Diversidade Acessibilidade e Direitos
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10 | <strong>Diversidade</strong>, <strong>Acessibilidade</strong> e <strong>Direitos</strong><br />
transformações sejam flagrantes, ainda há permanências resistentes às mudanças<br />
relativas à maior simetria na relação entre os gêneros.<br />
Mudanças, porém, estão em curso. Este é o fio condutor assumido por<br />
Muriel Emídio P. do Amaral e Cláudio Bertolli Filho em Metáporo dos gêneros<br />
nos discursos midiáticos: notas sobre gêneros nas revistas Trip e Tpm.<br />
Nessa trilha, traçam<br />
caminhos e passagens que viabilizam outras possibilidades<br />
que não seja posicionar os gêneros em condições refratárias,<br />
mas de experienciar alternativas que fogem das<br />
garras das possibilidades pré-estabelecidas de discursos<br />
marmorizantes sobre o que pode (ou não pode) ser masculino<br />
e feminino.<br />
Optam pelas disrupturas possíveis, valendo-se do conceito de metáporos,<br />
cunhado por Ciro Marcondes Filho, a fim de analisar os discursos de<br />
gênero em duas revistas da mesma editora: Trip e Tpm.<br />
Na análise de Amaral e Bertolli Filho, essas revistas se estabelecem na<br />
porosidade da fronteira que divide rigidamente os gêneros e captura sexualidades.<br />
Terreno segmentado, é certo, mas fértil para os discursos mais prismáticos<br />
daquelas publicações.<br />
A dimensão política de temas privados, como os abordados pelas revistas<br />
analisadas no artigo de Amaral e Bertolli Filho, ganhou grande relevância<br />
na cena acadêmica e nas agendas de movimentos sociais desde os anos de<br />
1960. O bordão feminista “o pessoal é político” encontra-se potencializado<br />
no presente e, por isso mesmo, provocado contra discursos moralizantes.<br />
Projetos de lei que sustentam propostas avessas às pautas dos diretos<br />
sexuais e de gênero baseadas em proposições como “ideologia de gênero”,<br />
nascida das discussões de Jorge Scala, advogado argentino, são exemplos eloquentes<br />
do recrudescimento conservador.<br />
“Por que precisamos do debate sobre gênero nas escolas?” torna-se uma<br />
questão crucial diante do cenário exposto, no qual mudanças e permanências<br />
dividem a cena pública. É com essa interrogação que abrimos a segunda<br />
seção desta coletânea, Questões de gênero, com o artigo de Marcela<br />
Pastana (Idem).