Brazil Yearbook - 1996_ocr

ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL - 1996
ÁREAS REDE URBANA E LIMITES BRASILEIRA
de fluxos existentes para cada cidade,
definindo assim os diferentes níveis de
centralidade encontrados, ou seja, quanto
maior a intensidade dos fluxos ou da
demanda, maior a centralidade.
Desta forma, inicialmente, as cidades
brasileiras foram classificadas levando-se
em conta a intensidade total da procura
por bens e serviços para cada centro
urbano, para, a partir daí, serem trabalhados
dois tipos de centralidade, em nível de
Brasil, onde é verificada a situação de
cada centro em relação ao conjunto de
cidades, e, em nível de sua área de
atuação específica, no sentido de melhor
captar as diferenciações existentes,
relativizando desta forma a situação de
cidades que têm um papel mais
importante no contexto regional e local e
que acabavam sendo subestimadas pela
força e disparidade da intensidade dos
fluxos dos grandes centros nacionais. Neste
sentido, foram definidos dez níveis de
centralidade considerando a situação no
Brasil e oito níveis na sua área de atuação,
sendo registradas no cartograma apenas
199 cidades que apresentaram
centralidade de média a máxima no Brasil,
registrando-se também o comportamento
destas em sua área de atuação.
Assim, na Região Norte aparecem 11
centros que correspondem a 5,5% do total
de cidades, destacando-se Belém (PA) e
Manaus (AM) com centralidade muito forte
no Brasil e com diferenciações em suas
respectivas áreas de atuação, ou seja,
máxima para a primeira e muito forte para
a segunda, e a cidade de Araguaína (TO)
com situação um pouco menor no
contexto do Brasil (média para forte) e
igual a de Manaus (muito forte) na sua
área de atuação.
Na Região Nordeste há 55 centros
(27,6%) com destaque para Recife (PE),
Fortaleza (CE) e Salvador (BA), classificados
como máxima para ambos os níveis, e o
surgimento de centros intermediários com
níveis de centralidade compreendidos
entre forte e muito forte para o Brasil e para
sua área de atuação, como Teresina (PI),
São Luís (MA), Feira de Santana, Itabuna e
Vitória da Conquista (BA), Juazeiro do
Norte (CE), Natal (RN), Campina Grande e
João Pessoa (PB), Caruaru (PE), Maceió
(AL) e Aracaju (SE).
Na Região Sudeste, com 77 centros
(38,7%), destacam-se São Paulo (SP), Belo
Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ) com
patamares máximos diferenciados para o
Brasil e iguais em suas respectivas áreas de
atuação, além das cidades de Governador
Valadares, Juiz de Fora, Montes Claros e
Uberlândia (MG), Vitória (ES) e Bauru,
Marília, Presidente Prudente, Ribeirão Preto,
São José do Rio Preto e Sorocaba (SP), com
centros intermediários compreendidos
entre forte e muito forte em ambos os níveis
de centralidade para o Brasil e para sua
área de atuação.
Na Região Sul, aparecem 47 centros
(23,6%), sendo que Curitiba (PR) e Porto
Alegre (RS) possuem níveis máximos
diferenciados para o Brasil e igual em suas
áreas de atuação, além das cidades de
Cascavel, Maringá, Londrina e Ponta
Grossa (PR), Blumenau, Chapecó e
Florianópolis (SC), Caxias do Sul, Passo
Fundo, Pelotas e Santa Maria (RS), com
centralidade variando entre forte e muito
forte para o Brasil e para suas respectivas
áreas de atuação.
Na Região Centro-Oeste existem 9
centros (4,5%), onde Goiânia (GO)
apresenta um padrão máximo, enquanto
Campo Grande (MS), Cuiabá (MT) e Brasília
(DF) são classificadas com níveis de
centralidade de forte a muito forte no Brasil
e em suas áreas de atuação.
Por último, são apresentados os
cartogramas relativos às Áreas de Atuação
de Principais Cidades Brasileiras, a saber,
Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador,
Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo,
Curitiba, Porto Alegre, Goiânia e Brasília, no
sentido de evidenciar um pouco da
complexidade presente na rede de
cidades e suas áreas, onde as
superposições e compartilhamentos se
tornam cada vez mais freqüentes,
mostrando a existência de espaços cujos
fluxos convergem predominantemente
para algumas destas grandes cidades, não
excluindo relações menos intensas com os
outros centros, demonstrando assim a
fluidez existente no território, bem como o
padrão de ligações que hoje tende a ser,
cada vez mais, o de subordinações não
exclusivas, escalonadas pela intensidade e
natureza das ligações e também conforme
o tipo de rede considerado, se mais
moderna ou convencional.
Assim, no que tange à Rede de Lugares
Centrais, verifica-se o reforço do papel da
cidade de São Paulo como o grande
centro de atuação em escala nacional; a
perda de espaço do Rio de Janeiro como
centro nacional e mesmo regional, uma
vez que Belo Horizonte amplia,
sensivelmente, sua área e hegemonia em
espaços antes compartilhados com o
centro carioca; as cidades de Fortaleza,
Recife, Salvador, Curitiba, Porto Alegre e
Goiânia têm reforçada sua atuação na
região em que se localizam, destacandose,
principalmente, o crescimento da área
desta última cidade, que passa a
influenciar também áreas anteriormente
mais relacionadas a Manaus e Belém. No
caso de Brasília, verifica-se uma
complementaridade de funções e de
áreas de atuação com Goiânia.