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A Editora LaSelva só cresceu nos anos seguintes. Muito disso<br />

se deve não só ao trabalho árduo de toda a família La Selva,<br />

mas também à qualidade do diretor de arte que eles contrataram<br />

no início de 1950, o português Jayme Cortez Martins.<br />

Jovem veterano dos quadrinhos,<br />

que tinha começado sua<br />

jornada ainda em Portugal<br />

como assistente do excepcional<br />

ilustrador Eduardo Teixeira<br />

Coelho.<br />

Jayme Cortez chegara a São<br />

Paulo em 1947 e trabalhava<br />

até então como chargista e<br />

ilustrador na Gazeta e na Gazetinha,<br />

já tendo passado pelo Diário da Noite, onde também<br />

fez sua versão de “O Guarani”. As capas de Cortez para Terror<br />

Negro eram espetaculares, muito superiores às originais<br />

americanas e logo fizeram muito sucesso. No entanto, Cortez<br />

desenhou bem poucas histórias em quadrinhos propriamente<br />

ditas em sua carreira depois da Gazetinha, embora tenha sido<br />

um dos mais influentes desenhistas de quadrinhos de sua geração.<br />

Mas capas ele fazia aos montes, de todos os gêneros, do<br />

super-herói ao cowboy, do infantil ao terror. Todas com a mesma<br />

qualidade: o poder de atrair o olhar do público numa banca<br />

de jornais lotada de publicações.<br />

O crescimento da La Selva passou pela diversificação de títulos.<br />

Por sua experiência com bancas de jornal, os La Selva logo<br />

eram capazes de farejar quando algum título iria vender bem e<br />

lançaram de tudo nos anos seguintes. Para dar vazão aos bons<br />

números de vendas, tiveram que começar a produzir algum<br />

material no Brasil. Histórias de terror, eles encontravam de<br />

forma abundante e barata nas distribuidoras, mas como lançaram<br />

algumas revistas que vendiam muito bem, com histórias<br />

baseadas em comediantes brasileiros do rádio, cinema e<br />

TV tiveram que produzir muitos quadrinhos aqui. Títulos como<br />

Fuzarca e Torresmo, Arrelia e Pimentinha, Oscarito e Grande<br />

Otelo e Mazzaropi ficavam todos os meses na casa dos 70, 80<br />

mil exemplares, uma vendagem muito expressiva.<br />

E assim como não se incomodavam de serem copiados por outras<br />

editoras que lançaram inúmeras revistas de terror na cola<br />

do Terror Negro, eles também não tinham problema nenhum<br />

em copiar formatos dos outros. Foi por isso que nasceu Aventuras<br />

Heróicas, calcada numa revista da EBAL, Epopéia, inclusive<br />

sendo publicada no mesmo formato, maior que o usual.<br />

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