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A Editora Outubro, nasceu como Continental em 1959.<br />

Sua história tem a ver em grande parte com o sucesso da La Selva,<br />

pois tudo começou com Victor Chiodi, outro gráfico de origem<br />

italiana. Chiodi era dono da Gráfica Novo Mundo e um dos<br />

primeiros a imprimir as revistas para os La Selva, que<br />

não tinham gráfica própria. Vendo o sucesso do<br />

Terror Negro, resolveu publicar alguns títulos também<br />

e o fez com certo sucesso - sem deixar de trabalhar para a<br />

Editora La Selva. Um de seus principais títulos era Noites de Terror.<br />

Sabendo que a qualidade das capas de Jayme Cortez fazia diferença nas vendas<br />

da La Selva, Chiodi recorreu a um artista igualmente talentoso, que lhe foi<br />

apresentado pelo próprio Cortez, de quem era muito amigo: Miguel Penteado.<br />

Penteado era um operário gráfico e gostava muito de desenhar. Tanto que, de<br />

maneira autodidata, acabou por se tornar um bom desenhista. Foi o que chamou a atenção<br />

de Jayme Cortez, recém-chegado ao Brasil. Ele conheceu Penteado nos estúdios da Fotolabor, no centro de<br />

São Paulo, onde este operava uma pequena impressora Multilith. Com o tempo, as dicas e o incentivo de<br />

Cortez, acabou por se profissionalizar como ilustrador, trabalhando para várias editoras, inclusive a Novo<br />

Mundo. Em certa ocasião, Penteado queixou-se a Chiodi da bagunça que era sua gráfica e este respondeu<br />

desafiando-o a ir trabalhar lá para arrumar tudo. Foi exatamente isso o que ele fez, saneando inclusive a<br />

parte financeira da casa, fazendo com que o negócio prosperasse. Tempos depois, resolveu que queria voltar<br />

a trabalhar com desenho ao invés de ser gerente de gráfica e Chiodi<br />

acabou por lhe dar sociedade no negócio para impedir que saísse.<br />

A La Selva por sua vez, na segunda metade dos anos 50 já tinha se<br />

tornado a maior editora de São Paulo. Não a maior editora de quadrinhos,<br />

veja bem, a maior editora mesmo, vendendo um milhão<br />

de revistas por mês com cerca de 30 títulos em circulação. Eles imprimiam<br />

tudo em várias gráficas, não apenas a Novo Mundo, sendo<br />

que a principal prestadora de serviços ao longo dos anos tinha se<br />

tornado a S.A.I.B. (Sociedade Anônima Impressora Brasileira) de<br />

Victor Civita, dono também da Editora Abril, na época bem menor do que a La Selva. Bem, em 1958, alegando<br />

“acúmulo de serviços atrasados” a S.A.I.B. avisou aos La Selva que não ia mais imprimir suas revistas.<br />

Era um problema que precisavam resolver rapidamente e eles o fizeram comprando (e logo ampliando) a<br />

Novo Mundo, absorvendo inclusive boa parte de seus títulos.<br />

Chiodi saiu, mas os La Selva insistiram em manter Penteado à frente da gráfica, com um bom salário. Além<br />

do dinheiro, Penteado topou porque tinha simpatia pelos La Selva e era muito amigo de Jayme Cortez, que<br />

continuava sendo a maior força criativa da editora.<br />

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