese alguma o branding deveria ser uma<br />

“capitania hereditária” do departamento de marketing. Essa inspiração<br />

muit<strong>as</strong> vezes qu<strong>as</strong>e “feudal” nega o branding em sua essência. Ele é um<br />

movimento de inclusão, de disseminação de identidade e nunca um<br />

limitador de território. As empres<strong>as</strong> que alijam setores não conectados<br />

com <strong>as</strong> áre<strong>as</strong> de marketing e negócios n<strong>as</strong> operações de branding ig<strong>no</strong>ram<br />

ric<strong>as</strong> contribuições e desestimulam cumplicidade e integração.<br />

Terceiro pecado: tomar a parte pelo todo. Entender o branding como<br />

uma ferramenta que se concentra na organização dos elementos de<br />

representação visual da marca. Esse é o pecado da “metonímia”, tomar<br />

a parte pelo todo. É lógico que os sinais de expressão de uma marca<br />

revelam sua natureza, sua vocação, sua personalidade. Afinal, “vultus<br />

animi ianua et tabula”, ou seja, o rosto é a porta e o quadro de avisos<br />

do espírito. Apesar da <strong>no</strong>breza do papel d<strong>as</strong> construções gráfic<strong>as</strong> da<br />

marca, el<strong>as</strong> são uma derivação de construções conceituais que começam<br />

muito antes do design e terminam muito depois. Os escritórios<br />

de design mais profissionais e competentes com os quais já convivi, e o<br />

Br<strong>as</strong>il tem boa quantidade de empres<strong>as</strong> dessa categoria, compreenderam<br />

bem isso, desde o momento em que começaram a pisar nesse <strong>no</strong>vo<br />

espaço que é o branding. M<strong>as</strong> nem todos são <strong>as</strong>sim. E algum<strong>as</strong> empres<strong>as</strong><br />

que contratam seus serviços acreditam que é possível enfrentar os<br />

desafios do branding com recursos de representação visual apen<strong>as</strong>.<br />

Quarto pecado: apropriação indébita. Achar que branding é uma<br />

ferramenta para uso exclusivo em marc<strong>as</strong> corporativ<strong>as</strong>. Esse pecado<br />

ig<strong>no</strong>ra qual é a fonte essencial de receita d<strong>as</strong> empres<strong>as</strong>: seus produtos<br />

e serviços – como se <strong>as</strong> marc<strong>as</strong> de produtos e serviços fossem cidadãs<br />

de segunda cl<strong>as</strong>se. Naturalmente, essa é uma distorção em branding<br />

que acomete principalmente <strong>as</strong> empres<strong>as</strong> com arquitetura de marca<br />

mo<strong>no</strong>lítica, em que o <strong>no</strong>me da empresa se estende a toda sua linha de<br />

negócios. Princípios de branding devem orientar tanto o pensamento<br />

corporativo quanto a administração de tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> marc<strong>as</strong> da empresa.<br />

Por conta dessa suposta qualificação do branding apen<strong>as</strong> como ferramenta<br />

corporativa, é comum vermos <strong>no</strong> mercado esforços artificiais<br />

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