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Diversidade Acessibilidade e Direitos

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Metáporo dos gêneros nos discursos midiáticos: notas sobre gêneros nas revistas Trip e Tpm |<br />

71<br />

O fato de existir a mera transposição e veiculação de conteúdos entre as<br />

publicações não pode ser interpretado como uma relação que possa despertar<br />

a alteridade entre os/as leitores/as das revistas. Essa operação é entendida<br />

apenas de modo mecânico e energético como uma tomada de decisão qualquer.<br />

Entretanto, reconhecer que alguns conteúdos podem ser apreciados<br />

e estetizados tanto por homens como por mulheres é, de certa forma, promover<br />

a relação de alteridade, quebrando paradigmas, despertando diálogos<br />

entre pessoas de sexos diferentes, reconhecendo em cada uma das esferas<br />

competentes as interseções possíveis para interações e diálogos.<br />

A edição de número 244 da revista Trip, de julho de 2015, traz como<br />

tema central o assunto vergonha. Na gama de possibilidades de expressar<br />

esse sentimento, há matérias sobre a vergonha de devedores que têm o nome<br />

sujo na praça, o resgate da memória de momentos vergonhoso na história,<br />

como a morte de militantes em períodos ditatoriais e o regime escravocrata<br />

brasileiro, por exemplo. E em ambas as publicações foi veiculada a matéria<br />

com título daquele que seria uma vergonha para alguns homens, a dimensão<br />

pequena do pênis. Na chamada da Tpm da edição do mesmo mês, de número<br />

154, encontra-se uma chamada na capa “Pau pequeno, porque o tamanho<br />

do pinto ainda é o maior embaraço masculino”. O que poderia soar como<br />

deselegante ou constrangedor, na verdade, traz à tona justamente a intenção<br />

de diálogos entre dois universos que podem parecer distantes. Reconhecer<br />

as aflições e desejos da sexualidade do outro é despertar uma interação EU-<br />

TU de modo contemplativo, sem o caráter inquisidor dos papéis socialmente<br />

construídos. As propostas de alteridade reconhecem no outro a integridade<br />

do eu, uma simbiose que não visa apenas o reconhecimento no/do outro<br />

para um interesse pessoal, mas na interação fruídica envolvida nas experiências<br />

estéticas.<br />

Considerações finais<br />

As colocações percebidas nesse texto pelo metáporo possibilitam entender<br />

que, mesmo havendo uma condição normalizante midiática sobre a<br />

divisão pragmática entre sexo, gênero e identidade, há, mesmo que não de<br />

forma abrangente, notas que apontam a fragilidade e a fragmentação dessas

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