Diversidade Acessibilidade e Direitos
3bwGZGch0
3bwGZGch0
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Apresentação |<br />
11<br />
A argumentação da autora se alicerça na “compreensão de que preconceitos<br />
e violências podem dificultar e até mesmo impedir o acesso, a permanência<br />
e o aprendizado no contexto escolar”. Respaldada por rico referencial<br />
proveniente do campo dos estudos de gênero, Pastana reúne farto material<br />
proveniente de ações estatais, sobretudo do Ministério da Educação (MEC),<br />
relativos às políticas inclusivas.<br />
Raça, gênero e orientação sexual aparecem como assuntos de Estado antes<br />
de temas próprios da biologia, ou seja, sua espessura política se evidencia<br />
quando passamos a examinar o cotidiano das instituições de ensino. A escola,<br />
local de reiterações de padrões que essencializam temas como estes, pode<br />
ser também o campo fértil para o questionamento das diferenças, para que<br />
estas saiam do marco das desigualdades.<br />
Os questionamentos relativos aos essencialismos, sobretudo aquele que<br />
engessa os gêneros em rígidas fronteiras “naturais”, foram pioneiramente<br />
acionados por Simone de Beauvoir em seu clássico O Segundo Sexo.<br />
Eli Vagner F. Rodrigues reaviva o pensamento da filósofa francesa no<br />
segundo artigo desta seção, Simone de Beauvoir, entre o existencialismo e o<br />
feminismo. A polêmica gerada pela publicação dessa potente obra é retomada<br />
pelo autor, que segue seus argumentos assinalando a afinidade intelectual entre<br />
a proposta teórica do feminismo de Beauvoir e o existencialismo satreano.<br />
Os enfrentamentos femininos em relação a uma suposta essência do<br />
ser mulher podem ser acompanhados no artigo de Maria Angélica Seabra<br />
e colaboradoras 1 , Da sociedade celta à mídia atual: as questões de gênero e a<br />
abordagem do papel da mulher em diferentes épocas.<br />
Não há neutralidade na escrita que costura narrativas históricas, mostram<br />
as autoras. Ficcionais ou não, os textos carregam marcas que transbordam<br />
nas entrelinhas. Aquelas, que marcam o gênero de quem escreve,<br />
são flagrantes e interessam especialmente às autoras do artigo, que fecha<br />
esta segunda seção da presente coletânea. Dos celtas a Walt Disney, a leitura<br />
nos conduz por consistentes análises sustentadas em teorias da Linguística<br />
que passam por Eliade e Kristeva, brindando-nos com análises ricas para se<br />
pensar o nosso imaginário no presente.<br />
1 Artigo produzido com a participação das estudantes de graduação Betânia Vieira de<br />
Sousa Menardi, Carolina Soares Molina e Thais Gimenes Oliveira.