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Não muito tempo depois, Jayme Cortez lhe ofereceu<br />

a chance de fazer a série de terror de maior sucesso<br />

da casa: Drácula, publicada em Seleções de Terror<br />

todos os meses. A série já havia sido desenhada por<br />

Giorgio Scudellari, Aylthon Thomas e Ignácio Justo,<br />

este último amigo pessoal de Rosso - que o indicara<br />

a Jayme Cortez. Uma das melhores histórias que<br />

Rosso desenhou é também a que redefine a série, que<br />

até então não se preocupava muito com continuidade.<br />

Nesta história, que é levemente “amarrada”<br />

nos filmes de Drácula da Hammer Films com<br />

Christopher Lee, como “O Vampiro da Noite”<br />

e o “Príncipe das Trevas”, vemos como Drácula se tornou um vampiro e<br />

como foi ressuscitado em nossos dias. Também ficamos sabendo porque<br />

passou a ser perseguido pelo detetive Fred Jackson. A partir desta história,<br />

Nico Rosso passou a ter para sempre seu nome ligado ao personagem<br />

do qual se tornou o principal desenhista, embora não o único.<br />

Nós a republicamos na integra a seguir, mas antes é melhor falar do final<br />

da Continental/Outubro e de sua transformação em Taíka.<br />

Houve vários motivos. A princípio, várias desavenças entre os sócios,<br />

em grande parte relacionada com a complicada situação econômica do<br />

país naquele tempo, que diminuiu a venda dos quadrinhos em geral.<br />

Houve também todo o desgaste com o movimento pela nacionalização<br />

dos quadrinhos, liderado por diversos desenhistas ligados à editora, que<br />

redundou num Código de Ética impossível de seguir para quem editava<br />

terror. Mas o mais grave de todos foi uma briga entre Jayme Cortez e<br />

Miguel Penteado, que fez com que o primeiro deixasse a editora. Nem<br />

mesmo quem era próximo sabe a razão desta briga, mas ela foi grave,<br />

pois os dois nunca mais se falaram.<br />

Algum tempo depois, desgostoso com os rumos do negócio, Miguel<br />

Penteado decidiu vender também sua parte e deixar a casa. Era o fim<br />

da editora tal como havia sido concebida, mas ela ainda ganharia uma<br />

sobrevida com a entrada de um outro sócio, Manoel César Cassoli. Ele<br />

entrou no lugar de José Sidekerskis que também havia deixado a sociedade<br />

algum tempo depois de Penteado. Para culminar, eles perderam a<br />

ação contra a Abril e embora ainda pudessem recorrer, resolveram que<br />

era mais fácil mudar o nome da editora.<br />

Decidiram chamá-la de Taíka, que<br />

era o apelido da filha de Heli Otávio<br />

de Moura Lacerda. Saiu das capas o<br />

escorpião da Outubro e entrou o alvo<br />

amarelo e preto, símbolo da editora<br />

que continuou a publicar exatamente<br />

os mesmos títulos da Outubro, com<br />

muitas reprises é verdade, mas também<br />

com muito material inédito, como<br />

veremos adiante, em outro capítulo.<br />

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