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Em 1951 um pintor argentino chamado Enrique Lipszyc tentou, sem muito sucesso, montar uma escola<br />
de arte, a Escuela Norteamericana de Arte, que anunciava um método baseado no desenho de<br />
Alex Raymond (?!), criador de Flash Gordon.<br />
Algum tempo depois, Lipszyc, grande fã de ilustração e quadrinhos, lançou um livro que ficaria<br />
muito famoso em seu país intitulado “El Dibujo a Través del Temperamento de 150 famosos artistas”.<br />
Com o sucesso obtido por seu livro, resolveu colocar em prática na Argentina a mesma ideia de<br />
Rockwell e Dorne e reuniu um grande time de famosos artistas que seriam os primeiros professores<br />
da Escuela Panamericana de Arte: Enrique Vieytes, Daniel Haupt, Angel Borisoff, Alberto Breccia,<br />
o brasileiro João Mottini, o italiano Hugo Pratt, Pablo Pereyra, Carlos Garaycochea, Carlos Roume,<br />
Luiz Dominguez, Narciso Bayon e o espanhol Carlos Freixas. O ano era 1955.<br />
As diferenças com o curso da Famous Artists School não eram muitas. A principal é que eram apenas<br />
12 meses de curso por correspondência. A ideia de uma escola assim teve na Argentina o mesmo<br />
sucesso que nos Estados Unidos, ajudando a formar uma nova geração de grandes artistas argentinos.<br />
Tudo ia bem até o início da década de 1960, quando uma grande crise de mercado fez com que<br />
diversas editoras tivessem que fechar as portas e muitos desenhistas tivessem que ir buscar trabalho<br />
em outros países. Esse foi o caso de José Delbó, Rodolfo Zalla e Eugênio Colonesse, que vieram<br />
para o Brasil. Com a crise, o número de interessados em cursar a escola caiu muito, e Lipszyc resolveu<br />
também tentar a sorte no mercado brasileiro.<br />
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