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Então, entre os diversos títulos lançados pela La Selva<br />

no ano de 1956, surge a revista Contos de Fadas.<br />

A princípio publicando material italiano e português<br />

(histórias de Eduardo Teixeira Coelho), logo<br />

começou a publicar histórias feitas no Brasil por<br />

artistas como Sylvio Ramires, José Lanzellotti (com<br />

a La Selva desde a primeira capa do Terror Negro),<br />

Messias de Melo, Giorgio Scudellari, Orlando Pizzi,<br />

Isomar, Sérgio Lima e provavelmente um de seus<br />

mais assíduos colaboradores, Nico Rosso.<br />

É fácil entender porque alguém como Nico Rosso,<br />

vindo de uma parte da Europa que preserva palácios<br />

e castelos, professor de História do Traje, com uma<br />

vasta cultura sobre o tema, tenha se dado muito bem<br />

nesta publicação. Alguns dos melhores trabalhos de<br />

Nico Rosso em toda a sua prestigiosa carreira estão<br />

aqui. Ele trabalhou na sua conhecida diversidade de<br />

estilos de acabamento, mas deu ainda mais atenção<br />

aos detalhes. Tomou cuidados redobrados com a caracterização<br />

dos personagens e inventou layouts de<br />

página totalmente inovadores para a época.<br />

Olhando as histórias é possível dizer que, embora<br />

nunca tenha deixado de ser extremamente cioso de<br />

sua produção para qualquer cliente, neste caso havia<br />

uma dose alta de prazer envolvido. As princesas<br />

retratadas por Nico Rosso nestas revistas estão entre<br />

as mulheres mais bonitas e charmosas que ele desenhou,<br />

isto considerando que, pelo próprio teor das<br />

histórias, não houvesse sequer lugar para um decote<br />

um pouco maior. Quando a história era ainda mais<br />

infantil e os personagens deixavam de ter proporções<br />

humanas, Nico Rosso por vezes nos surpreendeu<br />

com um tratamento de luz e sombra belíssimo e<br />

dramático, sem no entanto abusar das áreas de preto,<br />

o que arruinaria o clima de um conto de fadas.<br />

Um trabalho bastante apurado, do lápis à pena,<br />

na história “Os Músicos de Bremen”, publicada<br />

em Contos de Fadas 32, dezembro de 1958.<br />

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