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Os anos 70 começaram com a Taíka ainda vendendo alguns títulos muito bem, caso de Drácula, mas<br />

recorrendo cada vez mais a reprises. As vendas foram caindo paulatinamente e a apresentação gráfica<br />

das revistas começou a destoar de todas as outras que apareciam nas bancas. As revistas da Taíka estavam<br />

entre as mais pobres e feias, apesar de não serem as mais baratas. Em setembro de 1976, com o<br />

lançamento de Kripta (com K), da Rio Gráfica, que publicava histórias da Warren Comics, o terror voltou<br />

a ser um grande negócio editorial e quase todas as<br />

editoras lançaram revistas do gênero, em formatos dos<br />

mais diversos, em preto e branco e em cores, tamanho<br />

grande ou formatinho. A Taíka através do selo EDITAL<br />

tentou o sucesso lançando álbuns luxuosos, com trabalhos<br />

de Nico Rosso. Dois com histórias clássicas de Drácula,<br />

um outro em formato gigante com histórias que<br />

tinham saído em A Cripta e mais dois em formato de<br />

livro também com histórias da Cripta remontadas para<br />

o formatinho. Eles desapareceram em meio à enxurrada<br />

de títulos das bancas. Eram álbuns que certamente venderiam<br />

bem em livrarias e lojas especializadas, coisa<br />

que não existia ainda.<br />

A editora ainda durou mais dois anos até fechar de vez<br />

em 1978. Em junho de 1976, pouco antes da Kripta, os<br />

donos da Taíka tentaram lançar uma outra<br />

editora, a Spell Produções, que<br />

lançou uma única edição: Drácula.<br />

No expediente da revista, não constavam<br />

os nomes nem de Manoel<br />

César Cassoli, nem de Heli Otávio de Moura Lacerda, mas sim os nomes Aracy<br />

Costa Cassoli, esposa de Manoel e Otávio Galvão de Moura Lacerda, filho de Heli.<br />

Seria uma manobra fiscal? Jamais saberemos. O fato é que esta única edição é uma<br />

das revistas mais bonitas dos quadrinhos brasileiros.<br />

Nela, vamos encontrar uma outra versão para a<br />

origem de Drácula, bem diferente de todas as que<br />

já haviam sido apresentadas, escrita por Maria<br />

Aparecida Godói, mostrando um Drácula mais<br />

jovem do que o costume. Há também uma história<br />

narrada por Drácula, da qual ele não participa,<br />

aparecendo apenas em comentários ao longo<br />

do texto e vinhetas de início e encerramento, na<br />

melhor tradição da E.C. Comics e Warren. Ambas<br />

são ilustradas em lindas aguadas por Nico Rosso<br />

e seu mais longevo assistente, Kazuhiko Yoshikawa.<br />

Mas a melhor coisa da revista é uma história<br />

apresentada no caderno central, colorido, com<br />

arte totalmente pintada em guache. Algo que jamais<br />

tinha sido feito no Brasil e que a Heavy Metal<br />

americana só faria mais de um ano depois. “A Virgem<br />

de Orleans” narra a história de Joana D’Arc<br />

e mostra como Drácula atuou para que ela não<br />

tivesse mesmo um final feliz. Pela data da publicação,<br />

esta deve ter sido uma das últimas histórias<br />

desenhadas por Nico Rosso, que se mostra no<br />

auge da forma.<br />

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