Diversidade Acessibilidade e Direitos
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Metáporo dos gêneros nos discursos midiáticos: notas sobre gêneros nas revistas Trip e Tpm |<br />
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O fato de existir a mera transposição e veiculação de conteúdos entre as<br />
publicações não pode ser interpretado como uma relação que possa despertar<br />
a alteridade entre os/as leitores/as das revistas. Essa operação é entendida<br />
apenas de modo mecânico e energético como uma tomada de decisão qualquer.<br />
Entretanto, reconhecer que alguns conteúdos podem ser apreciados<br />
e estetizados tanto por homens como por mulheres é, de certa forma, promover<br />
a relação de alteridade, quebrando paradigmas, despertando diálogos<br />
entre pessoas de sexos diferentes, reconhecendo em cada uma das esferas<br />
competentes as interseções possíveis para interações e diálogos.<br />
A edição de número 244 da revista Trip, de julho de 2015, traz como<br />
tema central o assunto vergonha. Na gama de possibilidades de expressar<br />
esse sentimento, há matérias sobre a vergonha de devedores que têm o nome<br />
sujo na praça, o resgate da memória de momentos vergonhoso na história,<br />
como a morte de militantes em períodos ditatoriais e o regime escravocrata<br />
brasileiro, por exemplo. E em ambas as publicações foi veiculada a matéria<br />
com título daquele que seria uma vergonha para alguns homens, a dimensão<br />
pequena do pênis. Na chamada da Tpm da edição do mesmo mês, de número<br />
154, encontra-se uma chamada na capa “Pau pequeno, porque o tamanho<br />
do pinto ainda é o maior embaraço masculino”. O que poderia soar como<br />
deselegante ou constrangedor, na verdade, traz à tona justamente a intenção<br />
de diálogos entre dois universos que podem parecer distantes. Reconhecer<br />
as aflições e desejos da sexualidade do outro é despertar uma interação EU-<br />
TU de modo contemplativo, sem o caráter inquisidor dos papéis socialmente<br />
construídos. As propostas de alteridade reconhecem no outro a integridade<br />
do eu, uma simbiose que não visa apenas o reconhecimento no/do outro<br />
para um interesse pessoal, mas na interação fruídica envolvida nas experiências<br />
estéticas.<br />
Considerações finais<br />
As colocações percebidas nesse texto pelo metáporo possibilitam entender<br />
que, mesmo havendo uma condição normalizante midiática sobre a<br />
divisão pragmática entre sexo, gênero e identidade, há, mesmo que não de<br />
forma abrangente, notas que apontam a fragilidade e a fragmentação dessas