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ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL - <strong>1996</strong><br />

ÁREAS FAUNA E LIMITES<br />

agrícolas e de adubos químicos também<br />

têm contribuído para alterar a fauna<br />

silvestre e aquática. Questões como estas<br />

podem explicar a lista de animais em<br />

extinção, sem considerar, no entanto, o<br />

número de espécies que, embora não<br />

figurando oficialmente na lista de animais<br />

em extinção, estão se tornando a cada<br />

dia mais raras ou vulneráveis em muitos<br />

biomas brasileiros.<br />

É oportuno salientar que, ao contrário do<br />

que se imagina, a Amazônia é a área que<br />

abriga uma quantidade de animais em<br />

processo de extermínio proporcionalmente<br />

pequena. Concentrações mais altas<br />

verificam-se na Mata Atlântica (formação<br />

florestal ao longo da costa oriental<br />

brasileira, hoje reduzida a apenas 3% da<br />

sua área primitiva), especialmente na<br />

Região Sudeste (Rio de Janeiro e São<br />

Paulo). É justamente aí a coincidência<br />

entre o maior número de espécies que<br />

estão desaparecendo e elevadas taxas de<br />

densidades populacionais humanas e<br />

grandes indústrias, por exemplo. Como<br />

conciliar desenvolvimento e o propósito de<br />

preservar o patrimônio faunístico brasileiro?<br />

A resposta tem sido oferecida pelos<br />

estudiosos do assunto e, embora contida<br />

em legislação ampla, não há no Brasil uma<br />

política voltada para a visão prática do<br />

valor das medidas preservacionistas.<br />

Procura-se criar unidades de conservação<br />

onde se envolvem três ordens de<br />

providências sucessivas e complementares:<br />

a criação em si, a implantação e a<br />

manutenção das referidas unidades. A<br />

primeira é a mais simples - basta um<br />

decreto governamental. No entanto, em<br />

nada significará se não houver<br />

continuidade, provendo-se os recursos<br />

necessários (humanos e financeiros) para<br />

as medidas efetivas de proteção e<br />

manutenção dos parques e reservas<br />

equivalentes criados, sem o que estará<br />

comprometido todo o esforço anterior.<br />

Será necessário ainda, enquanto restam<br />

áreas naturais livres da intervenção<br />

humana, selecionar algumas que se<br />

destinariam à preservação permanente,<br />

para garantir bancos genéticos em<br />

representações de ecossistemas típicos e,<br />

conseqüentemente, assegurar a<br />

biodiversidade na área brasileira dos<br />

trópicos.<br />

Fauna Ictiológica do Brasil<br />

Uma pesquisa de caráter permanente,<br />

no IBGE, vem reunindo informações<br />

taxonômicas, bioecológicas,<br />

zoogeográficas e sobre o potencial<br />

econômico de peixes ósseos e<br />

cartilaginosos do Território Nacional. Os<br />

dados obtidos sobre os tubarões, raias e<br />

quimeras revelam que há cerca de 136<br />

espécies que freqüentam ou residem em<br />

nossas águas continentais e marinhas.<br />

A Classe Chondrichthyes compreende<br />

os peixes que possuem esqueleto<br />

cartilaginoso e o corpo coberto por uma<br />

pele áspera ao toque, decorrente da<br />

presença de escamas especiais que<br />

recebem o nome de placóides ou<br />

dentículos dérmicos. Há espécies de<br />

formas cilíndricas e alongadas como os<br />

tubarões, como as raias que possuem as<br />

nadadeiras peitorais bem desenvolvidas<br />

dando-lhes a forma de um disco,<br />

borboleta ou guitarra, e como as quimeras<br />

que têm o corpo semelhante ao dos<br />

cações mas o focinho em forma de uma<br />

pequena tromba. Daí o nome popular de<br />

peixe-elefante.<br />

O tamanho dos representantes desta<br />

classe varia muito. Os cações podem<br />

atingir desde 30 centímetros (Squaliolus<br />

laticaudus) até 18 metros de comprimento<br />

máximo (Rhincodon typus= tubarãobaleia).<br />

As raias alcançam de 15<br />

centímetros até cerca de 7 metros de<br />

largura em seu diâmetro (Manta<br />

birostris=jamanta). Habitam profundidades<br />

variadas e são marinhos em sua grande<br />

maioria. Há espécies, no entanto,<br />

exclusivas de água doce como as raias da<br />

Família Potamotrygonidae. Os peixes-serra<br />

(Pristis sp.) freqüentam tanto os rios quanto<br />

os estuários e mares. São raias que<br />

possuem o rostro desenvolvido em forma<br />

de serra, alguns exemplares atingem<br />

comprimento superior a 5m.<br />

O Projeto Fauna Ictiológica reúne, entre<br />

outras, informações referentes às diferentes<br />

formas de aproveitamento potencial das<br />

espécies, que são adotadas atualmente<br />

ou que são passíveis de implementação<br />

futura. O consumo de cações é mais<br />

difundido que o de raias, algumas não são<br />

muito apreciadas. O disperdício em<br />

pescarias ainda é grande, bem como o<br />

subaproveitamento das capturas. Para<br />

demonstrar a diversificação de<br />

aproveitamentos econômicos que estes<br />

peixes podem potencialmente oferecer,<br />

foram selecionadas 41 espécies e<br />

agrupadas por produtos no Quadro 1.5,<br />

onde constam, também, nomes científicos<br />

e vulgares e a ocorrência ou distribuição<br />

em nossas águas por Grande Região.<br />

Glossário<br />

Ação Antrópica - atividade, maléfica ou<br />

benéfica, exercida pelo homem sobre o<br />

meio ambiente.<br />

Animal Inteiro - termo utilizado para<br />

caracterizar o aproveitamento completo<br />

do corpo do peixe em processos de<br />

industrialização.<br />

Animal Vivo - expressão que define a<br />

condição de uso potencial do peixe para<br />

ornamento, pesca esportiva ou pesquisas<br />

de comportamento.

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