editorial Armando Ferrentini aferrentini@editorareferencia.com.br insatisfação geral Brasil vive um período difícil <strong>de</strong> insatisfação geral. O Com a queda <strong>de</strong> Dilma Rousseff e o enfraquecimento do PT, imaginava- -se que teríamos um retorno a melhores dias e estes até chegaram a apontar no horizonte. Mas o avançar da Lava Jato, que torcemos para que prossiga, foi <strong>de</strong>snudando, para a opinião pública brasileira, a má formação da sua elite política. O que para uma boa parte da população era atributo <strong>de</strong> figuras <strong>de</strong> proa <strong>de</strong> apenas um partido político ou, no máximo, <strong>de</strong>le e <strong>de</strong> alguns satélites, começou a se revelar ser prática disseminada pelas diversas camadas <strong>de</strong> representantes dos partidos políticos em geral. Um dos nossos leitores, Flavio Rezen<strong>de</strong>, que durante anos militou na DPZ, ainda <strong>de</strong> Duailibi, Petit e Zaragoza, escreveu-nos para falar <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>silusão que é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte hoje dos brasileiros. Rezen<strong>de</strong> abre a sua narrativa – que <strong>de</strong>nomina <strong>de</strong> A banalização da moral e o fim dos políticos – até <strong>de</strong> forma otimista, ainda que colocando o <strong>de</strong>do na ferida: Diz o leitor: “Eles, os tais políticos, ouso dizer todos, estão chegando ao fim. E o que vem por aí será melhor. Em minhas reflexões, baseadas na minha experiência <strong>de</strong> vida e nada acadêmicas, acredito que temos vivido bons tempos, gran<strong>de</strong>s transformações. Vivemos mais e melhor, somos mais universais, a família virou famílias diversas (mas sempre famílias), as empresas entregam mais inovações, mais opções <strong>de</strong> escolhas e as profissões se transformaram. Hoje o mundo continua precisando <strong>de</strong> médicos, engenheiros, professores e advogados. Mas, a <strong>de</strong>manda aumentou e novas profissões estão aí: moda, culinária e mundo digital, entre tantas outras.” “A única coisa que não se transformou e não avançou <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> foi a política e os políticos. Pelo contrário, estão regredindo. E por que não mudaram? Para mim, parece fácil a resposta, principalmente em relação ao Brasil e aos nossos ‘hermanos’ da América Latina.” “Nossa política sempre foi baseada no escambo. Primeiro, com terras e títulos. E hoje com escambo dos cargos, nomeações, ministérios e a droga da propina, que quando injetada mata a nação e junto com ela a educação, saú<strong>de</strong>, segurança, vergonha, ética e banaliza a vida.” “Como e por que essa raça vai extinguir? Por tudo aquilo que está <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada cidadão. Porque nós não aguentamos mais. Hoje, a informação não é privilégio <strong>de</strong> ministro, nem <strong>de</strong> rico, nem <strong>de</strong> pobre. Ela está no mercado e será através <strong>de</strong>la que mudaremos a necessida<strong>de</strong> imbecil que temos <strong>de</strong>ssa classe <strong>de</strong> oportunistas.” Como Rezen<strong>de</strong>, vários leitores têm se manifestado sobre as <strong>de</strong>ficiências da classe política brasileira. Nas re<strong>de</strong>s sociais, têm sido o assunto do dia das diversas páginas <strong>de</strong> opinião e comentários. Há realmente uma insatisfação geral, que contamina a todos, agravada por uma crise econômica como nunca tivemos em nosso país. Se a profissão número um dos brasileiros é a esperança, como nos diziam nossos pais e mestres, temos <strong>de</strong> acreditar que atingimos não apenas o ponto mais alto da <strong>de</strong>sfaçatez da nossa classe dirigente, como também o ponto <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong>ssa calamitosa realida<strong>de</strong>. É ainda Rezen<strong>de</strong> quem conclui: “Tenho a certeza que um dia não teremos mais prefeitos, <strong>de</strong>putados, vereadores, presi<strong>de</strong>ntes, senadores e veremos a extinção <strong>de</strong>ssa raça e o surgimento <strong>de</strong> um novo mo<strong>de</strong>lo. Neste, votaremos em programas, competências, vocações e com capacitação para resolver as <strong>de</strong>mandas sociais. Reconstruiremos nossas escolas e com ela formaremos gestores da coisa pública. Acabaremos com partidos e a diversida<strong>de</strong> do comando será baseada no conhecimento e na eficácia. Eu acredito!”, finaliza Rezen<strong>de</strong>. Na verda<strong>de</strong>, todos temos <strong>de</strong> acreditar no surgimento <strong>de</strong> algo diferente do que aí está. O mo<strong>de</strong>lo não mais resiste à verda<strong>de</strong> dos tempos. *** Palmas para a campanha do Estadão, pleiteando mais nomes femininos nos logradouros públicos <strong>de</strong> São Paulo. Lançada em 25 <strong>de</strong> janeiro pelo jornal, a campanha revela o que poucos sabiam: 84% das ruas homenageando pessoas ilustres na capital paulista referem-se a homens. Em um segundo anúncio veiculado no último dia 8, mais um dado machista: 1.170 ruas homenageando doutores em São Paulo, contra apenas 11 homenageando doutoras. A campanha propõe que a população acesse estadao.com.br/16porcento, dando nomes femininos para serem oportunamente utilizados em novos batismos <strong>de</strong> ruas, avenidas e praças paulistanas. O site já reúne centenas <strong>de</strong> nomes <strong>de</strong> mulheres que se <strong>de</strong>stacaram em suas ativida<strong>de</strong>s, a ponto <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rem batizar nomes <strong>de</strong> logradouros. Os meios <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre possuem o condão <strong>de</strong> abraçar campanhas com fins <strong>de</strong> valorização e solidarieda<strong>de</strong> aos mais diversos temas e ativida<strong>de</strong>s, como vimos acima com os nomes femininos nas ruas. Mas há uma campanha, através das plataformas do Grupo Band <strong>de</strong> comunicação, que <strong>de</strong>ve ser obrigatoriamente elogiada por todos os que militam profissionalmente na área. Ela valoriza a ativida<strong>de</strong> publicitária, lembrando em cada pedaço da sua veiculação como é importante a função da propaganda para a coletivida<strong>de</strong>. Essa importância, sabemos nós, não se limita a ven<strong>de</strong>r produtos, serviços ou i<strong>de</strong>ias, como era no passado <strong>de</strong>finida a sua finalida<strong>de</strong>. Há muito mais valor na propaganda além <strong>de</strong>ssa linha <strong>de</strong> frente. Destacamos a importância que representa na mudança <strong>de</strong> hábitos e no próprio aperfeiçoamento do ser humano e da vida em socieda<strong>de</strong>. Cada texto da campanha do Grupo Band revela uma face <strong>de</strong>sses múltiplos valores que compõem uma das mais preferidas carreiras profissionais dos jovens em todo o planeta. FraSeS “eles não sabem, nem sonham/ Que o sonho comanda a vida/ Como bola colorida/ Nas mãos <strong>de</strong> uma criança”. (Trecho <strong>de</strong> canção portuguesa <strong>de</strong> sucesso nos anos 1970 reproduzido em homenagem a Marlene Bregman, da Leo Burnett-SP) “eu quero o fim do foro privilegiado”. (Movimento que não para <strong>de</strong> crescer nas re<strong>de</strong>s sociais) “evite o círculo vicioso, o triângulo amoroso e a mente do quadrado”. (Mario Bene<strong>de</strong>tti, escritor uruguaio) jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 3