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Diversidade Acessibilidade e Direitos

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Metáporo dos gêneros nos discursos midiáticos: notas sobre gêneros nas revistas Trip e Tpm |<br />

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nos espaços de vivências com o “outro”, estabelecendo uma relação de alteridade.<br />

Para Buber, o “outro” se torna “tu”, ou seja, alguém tão relevante e<br />

importante no processo que fortalece uma relação de alteridade baseada na<br />

interação, por isso a relação “EU-TU”, em que ambas porções são importantes<br />

na alteridade. Em outras circunstâncias, Buber considera que quando o<br />

outro não é elevado à consideração do “TU”, estabelecendo hierarquias ou<br />

posições díspares, ou até mesmo quando o indivíduo apenas extrai do outro<br />

aquilo que acredita ser de interesse próprio, a alteridade perde forças e se<br />

originam processos de estratificações, e o outro não ultrapassa a qualidade<br />

do “ISSO”, um objeto, algo apenas pragmático e utilitário do “EU”. A relação<br />

“EU-ISSO”, para Buber, é distante e objetivada, carente de empatia e compaixão.<br />

O filósofo considera assim, a palavra-princípio EU-TU como a proposta<br />

da totalidade do sujeito, livre, desimpedida.<br />

Entre o EU e o TU não se interpõe nenhum jogo de conceitos,<br />

nenhum esquema, nenhuma fantasia; e a própria memória<br />

se transforma no momento em que passa dos detalhes à totalidade.<br />

Ente EU e o TU não há fim algum, nenhuma avidez<br />

ou antecipação; e a própria aspiração se transforma no<br />

momento em que passa do sonho à realidade. Todo meio é<br />

obstáculo. Somente na medida em que todos os meios são<br />

abolidos, acontece o encontro (BUBER, 1979, p. 13).<br />

Defender as relações com o “outro” propondo uma interação mais humanizada<br />

e contemplar as discussões de gênero nesses debates é reconhecer<br />

o desejo para além daquilo que os olhos possam percebem e sentir pela experiência<br />

a necessidade de reconsiderar não apenas o indivíduo, mas também<br />

os processos que acontecem para ressignificar o sentido da existência<br />

e a importância do “outro” enquanto uma forma também de ser “eu”. Nessa<br />

ordem que se fazem desnecessários, como em muitas situações, os paradigmas<br />

de definições. Ser homem, mulher, lésbica, gay, travesti, heterossexual<br />

se tornam conceitos deficientes na grande teia de simbologias que é tecida a<br />

todo o momento pela ressignificação das identidades. “O desmoronamento<br />

dos diques conceituais e a fragmentação das conjeturas científicas desobstruíram<br />

o território tornando o caminho do conhecimento mais fascinante

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