Revista Criticrtes 6 Ed
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<strong>Revista</strong> Criticartes | 1º Trimestre de 2017 / Ano II - nº. 06<br />
poesia<br />
flexo na realidade. Pode ser falsa, para distração, para<br />
galanteios ilusórios. Pode ser a projeção de algo<br />
que gostaria que fosse, mas que não pode ser porque<br />
as circunstâncias da vida, às vezes, não permitem.<br />
Pode ser verdadeira? E como comprovar se é<br />
verdadeira, se a distância os separa? No encontro<br />
pessoal? Então eu teria razão? O tempo de contato<br />
nos diria sobre a honestidade? A conversa de pouco<br />
tempo, de muito tempo, faria diferença? Lá do outro<br />
lado cada um faz o que quer, nem precisa contar<br />
ao outro. Lá do outro lado, pode ser rei ou mendigo.<br />
Se a virtualidade é máscara, o que mascara?<br />
A vontade de ser aquilo que não consegue ser, de fazer<br />
algo que se sente incapaz na realidade, de dizer<br />
algo que falta coragem dizer pessoalmente, de opinar<br />
por medo da reação, de discordar porque não<br />
tem coragem de fazê-lo ao vivo, de defender o que<br />
não consegue na frente de outros, de se expor, de se<br />
arriscar na vida real? Por que é cômodo? É possível<br />
fazer o contato quando se quer, quando se pode,<br />
quando outra atividade ou pessoa mais importante<br />
não lhe requer atenção. Quando está só e precisa de<br />
alguém para companhia. Quando não tem nenhum<br />
compromisso com a pessoa do outro lado do<br />
aparelho. Não importa se ela está bem ou não. Se está<br />
feliz ou não. Também dividem situações de vida.<br />
Alguns o fazem. Alguns são sinceros. Alguns verdadeiramente<br />
se sentem atraídos pela imagem, pela<br />
conversa, pela inteligência, sensibilidade, pela atitude,<br />
pelo jeito. Demonstrados, vislumbrados, caprichados,<br />
esperados.<br />
Então, a virtualidade surgiu para esconder o<br />
que não se quer que o outro conheça? Para esconder<br />
o que não se quer que o outro saiba? Entenda?<br />
Acompanhe? Goste? Surgiu para facilitar os relacionamentos?<br />
Para propiciar um vínculo ideal quando<br />
a realidade não o é? Para iludir? Para enganar? Por<br />
pura distração? Há alguma sinceridade neste contato<br />
virtual? Tão popular e irregular, tão atraente e insistente,<br />
às vezes permanente, nem sempre coincidente,<br />
mas por todos conivente.<br />
Para aproximar? Ah! Quantos encontros realizados,<br />
quantas descobertas, quantas amizades,<br />
amores... Ah! Quantos amores nascem nesta virtualidade.<br />
Ah! Quantos desencontros acontecem nesta<br />
virtualidade! Quantos desamores se dissipam nesta<br />
virtualidade!<br />
Mas, afinal outra questão surge: vale a pena<br />
a virtualidade? E você vai responder de acordo com<br />
o que ela lhe presenteia? Ou você será analítico, racional,<br />
objetivo e prático na sua resposta? Ou você poderá<br />
responder... Como você poderá responder?<br />
Nós, só nós<br />
Pamela Lima<br />
Itupeva, SP, Brasil<br />
@: pamelaap.lima@gmail.com<br />
Nós que não desatamos,<br />
Nós que nos enlaçamos.<br />
Nós que não sufocamos,<br />
Nós que nos enroscamos.<br />
Nós que nos atraímos,<br />
Nós que nos distraímos.<br />
Nós que nos prendíamos,<br />
Nós que nos pertencíamos.<br />
Nós que nos gostamos,<br />
Nós que nos cuidamos.<br />
Nós que nos apaixonamos,<br />
Nós que talvez, um dia, amamos.<br />
27/12 - Morreu aos 60 anos Carrie Fisher, a Princesa<br />
Leia de Star Wars, após um ataque cardíaco.<br />
https://daviddemar.files.wordpress.com<br />
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