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GEOLOGIA CARACTERIZAÇÃO E RECURSOS MINERAIS DO TERRITÓRIO ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL - <strong>1996</strong><br />

caráter ultrabásico a ácido. Recebeu<br />

seqüências vulcanossedimentares que<br />

podem conter importantes mineralizações<br />

e por vezes foram submetidas a<br />

metamorfismo que alcançou a fácies<br />

anfibolito. Nessa era, ocorreu também a<br />

sedimentação de coberturas plataformais.<br />

Na Região Nordeste, no Município de<br />

Santa Quitéria (Ceará), encontra-se a<br />

maior jazida uranífera do País, relacionada<br />

ao Grupo Itataia, que consiste em uma<br />

seqüência metassedimentar de caráter<br />

transgressivo e que foi submetida a quatro<br />

fases de dobramento, sendo que a<br />

principal mineralização fósforo-uranífera<br />

encontra-se associada à Formação<br />

Alcantil. Na Região Amazônica, o<br />

magmatismo presente sob a forma de<br />

vulcanoplutonismo com sedimentos<br />

localizados é denominado Supergrupo<br />

Uatumã, sendo considerado como<br />

resultante da intensa atividade tectônica<br />

vertical e drift continental que atingiu o<br />

Cráton Amazônico e, juntamente com a<br />

Suíte Intrusiva Rondônia, são portadores<br />

das maiores jazidas de estanho do País,<br />

associadas a diversos maciços graníticos<br />

intrusivos, que ocorrem principalmente no<br />

Estado de Rondônia. A presença de<br />

diamantes é marcante nos sedimentos do<br />

Supergrupo Roraima, notável seqüência<br />

sedimentar com alguma contribuição<br />

piroclástica que ocorre em terras<br />

brasileiras, na Venezuela, na Guiana e no<br />

Suriname, edificando diversas serras, dentre<br />

as quais se destaca o Pico da Neblina<br />

(Amazonas), ponto culminante do Território<br />

Nacional. Na Região Sudeste, as imensas<br />

jazidas ferríferas estão abrigadas na<br />

Formação Cauê, do Grupo Itabira,<br />

pertencente ao Supergrupo Minas, sendo<br />

que o minério econômico é aquele<br />

resultante do enriquecimento em ferro por<br />

processos intempéricos, à semelhança do<br />

que ocorre na Serra dos Carajás.<br />

O alvorecer do Fanerozóico assistiu à<br />

colocação de diversos corpos graníticos,<br />

além da subsidência (abaixamento) de<br />

vastas áreas do Território Nacional, onde se<br />

instalaram possantes seqüências<br />

sedimentares, representando bacias<br />

intracratônicas como a do Amazonas,<br />

Solimões, Parnaíba e Paraná, cujos registros<br />

remontam ao período<br />

Ordoviciano-Siluriano. Transgressões e<br />

regressões marinhas foram as<br />

características marcantes destas bacias,<br />

sendo que no Permiano houve a retirada<br />

em definitivo do mar, quando então o<br />

ambiente passou a ser amplamente<br />

continental. A bacia do Paraná congrega<br />

a maior reserva de carvão mineral do País,<br />

integrando um conjunto de bacias<br />

carboníferas referidas ao supercontinente<br />

Gondwana e que se estendiam pela África<br />

do Sul, Índia, Austrália e Antártica. As<br />

camadas de carvão encontram-se<br />

embutidas em dois intervalos da Formação<br />

Rio Bonito, de idade permiana, integrante<br />

do Supergrupo Tubarão.<br />

No decorrer do Mesozóico, que é uma<br />

das subdivisões do Fanerozóico,<br />

processou-se a deriva continental, ou seja,<br />

a separação entre os continentes<br />

sul-americano e africano, responsável pela<br />

edificação de diversas bacias marginais,<br />

tais como: Foz do Amazonas,<br />

Pará-Maranhão, Sergipe-Alagoas,<br />

Recôncavo/Tucano/Jatobá, Espírito Santo,<br />

Campos, Santos, dentre outras, sendo que<br />

a de Campos destaca-se por ser<br />

atualmente a mais petrolífera do Brasil e a<br />

de Sergipe-Alagoas por abrigar depósitos<br />

de sal-gema e sais de potássio.<br />

No mundo ocidental, as maiores reservas<br />

de nióbio (elemento químico usado com<br />

superligas, supercondutores, etc.), sob a<br />

forma de pirocloro, estão presentes em<br />

terras brasileiras, e mormente relacionadas<br />

a carbonatitos associados a intrusões<br />

alcalinas posicionadas no Cretáceo<br />

Superior e representados pelos complexos<br />

alcalinos de Araxá e Tapira (Minas Gerais),<br />

Catalão I (Goiás) e Morro dos Seis Lagos<br />

(Amazonas).<br />

Os maiores depósitos brasileiros de<br />

alumínio, sob a forma de bauxita, são<br />

reportados à província bauxitífera da<br />

Amazônia Oriental, sendo que a grande<br />

maioria desses depósitos localiza-se em<br />

áreas das bacias sedimentares do<br />

Amazonas e Parnaíba. Os depósitos são do<br />

tipo blanket (bancas) e capeiam platôs<br />

dissecados que podem atingir algumas<br />

dezenas de quilômetros quadrados.<br />

O Cenozóico é representado por<br />

diferentes depósitos terciários e<br />

quaternários e por superfícies de<br />

aplanamento. Um suave soerguimento<br />

epirogenético, assim como as superfícies<br />

planas das coberturas continentais<br />

cretáceas, permitiu que a atuação de<br />

processos erosivos deposicionais e/ou<br />

intempéricos formasse as coberturas<br />

detrítico-lateríticas. Na Região Sudeste, a<br />

reativação de antigas falhas permitiu a<br />

formação de bacias intermontanas,<br />

devido ao abatimento de blocos, como as<br />

bacias de São Paulo, Taubaté, Resende e<br />

Itaboraí. No Terciário, a alternância<br />

climática erodiu parte das superfícies<br />

litorâneas originando o Grupo Barreiras,<br />

que perlonga grande parte da costa<br />

brasileira, sob a forma de tabuleiros<br />

horizontais. Os sedimentos holocênicos são<br />

tipificados pelas areias de praia, aluviões<br />

fluviais, fluviolagunares, todos<br />

inconsolidados.<br />

A tabela deste capítulo foi<br />

extraída do Anuário Estatístico Mineral -<br />

ano 1992, do Departamento Nacional de<br />

Produção Mineral - DNPM. Para a

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