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M&C | Em 1972, depois de deixar a EDREL, Minami Keizi fundou com Carlos da Cunha, a Minami<br />
& Cunha Editores (M&C Editores). Logo colocou nas bancas títulos dos mais diversos, que iam de<br />
revistas de piadas até Modesty Blaise, heróis da Marvel como Conan, Kull, Dr. Estranho (traduzido<br />
como Dr. Mistério), além de várias com personagens produzidos no Brasil por diversos desenhistas.<br />
Duas das revistas em que ele resolveu apostar eram Lobisomem e Múmia, grandes sucessos num<br />
passado recente editados pela GEP. A editora de Penteado nesta altura não funcionava mais, pois Miguel<br />
Penteado, não aguentando mais ter problemas com a censura, tinha resolvido parar de editar e<br />
apenas imprimir para terceiros (inclusive para a M&C). Gedeone Malagola escreveu novas histórias<br />
para ambas as séries. Mas Sérgio Lima, o desenhista original das duas, não se interessou por desenhá-las.<br />
Nesse tempo, ele estava trabalhando no estúdio da Editora Abril, que produzia aqui a maior<br />
parte dos quadrinhos Disney que editava. Sérgio Lima tinha se especializado em desenhar as bruxas,<br />
Maga Patológica e Madame Min, ironicamente. Rodolfo Zalla, outro desenhista que tinha trabalhado em<br />
ambas as séries, nesta altura estava envolvido com o mundo dos livros didáticos<br />
e também não se interessou, embora algumas histórias que ele tinha desenhado<br />
para a GEP (e que não haviam sido publicadas), tenham sido aproveitadas<br />
por Minami em duas edições de Lobisomem em formatinho. Gedeone então se<br />
lembrou de Nico Rosso, que tinha desenhado a capa da primeira Lobisomem da<br />
GEP e que ele achava o desenhista ideal para a série. Na época Rosso ainda desenhava<br />
Drácula para a Taíka. Mas como a editora já começava a dar sinais de<br />
debilidade, recorrendo cada vez mais a reprises, ele topou fazer o Lobisomem.<br />
Ofereceram a Múmia também, mas achando que seria trabalho demais, mesmo<br />
para ele, Rosso indicou seu amigo Ignácio Justo, que se tornou o desenhista da série. Apesar de serem<br />
os mesmos personagens já editados pela GEP, as séries eram muito diferentes das originais e a principal<br />
diferença era uma presença muito maior de cenas de sexo e mulheres nuas em quase todas as<br />
páginas. As histórias tinham se tornado mais adultas e o terror havia se tornado pano de fundo para a<br />
temática sexual, certamente uma encomenda de Minami Keizi, que já na EDREL demonstrava claramente<br />
uma tendência nessa direção. Com a habilidade de Nico Rosso para desenhar mulheres bonitas<br />
e sensuais, as histórias de Lobisomem se tornaram algumas das melhores já publicadas no país.<br />
A revista foi publicada num tamanho maior do que o usual e ele fugiu do layout de página tradicional,<br />
buscando algo mais próximo daquele adotado por álbuns europeus. Talvez eles visualizassem uma<br />
possibilidade de venda para o exterior, quem sabe?<br />
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