09.02.2018 Views

edição de 12 de fevereiro de 2018

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

propmark.com.br ANO 53 - Nº 2682 - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> R$ 15,00<br />

Bran<strong>de</strong>d content gera<br />

negócios no mercado<br />

cresce o interesse dos anunciantes em aumentar os investimentos em conteúdo<br />

<strong>de</strong> marca. A i<strong>de</strong>ia é <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> focar apenas em publicida<strong>de</strong>. pesquisa do content<br />

marketing institute com cerca <strong>de</strong> 400 empresas dos euA mostra potencial <strong>de</strong><br />

projetos <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content, que geram <strong>de</strong>manda no mercado. A maioria (92%)<br />

afirmou valorizar esse tipo <strong>de</strong> comunicação como um “business asset”. pág. 16<br />

cifotart/iStock<br />

tv cONceNtRA 72,1% dA<br />

veRBA <strong>de</strong> mídiA em 2017<br />

As emissoras <strong>de</strong> sinal<br />

aberto, fechado e ações<br />

<strong>de</strong> merchandising ficam<br />

com 72,1% da verba bruta<br />

<strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> 2017, que<br />

totalizou R$ 134 bilhões,<br />

segundo ranking do Kantar<br />

Ibope Media. pág. <strong>12</strong><br />

hAvAiANAs e ifOOd explORAm jOjO tOddyNhO<br />

Dona do hit Que tiro foi esse, a funkeira Jojo<br />

Toddynho é a estrela <strong>de</strong> uma ação viral criada<br />

pela AlmapBBDO para a marca Havaianas.<br />

O aplicativo iFood também utiliza a imagem da<br />

artista na campanha Que pedido foi esse?. pág. 5<br />

BRAsil é “OceANO<br />

Azul” pARA digitAl<br />

Neil Patel, um dos<br />

especialistas em<br />

marketing digital<br />

mais respeitados do<br />

mundo, fala sobre<br />

as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

crescimento da área,<br />

no Brasil. pág. 20<br />

fOlhA ABANdONA<br />

pÁgiNA dO fAceBOOK<br />

A Folha gerou polêmica<br />

após <strong>de</strong>cidir<br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> atualizar o<br />

seu conteúdo na re<strong>de</strong><br />

social. Especialistas<br />

acham que jornal<br />

po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r público<br />

jovem. pág. 28<br />

sBt <strong>de</strong>fiNe júRi dO<br />

melhOR cOmeRciAl<br />

Prêmio O Melhor<br />

Comercial do Brasil,<br />

realizado pelo SBT,<br />

será julgado por<br />

17 profissionais do<br />

mercado. Votação<br />

final será realizada<br />

em abril. pág. 37


<strong>2018</strong> é ano <strong>de</strong> copa<br />

e também o ano que você<br />

po<strong>de</strong> jogar em um estádio<br />

histórico do futebol brasileiro.<br />

Premie sua equipe jogando a sua própria copa em um estádio <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> com toda<br />

a estrutura <strong>de</strong> um jogo profissional: 8 câmeras <strong>de</strong> gravação, locutor, comentarista,<br />

repórter <strong>de</strong> campo e muito mais.<br />

O evento i<strong>de</strong>al para incentivo <strong>de</strong> vendas ou relacionamento com clientes.<br />

A Dclemente & Associados é pioneira em jogos <strong>de</strong> futebol corporativo com mais<br />

<strong>de</strong> 400 eventos realizados nos principais estádios do Brasil.<br />

11-4302-3525<br />

natalie@dclemente.com.br<br />

dclemente.com.br


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Última barragem<br />

Poucos brasileiros adultos (e muitos ainda crianças) não terão ouvido,<br />

lido e até mesmo pronunciado a frase lapidar que a muitos<br />

envergonha, conforme o contexto em que é empregada: “O Brasil é<br />

o país do Carnaval”.<br />

Neste editorial, ela representa a última barragem que temos pela<br />

frente para, uma vez superada, acelerar nosso processo <strong>de</strong> retomada.<br />

O novo país que está surgindo, na verda<strong>de</strong> o país <strong>de</strong> sempre, <strong>de</strong>itado<br />

eternamente em berço esplêndido, mas que costuma se erguer<br />

diante <strong>de</strong> graves crises e recuperar o tempo perdido.<br />

Esse quadro, que se repete <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1500, apresenta-nos mais uma<br />

nova versão neste ano que mal começou, mas já promete ser <strong>de</strong><br />

nova recuperação nacional. As dificulda<strong>de</strong>s enfrentadas nestes últimos<br />

dois, três anos, provavelmente, não encontram similar em<br />

nossa história, muito mais pela reação dos brasileiros, na gran<strong>de</strong><br />

maioria, que já não aguentam mais o país vilipendiado, aliados às<br />

instituições que <strong>de</strong>sta feita têm dado um exemplo <strong>de</strong> amor à pátria<br />

e respeito às leis, como provavelmente jamais foi visto em nossos<br />

518 anos a serem completados em abril.<br />

Claro, há exceções, há a tergiversação da Suprema Corte diante <strong>de</strong><br />

casos cujo veredito <strong>de</strong>veria ser manso e pacífico, diante da profusão<br />

<strong>de</strong> julgados anteriores semelhantes. Até mesmo a questão da prisão<br />

em Segunda Instância provoca <strong>de</strong>sconfiança no público, pois sua<br />

aplicação, que <strong>de</strong>veria até ser automática, consegue <strong>de</strong>rivar segundo<br />

a cor do cristal com que se olha, segundo <strong>de</strong>finição do personagem<br />

<strong>de</strong> ficção dos Pampas, Martin Fierro.<br />

Diante <strong>de</strong> situações como essa, o povo – que é mais sábio do que pensam<br />

os oligarcas – questiona o brocardo <strong>de</strong> que a lei é igual para todos.<br />

Volta e meia, o Brasil costuma negar o axioma, mas <strong>de</strong>vemos admitir<br />

que tem sido cada vez menos. Alguns (poucos) anos atrás,<br />

era impossível prevermos que nestes últimos tempos tivéssemos<br />

tantos figurões da República con<strong>de</strong>nados e presos, muitos <strong>de</strong>les até<br />

sob o escárnio do aparelho policial encarregado <strong>de</strong> prisões e conduções<br />

coercitivas.<br />

Por tudo isso, pelo aperfeiçoamento das instituições brasileiras,<br />

que ainda ficam a <strong>de</strong>sejar se comparadas com países do Primeiro<br />

Mundo, mas extremamente avançadas quando a comparação é<br />

histórica e com elas mesmas, temos <strong>de</strong> acreditar que o país avança<br />

para um futuro próximo melhor.<br />

A gran<strong>de</strong> ajuda <strong>de</strong>riva, como sempre ocorre em qualquer lugar do<br />

mundo, pela retomada da economia, hoje apresentando números<br />

sequer imaginados em meados do ano passado, quando estivemos<br />

próximos do caos.<br />

E a economia prosseguirá ajudando e assim tem <strong>de</strong> ser, pois em<br />

casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão. Sim, ainda<br />

falta muito pão para os brasileiros, mas o alimento da esperança<br />

possui força incalculável, quando se torna palpável se não a todos,<br />

ao menos à gran<strong>de</strong> maioria.<br />

O PROPMARK tem reproduzido em suas páginas, cada edição em<br />

maior quantida<strong>de</strong>, cases <strong>de</strong> sucesso na ativida<strong>de</strong> do marketing, <strong>de</strong><br />

certa forma quase que <strong>de</strong>saparecidos em tempos recentes e felizmente<br />

já passados.<br />

E a nossa narrativa é mais acentuada quando registra o crescimento<br />

da sua maior disciplina, ainda e por muitos anos, a publicida<strong>de</strong>.<br />

Mudam-se as formas e formatos, muda-se o aparato da mídia, mas<br />

não se muda a verda<strong>de</strong> inegável <strong>de</strong> que a propaganda prossegue<br />

sendo a alma (e o coração) dos negócios, assim no plural para ser<br />

mais abrangente e verda<strong>de</strong>ira a sábia afirmação que permeia a ativida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> tempos imemoriais.<br />

***<br />

Na presente edição, o leitor encontrará provas incontestes do que<br />

acima afirmamos, apesar da força da boa publicida<strong>de</strong> ter a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> dispensar até a colaboração dos seus <strong>de</strong>fensores. Bem típico<br />

<strong>de</strong> ferramentais que por si só se explicam.<br />

Na matéria abrangendo novida<strong>de</strong>s na criação <strong>de</strong> duas tradicionais<br />

agências criativas do nosso mercado (Ogilvy e AlmapBBDO), percebe-se<br />

o atingimento <strong>de</strong> elogiáveis trabalhos <strong>de</strong> comunicação, que<br />

não apenas convencem à primeira vista, como produzem resultados<br />

satisfatórios para os anunciantes.<br />

Sempre haverá maneiras diferentes <strong>de</strong> se comunicar com o consumidor<br />

e esse é um dos <strong>de</strong>safios das mentes brilhantes que são<br />

responsáveis pelas primeiras colocações do Brasil nos rankings<br />

mundiais da ativida<strong>de</strong> publicitária, com realce para o quesito...<br />

criativida<strong>de</strong>.<br />

Graças a esses trabalhos que produzem excelentes performances <strong>de</strong><br />

consumo, a economia também melhora. Se mais empresas se transformarem<br />

em anunciantes no mercado brasileiro e se mais anunciantes<br />

voltarem a acreditar na propaganda como uma das mais<br />

importantes ferramentas <strong>de</strong> vendas, o gran<strong>de</strong> objeto do <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />

todos os brasileiros, que é o fim da crise, será alcançado e <strong>de</strong>sfrutado<br />

mais cedo do que imaginávamos.<br />

***<br />

Este Editorial é em homenagem ao sempre homenageado Steven<br />

Spielberg, pela direção do emocionante longa The Post, que recomendamos<br />

ao público em geral, mas em especial a todos os jornalistas.<br />

jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 3


conexões<br />

“Gênio”<br />

Flavio Waiteman<br />

Post: Empresas têm <strong>de</strong>sempenho<br />

ruim na adoção <strong>de</strong> programas anticorrupção<br />

“Querer que elas mu<strong>de</strong>m o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

negócio é pedir <strong>de</strong>mais.”<br />

Thiago Henrik<br />

Post: Havaianas é a primeira marca<br />

a trabalhar com Jojo Toddynho<br />

“Ela representa naturalmente a gran<strong>de</strong><br />

maioria dos brasileiros que usam<br />

Havaianas”<br />

Pedro Ramachiotti<br />

última Hora<br />

BIBLIOTECA<br />

A ESPM está inaugurando<br />

uma biblioteca comunitária<br />

em frente ao campus da<br />

Rua Álvaro Alvim, em São<br />

Paulo, com um acervo<br />

inicial <strong>de</strong> dois mil títulos.<br />

O espaço, como informa<br />

Dalton Pastore, presi<strong>de</strong>nte<br />

da instituição, é aberto,<br />

sem portas e pare<strong>de</strong>s.<br />

O projeto, batizado como<br />

Livro Livre ESPM, permite<br />

acesso 24 horas por dia.<br />

PESQUISA<br />

Os tweets sobre programas<br />

da TV geraram mais <strong>de</strong><br />

24 bilhões <strong>de</strong> impressões<br />

no Twitter durante<br />

2017. A televisão aberta<br />

respon<strong>de</strong> por 18,7 bi <strong>de</strong>sse<br />

universo e a paga por 5,7<br />

bi. Na TV aberta, o formato<br />

realitie show se <strong>de</strong>stacou<br />

entre os conteúdos com<br />

maior engajamento,<br />

principalmente Big Brother<br />

e Masterchef.<br />

Facebook<br />

Post: Amstel espalha chopeiras <strong>de</strong><br />

água durante o Carnaval<br />

“Mariana Barboza Mesquita, não duvido<br />

nada que seu nome esteja na ficha<br />

técnica <strong>de</strong>sse job.”<br />

Eduardo Chaves<br />

“Boa! Vai para o meu report aqui.”<br />

Glaucia Guerra<br />

Post: JoJo Toddynho canta ‘Que<br />

pedido foi esse?’ para iFood<br />

“Quando a gente acha que a coisa não<br />

podia piorar... afff!”<br />

Juliana Menegussi<br />

“Havaianas e IFood: pelo visto, não sou<br />

target.”<br />

André Barreto<br />

“iFood, como sempre, <strong>de</strong> parabéns!”<br />

Bruno Nastari<br />

“Realmente as marcas fazem <strong>de</strong> tudo<br />

para chamar a atenção. Será que dá o<br />

retorno esperado?”<br />

Ivana A Vendramim Oliveira<br />

“Sauda<strong>de</strong>s daquela chamada <strong>de</strong><br />

cinco segundos do Fábio Porchat...<br />

Aquele foi o melhor ví<strong>de</strong>o do iFood.<br />

A campanha toda <strong>de</strong>le era <strong>de</strong>mais...”<br />

Glauco Lichoveski<br />

Post: Quem aí acha que o ‘Programa<br />

Silvio Santos’ é o mais bacana<br />

dos domingos?<br />

“Um ícone <strong>de</strong> nossa televisão. Só elogios<br />

a este homem.”<br />

Wagner Feriatto<br />

“Chamou Michel Temer para a festa?”<br />

Thiago Herminio Bordotti Zanetin<br />

Post: WMcCann contrata novo diretor<br />

<strong>de</strong> criação<br />

“Quebra Tudo!”<br />

Luis Renato Lui<br />

Post: DM9DDB quer voltar a fazer<br />

história para os clientes com nova<br />

gestão<br />

“Prepara o caminhão dos bombeiros<br />

<strong>de</strong> Guaxupé! Parabéns, Paulão.”<br />

Gabriel Mesquita<br />

“Parabéns, meu irmão! Sei o quanto<br />

você trabalhou pra isso. Sei o quanto<br />

você teve foco e <strong>de</strong>terminação para<br />

merecer cada conquista. A DM9 tem<br />

muita sorte em ter você na presidência,<br />

e o mercado brasileiro <strong>de</strong>ve se orgulhar<br />

em ter um profissional do seu<br />

gabarito elevando o nível da nossa<br />

propaganda.”<br />

Rogério Faria<br />

Disqus (comentários no site <strong>de</strong> 3 a<br />

9 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>)<br />

Post: Mercado presta homenagem<br />

a Julio Ribeiro<br />

“Per<strong>de</strong>mos Logullo, na segunda, e Julio,<br />

na quinta. Que semana!”<br />

Ruy Nogueira<br />

Post: Jovem Nerd apresenta Nerdbunker,<br />

seu escritório em SP<br />

“Finalmente alguém que sabe sair da<br />

‘babação <strong>de</strong> ovo’ padrão e analisar <strong>de</strong><br />

verda<strong>de</strong>. Exatamente isso, a conversa<br />

entre eles e as brinca<strong>de</strong>iras sempre<br />

foram o diferencial, <strong>de</strong> resto, eles são<br />

bem rasteiros.”<br />

Buba Mexicano<br />

Instagram<br />

Post: Edição impressa do PROP-<br />

MARK <strong>de</strong>ssa semana já está em<br />

ritmo <strong>de</strong> Carnaval. Não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong><br />

conferir a sua.<br />

“O céu é o limite!”<br />

cmvfilms<br />

Twiter<br />

Tweet: Havaianas é a primeira<br />

marca a trabalhar com Jojo Toddynho<br />

“#QueTiroFoiEsse já tem espaço na<br />

publicida<strong>de</strong> por #Havaianas”<br />

@LidiaCWagner<br />

LUXO<br />

A Tiffany & Co anunciou<br />

o executivo Luciano<br />

Ro<strong>de</strong>mbusch como VP<br />

da marca para os Estados<br />

Unidos, Canadá e América<br />

Latina. É a primeira vez que<br />

um brasileiro assume um<br />

cargo <strong>de</strong>ssa magnitu<strong>de</strong> na<br />

tradicional empresa que<br />

atua no mercado <strong>de</strong> luxo.<br />

dorinHo<br />

PÁSCOA<br />

A Chocolates Brasil Cacau,<br />

do Grupo CRM, o mesmo<br />

da Kopenhagen, anunciou<br />

Ivete Sangalo como sua<br />

garota-propaganda. A<br />

estreia da cantora será na<br />

Páscoa, com a campanha<br />

que tem como tema Quero<br />

para mim, quero para você,<br />

criada pela Artplan.<br />

4 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


AgênciAs<br />

Que tiro foi esse vira meme em ação<br />

criada pela Almap para Havaianas<br />

Hit da musa Jojo Toddynho é usado em campanha para animar o<br />

Carnaval em São Paulo, com viral nas re<strong>de</strong>s sociais e ativação no Metrô<br />

Paulo Macedo<br />

cultura popular brasileira<br />

A inspira a publicida<strong>de</strong>. E a<br />

AlmapBBDO não per<strong>de</strong>u tempo<br />

com o mais novo fenômeno<br />

musical do país, a funkeira Jojo<br />

Toddynho, que se transformou<br />

em celebrida<strong>de</strong> após participação<br />

no clipe Vai malandra da<br />

cantora Anitta, e a escalou em<br />

uma campanha para Havaianas.<br />

A mãozinha <strong>de</strong> Anitta foi só<br />

o tiro <strong>de</strong> largada. Jojo ganhou<br />

vida própria ao emplacar o hit<br />

Que tiro foi esse, que já se tornou<br />

bordão do verão e, se é para<br />

tombar, várias personalida<strong>de</strong>s,<br />

como Luciano Huck, Bruno<br />

Gagliasso e Anitta, passaram a<br />

imitar a queda como se tivessem<br />

sido alvejadas por algum<br />

projétil bélico. Mas Jojo é da<br />

paz e do amor. Seu funk está na<br />

cadência do samba. E do frevo<br />

também. E ganhou uma releitura<br />

da agência em um formato<br />

<strong>de</strong>finido como meme para a<br />

festa <strong>de</strong> Momo.<br />

A famosa sandália <strong>de</strong> borracha<br />

foi a primeira marca a trabalhar<br />

com a cantora. Na companhia<br />

das influencers digitais<br />

Fernanda Paes Leme e Nana<br />

Ru<strong>de</strong>, Jojo é estrela <strong>de</strong> um ví<strong>de</strong>o<br />

gravado no último dia 2, com<br />

produção da Bando Studio e direção<br />

<strong>de</strong> Lucas Rangel. Foram<br />

cerca <strong>de</strong> 10 milhões <strong>de</strong> visualizações<br />

em três dias <strong>de</strong> exibição<br />

no YouTube. Antes da gravação,<br />

que usou como locação estações<br />

e trens da Linha Amarela<br />

do Metrô <strong>de</strong> São Paulo, Jojo<br />

participou <strong>de</strong> um esquenta na<br />

loja-conceito <strong>de</strong> Havaianas na<br />

sofisticada Rua Oscar Freire. A<br />

festa continuou após a gravação<br />

do filme com o bloco da marca e<br />

a banda Bangalafumenga.<br />

Agora protagonista, com<br />

mais <strong>de</strong> quatro milhões <strong>de</strong> foliões<br />

nas ruas, o Carnaval <strong>de</strong> São<br />

Paulo chama a atenção <strong>de</strong> marcas,<br />

produtos e serviços. Além<br />

da ativação nas re<strong>de</strong>s sociais<br />

com Jojo Toddynho, Havaianas<br />

envelopou um vagão inteiro do<br />

A funkeira Jojo Toddynho se diverte na ação das sandálias Havaianas, sucesso do Carnaval da marca nas re<strong>de</strong>s sociais<br />

Metrô paulistano com elementos<br />

visuais da campanha global<br />

<strong>de</strong> <strong>2018</strong> da marca, Viva o verão.<br />

O anunciante está com equipes<br />

distribuindo brin<strong>de</strong>s como óculos,<br />

tiaras, tatuagens temporárias<br />

e pinturas para o rosto nas<br />

estações Paulista, Faria Lima e<br />

Fradique Coutinho, que também<br />

terão o suporte <strong>de</strong> duas<br />

bandas Havaianas para embalar<br />

os carnavalescos. O projeto,<br />

que tem coor<strong>de</strong>nação da Tudo,<br />

se esten<strong>de</strong> até o próximo dia 18.<br />

Carioca do bairro <strong>de</strong> Bangu,<br />

na zona oeste do Rio, Jojo<br />

A AlmApBBDO nãO<br />

perDeu tempO<br />

cOm O mAis nOvO<br />

fenômenO musicAl<br />

DO pAís, A funkeirA<br />

JOJO tODDynhO, que<br />

se trAnsfOrmOu<br />

em celeBriDADe<br />

Após pArticipAçãO<br />

nO clipe Vai<br />

malandra<br />

Divulgação<br />

já tinha alguma repercussão<br />

como vlogger. Porém, a partir<br />

<strong>de</strong> agosto do ano passado, o interesse<br />

vertical dos internautas<br />

cresceu e passou a ter mais <strong>de</strong><br />

150 mil seguidores. Que tiro foi<br />

esse tem prós e contras. Para<br />

uns, representa a banalização<br />

da violência, mas para outros<br />

é apenas uma alegoria. Aos<br />

20 anos, Jojo chama mesmo<br />

a atenção para temas como o<br />

preconceito e a intolerância. E<br />

<strong>de</strong> marcas como Havaianas. E<br />

iFood, que a contratou para a<br />

ação Que pedido foi esse?.<br />

jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 5


agências<br />

Ogilvy aproveita saída <strong>de</strong> diversos<br />

profissionais e renova a criação<br />

O VP nacional do <strong>de</strong>partamento, Claudio Lima, apresenta as novida<strong>de</strong>s e<br />

afirma que o aumento <strong>de</strong> turnover é um <strong>de</strong>safio e também oportunida<strong>de</strong><br />

Claudia Penteado<br />

Depois <strong>de</strong> lidar com a saída<br />

<strong>de</strong> diversos profissionais ao<br />

longo dos últimos meses, a área<br />

<strong>de</strong> criação da Ogilvy conta com<br />

a chegada <strong>de</strong> pelo menos 15 novos<br />

nomes, entre contratações<br />

e adições do escritório do Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro, que foi reduzido recentemente.<br />

Claudio Lima, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

nacional <strong>de</strong> criação da<br />

agência, fez quatro promoções<br />

e acrescentou mais seis profissionais<br />

para sua equipe. O diretor<br />

<strong>de</strong> arte Teco Cipriano e Fre<strong>de</strong>rico<br />

Gasparian, que está na<br />

Ogilvy há seis anos, foram promovidos<br />

a diretores <strong>de</strong> criação<br />

associados. Já os assistentes<br />

Stefano Chianbrando e Jessica<br />

Mantovani se tornaram diretores<br />

<strong>de</strong> arte júnior.<br />

Entre as contratações estão<br />

ainda o diretor <strong>de</strong> arte Leonardo<br />

Zardo (ex-FCB), o redator Rafael<br />

Campeão (ex-Havas, W3Haus<br />

e Mestiça), o diretor <strong>de</strong> arte El<strong>de</strong>r<br />

Cal<strong>de</strong>ira (ex-AlmapBBDO e<br />

DM9DDB), o redator Fernando<br />

Junqueira (ex-Alma <strong>de</strong> Miami e<br />

Moma) e as assistentes <strong>de</strong> arte<br />

Gabriela Barreto (ex-Havas) e<br />

Amanda Peccini (ex-Casa <strong>de</strong><br />

Criação e Ogilvy Rio).<br />

“Perdi algumas pessoas da<br />

minha equipe para outras agências<br />

no Brasil e no exterior, e<br />

com a chegada da BMW, entre<br />

outros clientes, abrimos algumas<br />

vagas”, diz Lima, que voltou<br />

para a Ogilvy há dois anos,<br />

sendo esta a sua terceira passagem<br />

pela agência.<br />

Ele trabalhou em diversos<br />

países e hoje comanda a criação<br />

da agência ao lado <strong>de</strong> Félix<br />

Del Valle, que veio da Espanha.<br />

Lima chama a atenção para o<br />

perfil dos profissionais contratados:<br />

a maioria com forte experiência<br />

em digital. “Estamos<br />

buscando pessoas com o perfil<br />

chamado ‘nativo digital’”.<br />

Em criação, mudanças são<br />

sempre <strong>de</strong>safiadoras, pois uma<br />

equipe azeitada, que conhece<br />

Claudio Lima: “Perdi algumas pessoas da minha equipe para outras agências no Brasil e no exterior”<br />

bem os clientes e trabalha bem,<br />

é sempre uma vantagem. Por<br />

outro lado, o turnover sempre<br />

fez parte do jogo criativo e se<br />

torna uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renovação.<br />

Lima conta que a perda<br />

<strong>de</strong> criativos numa agência<br />

premiada faz parte da rotina,<br />

especialmente alguns meses<br />

<strong>de</strong>pois do Cannes Lions, quando<br />

começam as propostas para<br />

diversos cantos do mundo, <strong>de</strong><br />

Los Angeles a Cingapura.<br />

“Sempre procuramos profissionais<br />

com esse perfil, que<br />

busca fazer um excelente trabalho,<br />

ganhar prêmios, que tenham<br />

ambição. Perdê-los, lá na<br />

frente, faz parte do jogo. Prefiro<br />

ter por dois anos um profissional<br />

cheio <strong>de</strong> entusiasmo, do<br />

que por muitos e muitos anos<br />

pessoas sem ambição”.<br />

No entanto, há algumas<br />

mudanças no cenário e as novida<strong>de</strong>s<br />

na criação da Ogilvy<br />

também simbolizam, <strong>de</strong> certa<br />

forma, movimentos novos que<br />

vêm ocorrendo no mercado.<br />

“Estamos buscando<br />

pEssoas com o<br />

pErfil chamado<br />

‘nativo digital’”<br />

Divulgação<br />

Recentemente, Lima “per<strong>de</strong>u”<br />

um assistente <strong>de</strong> arte para<br />

uma agência em Dubai, o que<br />

era pouco comum no passado,<br />

quando apenas os profissionais<br />

sênior recebiam propostas internacionais<br />

interessantes.<br />

“Pessoas mais jovens estão<br />

sendo contratadas fora. Os brasileiros<br />

estão se tornando diretores<br />

<strong>de</strong> criação e comandando<br />

cada vez mais equipes fora, e<br />

querem contratar pessoas para<br />

trabalhar com eles, porque eles<br />

conhecem a entrega dos profissionais<br />

brasileiros. E o fato é<br />

que ninguém gosta <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

como o brasileiro. Quando<br />

se chega numa agência no exterior,<br />

fazemos mesmo diferente.<br />

É um pouco como no futebol,<br />

os caras começam a buscar pessoas<br />

cada vez mais jovens”, comenta<br />

Lima.<br />

A tecnologia também reduziu<br />

distâncias e, se trabalhar<br />

em Dubai até alguns anos atrás<br />

parecia algo remoto, hoje é bem<br />

mais simples.<br />

6 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


F Ó RUM<br />

#EUTENHODIREITO<br />

Alessandra<br />

Restaino<br />

le postiche<br />

An Verhulst<br />

Santos<br />

l’oréal brasil<br />

Carla<br />

Assumpção<br />

swarovski<br />

Claudia<br />

Sen<strong>de</strong>r<br />

latam<br />

Cristina<br />

Palmaka<br />

sap<br />

Daniela<br />

Cruz<br />

vult<br />

Fiamma<br />

Zarife<br />

twitter<br />

Flávia<br />

Bittencourt<br />

sephora<br />

Gal<br />

Barradas<br />

Heloísa<br />

Simão<br />

zodiac<br />

Lizandra<br />

Freitas<br />

clearchannel<br />

Lucy<br />

Ono<strong>de</strong>ra<br />

ono<strong>de</strong>ra<br />

Luiza Helena<br />

Trajano<br />

magazine luiza<br />

Manuella<br />

Curti<br />

grupo europa<br />

Paula<br />

Bellizia<br />

microsoft<br />

Paula<br />

Paschoal<br />

paypal<br />

Rachel<br />

Maia<br />

pandora<br />

Sheila<br />

Makeda<br />

makeda<br />

cosméticos<br />

Sylvia<br />

Coutinho<br />

ubs<br />

Tania<br />

Cosentino<br />

schnei<strong>de</strong>r<br />

electric<br />

Denise<br />

Damiani<br />

consultora<br />

financeira<br />

Djamila<br />

Ribeiro<br />

filósofa<br />

Fátima<br />

Pelaes<br />

snpm<br />

(11) 3037-2302 (11) 3037-5366


agências<br />

Execution completa um ano com<br />

foco em big data e inovação digital<br />

Otimista com <strong>2018</strong>, Geraldo Rocha Azevedo celebra crescimento e<br />

saú<strong>de</strong> da empresa, que tem nove clientes e cerca <strong>de</strong> 40 colaboradores<br />

JÉSSICA OLIVEIRA<br />

De zero a cerca <strong>de</strong> 40 pessoas<br />

em um ano. O crescimento<br />

da Execution nesse período dá<br />

um pouco da dimensão do que<br />

foram os primeiros meses <strong>de</strong><br />

vida da agência, que busca entregar<br />

experiências tangíveis<br />

para marcas através <strong>de</strong> projetos<br />

<strong>de</strong> ativação, engajamento, conteúdo,<br />

propaganda, social media,<br />

<strong>de</strong>sign e inovação digital<br />

– item que ao lado <strong>de</strong> big data é<br />

priorida<strong>de</strong> da casa.<br />

Comemorando aniversário<br />

no mercado publicitário brasileiro,<br />

a agência é um projeto<br />

antigo do empresário Geraldo<br />

Rocha Azevedo, que <strong>de</strong>ixou a<br />

Time For Fun (T4F) para colocar<br />

o sonho <strong>de</strong> pé. “A Execution<br />

foi pensada para os próximos<br />

30 anos. É uma agência <strong>de</strong> comunicação<br />

integrada: fazemos<br />

propaganda on, off e ativação.<br />

E temos obsessão por big data e<br />

inovação digital. Tanto que lançamos<br />

um aplicativo, em que<br />

os clientes po<strong>de</strong>m acompanhar<br />

em tempo real métricas e KPIs,<br />

por exemplo”, conta.<br />

Hoje são nove clientes, entre<br />

eles T4F, Grupo Mantiqueira,<br />

Bra<strong>de</strong>sco Seguros, 99Taxis e<br />

Movida. Só para a TF4 a agência<br />

administra um volume <strong>de</strong> 14<br />

mil peças por ano, 60% digital.<br />

Para tornar isso possível, tem<br />

na nuvem uma pasta em que<br />

o cliente também po<strong>de</strong> acessar<br />

tudo o tempo todo. “O atendimento<br />

é feito praticamente online.<br />

Quando falo <strong>de</strong> inovação<br />

é isso: entregar com qualida<strong>de</strong><br />

sem agregar custos. Isso permite<br />

que tenha gente focada on<strong>de</strong><br />

agregamos valor”.<br />

A agência está em algumas<br />

concorrências e a carteira po<strong>de</strong><br />

aumentar em breve. Já a equipe<br />

continua em crescimento. Este<br />

mês a Execution anunciou Guga<br />

Carvalho como Head of Data &<br />

Digital Innovation. Ele também<br />

será responsável por gerenciar<br />

e monetizar novas parcerias.<br />

“E investimos muito na nossa<br />

Geraldo Rocha Azevedo: uma agência nada mais é do que a junção <strong>de</strong> pessoas num <strong>de</strong>terminado momento no tempo<br />

parte <strong>de</strong> mídia, performance<br />

online e offline, criação e atendimento.<br />

Tomei cuidado com<br />

a equipe. Tive a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> partir do zero. Foi um ano<br />

bastante ativo.” Segundo ele, o<br />

bom ritmo é reflexo <strong>de</strong> pontos<br />

como o compromisso com data,<br />

métrica e inovação digital, tornando<br />

possível implementar o<br />

que é apresentado. Outra coisa<br />

é ter “a sofisticação” que uma<br />

agência pequena não tem, mas<br />

sem as “estruturas pesadas”<br />

das muito gran<strong>de</strong>s.<br />

No mercado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início<br />

dos anos 1980, quando abriu<br />

sua empresa <strong>de</strong> eventos, Azevedo<br />

já trabalhou na Ogilvy &<br />

Mather; foi sócio e copresi<strong>de</strong>nte<br />

da Neogama/BBH (vendida<br />

em 20<strong>12</strong> para o Grupo Publicis);<br />

fundador da Insula, premiada<br />

duas vezes como agência digital<br />

do ano; e diretor estatutário<br />

da T4F, na qual realizou<br />

turnês e festivais como Rolling<br />

Stones, Coldplay, Pearl Jam e<br />

“A ExEcution foi<br />

pEnsAdA pArA os<br />

próximos 30 Anos.<br />

É umA AgênciA<br />

dE comunicAção<br />

intEgrAdA:<br />

fAzEmos<br />

propAgAndA on,<br />

off E AtivAção”<br />

Divulgação<br />

Lollapalloza. Ele também já<br />

presidiu um júri em Cannes e<br />

foi fundador e primeiro presi<strong>de</strong>nte<br />

da Ampro (Associação <strong>de</strong><br />

Marketing Promocional). Agora<br />

dono da Execution, busca participar<br />

ao máximo do dia a dia<br />

da empresa e dos clientes. “Cuido<br />

muito do produto final junto<br />

com a criação e com o planejamento,<br />

e também da inovação<br />

digital. E faço questão <strong>de</strong> estar<br />

próximo dos clientes. Não tem<br />

nada que eu não esteja vendo.”<br />

Animado com a Execution<br />

caminhando saudável financeiramente<br />

e em crescimento,<br />

ele está otimista para <strong>2018</strong>. As<br />

iniciativas para o ano incluem<br />

um projeto proprietário na área<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, cujo <strong>de</strong>talhes serão<br />

conhecidos em alguns meses.<br />

“Estamos <strong>de</strong>ntro do business<br />

plan. Uma agência é a junção <strong>de</strong><br />

pessoas num <strong>de</strong>terminado momento<br />

no tempo. Temos boas<br />

pessoas e um bom tempo. É um<br />

momento gostoso para nós.”<br />

8 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


eyond the Line<br />

Cannes Lions<br />

Nikada/iStock<br />

mostra seu new look<br />

Teremos <strong>de</strong> continuar a gastar sola <strong>de</strong> sapato<br />

pelos corredores do Palais e adjacências<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

Depois <strong>de</strong> fazer mexidas significativas,<br />

principalmente na duração do festival –<br />

que passa agora a ser realizado somente em<br />

cinco dias úteis (18 a 22 <strong>de</strong> junho) –, a organização<br />

do Cannes Lions começa a mostrar uma<br />

nova cara (new look, como eles dizem no site<br />

do festival) para este ano.<br />

esse primeiro grupo <strong>de</strong> atrações com muita<br />

atenção. Notei um equilíbrio <strong>de</strong> gênero entre<br />

os participantes. Nesse primeiro grupo, os<br />

homens ainda são maioria, mas por uma diferença<br />

muito pequena.<br />

Por outro lado, nota-se uma participação<br />

bem maior <strong>de</strong> “clientes” e <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> fora<br />

do universo das agências <strong>de</strong> propaganda.<br />

Não se percebe uma transformação radical,<br />

até porque, apesar das reações adversas<br />

<strong>de</strong> alguns lí<strong>de</strong>res do setor, o festival continua<br />

a ser o mais importante da indústria criativa<br />

no mundo.<br />

Além do período mais curto, o Cannes<br />

Lions <strong>de</strong>ste ano se apresenta sob nove tracks<br />

<strong>de</strong> interesse: Communication, Craft, Entertainment,<br />

Experience, Good, Health, Impact,<br />

Reach e Innovation.<br />

A sensação <strong>de</strong> FOMO (Fear of Missing Out<br />

– Medo <strong>de</strong> Per<strong>de</strong>r Algo) <strong>de</strong>ve permanecer. Afinal,<br />

teremos menos tempo para acompanhar<br />

praticamente o mesmo conteúdo. Por mais<br />

que estabeleçamos um foco principal, não dá<br />

para <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> vivenciar movimentos em áreas<br />

inspiradoras para as transformações constantes<br />

que atropelam nosso setor.<br />

Não dá, por exemplo, para ignorar os tracks<br />

<strong>de</strong> Entertainment e Innovation, mesmo que<br />

a sua praia não seja especificamente ligada a<br />

esses setores. Não dá também para <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />

dar uma passeada pelo track Good.<br />

Sabemos que o mundo caminha para uma<br />

maior consciência social, <strong>de</strong> praticar o bem,<br />

sem, porém, per<strong>de</strong>r lucrativida<strong>de</strong>. Quem se<br />

<strong>de</strong>scolar <strong>de</strong>ssa tendência po<strong>de</strong> ficar <strong>de</strong>fasado.<br />

Enfim, tirando setores bem específicos, como<br />

o <strong>de</strong> Health, teremos <strong>de</strong> continuar a gastar<br />

sola <strong>de</strong> sapato pelos corredores do Palais e<br />

adjacências para acompanhar minimamente<br />

o festival e suas premiações.<br />

Essa é a característica <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> festival:<br />

muito conteúdo, i<strong>de</strong>ias criativas por<br />

todos os lados, networking, benchmark e<br />

abertura <strong>de</strong> poros para o efeito osmótico que<br />

o megaevento proporciona.<br />

Na semana passada, os organizadores<br />

apresentaram os primeiros 50 palestrantes/<br />

<strong>de</strong>batedores. Tive a paciência <strong>de</strong> analisar<br />

Representantes <strong>de</strong> P&G, Heineken, Unilever,<br />

Apple, HP, J&J, Uber e Mon<strong>de</strong>lez, entre<br />

muitas outras gran<strong>de</strong>s empresas, são mais<br />

numerosos do que aqueles representantes <strong>de</strong><br />

agências. Será que o festival está se voltando<br />

mais para o “cliente”?<br />

Sabemos que a presença <strong>de</strong> anunciantes<br />

vem crescendo sistematicamente nos últimos<br />

anos. De qualquer maneira, as agências<br />

ainda são maioria, até por conta da premiação,<br />

que atrai inscrições oriundas (na sua<br />

maioria) <strong>de</strong>las.<br />

De qualquer maneira, ouvir os anseios e as<br />

preocupações <strong>de</strong> quem paga a conta é sempre<br />

importante também para as agências. Além<br />

do bom network, que po<strong>de</strong> gerar contatos<br />

produtivos para prospecção.<br />

Acompanhando a diversida<strong>de</strong> que marca<br />

nossos dias, o festival continua levando<br />

também gente do meio artístico e <strong>de</strong> entretenimento<br />

para dar um colorido diferente às<br />

palestras e aos <strong>de</strong>bates.<br />

Estarão lá o divertido Conan O’Brien (ex<br />

Late Night e Tonight Show), Lilly Singh e Samira<br />

Wiley, além <strong>de</strong> outros, que <strong>de</strong>verão ser<br />

anunciados mais à frente.<br />

O que se nota agora é que, <strong>de</strong>pois da sacolejada<br />

que levou no ano passado, o festival<br />

se preocupa em se apresentar <strong>de</strong> uma forma<br />

mais renovada, mas sem per<strong>de</strong>r a essência<br />

que o consagrou ao longo <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 6 décadas<br />

<strong>de</strong> sucesso crescente.<br />

E continua sendo um must para quem<br />

se preocupa em estar a par do que rola no<br />

mundo da criativida<strong>de</strong> e se reciclar continuamente.<br />

Aquela máxima, apresentada em campanha<br />

do Estadão (representante do festival<br />

no Brasil) permanece: Ninguém volta<br />

igual <strong>de</strong> Cannes.<br />

Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />

da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Agências<br />

<strong>de</strong> Propaganda)<br />

alexis@fenapro.org.br<br />

jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 9


HomEnagEns<br />

O Esfe teve como tema principal Pensar<br />

Global, Agir Local, uma forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar<br />

que o Brasil tem condições <strong>de</strong> organizar<br />

eventos internacionais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte,<br />

mas com a capacida<strong>de</strong> única <strong>de</strong> quem<br />

sabe fazer negócios sob o cenário <strong>de</strong> crise.<br />

O slogan <strong>de</strong>u nome a um dos dois <strong>de</strong>bates<br />

do evento. O outro foi M.I.C.E - Na Mosca,<br />

em que executivos do setor discorreram somErcado<br />

Eventos e feiras corporativas<br />

miram na personalização<br />

Encontro do setor mostra tendências para o futuro e homenageia<br />

profissionais que se <strong>de</strong>stacaram no ano passado, como Celio Ashcar Jr.<br />

Felipe Turlão<br />

especial para o propMArK<br />

Os principais executivos do segmento <strong>de</strong><br />

feiras e eventos corporativos se reuniram<br />

em São Paulo na semana passada para<br />

o Encontro do Setor <strong>de</strong> Feiras e Eventos (Esfe),<br />

que chegou à sua 13ª edição. Os <strong>de</strong>bates<br />

se <strong>de</strong>ram em torno <strong>de</strong> uma projeção positiva<br />

<strong>de</strong> crescimento, após anos em que, para<br />

se adaptar à crise, os eventos precisaram<br />

reduzir custos. “Este é um ano <strong>de</strong> retomada<br />

da economia e já sentimos nos primeiros<br />

meses as empresas investindo mais na<br />

participação <strong>de</strong> feiras e realizando os seus<br />

eventos. Projetamos que o mercado <strong>de</strong> São<br />

Paulo, que é o gran<strong>de</strong> hub <strong>de</strong> feiras da América<br />

Latina, tenha crescimento <strong>de</strong> 5%, atingindo<br />

R$ 18 bilhões ao fim <strong>de</strong> <strong>2018</strong>”, afirma<br />

Otavio Neto, CEO do Grupo Radar&TV, i<strong>de</strong>alizador<br />

do Esfe.<br />

O executivo atesta que, entre 2015 e 2016,<br />

muitos eventos reduziram a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

dias, ou o número <strong>de</strong> participantes, que<br />

caiu cerca <strong>de</strong> 30% segundo sua estimativa.<br />

“O mercado não parou, apenas se acomodou<br />

sob novas bases para po<strong>de</strong>r se impulsionar<br />

agora”, analisa. O período <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s<br />

econômicas e políticas no país, em<br />

que gran<strong>de</strong>s eventos internacionais também<br />

atraíram parte importante da verba <strong>de</strong><br />

marketing das empresas, <strong>de</strong>ixou lições que<br />

passam a ser aplicadas nessa nova era <strong>de</strong><br />

crescimento do setor.<br />

“A gran<strong>de</strong> tendência do mercado <strong>de</strong> feiras<br />

e eventos é o uso da tecnologia para<br />

ampliar a mensagem dos eventos, além da<br />

participação <strong>de</strong> influenciadores digitais. A<br />

experiência física vai ganhar mais o reforço<br />

da experiência no mundo online”, aposta<br />

Celio Ashcar Junior, presi<strong>de</strong>nte da Ampro<br />

(Associação Brasileira <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />

e sócio da AktuellMix. “Também<br />

teremos um mercado mais profissional em<br />

termos <strong>de</strong> gestão e planejamento”, avalia.<br />

Presi<strong>de</strong>nte-executivo da São Paulo Convention<br />

& Visitors Bureau, Toni Sandro<br />

também acredita na força das plataformas<br />

digitais para melhorar a experiência dos<br />

eventos. “O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio da cida<strong>de</strong>, agora,<br />

é transformar viajantes em visitantes<br />

nas quatro áreas <strong>de</strong> eventos: Berrini, Paulista,<br />

Zona Norte e Ibirapuera. O digital ajuda<br />

os eventos a promoverem o melhor <strong>de</strong> cada<br />

região para seus visitantes”, diz.<br />

A tecnologia não se reflete apenas em<br />

formas <strong>de</strong> gerar engajamento digital com o<br />

público que não está no evento, mas tam-<br />

Otavio Neto entrega troféu a Celio Ashcar Junior, que acredita que a tendência do setor é o uso da tecnologia<br />

bém em novida<strong>de</strong>s que aumentam a interação<br />

na própria feira. “Há muitas startups<br />

criando soluções <strong>de</strong> aplicativos a holografia,<br />

para aten<strong>de</strong>r a um público novo que não<br />

gosta mais do formato clássico <strong>de</strong> palestra<br />

e plateia. Eles <strong>de</strong>sejam interação e compartilhamento<br />

<strong>de</strong> experiências, com espaços<br />

mais dinâmicos”, explica Igor Tobias, diretor<br />

<strong>de</strong> eventos corporativos da MCI Brasil,<br />

uma das empresas lí<strong>de</strong>res do setor e produtora<br />

da Campus Party. “O participante não<br />

quer mais apenas receber informações, mas<br />

ser protagonista e escolher o que <strong>de</strong>seja ouvir,<br />

<strong>de</strong> forma personalizada”, reforça. O po<strong>de</strong>r,<br />

portanto, saiu da mão do organizador e<br />

agora está com as pessoas.<br />

Fotos: Alê Oliveira<br />

“EstE é um ano dE<br />

rEtomada da Economia<br />

E já sEntimos nos<br />

primEiros mEsEs as<br />

EmprEsas invEstindo<br />

mais na participação<br />

dE fEiras E na<br />

rEalização dE<br />

EvEntos”<br />

10 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


e os <strong>de</strong>safios para os próximos anos, sem<br />

contar uma série <strong>de</strong> showcases, em que<br />

executivos apresentaram suas empresas.<br />

Diversos profissionais foram homenageados<br />

pelo Esfe. Um exemplo é Célia Pompeia,<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte executiva do Grupo Doria.<br />

“Foi muito bom estar aqui e o evento foi<br />

interessante. Encontrei pessoas com quem<br />

já havia trabalhado, como Angelo Derenze<br />

(Shopping D&D). Existe uma exposição,<br />

presença <strong>de</strong> fornecedores, workshops espalhados<br />

e relacionamento muito gran<strong>de</strong>. O<br />

Esfe consegue, <strong>de</strong> fato, movimentar o setor<br />

<strong>de</strong> feiras e exposição”, afirma Célia. A executiva<br />

<strong>de</strong>monstrou otimismo sobre o futuro.<br />

“O evento se tornou parte fundamental<br />

da comunicação da empresa. Não se po<strong>de</strong><br />

só ven<strong>de</strong>r na TV ou re<strong>de</strong> social. Hoje, para<br />

po<strong>de</strong>r fazer alguma coisa, o evento é fundamental,<br />

pois dá a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar<br />

seu produto para um público formador<br />

<strong>de</strong> opinião, através <strong>de</strong> conteúdo”, explica.<br />

Além <strong>de</strong>la, também receberam troféus<br />

<strong>de</strong> homenagem Celio Ashcar Junior, Angelo<br />

Darenze, Toni Sando, Ana Luisa Diniz<br />

Cintra (Centro <strong>de</strong> Convenções Rebouças)<br />

Gabriela Baugmart (Cida<strong>de</strong> Center Norte),<br />

Guilherme Paulus (GJP Hotels & Resorts),<br />

José Roberto Maluf (Spring), Cesar Tsukuda<br />

(Beauty Fair), Damien Timpério (São Paulo<br />

Expo), Marcelo Checon (MChecon), Paulo<br />

Mancio (AccorHotels), Paulo Ventura (Expo<br />

Center Norte), Rosangela Gonçalves (Hotel<br />

Transamérica), Valter Patriani (CVC) e Wilson<br />

Ferreira Jr. (Etna e Ampro).<br />

Célia Pompeia, uma das homenageadas: “O Esfe consegue movimentar o setor <strong>de</strong> feiras e exposição”<br />

jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 11


meRcado<br />

Publicida<strong>de</strong> movimenta R$ 134 bi<br />

em 2017 e Y&R mantém li<strong>de</strong>rança<br />

Pesquisa <strong>de</strong> investimento bruto em mídia do Kantar Ibope mostra que o<br />

meio preferido das marcas é a televisão, com uma participação <strong>de</strong> 72,1%<br />

Paulo Macedo<br />

mercado brasileiro movimentou<br />

R$ 134 bilhões (ver<br />

O<br />

tabela) em compra <strong>de</strong> mídia no<br />

ano <strong>de</strong> 2017. A informação é do<br />

Kantar Ibope Media, que utiliza<br />

como métrica os preços cheios<br />

das tabelas dos veículos <strong>de</strong><br />

comunicação, sem os <strong>de</strong>scontos<br />

praticados com as agências<br />

para seus respectivos clientes<br />

(anunciantes). Em 2016, o faturamento<br />

do segmento foi <strong>de</strong><br />

R$ <strong>12</strong>9,9 bilhões. O instituto<br />

passou a utilizar a sigla GAV<br />

(Gross Advertisingt Value) para<br />

qualificar os investimentos<br />

brutos em mídia.<br />

O estudo aponta que 84 mil<br />

marcas tiveram exposição paga<br />

nos canais <strong>de</strong> mídia no ano passado.<br />

As TVs <strong>de</strong> sinal aberto<br />

concentraram 53,6% do investimento<br />

publicitário, com R$<br />

71,9 bilhões. As TVs por assinatura<br />

contabilizaram um market<br />

share <strong>de</strong> 13,2%, com R$ 17,6<br />

bilhões. As ações <strong>de</strong> merchandising<br />

no meio TV tiveram uma<br />

participação <strong>de</strong> 5,6%, equivalente<br />

a uma verba bruta <strong>de</strong> R$<br />

7,4 bilhões. A comunicação <strong>de</strong><br />

marketing nas TVs concentrou<br />

72,1% do investimento das marcas,<br />

produtos e serviços.<br />

Os jornais, porém, ocupam a<br />

terceira posição na compra <strong>de</strong><br />

mídia. Os anunciantes reservaram<br />

R$ 15,497 bilhões para<br />

a propaganda comercial nesse<br />

canal. O rádio aparece logo<br />

em seguida na divisão do bolo<br />

publicitário. Os recursos alocados<br />

nas emissoras somaram<br />

R$ 6,063 bilhões. A fatia das<br />

rádios é <strong>de</strong> 4,5%, um aumento<br />

significativo em relação a 2016,<br />

quanto o share era <strong>de</strong> 3,8% e um<br />

volume <strong>de</strong> R$ 4,894 bilhões. As<br />

revistas tiveram 3,5% <strong>de</strong> participação<br />

na distribuição das<br />

verbas, com R$ 4,722 bilhões,<br />

menor do que em 2016, quando<br />

movimentaram R$ 4,737 bilhões<br />

e um share <strong>de</strong> 3,6%. Mas é<br />

uma diferença consi<strong>de</strong>rada insignificante<br />

pelos especialistas.<br />

Hugo Rodrigues observa que a publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da retomada da ativida<strong>de</strong> econômica para buscar crescimento <strong>de</strong> negócios<br />

A mídia OOH (Out Of Home)<br />

saltou <strong>de</strong> uma participação <strong>de</strong><br />

2,2%, em 2016; para 3%, em<br />

2017. As empresas <strong>de</strong>sse segmento<br />

tiveram um faturamento<br />

bruto <strong>de</strong> R$ 3,996 bilhões. A<br />

mídia display, ou seja, publicida<strong>de</strong>s<br />

nas telas digitais da internet,<br />

somaram R$ 3,958 bilhões<br />

e um pedaço <strong>de</strong> 3% do mercado<br />

<strong>de</strong> mídia no país. Houve retração<br />

nesse mo<strong>de</strong>lo sobre 2016,<br />

quando o volume investido foi<br />

<strong>de</strong> R$ 4,513 bilhões e share <strong>de</strong><br />

3,5%. Porém, as buscas na internet<br />

anotaram crescimento:<br />

foram R$ 2,292 bilhões, equivalente<br />

a uma participação <strong>de</strong><br />

1,7%. Em 2016, as buscas com<br />

patrocínio respon<strong>de</strong>ram por<br />

0,9% dos investimentos em mídia<br />

e registraram faturamento<br />

<strong>de</strong> R$ 1,197 bilhão.<br />

O meio cinema manteve<br />

0,4% <strong>de</strong> participação e um faturamento<br />

<strong>de</strong> R$ 522 milhões. No<br />

balanço do Kantar Ibope Media<br />

<strong>de</strong> 2016, as ações <strong>de</strong> comunicação<br />

em cinema contabilizaram<br />

R$ 510 milhões.<br />

A Y&R é a lí<strong>de</strong>r entre as agências.<br />

Pelo 16º ano consecutivo<br />

ela está no topo do ranking do<br />

Kantar Ibope Media com um<br />

faturamento bruto <strong>de</strong> R$ 3,962<br />

bilhões (ver tabela). A agência<br />

do Grupo Newcomm <strong>de</strong> Comunicação,<br />

e marca do portfólio<br />

Divulgação<br />

“A AgênciA<br />

continuA com um<br />

bom <strong>de</strong>sempenho,<br />

mesmo com os<br />

problemAs que<br />

A economiA<br />

enfrentA. mAs,<br />

A propAgAndA é<br />

dinâmicA e po<strong>de</strong><br />

surpreen<strong>de</strong>r”<br />

<strong>12</strong> <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


da holding inglesa WPP, teve<br />

queda consi<strong>de</strong>rável no seu faturamento<br />

bruto. Em 2016 a apuração<br />

do Kantar Ibope Media registrou<br />

um faturamento <strong>de</strong> R$<br />

5.991.697. Segundo o executivo<br />

Marcos Quintela, presi<strong>de</strong>nte do<br />

Newcomm, a performance negativa<br />

da Y&R está atrelada a<br />

três fatores cruciais: a perda da<br />

conta do Bra<strong>de</strong>sco, em janeiro<br />

<strong>de</strong> 2017; a retração dos investimentos<br />

em comunicação do<br />

setor <strong>de</strong> varejo e a conjuntura<br />

econômica. No caso específico<br />

do varejo, a Y&R é responsável<br />

pelas ações <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> da<br />

Via Varejo (Casas Bahia e Ponto<br />

Frio). “A agência continua com<br />

um bom <strong>de</strong>sempenho, mesmo<br />

com os problemas que a economia<br />

enfrenta. Mas, a propaganda<br />

é dinâmica e po<strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r”,<br />

disse Quintela.<br />

A My Propaganda, house<br />

agency do grupo Hypermarcas,<br />

aparece em segundo lugar, com<br />

um faturamento <strong>de</strong> R$ 3,741<br />

bilhões. A Publicis é a terceira,<br />

com R$ 3,5 bilhões; e a Africa<br />

ocupa o quarto lugar, com<br />

R$ 2,968 bilhões. A Talent Marcel<br />

é a quinta colocada, com<br />

R$ 2,898 bilhões. A WMcCann<br />

encerrou o ano <strong>de</strong> 2017 com<br />

um faturamento <strong>de</strong> R$ 2,217 bilhões,<br />

em 10° lugar na pesquisa<br />

do Kantar Ibope Media. Mas, em<br />

2016, ocupou a segunda posição<br />

com um faturamento <strong>de</strong> R$ 3,7<br />

bilhões. A perda do Bra<strong>de</strong>sco<br />

e a retração da verba da Seara,<br />

no auge da crise do grupo JBS,<br />

exerceram influência nas ativida<strong>de</strong>s<br />

comerciais da agência.<br />

É um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio para o<br />

executivo Hugo Rodrigues, que<br />

assumiu a presidência da WMc-<br />

Cann em novembro do ano passado<br />

para substituir Washington<br />

Olivetto. Ele <strong>de</strong>ixou o comando<br />

da Publicis, que ocupa o terceiro<br />

posto da pesquisa <strong>de</strong> investimentos<br />

do Kantar Ibope Media.<br />

Para Rodrigues, o mercado publicitário<br />

po<strong>de</strong> se beneficiar com<br />

a recuperação da economia.<br />

Após a chegada <strong>de</strong> Rodrigues,<br />

já foram conquistadas as contas<br />

do SBT e Pizza Hut.<br />

“Existe uma expectativa<br />

muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> a economia<br />

melhorar em <strong>2018</strong>. Mas, ao contrário<br />

do que o mercado costuma<br />

brincar, a propaganda não<br />

cresce em períodos <strong>de</strong> crise. A<br />

propaganda cresce mais na bonança.<br />

Dentro <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong><br />

e se a economia melhorar, além<br />

<strong>de</strong> termos uma confirmação<br />

“Ao contrário do<br />

que o mercAdo<br />

costumA brincAr,<br />

A propAgAndA<br />

não cresce em<br />

períodos <strong>de</strong> crise.<br />

A propAgAndA<br />

cresce mAis nA<br />

bonAnçA”<br />

<strong>de</strong>sses dados, o mercado publicitário<br />

<strong>de</strong>ve seguir esse crescimento.<br />

Por outro lado, em<br />

termos <strong>de</strong> garantia, nós ainda<br />

trabalhamos com dados <strong>de</strong> analistas<br />

que fazem suposições sobre<br />

cenários. Um dia após a con<strong>de</strong>nação<br />

do Lula, a Bolsa bateu<br />

o maior recor<strong>de</strong> da sua história.<br />

O que teria acontecido se Lula<br />

tivesse sido absolvido? Será<br />

que teríamos o caos instalado?<br />

Trabalhamos em um mercado<br />

que tem regras subliminares e,<br />

se a economia enfrenta instabilida<strong>de</strong>,<br />

é agonizante para todos,<br />

especialmente para as marcas<br />

que fazem planos <strong>de</strong> longo prazo”,<br />

argumenta Rodrigues.<br />

A Artplan também teve <strong>de</strong>staque<br />

no ano <strong>de</strong> 2017. Principal<br />

agência do Rio <strong>de</strong> Janeiro, ela<br />

ocupa o 11º lugar da pesquisa,<br />

com um faturamento bruto <strong>de</strong><br />

R$ 2,<strong>12</strong>2 bilhões. No exercício <strong>de</strong><br />

2016, estava em 22º lugar, com<br />

R$ 1,4 bilhão. Sob o comando <strong>de</strong><br />

Rodolfo Medina, o grupo lançou<br />

no ano passado a agência <strong>de</strong> varejo<br />

Pullse, li<strong>de</strong>rada por Allan<br />

Barros, que tem a conta da re<strong>de</strong><br />

Ricardo Eletro e da Netfarma,<br />

Camisaria Colombo e Guiato. A<br />

Artplan anunciou no ano passado<br />

a conquista da Danone<br />

(linha Silk), Kopenhagen, Brasil<br />

Cacau, Etna, UOL, Discovery<br />

Networks Brasil e Neosaldina.<br />

“A agência está tendo um certo<br />

reconhecimento no mercado.<br />

Na avaliação da Agency Scope,<br />

ficamos em 1º lugar em atendimento;<br />

2ª melhor avaliada em<br />

proativida<strong>de</strong> e percepção <strong>de</strong><br />

contribuição para o negócio; e<br />

na 3ª posição <strong>de</strong> mercado na visão<br />

dos próprios clientes”, disse<br />

Antonio Fadiga, diretor-geral da<br />

agência em São Paulo. Na semana<br />

passada o vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

planejamento Marco Antonio<br />

Vieira Souto foi promovido a<br />

diretor-geral da Artplan no Rio.<br />

meio <strong>de</strong> comunicação<br />

categoRia<br />

Ranking <strong>de</strong> agências<br />

JaneiRo a <strong>de</strong>zembRo <strong>de</strong> 2017<br />

em R$ (000)<br />

FatuRamento<br />

TV aberta R$ 71.917.451<br />

TV paga R$ 17.661.298<br />

Jornal R$ 15.497.864<br />

TV merchandising R$ 7.456.309<br />

Rádio R$ 6.063.199<br />

Revista R$ 4.722.925<br />

OOH R$ 3.996.558<br />

Display R$ 3.958.891<br />

Search R$ 2.292.452<br />

Cinema R$ 522.458<br />

Posição agência investimento<br />

1 Y&r r$ 3.962.862<br />

2 My Agência r$ 3.741.039<br />

3 Publicis r$ 3.500.105<br />

4 Africa r$ 2.968.079<br />

5 Talent Marcel r$ 2.898.238<br />

6 Ogilvy & Mather r$ 2.817.920<br />

7 AlmapbbdO r$ 2.561.163<br />

8 Leo burnett Tailor Ma<strong>de</strong> r$ 2.444.309<br />

9 Z+ r$ 2.342.252<br />

10 WMcCann r$ 2.217.693<br />

11 Artplan r$ 2.<strong>12</strong>2.196<br />

<strong>12</strong> dPZ&T r$ 2.106.349<br />

13 Escala Comunicação r$ 2.071.480<br />

14 FCb r$ 1.945.479<br />

15 Havas r$ 1.828.524<br />

16 JWT r$ 1.755.801<br />

17 Lew’Lara\TbWA r$ 1.715.015<br />

18 dM9ddb r$ 1.530.451<br />

19 WE r$ 1.437.852<br />

20 rino Com r$ 1.430.148<br />

21 F/Nazca S&S r$ 1.4<strong>12</strong>.236<br />

22 Grey r$ 1.376.946<br />

23 Propeg r$ 1.376.946<br />

24 Multi Solution r$ 1.302.691<br />

25 Alternativa r$ 1.262.926<br />

jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 13


No início<br />

<strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong><br />

divulgamos<br />

noss o<br />

anual.<br />

Hoje queremos<br />

divulgar<br />

os valores<br />

que estão<br />

por trás <strong>de</strong>le.<br />

Entenda aqui<br />

como o valor <strong>de</strong><br />

R$ 67,2 bilhões<br />

que geramos em 2017<br />

movimentou<br />

a economia do País<br />

e ajudou a estimular<br />

o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

transf ão <strong>de</strong><br />

milhares <strong>de</strong> pessoas.<br />

REINVESTIMENTOS<br />

R$ 5,8 bilhões foram<br />

reinvestidos na oper .<br />

Reinvestir no negócio<br />

a qualquer<br />

empresa continuar<br />

funcionando e crescendo.<br />

29%<br />

ACIONISTAS<br />

Em 2017,<br />

foram distribuídos<br />

R$ 19,2 bilhões<br />

para os mais<br />

<strong>de</strong> <strong>12</strong>0 mil<br />

acionistas do banco.<br />

9%<br />

Em 2017, o Itaú Unibanco investiu R$ 547 milhões em<br />

Desse valor, R$ 414 milhões foram investidos por meio <strong>de</strong> doa ões e patrocínios realizados pelo próprio Itaú Unibanco e<br />

EDUCA<br />

ÃO<br />

LEIA P<br />

A<br />

CULTURA<br />

197<br />

R$ milhões<br />

558 projetos focados na<br />

melhoria da e<br />

milhões <strong>de</strong><br />

3,7livros em 2017<br />

Mais <strong>de</strong> 50 milhões <strong>de</strong> livros infantis<br />

ϯ¢¯¤ª¢¥°´±¦­¢ µ¢ú°¤ª¢­¦<br />

distribuídos gratuitamente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2010.<br />

R$218milhões<br />

"%±³°«¦µ°´§°¤¢¥°´¯¢<br />

valor<br />

do acesso à cultura no País.<br />

*Os dados mencionados neste anúncio são referente<br />

s que ocorreram no ano <strong>de</strong> 2017. As fontes utilizadas são internas e externas.


2%<br />

ALUGUÉIS<br />

R$ 1,5 bilhão foi pago em<br />

aluguéis <strong>de</strong> agências, postos <strong>de</strong><br />

atendimento e escritórios<br />

espalhados pelo Brasil e exterior.<br />

Não dá para falar <strong>de</strong> resultados<br />

sem falar <strong>de</strong> valor. E não dá para falar<br />

<strong>de</strong> valor sem falar <strong>de</strong> propósito.<br />

30%<br />

COLABORADORES<br />

R$ 20,2 bilhões foram<br />

distribuídos em remuner<br />

para mais <strong>de</strong> 96 mil<br />

colaboradores. Apenas<br />

em 2017, foram investidos<br />

R$ 211 milhões em<br />

programas <strong>de</strong> treinamento<br />

e capacit .<br />

Em 2017, o Itaú Unibanco teve R$ 24,9 bilhões<br />

<strong>de</strong> lucro líquido recorrente e gerou<br />

um valor <strong>de</strong> R$ 67,2 bilhões para a socieda<strong>de</strong>.<br />

Desse valor, R$ 20,2 bilhões foram<br />

distribuídos em benefícios e salários para<br />

nossos mais <strong>de</strong> 96 mil colaboradores,<br />

R$ 20,5 bilhões foram <strong>de</strong>stinados ao<br />

recolhimento <strong>de</strong> impostos, R$ 19,2 bilhões<br />

distribuídos para mais <strong>de</strong> <strong>12</strong>0 mil<br />

acionistas, os gastos com aluguéis<br />

<strong>de</strong> agências, postos <strong>de</strong> atendimento<br />

e escritórios foram <strong>de</strong> R$ 1,5 bilhão e<br />

R$ 5,8 bilhões foram reinvestidos no nosso<br />

próprio capital - algo que faz toda<br />

a difer a não somente para o banco<br />

mas para toda a socieda<strong>de</strong>, porque<br />

um sistema financeiro sólido<br />

e rentável é a base <strong>de</strong> um país próspero.<br />

30%<br />

IMPOSTOS, TAXAS<br />

E C<br />

ÕES<br />

O valor <strong>de</strong> R$ 20,5 bilhões<br />

representa o valor pago<br />

pelo banco em impostos fe<strong>de</strong>rais,<br />

estaduais e municipais em 2017.<br />

Temos orgulho do resultado que obtivemos.<br />

No entanto, nosso maior orgulho resi<strong>de</strong><br />

na capacida<strong>de</strong> que o nosso negócio e nossas<br />

pessoas têm <strong>de</strong> gerar valor e estimular<br />

o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> transf ão no Brasil e em<br />

todos os países em que atuamos.<br />

projetos sociais e culturais em benefício da socieda<strong>de</strong>.<br />

or os próprios <strong>de</strong> suas F s e Institutos. O restante, R$ 133 milhões, foi investido por meio <strong>de</strong> leis <strong>de</strong> incentivo.<br />

ITAÚ CULTURAL - 30 ANOS<br />

MOBILIDADE URBANA<br />

765mil pessoas<br />

impactadas<br />

875 ativida<strong>de</strong>s gratuitas<br />

distribuídas pelo País.<br />

milhões <strong>de</strong><br />

+2viagens<br />

Mais <strong>de</strong> 2 milhões <strong>de</strong> viagens<br />

¤°®¢´£ª¬¦´µ¢ú¦®"¤¢±ªµ¢ª´<br />

brasileiras em 2017.


merCado<br />

Content marketing chama a atenção<br />

<strong>de</strong> empresas e transforma agências<br />

Pesquisa aponta forte potencial e marcas enxergam conteúdo como<br />

ativo <strong>de</strong> negócios, mas ainda precisam <strong>de</strong> compreensão e estratégia<br />

Felipe Turlão<br />

especial para o propMArK<br />

Na cabeça <strong>de</strong> muitos profissionais do<br />

mercado publicitário, sempre foi difícil<br />

separar o que é propaganda do que é<br />

produção <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> marca. De fato,<br />

são duas formas <strong>de</strong> se contar histórias sobre<br />

empresas, mas as semelhanças param<br />

por aí, e isso está ficando mais claro para<br />

todos. Nesse contexto, está em franco<br />

crescimento o interesse dos anunciantes<br />

em romper a tradição <strong>de</strong> focar sua comunicação<br />

apenas em publicida<strong>de</strong> e criar uma<br />

visão editorial própria, colocar o <strong>de</strong>do no<br />

pulso no que ocorre na socieda<strong>de</strong>, e ampliar<br />

seus investimentos em formatos diversos<br />

<strong>de</strong> conteúdo. Uma<br />

pesquisa recente do<br />

Content Marketing Institute (CMI) com<br />

cerca <strong>de</strong> 400 anunciantes dos Estados<br />

Unidos, chamada Content Management<br />

& Strategy Survey, <strong>de</strong>ixa claro o potencial<br />

dos projetos <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> marca. A<br />

gran<strong>de</strong> maioria dos clientes, 92%, afirma<br />

que sua empresa valoriza esse tipo <strong>de</strong> comunicação<br />

como um “business asset” - um<br />

ativo <strong>de</strong> negócios que impacta diretamente<br />

o ganho <strong>de</strong> valor <strong>de</strong> uma companhia ao<br />

longo do tempo. Ou seja: é absolutamente<br />

estratégico para quem quer ter sobrevida<br />

em seus mercados.<br />

Por outro lado, apenas 46% dos<br />

entrevistados possuem<br />

uma estratégia formal<br />

para gerenciar conteúdo<br />

do jeito que um<br />

“business asset”<br />

“As mArcAs AgorA<br />

possuem cAnAis<br />

proprietários, re<strong>de</strong>s<br />

sociAis e plAtAformAs<br />

internAs <strong>de</strong> crm AindA<br />

mAis digitAlizAdAs”<br />

Vladgrin/iStock<br />

16 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


merece. São apenas 29% aqueles cujas empresas<br />

têm uma estrutura que arquitete e<br />

transmita mensagens através <strong>de</strong> conteúdo.<br />

Outro número do estudo da CMI: 21% das<br />

empresas estão engajadas na questão da<br />

governança <strong>de</strong> conteúdo, ou seja, o estabelecimento<br />

<strong>de</strong> uma estratégia <strong>de</strong> gestão do<br />

conceito editorial e comercial dos diversos<br />

formatos <strong>de</strong> comunicação.<br />

A discrepância entre o alto valor estratégico<br />

do conteúdo e a baixa formalização<br />

<strong>de</strong> estratégias para lidar com esse ativo cria<br />

um nicho <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> para o qual as<br />

agências estão se preparando. Elas po<strong>de</strong>m<br />

ajudar as marcas a compreen<strong>de</strong>r conteúdo<br />

e ter uma estratégia que é bem diferente <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong>. “Para mim, a propaganda conta<br />

uma história em algarismos, ou seja, <strong>de</strong><br />

forma breve, enquanto o conteúdo conta a<br />

história por extenso”, resume Fernando Diniz,<br />

chief strategy officer da DPZ&T. Ele li<strong>de</strong>ra<br />

a área <strong>de</strong> planejamento estratégico da<br />

agência, que une conteúdo e mídia. “Esse<br />

setor estrutura os projetos <strong>de</strong> conteúdo<br />

para nossos clientes. O planejamento cria<br />

uma visão editorial para a marca e a mídia<br />

transforma isso em um projeto que po<strong>de</strong><br />

ser executado por nossa equipe <strong>de</strong> criação<br />

ou parceiros <strong>de</strong> conteúdo, como os veículos”,<br />

explica o executivo.<br />

“propAgAndA e conteúdo<br />

são mAneirAs diferentes<br />

<strong>de</strong> estAbelecer umA<br />

conexão com As pessoAs,<br />

sejA lá quAl for o<br />

formAto <strong>de</strong> engAjAmento”<br />

Desse pensamento, a agência criou projetos<br />

como a TV Vida Real, para o Itaú, que<br />

fala sobre entretenimento financeiro, uma<br />

forma <strong>de</strong> atrair as pessoas e prestar um<br />

serviço <strong>de</strong> educação sobre um tema consi<strong>de</strong>rado<br />

pesado pelos brasileiros. Para o<br />

McDonald’s, a Guacamole da Paixão, uma<br />

parceria com Globosat, foi uma paródia <strong>de</strong><br />

novela mexicana usada como estratégia<br />

para o lançamento <strong>de</strong> um sanduíche. Com<br />

Petrobras, Encontros do Conhecimento proporcionou<br />

encontros improváveis, como a<br />

<strong>de</strong> um alpinista com uma geóloga da empresa,<br />

para mostrar como a ciência permeia<br />

a empresa. Apesar dos projetos já na<br />

rua, a impressão <strong>de</strong> Diniz é que, em geral,<br />

os clientes ainda buscam amadurecer no<br />

tema. “Vemos muita coisas boas no mercado,<br />

mas pontuais. As marcas ainda não se<br />

veem como publishers, estruturando projetos<br />

<strong>de</strong> longo prazo, como qualquer veículo<br />

<strong>de</strong> conteúdo faz. Minha sugestão para<br />

os clientes é pensar no que chamo <strong>de</strong> ‘vida<br />

editorial da marca’: quais são as histórias<br />

relevantes para contarmos aos consumidores<br />

e quais os objetivos <strong>de</strong> marca e negócios<br />

<strong>de</strong>ssas histórias”.<br />

Área que mais CresCe<br />

Outra agência que se estruturou para as<br />

<strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> conteúdo foi a Ogilvy, que<br />

lançou no ano passado seu Content Studio.<br />

“Já temos 65 profissionais, seja <strong>de</strong>ntro<br />

do estúdio, seja nos clientes. Conteúdo é o<br />

negócio que mais cresce na agência hoje,<br />

<strong>de</strong> longe”, revela Fernando Musa, CEO do<br />

Grupo Ogilvy no Brasil. Alguns dos clientes<br />

atendidos pelo estúdio são Pfizer, Telhanorte,<br />

Coca-Cola e Nestlé, em um total superior<br />

a 20 marcas. A área respon<strong>de</strong> ao diretor<br />

<strong>de</strong> operações Daniel Martins, que respon<strong>de</strong><br />

a Musa, que fala que a área <strong>de</strong>manda outro<br />

tipo <strong>de</strong> profissional, com rotinas distintas<br />

em relação a outros setores da agência.<br />

Ela se conecta à criação da agência quando<br />

necessário e é alimentada por estruturas<br />

como planejamento, business intelligence<br />

e social listening. A execução segue ritmo<br />

próprio, alinhado com a estrutura <strong>de</strong> conteúdo<br />

dos clientes. Uma dica do presi<strong>de</strong>nte<br />

do Grupo Ogilvy é que o setor <strong>de</strong> conteúdo<br />

não tenha apego a formatos e tenha know-<br />

-how para navegar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ações <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

porte, como ativação com conteúdo - ele<br />

cita um case recente para Telhanorte em<br />

que um arquiteto interagiu com consumidores<br />

para dividir conteúdo - até um mero<br />

gif, que também é conteúdo.<br />

Umas das gran<strong>de</strong>s iniciativas recentes<br />

da Ogilvy foi 1.001 Desculpas, ação para<br />

BMW que reúne histórias criativas do público<br />

quando quer “pegar a estrada” com<br />

suas motos. Musa também comenta ações<br />

como o conteúdo para o portal da Vale e<br />

outra para Nescau, em que a agência pegou<br />

carona em uma discussão que surgiu na<br />

web sobre leite e chocolate para colocar a<br />

marca na conversa. Ele também categoriza<br />

como conteúdo a ação Meninas Fortes, para<br />

Nescau, que foi a vencedora do primeiro<br />

Glass Lion da publicida<strong>de</strong> brasileira em<br />

Cannes, no ano passado. A ação mostra<br />

histórias <strong>de</strong> mulheres e convida o público a<br />

refletir sobre a importância do esporte para<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento das meninas. “As marcas<br />

têm a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se tornarem publishers,<br />

e isso é inevitável. Elas precisam<br />

abrir canais com o consumidor e prestar<br />

serviços”, explica Musa.<br />

A F.biz também se reestruturou recentemente<br />

e colocou o conteúdo <strong>de</strong> marca <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> seu braço <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>, um dos<br />

três da agência, ao lado <strong>de</strong> estratégia e negócios.<br />

“Temos gerentes <strong>de</strong> conteúdo com<br />

conhecimentos variados, que complementam<br />

todo o pensamento <strong>de</strong> planejamento<br />

da marca para que possamos enten<strong>de</strong>r os<br />

canais e como atingir o público. O trabalho<br />

integra também a área <strong>de</strong> mídia, que fica<br />

no hub <strong>de</strong> estratégia. A F.biz enten<strong>de</strong> que<br />

o conteúdo faz parte do cotidiano das marcas,<br />

é uma estratégia a mais <strong>de</strong> se obter engajamento<br />

<strong>de</strong> marca <strong>de</strong> um jeito autêntico,<br />

espontâneo e relevante”, explica Guilherme<br />

Jahara, CCO da agência. “Propaganda e<br />

conteúdo são maneiras diferentes <strong>de</strong> estabelecer<br />

uma conexão com as pessoas, seja<br />

lá qual for o formato <strong>de</strong> engajamento. Mas<br />

nem um nem outro é melhor ou pior. São<br />

simplesmente maneiras diferentes <strong>de</strong> se<br />

conectar as marcas às pessoas”, analisa.<br />

Jahara observa que há aumento do interesse<br />

dos clientes em conteúdo, na medida<br />

que percebem que se trata <strong>de</strong> uma estratégia<br />

capaz <strong>de</strong> alcançar um grau amplo <strong>de</strong> engajamento<br />

e profundida<strong>de</strong> na comunicação<br />

das marcas. “Temos projetos que po<strong>de</strong>m<br />

ser coproduzidos junto com os publishers<br />

ou po<strong>de</strong>-se trazer uma produtora, formando,<br />

neste caso, um tripé com agência, publisher<br />

e produtora”, explica. Alguns dos<br />

projetos <strong>de</strong> conteúdo da F.biz mencionados<br />

por Jahara são #CantStop, em parceria com<br />

Update or Die, para Oakley, que mostra personagens<br />

reais que fizeram da prática esportiva<br />

parte <strong>de</strong> seu estilo <strong>de</strong> vida, e Guia<br />

Jeep Quatro Rodas by Renega<strong>de</strong>, com roteiros<br />

<strong>de</strong> aventura que exploram a beleza <strong>de</strong><br />

lugares como Delta do Parnaíba (PI) e Chapada<br />

dos Vea<strong>de</strong>iros (MG). “A linguagem <strong>de</strong><br />

jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 17


merCado<br />

conteúdo <strong>de</strong>ixou mais clara a importância<br />

<strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar assuntos que as pessoas<br />

realmente queiram consumir. A marca não<br />

está impondo algo. Está, sim, inserida em<br />

um contexto pertinente”.<br />

No segmento <strong>de</strong> relações públicas, a<br />

Little George ganhou dois Leões no Festival<br />

<strong>de</strong> Cannes <strong>de</strong> 2017 com Coleção segura<br />

- guerreiros da Amazônia, para a empresa<br />

química Ananse. A ação colocou repelente<br />

natural em livros distribuídos em regiões<br />

ribeirinhas da Amazônia que sofrem com<br />

mosquitos transmissores <strong>de</strong> doenças. “Não<br />

dá pra falar que você faz conteúdo se você<br />

está criando posts estáticos <strong>de</strong> Facebook<br />

usando imagens <strong>de</strong> bancos e acreditando<br />

que alguém vai se engajar com essa mensagem.<br />

Conteúdo <strong>de</strong> marca parte <strong>de</strong> uma<br />

análise <strong>de</strong> dados consistente para encontrar<br />

os melhores insights e territórios para posicionar<br />

as marcas e mostrar suas verda<strong>de</strong>s<br />

através <strong>de</strong> experiências relevantes para o<br />

consumidor. Fazer conteúdo hoje é pensar<br />

todas as i<strong>de</strong>ias completamente livre <strong>de</strong> formatos<br />

prontos”, comenta Gabriel Araújo,<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte executivo e diretor <strong>de</strong> criação<br />

da Little George. Ele acredita que parte<br />

do mercado ainda está atrasada na missão<br />

<strong>de</strong> explicar e oferecer conteúdo aos clientes.<br />

“As agências que ainda estão enten<strong>de</strong>ndo<br />

como fazer conteúdo, já estão atrasadas<br />

para levar seus clientes para esse novo momento<br />

<strong>de</strong> nossa indústria”, analisa.<br />

A entrada <strong>de</strong> agências <strong>de</strong> outras especialida<strong>de</strong>s<br />

em conteúdo é bem vista por empresas<br />

que nasceram no setor, como a New<br />

Content. A empresa está no mercado <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2007. “As marcas agora possuem canais<br />

proprietários, re<strong>de</strong>s sociais e plataformas<br />

internas <strong>de</strong> CRM ainda mais digitalizadas.<br />

Os clientes têm uma oportunida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> distribuir esse conteúdo, histórias que<br />

eles querem contar, sem intermediadores.<br />

É mais do que normal que as agências <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong> trabalhem nesta área também.<br />

E façam parceria com as produtoras <strong>de</strong> conteúdo<br />

para contar boas histórias”, afirma.<br />

A New Content, por exemplo, conquistou<br />

Cielo recentemente, após projetos com Y&R<br />

e Wun<strong>de</strong>rman, agências da marca.<br />

“A propaganda está numa instância <strong>de</strong><br />

campanha e <strong>de</strong> divulgação. O conteúdo <strong>de</strong><br />

marca até passa pela pauta comercial, mas<br />

está matriculada numa área mais profunda:<br />

o espírito da marca. E o consumidor está<br />

mais consciente em relação à verda<strong>de</strong> da<br />

marca e fareja rápido o que é conteúdo real<br />

ou propaganda disfarçada”, analisa Giovanni<br />

Rivetti, sócio e CEO da New Content.<br />

“Os melhores cases ocorrem quando as empresas<br />

possuem uma estrutura corporativa,<br />

um núcleo, que consegue reunir todas<br />

as <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> conteúdo,<br />

para termos um conteúdo coerente e consistente,<br />

uma voz <strong>de</strong> marca, temos <strong>de</strong> tratar<br />

do tema da governança”, analisa.<br />

novos sóCios<br />

Agência que sempre teve conteúdo<br />

como carro-chefe, a Mutato está mudan-<br />

Eduardo Camargo: mudança <strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança<br />

“A propAgAndA está numA<br />

instânciA <strong>de</strong> cAmpAnhA, <strong>de</strong><br />

divulgAção, e o conteúdo<br />

<strong>de</strong> mArcA Até pAssA pelA<br />

pAutA comerciAl, mAs<br />

está mAtriculAdA numA<br />

áreA mAis profundA:<br />

o espírito dA mArcA”<br />

do sua estrutura <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> forma<br />

que vai ao encontro da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter<br />

uma entrega <strong>de</strong> conteúdo mais integrada<br />

com estratégia, mídia e produção. Daniel<br />

Cecconello e Decio Freitas são os novos<br />

sócios da agência, ao lado dos fundadores<br />

Eduardo Camargo e Andre Passamani. Eles<br />

terão o cargo <strong>de</strong> vice-presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> operações<br />

e negócios da agência, que tem o<br />

grupo WPP também como sócio. Outra novida<strong>de</strong><br />

da Mutato é que Fernanda Guimarães<br />

e Lara Kaletrianos passam a “duplar”<br />

como diretoras-executivas <strong>de</strong> criação e<br />

produção, respectivamente, trabalhando<br />

em conjunto com os diretores-executivos<br />

<strong>de</strong> estratégia (Daniel Gasparetti) e mídia<br />

(Adriano Souza). A missão <strong>de</strong> Fernanda<br />

e Lara é integrar produção e criação. Por<br />

fim, a agência está renovando seu estúdio<br />

<strong>de</strong> conteúdo, que passa a estar preparado<br />

Fotos: Divulgação<br />

Fernando Diniz: propaganda conta história em algarismos<br />

para ser ocupado pelos times <strong>de</strong> criação e<br />

produção para shootings mais enxutos ou<br />

prototipagem <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias. “Conteúdo é crucial.<br />

Quando eu e meu sócio, Andre Passamani,<br />

fundamos a Mutato já enten<strong>de</strong>mos<br />

a mudança <strong>de</strong> paradigma que o mundo vivia<br />

e como isso iria impactar diretamente<br />

o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio do nosso mercado.<br />

Hoje, já está bem claro que as pessoas não<br />

querem mais ver anúncios. Consequentemente,<br />

há uma corrida por parte <strong>de</strong> players<br />

mais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do antigo mo<strong>de</strong>lo para<br />

se a<strong>de</strong>quar a essa realida<strong>de</strong>. Ao mesmo<br />

tempo, vemos também uma pressão ainda<br />

maior por parte das pessoas em relação aos<br />

conteúdos que marcas produzem. É como<br />

se tivéssemos <strong>de</strong> negar a publicida<strong>de</strong> para<br />

conseguir fazê-la com excelência nos dias<br />

<strong>de</strong> hoje”, analisa Eduardo Camargo, sócio,<br />

CEO e CCO da agência.<br />

Um dos projetos recentes da agência foi<br />

Repense o Elogio, que, a partir <strong>de</strong> um briefing<br />

da J. Walter Thompson <strong>de</strong> Sydney, se<br />

transformou em um documentário in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

sobre o impacto negativo dos<br />

elogios no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> meninos<br />

e meninas. A agência também aten<strong>de</strong><br />

Netflix com conteúdos que buscam gerar<br />

conversas nas re<strong>de</strong>s sociais. Uma pesquisa<br />

global i<strong>de</strong>ntificou que o Brasil era o<br />

campeão <strong>de</strong> “traição” na plataforma, com<br />

pessoas que assistiam aos programas sem<br />

seus parceiros. Assim, foi criado o Teste<br />

<strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, com João Kléber, com tom<br />

bem-humorado. “Esse é um momento <strong>de</strong><br />

consolidação do conteúdo. Isso fica claro<br />

quando vemos, inclusive, marcas internalizando<br />

estruturas <strong>de</strong> conteúdo, veículos<br />

apostando em estúdios próprios para<br />

marcas e mais produtoras abrindo frentes<br />

<strong>de</strong> conteúdo. Cada um acaba trazendo seu<br />

ponto <strong>de</strong> vista e expertise”, afirma.<br />

18 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


marketing & negóciOs<br />

Os problemas são<br />

piores do que se<br />

pensa – Parte 1<br />

Recentes confusões envolvendo frau<strong>de</strong>s,<br />

compra <strong>de</strong> seguidores e credibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> influenciadores afetam o digital<br />

Xesai/iStock<br />

Rafael Sampaio<br />

No fim <strong>de</strong> janeiro, o primeiro petardo<br />

surgiu na forma <strong>de</strong> uma matéria especial<br />

no The New York Times sob o título <strong>de</strong><br />

A fábrica <strong>de</strong> seguidores, na qual foi publicado<br />

um verda<strong>de</strong>iro dossiê <strong>de</strong> um esquema<br />

perverso envolvendo todos os setores relacionados<br />

às mídias sociais e os chamados<br />

“influenciadores digitais”. Ficou evi<strong>de</strong>nte<br />

que se estava apenas relevando uma parte<br />

pequena do que provavelmente é um esquema<br />

muito mais abrangente, envolvendo<br />

outros gigantes das mídias sociais e um<br />

incontável número <strong>de</strong> pessoas, agências,<br />

operadores digitais e até anunciantes.<br />

Por razões que oscilam do puro banditismo<br />

à conveniência e acomodação passageira,<br />

passando pela busca <strong>de</strong> sobrevivência<br />

<strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo furado, o sistema, chamado<br />

<strong>de</strong> “mercado negro” pelo jornal americano,<br />

está mais disseminado do que se imagina<br />

e os problemas <strong>de</strong> confiança no digital são<br />

piores do que se pensava.<br />

A matéria mencionada (facilmente encontrada<br />

no site do jornal por quem <strong>de</strong>sejar<br />

a partir <strong>de</strong> seu título em inglês), faz um raio<br />

X, <strong>de</strong>vidamente documentado, <strong>de</strong> como<br />

celebrida<strong>de</strong>s, atletas, políticos e especialistas<br />

nos mais variados assuntos compram<br />

seguidores e anabolizam sua fama e reputação,<br />

em busca da receita publicitária <strong>de</strong><br />

anunciantes maravilhados com as revolucionárias<br />

possibilida<strong>de</strong>s do mundo digital.<br />

Interessadas em não estragar essa fantasia<br />

e “tendência”, agências, operadores<br />

e até publishers sérios não fazem gran<strong>de</strong><br />

esforços em enxergar a realida<strong>de</strong>; inclusive<br />

um gigante como o Twitter, ainda em busca<br />

<strong>de</strong> consolidação comercial, que se limita<br />

a publicar policies que qualquer um menos<br />

bem-intencionado simplesmente não segue<br />

ou flagrantemente viola. No <strong>de</strong>correr<br />

da realização da matéria, como é relatado,<br />

gente disposta a falar muito no início simplesmente<br />

sumiu e centenas <strong>de</strong> milhares<br />

<strong>de</strong> contas falsas foram <strong>de</strong>sativadas.<br />

Logo que foi publicada, a matéria acelerou<br />

esse processo, levou empresas a saírem<br />

do ar virtual e fisicamente e gerou a ação<br />

<strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s em Nova York e na Flórida<br />

– mas será difícil enquadrar os piores, que<br />

se evadiram para suas operações clan<strong>de</strong>stinas<br />

no Terceiro Mundo. O Twitter está<br />

incomodado, é claro, e tomando algumas<br />

providências. Mas como não existem leis e<br />

regras <strong>de</strong>finidas para esse setor e controle<br />

externo efetivo <strong>de</strong> suas práticas, provavelmente<br />

vai limitar a limpeza ao que foi publicamente<br />

exposto neste caso.<br />

A coisa é tão grave que até uma empreen<strong>de</strong>dora<br />

<strong>de</strong> sucesso, recentemente convidada<br />

para integrar o conselho do próprio<br />

Twitter, foi flagrada fazendo bobagem e<br />

teve seu caso exposto em uma matéria seguinte<br />

no NYT.<br />

Mas o próprio jornal saiu em seguida<br />

com outra matéria apontando o principal<br />

vilão <strong>de</strong>sses problemas da internet: o mercado<br />

publicitário, que tem levado cada vez<br />

mais recursos para esse mundo digital sem<br />

o <strong>de</strong>vido senso crítico, sem a exigência dos<br />

controles e da aferição <strong>de</strong> resultados que há<br />

décadas exigem das <strong>de</strong>mais mídias. Dessa<br />

forma, tem havido vista grossa para os problemas<br />

do digital e falta <strong>de</strong> real empenho<br />

em estruturar soluções reais para construir<br />

uma mídia que tem tudo para ter um futuro<br />

brilhante – <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que seus problemas básicos<br />

sejam efetivamente resolvidos.<br />

Quando eu já estava escrevendo este<br />

texto e sentindo que ele <strong>de</strong>mandava uma<br />

segunda parte para mais reflexões, surgiu<br />

outra bomba, que <strong>de</strong> fato pe<strong>de</strong> uma<br />

sequência: alguns órgãos da imprensa<br />

americana revelaram que o Newsweek<br />

Media Group, através <strong>de</strong> seu site International<br />

Business Times, montou um esquema<br />

fraudulento global para entregar uma<br />

“compra <strong>de</strong> cliques” que lhe havia sido encomendada<br />

por uma agência fe<strong>de</strong>ral dos<br />

Estados Unidos – com a complacência <strong>de</strong><br />

uma agência digital e até da DoubleClick<br />

(uma empresa do Google).<br />

Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />

rafael.sampaio@uol.com.br<br />

jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 19


eNtrevista<br />

Neil Patel<br />

o momeNto<br />

i<strong>de</strong>al Para<br />

iNvestir<br />

e crescer<br />

é agora<br />

Consi<strong>de</strong>rado um dos profissionais do<br />

marketing digital mais importantes do<br />

mundo, Neil Patel <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que o Brasil<br />

ainda é um “oceano azul” quando se<br />

fala em marketing digital. Para o americano, as<br />

empresas locais têm muitas oportunida<strong>de</strong>s já que<br />

ainda falta conhecimento no uso das ferramentas<br />

e das re<strong>de</strong>s sociais na área. “Se a empresa tem um<br />

conteúdo bom e boas estratégias <strong>de</strong> marketing<br />

digital, com certeza, ela vai chamar a atenção <strong>de</strong><br />

sua persona”, fala. Confira os principais trechos da<br />

entrevista concedida ao PROPMARK.<br />

Cristiane Marsola<br />

Na sua opinião, como está o mercado<br />

brasileiro <strong>de</strong> marketing digital?<br />

O Brasil está <strong>de</strong> cinco a oito<br />

anos atrás <strong>de</strong> outros países, como<br />

Estados Unidos ou os países da<br />

Europa e da Ásia neste sentido.<br />

É por isso que existe um gran<strong>de</strong><br />

potencial no mercado brasileiro,<br />

pois foi pouco explorado, principalmente<br />

por pequenas e médias<br />

empresas. Enquanto nos Estados<br />

Unidos existem mais anunciantes<br />

do que espaço no Facebook, aqui<br />

é o contrário, e não existe concorrência<br />

por falta <strong>de</strong> conhecimento<br />

no uso <strong>de</strong> ferramentas digitais e,<br />

até mesmo, re<strong>de</strong>s sociais. Por um<br />

bom tempo, o Brasil ainda será<br />

visto como um “oceano azul”.<br />

As agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, os veículos<br />

e os anunciantes estão acompanhando<br />

bem a revolução digital?<br />

O que po<strong>de</strong>ria melhorar?<br />

Estão acompanhando, mas <strong>de</strong><br />

acordo com a particularida<strong>de</strong> do<br />

mercado brasileiro. Quando digo<br />

que o Brasil está atrás, um dos<br />

exemplos é esse. Agências, veículos<br />

e anunciantes po<strong>de</strong>m até estar<br />

pareadas a esta revolução, mas<br />

será que os clientes estão? Sabemos<br />

o quanto é difícil colocar na<br />

cabeça <strong>de</strong> um pequeno e médio<br />

empreen<strong>de</strong>dor a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

investimento em ferramentas<br />

<strong>de</strong> marketing digital. Às vezes,<br />

é necessária apenas a a<strong>de</strong>são,<br />

mas como conseguir, se o primeiro<br />

pensamento é austerida<strong>de</strong> nos<br />

gastos, sendo colocado <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas investimentos em<br />

marketing digital, publicida<strong>de</strong> e<br />

comunicação? As empresas no<br />

Brasil também não são tão íntimas<br />

das plataformas online. Investem<br />

apenas para testar, usam<br />

por um mês e partem para outros<br />

testes. No marketing digital, as<br />

coisas não funcionam <strong>de</strong>ssa forma.<br />

É necessário investir em longo<br />

prazo e em várias estratégias<br />

simultâneas. Por isso, as empresas<br />

não lucram como <strong>de</strong>veriam.<br />

Como o digital po<strong>de</strong> contribuir para<br />

ajudar o Brasil a sair da crise?<br />

Tenho sido bastante enfático<br />

no meu discurso: o momento i<strong>de</strong>al<br />

para investir e crescer é agora.<br />

Pelo que tenho acompanhado, o<br />

país está saindo do período mais<br />

tenso <strong>de</strong>sta última crise e o caminho<br />

<strong>de</strong>ve ser o mesmo que ocorreu<br />

quando startups <strong>de</strong> tecnologia<br />

tiveram um boom nos Estados<br />

Unidos, após a crise mundial <strong>de</strong><br />

2008. As empresas crescem quando<br />

mais precisam crescer, ou seja,<br />

as crises criam oportunida<strong>de</strong>s.<br />

Hoje a forma <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r mudou,<br />

principalmente pela internet.<br />

Não se ven<strong>de</strong> apenas por preço<br />

e facilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pagamento. O<br />

produto precisa ter uma boa reputação<br />

nas re<strong>de</strong>s, ir ao encontro<br />

da necessida<strong>de</strong> do consumidor<br />

etc. Tudo isso é construído por<br />

meio <strong>de</strong> conteúdos relevantes e<br />

com estratégias <strong>de</strong> marketing digital<br />

<strong>de</strong> curto e longo prazo. Esses<br />

conteúdos po<strong>de</strong>m contribuir<br />

para ampliar o alcance e ampliar<br />

a margem <strong>de</strong> lucro. Sem contar<br />

que o digital é uma excelente alternativa<br />

sob o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong><br />

custo x benefício e traz uma facilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> mensuração <strong>de</strong> ROI que<br />

as ações <strong>de</strong> marketing tradicional<br />

não possuem.<br />

No seu blog, você afirma que quer fazer<br />

as empresas crescerem. Como?<br />

A maioria das empresas brasileiras<br />

está pouco estruturada<br />

em relação a processos, pois não<br />

enten<strong>de</strong> a real importância em tê-<br />

-los bem <strong>de</strong>finidos e focados para<br />

atuarem no crescimento. No digital,<br />

o nicho é maioria. Se a empresa<br />

tem um conteúdo bom e boas<br />

estratégias <strong>de</strong> marketing digital,<br />

com certeza ela vai chamar a<br />

atenção <strong>de</strong> sua persona. Mas, para<br />

isso ocorrer, profissionais competentes<br />

<strong>de</strong>vem estar envolvidos, e<br />

as ferramentas e estratégias corretas<br />

<strong>de</strong>vem ser aplicadas. O que<br />

funciona para uma empresa não<br />

é regra que vai funcionar para<br />

outras, mas em todas elas existe,<br />

sim, uma “base”. E é isso que <strong>de</strong>fendo<br />

nas consultorias que presto<br />

às empresas brasileiras. Em gran<strong>de</strong><br />

maioria, eu trabalho durante<br />

seis a <strong>12</strong> meses, arrumo a casa (as<br />

bases), aponto os caminhos e dali<br />

para frente a empresa está pron-<br />

ta para caminhar sozinha se quiser.<br />

Não gosto que o cliente seja<br />

refém da agência ou do consultor.<br />

Sempre busco resultados em<br />

tempo recor<strong>de</strong> e cobro isso das<br />

pessoas. Crio um relatório <strong>de</strong> tendências<br />

para alertar os clientes<br />

do que eles precisam ter atenção,<br />

o que vai crescer e o que vai passar<br />

e sempre proponho que eles<br />

preparem bases bem estruturadas<br />

e processos com estratégias<br />

<strong>de</strong> marketing digital.<br />

Quais características os profissionais<br />

<strong>de</strong>vem ter para fazer um bom<br />

marketing <strong>de</strong> conteúdo?<br />

Nos dias <strong>de</strong> hoje, um bom profissional<br />

<strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> conteúdo<br />

<strong>de</strong>ve ter quatro elementos<br />

essenciais: ter excelência em redação<br />

voltada para SEO, com bom<br />

conhecimento na produção <strong>de</strong><br />

artigos que sejam <strong>de</strong> interesse do<br />

público e, ao mesmo tempo, que<br />

contenha fatores <strong>de</strong> otimização<br />

compatíveis com as exigências<br />

do Google; ser jornalístico, já que<br />

para chamar a atenção do público<br />

é necessário produzir textos<br />

que sejam úteis para eles, igual<br />

os jornais fazem: escutar fontes,<br />

mencionar pesquisas, justificar<br />

por meio <strong>de</strong> dados, <strong>de</strong>terminando<br />

posicionamento etc.; gostar<br />

<strong>de</strong> números, porque é por meio<br />

do número <strong>de</strong> compartilhamentos,<br />

acessos e visualizações que<br />

será possível medir o resultado<br />

dos posts e seu impacto; e ter planejamento<br />

<strong>de</strong> publicações, pois<br />

é importante que exista um cronograma<br />

<strong>de</strong> publicações baseado<br />

nas dúvidas e dificulda<strong>de</strong>s dos<br />

clientes e que os posts estejam <strong>de</strong><br />

acordo com a estratégia.<br />

No Brasil, temos bons exemplos <strong>de</strong><br />

conteúdo <strong>de</strong> marca? E no mundo?<br />

Você po<strong>de</strong> citar alguns cases?<br />

Eu já aju<strong>de</strong>i a construir cases<br />

muito famosos trabalhando para<br />

marcas como General Motors,<br />

Salesforce, Ebay, Microsoft, Airbnb,<br />

American Greetings, Intuit,<br />

Thomson Reuters e outras, mas<br />

vocês <strong>de</strong>vem estar cansados <strong>de</strong><br />

ouvir falar <strong>de</strong>ssas marcas. No<br />

Brasil, tenho acompanhado várias<br />

empresas <strong>de</strong> nicho. Eu gosto<br />

<strong>de</strong> citar exemplos fora dos<br />

tradicionais, que estão fazendo<br />

um ROI incrivelmente alto com<br />

20 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


astante inteligência no marketing<br />

digital. Veja o Grupo Voll<br />

Pilates (blogpilates.com.br), por<br />

exemplo. É uma empresa <strong>de</strong> nicho<br />

que simplesmente dominou<br />

o mercado <strong>de</strong> pilates através <strong>de</strong><br />

conteúdos e produtos digitais <strong>de</strong><br />

extrema qualida<strong>de</strong> — e eles criaram<br />

um mo<strong>de</strong>lo tão bom que estão<br />

caminhando para dominar<br />

outros mercados também. Outro<br />

exemplo é o escritório <strong>de</strong> advocacia<br />

focado no direito <strong>de</strong> trânsito<br />

conhecido como Doutor Multas<br />

(doutormultas.com.br). O blog já<br />

tem mais <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> visitas e<br />

gera um volume <strong>de</strong> negócios impressionante.<br />

O simpático professor<br />

<strong>de</strong> inglês Mairo Vergara (mairovergara.com)<br />

criou um portal<br />

<strong>de</strong> conteúdo com milhões <strong>de</strong> visitas<br />

por mês e também é um caso<br />

<strong>de</strong> sucesso unânime <strong>de</strong> conteúdo<br />

<strong>de</strong> marca, posicionamento e recordista<br />

<strong>de</strong> vendas. O que todos<br />

eles têm em comum? Excelente<br />

conteúdo <strong>de</strong> marca, que ajuda a<br />

resolver os problemas dos seus<br />

clientes. Junto com isso, um forte<br />

posicionamento, um funil <strong>de</strong><br />

vendas otimizado com ofertas <strong>de</strong><br />

produtos acessíveis financeiramente<br />

e <strong>de</strong> extrema qualida<strong>de</strong>. O<br />

resultado é que seus clientes não<br />

param <strong>de</strong> comprar e espalham espontaneamente<br />

sua mensagem.<br />

O marketing <strong>de</strong> conteúdo veio para<br />

ficar?<br />

Ele já está aí faz tempo. Agora<br />

é só ganhar escala e crescer. Não<br />

é mais uma tendência, mas uma<br />

realida<strong>de</strong>. O que vai ocorrer é que<br />

mais empresas vão passar a acreditar<br />

e investir pesado nisso.<br />

Quais as próximas tendências <strong>de</strong><br />

marketing <strong>de</strong> conteúdo?<br />

Vou citar cinco tendências que<br />

estão saltando aos meus olhos.<br />

A primeira é que, a cada ano que<br />

passa, eu vejo mais concorrência<br />

<strong>de</strong> anúncios em todos os mercados.<br />

Para quem investe em anúncios,<br />

eu posso dizer que os custos<br />

vão aumentar. Isso nos leva para<br />

a segunda tendência: com o aumento<br />

do custo por anúncios,<br />

as empresas vão procurar uma<br />

forma <strong>de</strong> gerar audiência fiel em<br />

“Só conSigo<br />

ajudar<br />

empreSaS que<br />

realmente<br />

eStão<br />

diSpoStaS<br />

a quebrar<br />

paradigmaS”<br />

Divulgação<br />

canais que você não precise necessariamente<br />

pagar para conseguir<br />

resultados. Outra coisa que<br />

percebo que vai ocorrer é empresas<br />

criando pequenos produtos<br />

online para aumentar a sua receita.<br />

Por exemplo, se você tem um<br />

serviço <strong>de</strong> consultoria, você po<strong>de</strong><br />

pegar uma pequena parte do seu<br />

negócio e fazer disso um “relatório<br />

inicial” como um produto<br />

digital e ven<strong>de</strong>r online. Isso vai<br />

te ajudar a ter um produto mais<br />

barato que seja <strong>de</strong> entrada para<br />

criar mais clientes. Depois você<br />

po<strong>de</strong>rá fazer upsells com esses<br />

clientes. A quarta tendência é que<br />

vejo o crescimento <strong>de</strong> produção<br />

<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os para vários propósitos:<br />

anúncios, conteúdos educativos<br />

e até mesmo central <strong>de</strong> ajuda. Por<br />

último, o atendimento a distância,<br />

com auxílio <strong>de</strong> tecnologias,<br />

vai ajudar muitas empresas a aumentar<br />

sua carteira <strong>de</strong> clientes<br />

e também a aten<strong>de</strong>r melhor os<br />

clientes atuais.<br />

Recentemente, o Facebook alterou<br />

o algoritmo mais uma vez, reduzindo<br />

ainda mais a penetração das marcas.<br />

O quanto isso impacta o mercado?<br />

O Facebook tem o controle <strong>de</strong><br />

audiências nas suas mãos. Ele sabe<br />

que consegue gerar um gran<strong>de</strong><br />

tráfego comprador para as empresas<br />

e marcas — ele vai cobrar cada<br />

vez mais por isso. O impacto <strong>de</strong>ssas<br />

mudanças do algoritmo para o<br />

mercado é totalmente financeiro.<br />

Há muitas ferramentas para auxiliar o<br />

trabalho do marketer. Como escolher<br />

o melhor parceiro?<br />

As ferramentas mais eficientes<br />

são aquelas que trazem dados<br />

analíticos sobre seu negócio. Pelo<br />

simples fato <strong>de</strong> que elas ajudam<br />

a eliminar as opiniões. Uma opinião<br />

é um ponto <strong>de</strong> vista pessoal<br />

cheio <strong>de</strong> preconceito. Isso não<br />

vale <strong>de</strong> nada para a condução <strong>de</strong><br />

um negócio. Todo mundo po<strong>de</strong><br />

ter uma opinião sobre alguma<br />

<strong>de</strong>cisão, mas se ela não estiver<br />

“uma opinião<br />

é um ponto<br />

<strong>de</strong> viSta<br />

peSSoal<br />

cheio <strong>de</strong><br />

preconceito”<br />

acompanhada <strong>de</strong> dados, para<br />

mim, ela não serve.<br />

Você já <strong>de</strong>senvolveu algumas ferramentas.<br />

Tem mais algum produto no<br />

qual está trabalhando? Qual solução<br />

acha que está faltando no mercado?<br />

No momento, pretendo investir<br />

aproximadamente US$ 10<br />

milhões na aquisição <strong>de</strong> empresas<br />

brasileiras. Estou procurando<br />

negócios que já tenham tráfego<br />

orgânico acima <strong>de</strong> 50 mil visitas<br />

por mês, que faturam aproximadamente<br />

R$ 100 mil por mês, <strong>de</strong><br />

preferência, que tenham base<br />

tecnológica e vendam online.<br />

Estou muito feliz com os resultados<br />

que tenho conseguido no<br />

Brasil e vou investir cada vez<br />

mais no país.<br />

Quem é seu público-alvo?<br />

No meu site neilpatel.com,<br />

tenho milhões <strong>de</strong> acessos, e o<br />

Brasil tem uma gran<strong>de</strong> representação<br />

disso. Já são mais <strong>de</strong><br />

100 mil acessos únicos diários,<br />

exclusivamente do Brasil. Atualmente<br />

tenho uma operação no<br />

Brasil para ajudar as empresas<br />

a crescerem. Eu e minha equipe<br />

local prestamos consultoria<br />

para empreen<strong>de</strong>dores e gran<strong>de</strong>s<br />

empresas que <strong>de</strong>sejam crescer<br />

do zero com um produto novo<br />

ou melhorar o seu ROI atual em<br />

campanhas recorrentes. Embora<br />

não possa citar nomes, posso<br />

dizer que, em alguns casos, conseguimos<br />

ampliar para mais <strong>de</strong> 1<br />

milhão <strong>de</strong> visitas por mês. Antes<br />

<strong>de</strong> aceitar um cliente, faço uma<br />

entrevista bastante exploradora<br />

para conhecer o mindset das<br />

pessoas que estão por trás do<br />

negócio. Somente consigo ajudar<br />

empresas que realmente estão<br />

dispostas a quebrar paradigmas<br />

e lutar contra conceitos ultrapassados<br />

que as atrapalham <strong>de</strong> crescer.<br />

Já tive pedidos <strong>de</strong> consultoria<br />

vindo <strong>de</strong> empresas gigantes<br />

brasileiras que eu simplesmente<br />

tive <strong>de</strong> negar porque elas não estavam<br />

dispostas a mudar. Para<br />

que qualquer empresa cresça, é<br />

necessário que esteja aberta para<br />

novas i<strong>de</strong>ias e novas iniciativas<br />

<strong>de</strong>ntro do marketing. O marketing<br />

digital é um combustível do<br />

foguete para empresas que estão<br />

prontas para ele.<br />

jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 21


quem fez<br />

Cristiane Marsola cristiane@propmark.com.br<br />

comidinha<br />

A série <strong>de</strong> filmes Inove no Menu, criada pela<br />

Rapp para Supergasbras, traz a história <strong>de</strong><br />

quatro personagens que são representantes<br />

regionais da cozinha brasileira. Cada um <strong>de</strong>les<br />

apresentará sua história e compartilhará<br />

receitas típicas. A primeira estrela da plataforma<br />

<strong>de</strong> comunicação é Dona Elzinha, que<br />

herdou a paixão por cozinhar da mãe e da avó.<br />

rapp<br />

SupeRgASBRAS<br />

Fotos: Divulgação<br />

Título: Inove no Menu; direção <strong>de</strong> arte: Luiz Barretto;<br />

redação: Andre Winkel; produtora do filme:<br />

Sweet Filmes; direção <strong>de</strong> cena: Fernando André;<br />

produtora <strong>de</strong> som: Hefty; aprovação do cliente:<br />

Julio Cardoso, Fernando Liserra, Mariana Pedrosa e<br />

Rachel Risi.<br />

ExEmplo<br />

A emocionante vitória do cantor Neguinho<br />

da Beija-Flor sobre o câncer está na campanha<br />

do Ministério da Saú<strong>de</strong>, assinada pela<br />

nova/sb. O filme traz <strong>de</strong>poimentos do próprio<br />

cantor e <strong>de</strong> amigos e parentes que estiveram<br />

ao lado <strong>de</strong>le no momento difícil e foca<br />

na possibilida<strong>de</strong> real <strong>de</strong> cura da doença,<br />

vista por muitos como sentença <strong>de</strong> morte.<br />

nova/sb<br />

mINIStéRIO DA SAúDe<br />

Título: Campanha do Dia Mundial do Câncer<br />

<strong>2018</strong>; direção <strong>de</strong> criação: Thomaz Munster; criação:<br />

Filipe Fontes; produtora do filme: Nove 90<br />

Filmes; direção <strong>de</strong> cena: John Oliveira; aprovação<br />

pelo cliente: Juliana Costa Vieira, Amanda<br />

Sampaio e Ana Karla Guerra.<br />

EspEcialidadE<br />

Para convencer as pessoas <strong>de</strong> que é melhor<br />

<strong>de</strong>ixar os pequenos reparos para os especialistas,<br />

a nova campanha do Banco do Brasil<br />

Seguros, criada pela agência Garage, <strong>de</strong>safiou<br />

consumidores a realizar tarefas aparentemente<br />

simples, mas que dão muito trabalho,<br />

principalmente para quem não está acostumado<br />

com as ferramentas.<br />

GaraGe<br />

BANCO DO BRASIL SeguROS<br />

Título: Especialista em Seguros; produto: intitucional;<br />

criação: Caetano Sevilla, Felipe Pires, Fernando<br />

Molina, Fernando Mello e Marcus Soares; produtora<br />

<strong>de</strong> filme: Madre Mia Filmes; direção <strong>de</strong> cena: Alexandre<br />

Sorriso; aprovação do cliente: Inácio Araújo,<br />

Tatiana Cerezer e José Guilherme Florence.<br />

22 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


não é não<br />

O slogan Respeita as Mina. É simples., da campanha da<br />

Heads para a ONU Mulheres, foi inspirado no movimento<br />

<strong>de</strong> mesmo nome da Secretaria <strong>de</strong> Políticas para<br />

Mulheres do Governo da Bahia. Com uma linguagem<br />

direta e divertida, que “traduz” o que as mulheres querem<br />

dizer, a comunicação chama a atenção dos foliões<br />

para o assédio sexual, que costuma ser ainda maior<br />

durante o Carnaval, quando muitos acham que po<strong>de</strong>m<br />

agir contra a vonta<strong>de</strong> da mulher. A ação integra o movimento<br />

global ElesPorElas (HeForShe), que luta pela<br />

igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero. A veiculação dos pôsteres e ví<strong>de</strong>os<br />

<strong>de</strong> animação é realizada no digital <strong>de</strong> todo o Brasil<br />

e em outdoor <strong>de</strong> diversas cida<strong>de</strong>s. Foram firmadas<br />

parcerias com Metrô-DF, Eletromídia, Elemídia, MAM,<br />

Globo.com e JCDecaux.<br />

Heads<br />

ONu muLheReS<br />

Título: Respeita as mina. É simples.; produto: He For She; diretor<br />

<strong>de</strong> criação: Kike Borell; redator: Bruno Pereira; diretor <strong>de</strong><br />

arte: Eduardo Vares; produtor digital: Gimpa; produtor gráfico:<br />

Marcelo Santos; produtora <strong>de</strong> som: Cabaret.<br />

conto dE fadas<br />

Para apresentar a linha Força Vitaminada,<br />

<strong>de</strong> Johnson’s, <strong>de</strong>senvolvida para crianças <strong>de</strong><br />

dois a seis anos, a DM9DDB apostou em uma<br />

linguagem lúdica, que remete aos contos<br />

<strong>de</strong> fadas. No filme, a garota usa suas fortes<br />

tranças para obrigar o dragão a tomar banho.<br />

Tudo acompanhado <strong>de</strong> perto pelo pai,<br />

no papel <strong>de</strong> príncipe.<br />

dM9ddb<br />

JOhNSON & JOhNSON<br />

Título: Cabo <strong>de</strong> Guerra; produto: Força Vitaminada;<br />

criação: Rafael Oliveira, Sérgio Barros, Patrick<br />

Matzenbacher e Vitor Medrado; produtora <strong>de</strong> filme:<br />

O2 Filmes; diretor <strong>de</strong> cena: Fred Luz; produtora<br />

<strong>de</strong> Áudio: Helio Ziskind; aprovação do cliente:<br />

José Cirilo, Luciana Chiesa e Ana Paula Fischer.<br />

quEstionamEnto<br />

Seis novos filmes garantem a diversão dos<br />

fãs da campanha que ficou consagrada com<br />

o bordão “pergunta lá no posto Ipiranga”.<br />

Desta vez, o conceito foi simplificado para<br />

“Não importa como, pergunta lá” e mostra<br />

consumidores muito variados, <strong>de</strong> Carreta<br />

Furacão a criança <strong>de</strong> pantufa, que estão<br />

atrás <strong>de</strong> serviços oferecidos pelo posto.<br />

TalenT Marcel<br />

IpIRANgA<br />

Título: Carreta; produto: institucional; criação:<br />

Denis Peralta e Renato Jardim; produtora <strong>de</strong> imagem:<br />

Boiler Filmes; direção <strong>de</strong> cena: Dulcidio Cal<strong>de</strong>ira;<br />

produtora <strong>de</strong> som: Satélite Audio; aprovação<br />

do cliente: Jeronimo dos Santos, Francisco<br />

Lucio Mandarino, Reinaldo Machado Donadio, Anna<br />

Carolina Saldanha e Bianca Abrantes Prisco.<br />

jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 23


inspiração<br />

Encontre o seu botão FF e aperte<br />

Uma carreira internacional na publicida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> parecer um<br />

sonho, mas André Felix recomenda avançar sempre, usando<br />

as referências latentes como fonte para propor soluções<br />

24 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


André Felix é diretor<br />

<strong>de</strong> criação digital da<br />

The Walt Disney Company<br />

Dabbdy/iStock<br />

André Felix<br />

especial para o PrOPMArK<br />

Quando você perceber já foi. Não, isso não é a frase<br />

<strong>de</strong> uma enfermeira falando <strong>de</strong> uma injeção, <strong>de</strong><br />

um médico falando <strong>de</strong> gripe ou <strong>de</strong> um careca falando<br />

do cabelo que não existe mais.<br />

Na verda<strong>de</strong>, isso fala muito sobre o que eu penso<br />

da vida. Ela começa com o “V” e o resto é só “ida”.<br />

O engraçado <strong>de</strong> pensar na “ida” é que tudo que ficou<br />

pra trás parece que fica na memória em slow motion.<br />

Demorou pra eu sair da Penha, no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Foi<br />

<strong>de</strong>morada a época em que eu era só um amigo <strong>de</strong> infância<br />

da Luciana. Foi eterno e divertido o tempo em<br />

que eu e meu irmão levamos pra frente uma pequena<br />

agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> na Tijuca. Hoje, quando penso<br />

em tudo isso, até a minha lembrança fica <strong>de</strong>vagar.<br />

Mas a “ida” não para. Na sequência rolou o meu<br />

casamento e a mudança para São Paulo. O botão<br />

play foi <strong>de</strong>finitivamente apertado. Pra um carioca da<br />

gema aquela cida<strong>de</strong> cinza, caótica e gran<strong>de</strong> era um<br />

aviso: agora não tem mais volta, Felix. Segue o fluxo,<br />

anda rápido e não olha pra trás.<br />

Na capital paulista, um dos maiores centros <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

do mundo, o jogo é pesado. Trânsito, rotina,<br />

reuniões, i<strong>de</strong>ias e ralação <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Eu fiquei cascudo.<br />

Trabalhei em gran<strong>de</strong>s agências, com gran<strong>de</strong>s talentos<br />

e conquistei meus primeiros prêmios <strong>de</strong> peso.<br />

Mas era pouco pra mim. Faltava o FF, mas ele veio.<br />

O FF (Felipe Felix) nasceu e a brinca<strong>de</strong>ira acabou<br />

<strong>de</strong> vez. O que era play virou fast forward. Da primeira<br />

fralda ao embarque para os Estados Unidos foi um<br />

piscar <strong>de</strong> olhos.<br />

Primeira parada na terra do Tio Sam: Fort Lau<strong>de</strong>rdale.<br />

Cheguei numa agência que o apelido é “A<br />

máquina”. Um lugar gigantesco feito pra alcançar<br />

resultados. Lá ganhei os primeiros prêmios <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong><br />

da história da Zimmerman Omnicom Group,<br />

conquistei concorrências, aprendi Spanglish e fiz<br />

gran<strong>de</strong>s amigos.<br />

Dá máquina pulei para a Young <strong>de</strong> Miami e o ritmo<br />

continuou rápido. Lá fiz parte do board criativo global<br />

e pu<strong>de</strong> ajudar a agência a figurar no top 3 do Festival<br />

<strong>de</strong> Cannes em 2017. E dá-lhe FF. Da Y&R fui viver uma<br />

experiência incrível na Nobox. Garanto: não existe na<br />

Flórida uma agência com conhecimento digital tão<br />

gran<strong>de</strong>. Por lá ganhei a concorrência <strong>de</strong> um cliente<br />

no Equador e percebi que não foi pelo espanhol, mas<br />

pelas i<strong>de</strong>ias que tive com meus novos amigos. Porque<br />

i<strong>de</strong>ias não possuem idiomas, i<strong>de</strong>ias são apenas i<strong>de</strong>ias.<br />

E elas aparecem com muito trabalho e intensida<strong>de</strong>.<br />

O FF não para. Perto dos 40 anos, eu cheguei em<br />

um lugar que parecia inimaginável pra um cara que<br />

veio lá da Penha: The Walt Disney Company. Sério.<br />

Passa um filme na minha cabeça e às vezes é difícil<br />

acreditar que fui convidado para viver em Los Angeles<br />

e <strong>de</strong>senvolver i<strong>de</strong>ias para a maior empresa <strong>de</strong> entretenimento<br />

do mundo, na terra do entretenimento.<br />

E você acha que eu tive medo <strong>de</strong> encarar um gigante<br />

<strong>de</strong>sses? Apertei o FF e me tornei o primeiro brasileiro<br />

a trabalhar na divisão <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>/criativida<strong>de</strong><br />

da empresa, abrindo as portas para a chegada <strong>de</strong><br />

mais compatriotas na Disney.<br />

Por que eu te contei tudo isso? Porque, <strong>de</strong> coração,<br />

eu quero que você leia esse texto e encontre o seu<br />

FF, como eu encontrei o meu Felipe Felix. Porque o<br />

FF vai ser o seu combustível para chegar on<strong>de</strong> você<br />

sempre sonhou. Mas sem se esquecer daquele tempo<br />

do slow motion e do play. Porque esses, sim, são os<br />

momentos que você vai levar pra sempre e vão <strong>de</strong>ixar<br />

você forte para encarar qualquer <strong>de</strong>safio.<br />

Obrigado, Penha. Obrigado, mãe. Obrigado, Luciana.<br />

Obrigado, família. Obrigado, amigos. E, claro,<br />

muito obrigado FF (Felipe Felix), você vai ser para<br />

sempre o meu combustível.<br />

Nunca se esqueça: a palavra Vida tem apenas um<br />

“V”, o resto é só “ida”. Viva cada momento intensamente,<br />

porque essa nossa aventura aqui não tem replay.<br />

Ilustração: Marcelo Anache<br />

Arquivo Pessoal<br />

Aventura sem replay<br />

Os <strong>de</strong>graus da igreja da Penha (foto na página ao lado),<br />

no Rio <strong>de</strong> Janeiro, operam milagres. Melhor não olhar<br />

para trás. O fast forward requer apenas um toque. Então,<br />

melhor se tocar. A ilustração traça a linha do tempo, que<br />

não para. O casamento com Luciana ren<strong>de</strong>u, porém,<br />

a maior inspiração: o filho Felipe Felix (acima).<br />

jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 25


opinião<br />

Jevtic/iStock<br />

o agro é cida<strong>de</strong><br />

Paulo Pereira<br />

Quando se fala em agronegócio já pensamos<br />

no campo, fazendas, animais e<br />

agricultura. Não está errado, mas o agronegócio<br />

é muito mais que isso. É difusor <strong>de</strong><br />

cultura, seja ela sinônimo <strong>de</strong> conhecimento<br />

(estudo, sapiência), indivíduos (grupo, povo,<br />

raça), costumes (comportamentos, hábitos)<br />

e civilização (<strong>de</strong>senvolvimento, progresso<br />

ou agricultura). Temos muitos sinônimos<br />

para cultura, principalmente quando<br />

se trata da cultura do agronegócio. Mas<br />

não po<strong>de</strong>mos nos esquecer do sujeito que,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> ser agricultor pequeno<br />

ou gran<strong>de</strong> empresário, é <strong>de</strong>terminado,<br />

responsável diretamente pela ação que<br />

gera reação. Esse sujeito é capaz <strong>de</strong> mover<br />

montanhas com seu negócio. Negócio este<br />

tão nobre quanto salvar uma vida,<br />

pois o alimento é vida!<br />

Comparar o agricultor ou o<br />

pecuarista a um médico não<br />

é exagero. Ambos cuidam da<br />

saú<strong>de</strong> dos seus. O produtor<br />

rural precisa tratar da saú<strong>de</strong><br />

das plantas e dos animais para<br />

ter uma produção saudável<br />

que possa servir <strong>de</strong> alimento<br />

às pessoas. O homem do campo<br />

trabalha duro, em silêncio.<br />

Quase invisível aos olhos das gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s<br />

e capitais on<strong>de</strong> o sujeito <strong>de</strong>terminado<br />

passa a ser oculto. O Brasil tem o agro em<br />

seu DNA, foi colonizado cultivando cana-<br />

-<strong>de</strong>-açúcar, foi governado pela política do<br />

café com leite e até hoje sustenta a balança<br />

comercial do país.<br />

O Brasil é um dos principais produtores<br />

e exportadores <strong>de</strong> commodities do mundo.<br />

Lí<strong>de</strong>r em alguns segmentos como café e suco<br />

<strong>de</strong> laranja, gigante produtor <strong>de</strong> soja, milho,<br />

algodão, carne bovina e cana-<strong>de</strong>-açúcar,<br />

entre outros. Autossuficiente como a<br />

maioria das culturas básicas <strong>de</strong> consumo<br />

interno. No segmento hortifrúti, o Brasil<br />

é referência em frutas e verduras <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

e sabor. O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio da comunicação<br />

é trazer isso à tona para a socieda<strong>de</strong><br />

“O<br />

agricultOr<br />

nãO é aquele<br />

Jeca-tatu<br />

retratadO<br />

pOr<br />

MOnteirO<br />

lObatO”<br />

que não vive o agronegócio, mas consome<br />

com fome o que é plantado. O tomate não<br />

nasce na prateleira, assim como não existe<br />

árvore <strong>de</strong> feijão ou pequena plantação<br />

<strong>de</strong> soja em um quintal. O agricultor não é<br />

aquele Jeca-Tatu retratado por Monteiro<br />

Lobato, ele também é empresário, seja <strong>de</strong><br />

uma proprieda<strong>de</strong> com centenas <strong>de</strong> funcionários<br />

ou mesmo familiar. Ele é tecnificado<br />

e sabe que a tecnologia po<strong>de</strong> ser usada a<br />

seu favor. Afinal, a tecnologia chegou sem<br />

volta para o meio rural.<br />

Neste momento em que as re<strong>de</strong>s sociais<br />

são enormes difusoras <strong>de</strong> informação, que<br />

o Brasil possui uma das principais audiências<br />

do Facebook, contribuímos com a comunicação<br />

do setor por meio das histórias<br />

<strong>de</strong> amor, resiliência e superação <strong>de</strong> quem<br />

faz o agro acontecer no campo e<br />

na cida<strong>de</strong>: a série Ser Agro é Bom<br />

<strong>de</strong>staca as principais culturas<br />

produzidas no país. São <strong>12</strong> ví<strong>de</strong>os<br />

que colocam em evidência a vida<br />

do campo, as diferenças entre as<br />

produções e a importância do agro<br />

para todos. A paixão pela agricultura,<br />

o compromisso com a terra e<br />

com o planeta. O amor pela profissão<br />

e a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser reconhecido.<br />

São mais <strong>de</strong> 15 milhões <strong>de</strong> visualizações<br />

<strong>de</strong>sses ví<strong>de</strong>os nas mídias<br />

sociais em 2017. Agricultores <strong>de</strong> todos os<br />

cantos do Brasil falando sobre soja, laranja,<br />

algodão, uva, trigo... e não só sobre o que<br />

plantam, mas o que os move a plantar, o<br />

sentimento <strong>de</strong> gratidão e respeito que têm<br />

com a terra.<br />

A série é uma iniciativa <strong>de</strong> aproximarmos<br />

o campo da cida<strong>de</strong>. Humanizar o agricultor<br />

e valorizar a importância da agricultura.<br />

Uma tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>smistificar a imagem<br />

que muitas pessoas pensam do produtor<br />

rural, pois ele é um ser humano como<br />

nós, tem família, sonhos e problemas como<br />

qualquer outro indivíduo. Disseminar a<br />

agricultura do campo à mesa. Reconhecer<br />

quem nos dá <strong>de</strong> comer e beber. Aceitar a<br />

nossa origem e mostrar que evoluímos, e<br />

muito, nesse quesito. Ser agro é muito bom.<br />

Paulo Pereira é diretor <strong>de</strong> comunicação<br />

corporativa da Bayer no Brasil<br />

paulo.pereira@bayer.com<br />

26 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Mídia<br />

Metrô News quer se tornar jornal<br />

com mais leitores em São Paulo<br />

Publicação preten<strong>de</strong><br />

alcançar público<br />

maior também com<br />

presença no digital<br />

Fotos: Reprodução<br />

Cristiane Marsola<br />

Metrô News começa <strong>2018</strong> com o objetivo<br />

ousado <strong>de</strong> ser o jornal com mais lei-<br />

O<br />

tores da Gran<strong>de</strong> São Paulo. “Quando mudou<br />

nossa diretoria, a gente adotou o posicionamento<br />

<strong>de</strong> ser um dos jornais mais lidos <strong>de</strong><br />

São Paulo e perguntamos ‘o que po<strong>de</strong>mos<br />

fazer para ser o primeiro?’. Hoje temos 1 milhão<br />

<strong>de</strong> leitores, mas a circulação no Metrô<br />

é <strong>de</strong> 4,7 milhões <strong>de</strong> pessoas. Como chegar<br />

em quem não chegamos ainda?”, questiona<br />

André Lopes, diretor-comercial e marketing<br />

do Metrô News. Uma das táticas é<br />

investir no digital. O portal do Metrô News<br />

passa por mudanças e será responsivo.<br />

A diretora-presi<strong>de</strong>nte Roseli Thomeu<br />

assumiu a gestão, ano passado, <strong>de</strong>pois<br />

que a empresa esteve por nove anos sob<br />

a direção <strong>de</strong> Andrea Thomeu, sobrinha<br />

<strong>de</strong> Roseli, que morreu em abril. De lá para<br />

cá, houve mudanças, como a realização<br />

<strong>de</strong> pesquisa Marplan e a filiação ao IVC<br />

(Instituto Verificador <strong>de</strong> Comunicação).<br />

“A pesquisa apontou que o Metrô<br />

News, em número <strong>de</strong> leitores, é o segundo<br />

maior da Gran<strong>de</strong> São Paulo, atrás do<br />

Metro, e o terceiro maior <strong>de</strong> São Paulo. O<br />

primeiro é a Folha <strong>de</strong> S.Paulo; o segundo,<br />

o Metro; e o terceiro somos nós. Isso virou<br />

argumento para ven<strong>de</strong>r publicida<strong>de</strong>”,<br />

conta Lopes.<br />

O executivo aponta como vantagem da<br />

publicação o fato <strong>de</strong> as pessoas terem total<br />

atenção para o jornal, já que estão confinadas<br />

nos vagões. “As pessoas têm, em<br />

média, 33 minutos para ler <strong>de</strong>ntro do metrô,<br />

o que é um tempo <strong>de</strong> impacto muito<br />

bom”, diz Lopes. A circulação do Metrô<br />

News, <strong>de</strong> segunda a quarta, é <strong>de</strong> 50 mil<br />

exemplares; e <strong>de</strong> quinta e sexta, 90 mil.<br />

O <strong>de</strong>partamento comercial tem apostado<br />

bastante em parcerias. No ano passado,<br />

no dia anterior à Black Friday, o jornal circulou,<br />

pela primeira vez em seus 43 anos,<br />

com edição vespertina extra, graças a uma<br />

parceria com a Via Varejo. No último dia<br />

9, por conta do Carnaval, a publicação<br />

também teve uma edição extra. Foram<br />

mais 30 mil exemplares do Guia do Carnaval<br />

entregues no Sambódromo e no<br />

Carnaval <strong>de</strong> rua <strong>de</strong> São Paulo, além dos<br />

90 mil exemplares distribuídos normalmente<br />

pela manhã no metrô.<br />

Para divulgar ofertas para a Black Friday do ano passado, o jornal saiu pela primeira vez em edição vespertina<br />

jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 27


Mídia<br />

Folha po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r público jovem ao<br />

<strong>de</strong>ixar Facebook, dizem especialistas<br />

Decisão do jornal, reflexo da mudança que a re<strong>de</strong> social fez em algoritmo, gerou<br />

polêmica e repercussão em veículos <strong>de</strong> imprensa como The Wall Street Journal<br />

KELLY DORES<br />

<strong>de</strong>cisão da Folha <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar<br />

A <strong>de</strong> atualizar seu conteúdo<br />

no Facebook gerou polêmica,<br />

críticas e repercussão internacional,<br />

em veículos <strong>de</strong> imprensa<br />

como The Guardian, Bloomberg<br />

e The Wall Street Journal.<br />

Especialistas consi<strong>de</strong>ram que<br />

atitu<strong>de</strong> é corajosa, mas paradoxal,<br />

porque o jornal <strong>de</strong>ve<br />

per<strong>de</strong>r público, principalmente<br />

o mais jovem. A iniciativa do<br />

maior jornal do Brasil foi uma<br />

clara resposta à mudança que o<br />

Facebook fez em janeiro no algoritmo,<br />

que dá menos visibilida<strong>de</strong><br />

para o jornalismo e posts<br />

<strong>de</strong> marcas e privilegia conteúdos<br />

<strong>de</strong> interação pessoal, feitos<br />

por amigos e familiares. Para<br />

a Folha, com isso a re<strong>de</strong> social<br />

favorece a criação <strong>de</strong> bolhas<br />

<strong>de</strong> opiniões e a propagação das<br />

fake news.<br />

“Acho a atitu<strong>de</strong> corajosa, porém<br />

paradoxal, porque a Folha<br />

po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r público, principalmente<br />

o mais jovem, aquele<br />

que tem mais condições <strong>de</strong> garantir<br />

a sobrevivência do veículo.<br />

A Folha não <strong>de</strong>u tempo para<br />

o Facebook se reorganizar em<br />

relação à imprensa <strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong>,<br />

o que ele <strong>de</strong>ve acabar fazendo<br />

porque não lhe interessa<br />

comprar uma briga <strong>de</strong>ssas em<br />

escala mundial. Vamos ver se<br />

outros veículos seguem o gesto<br />

da Folha. A repercussão entre<br />

a mídia tradicional internacional<br />

foi gran<strong>de</strong>”, observou Caio<br />

Túlio Costa, professor da pós-<br />

-graduação em jornalismo digital<br />

da ESPM.<br />

Para Costa, uma das consequências<br />

disso é a possível<br />

tentativa <strong>de</strong> abrir um caminho<br />

<strong>de</strong> confronto para obrigar o Facebook<br />

a não discriminar os veículos<br />

<strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong>. “Consequência<br />

mesmo, como disse<br />

o Jeff Jarvis, é per<strong>de</strong>r o público<br />

jovem”. Jeff Jarvis, professor <strong>de</strong><br />

jornalismo na City University<br />

<strong>de</strong> Nova York, criticou a <strong>de</strong>cisão<br />

do jornal. Ele disse que a Folha<br />

Último post do jornal em sua página na re<strong>de</strong> social, anunciando a <strong>de</strong>cisão<br />

está abandonando um número<br />

enorme <strong>de</strong> leitores, especialmente<br />

os mais jovens. “Nós<br />

precisamos levar o nosso jornalismo<br />

para as pessoas on<strong>de</strong> e<br />

quando elas estiverem conversando.<br />

Nós não po<strong>de</strong>mos presumir<br />

que as pessoas virão até<br />

nós para se informar”.<br />

Outros players po<strong>de</strong>m seguir<br />

a Folha? “Vamos ver; que po<strong>de</strong>m,<br />

po<strong>de</strong>m - no Brasil, os jornais<br />

já peitaram o Google quando<br />

saíram do Google News no<br />

começo da década, em grupo! A<br />

Globo também se recusou a fazer<br />

perfis no Facebook, e <strong>de</strong>pois<br />

voltou atrás. No mundo, <strong>de</strong>zena<br />

<strong>de</strong> jornais, entre eles o New<br />

York Times, se recusaram a participar<br />

dos Instant Articles. Enfim,<br />

vamos esperar um pouco<br />

pra ver”, sintetizou o professor<br />

da ESPM.<br />

A <strong>de</strong>cisão da Folha, jornal<br />

<strong>de</strong> maior circulação no Brasil<br />

com 304.716 exemplares impressos<br />

aos domingos, gerou<br />

resposta do Facebook, que disse:<br />

“As mudanças no algoritmo<br />

são movimentos <strong>de</strong>cisivos para<br />

garantir que as notícias que as<br />

pessoas veem sejam informativas<br />

e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>”.<br />

A Folha também tem uma<br />

audiência gran<strong>de</strong> no digital,<br />

sendo o primeiro jornal brasileiro<br />

a ter circulação digital<br />

“Acho A Atitu<strong>de</strong><br />

corAjosA, porém<br />

pArAdoxAl, porque<br />

A FolhA po<strong>de</strong><br />

per<strong>de</strong>r público,<br />

principAlmente<br />

o mAis jovem,<br />

Aquele que tem<br />

mAis condições<br />

<strong>de</strong> gArAntir A<br />

sobrevivênciA<br />

do veículo”<br />

maior do que a impressa.<br />

O jornal cita “as <strong>de</strong>svantagens<br />

em utilizar o Facebook<br />

como um caminho para atingir<br />

os leitores, que ficaram mais<br />

evi<strong>de</strong>ntes após a <strong>de</strong>cisão da<br />

re<strong>de</strong> social <strong>de</strong> diminuir a visibilida<strong>de</strong><br />

do jornalismo profissional<br />

nas páginas <strong>de</strong> seus usuários”.<br />

Para a Folha, isso reforça a<br />

tendência do usuário a consumir<br />

cada vez mais conteúdo<br />

com o qual tem afinida<strong>de</strong>, favorecendo<br />

a criação <strong>de</strong> bolhas<br />

<strong>de</strong> opiniões e convicções e a<br />

propagação das fake news. Na<br />

opinião do jornal, “sem conseguir<br />

resolver satisfatoriamente<br />

o problema <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o que<br />

Reprodução<br />

é conteúdo relativo a jornalismo<br />

profissional e o que não é,<br />

a re<strong>de</strong> (Facebook) anunciou no<br />

mês passado que reduziria o alcance<br />

das páginas <strong>de</strong> veículos<br />

<strong>de</strong> comunicação, entre outros”.<br />

A Folha também relata que,<br />

no caso do jornal, a importância<br />

do Facebook como canal<br />

<strong>de</strong> distribuição já vinha diminuindo<br />

significativamente antes<br />

mesmo da mudança do mês<br />

passado, tendência observada<br />

também em outros veículos.<br />

Segundo dados internos do<br />

jornal, em janeiro, o volume<br />

total <strong>de</strong> interações (compartilhamentos,<br />

comentários e curtidas)<br />

obtido pelas 10 maiores<br />

páginas <strong>de</strong> jornais brasileiros<br />

no Facebook caiu 32% na comparação<br />

com o mesmo mês <strong>de</strong><br />

2017.<br />

Atualmente, a Folha tem 5,95<br />

milhões <strong>de</strong> seguidores no Facebook,<br />

o que lhe dá a posição <strong>de</strong><br />

maior jornal brasileiro na re<strong>de</strong><br />

social. As páginas das editorias<br />

somam 2,2 milhões <strong>de</strong> curtidas.<br />

O jornal informa que os leitores<br />

po<strong>de</strong>rão compartilhar normalmente<br />

conteúdo da Folha em<br />

suas páginas pessoais do Facebook.<br />

O jornal também tem<br />

perfis atualizados diariamente<br />

no Twitter (6,2 milhões <strong>de</strong> seguidores),<br />

Instagram (727 mil) e<br />

LinkedIn (726 mil).<br />

28 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


STORYTELLER<br />

bowie15/iStock<br />

Fazendo<br />

besteira<br />

Bobagens gigantescas<br />

e inacreditáveis ocorrem<br />

mais do que a gente pensa<br />

LuLa Vieira<br />

Um dos mais profundos pensamentos<br />

da filosofia oci<strong>de</strong>ntal foi dita por meu<br />

dupla, Marcelo Martinez, que sentenciosamente<br />

afirmou: “Às vezes, a gente passa<br />

por babaca por pura babaquice”. Sábias<br />

palavras, principalmente para quem, como<br />

eu, já viu ou praticou besteiras que nem na<br />

ficção mais <strong>de</strong>lirante seriam possíveis.<br />

Besteiras gigantescas e inacreditáveis<br />

ocorrem mais do que a gente pensa. Um<br />

querido amigo, afamado e produtor, antes<br />

<strong>de</strong> se ban<strong>de</strong>ar para o cinema, ajudava o pai<br />

numa empresa <strong>de</strong> exportação. Pois conseguiu<br />

mandar um navio inteiro, lotado <strong>de</strong><br />

café, para um porto errado, fato que durante<br />

muito tempo constou no anedotário da<br />

marinha mercante internacional. Impossível?<br />

Claro que sim. Exatamente por isso,<br />

ocorreu.<br />

A gran<strong>de</strong>, a monumental cagada, ocorre<br />

como somatório <strong>de</strong> pequenos enganos.<br />

Lembrem-se da tragédia do avião da Vasp<br />

que caiu na floresta por uma sucessão <strong>de</strong><br />

mal-entendidos, incluindo uma inacreditável<br />

troca <strong>de</strong> sintonia <strong>de</strong> uma emissora <strong>de</strong><br />

rádio. O piloto sabia que o sinal <strong>de</strong> uma rádio<br />

que serviria para ajudá-lo na navegação<br />

estava transmitindo um jogo <strong>de</strong> futebol.<br />

Ele já se enganara na interpretação da<br />

bússola e nos ajustes <strong>de</strong> navegação. Só faltou<br />

mais essa escorregada quanto à emissora<br />

<strong>de</strong> rádio. Achando que a narração do<br />

jogo que ouvia era <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada<br />

emissora, rumou em direção ao sinal. Só<br />

que não era. E caiu, sem combustível.<br />

Agora me permita contar a minha burrice,<br />

que os antigos comandantes da PM do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro se lembram. Estupi<strong>de</strong>z tão<br />

gran<strong>de</strong> que levei anos sem ter coragem <strong>de</strong><br />

contar para ninguém.<br />

Durante a gestão do gran<strong>de</strong> Luiz Eduardo<br />

Soares, na Secretaria <strong>de</strong> Segurança, minha<br />

agência tinha parte da conta do governo<br />

do estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Preocupado com a imagem da PM, Luiz<br />

Eduardo teve a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> mudar a cor da polícia,<br />

como sinalização <strong>de</strong> novos tempos e<br />

<strong>de</strong> nova mentalida<strong>de</strong>.<br />

E pediu para algum <strong>de</strong>sign, entre seus<br />

inúmeros amigos, uma nova programação<br />

visual que seria implantada aos poucos, ao<br />

mesmo tempo que uma campanha <strong>de</strong> propaganda<br />

divulgaria que estava surgindo<br />

uma espécie <strong>de</strong> “nova PM”, mais a<strong>de</strong>quada<br />

aos tempos <strong>de</strong> abertura e <strong>de</strong> preocupações<br />

cidadãs.<br />

O chefe <strong>de</strong> comunicação da corporação<br />

me passou o briefing e, como eu estava<br />

viajando para o exterior, passei as informações<br />

para a agência pelo telefone no aeroporto.<br />

Por um <strong>de</strong>sses lapsos que só o diabo consegue<br />

explicar, quando disse aos colegas a<br />

tese central da campanha, repeti várias vezes<br />

que a cor da PM era azul, por simples<br />

engano.<br />

Eu queria dizer ver<strong>de</strong>, como algumas<br />

viaturas recém-adquiridas já vinham pintadas.<br />

O tema da “nova PM” foi bem transmitido,<br />

embora a dupla tivesse entendido<br />

também que eu estava sugerindo o uso da<br />

cor azul. E foi criada uma bela campanha<br />

com o tema: Tudo azul na PM.<br />

Essa besteira seria pequena se, para<br />

completar, o nosso diretor <strong>de</strong> operações,<br />

que não conhecia o briefing, mas acreditou<br />

que a campanha era a<strong>de</strong>quada, enviou para<br />

a dupla um email dizendo: “Ok. Vamos em<br />

frente”.<br />

O que queria dizer somente que era hora<br />

<strong>de</strong> apresentar para o cliente. O email foi interpretado<br />

como “tudo aprovado” e a campanha<br />

finalizada. Por muito pouco não foi<br />

publicada.<br />

Mesmo assim, o Luiz Eduardo me jurou<br />

<strong>de</strong> morte. Graças a Deus, mais tar<strong>de</strong> esqueceu,<br />

tanto que ainda somos amigos. E eu<br />

estou vivo.<br />

Lula Vieira é publicitário, diretor da<br />

Mesa Consultoria <strong>de</strong> Comunicação,<br />

radialista, escritor, editor e professor<br />

lulavieira@grupomesa.com.br<br />

jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 29


mArCAs<br />

Na abertura do Carnaval, Avianca<br />

faz show nas alturas com Banda Eva<br />

Companhia aérea garante presença na festa com voo exclusivo<br />

<strong>de</strong> São Paulo para a capital baiana e patrocínio ao Camarote Salvador<br />

Mariana Zirondi<br />

– <strong>de</strong> Salvador<br />

Não existem dúvidas <strong>de</strong> que<br />

o Carnaval é uma das datas<br />

mais esperadas pelos brasileiros,<br />

seja para os que gostam<br />

da folia ou para os que esperam<br />

os dias <strong>de</strong> folga. O fato é<br />

que as marcas se programam<br />

para estarem presentes na festa<br />

brasileira reconhecida no<br />

mundo inteiro.<br />

Com a Avianca não foi diferente.<br />

A companhia aérea direcionou<br />

suas ações para um<br />

dos <strong>de</strong>stinos mais procurados<br />

pelos passageiros na época e<br />

responsável por um emblemático<br />

Carnaval: Salvador. De <strong>de</strong>zembro<br />

até esta quinta (15), a<br />

companhia disponibilizou <strong>12</strong>0<br />

voos extras para a cida<strong>de</strong>, o que<br />

comprova sua forte presença.<br />

Em uma ação especial, a<br />

marca fechou parceria com o<br />

Camarote Salvador, ofertando<br />

um voo exclusivo <strong>de</strong> São Paulo<br />

a Salvador para quem comprasse<br />

o pacote completo. Um<br />

show da Banda Eva embalou<br />

a primeira noite do Camarote<br />

no último dia 8, mas também<br />

animou o voo fechado da<br />

companhia com <strong>de</strong>stino à capital<br />

baiana.<br />

Os foliões interagiram com a<br />

banda, que fez um pocket show<br />

exclusivo. O voo ainda teve a<br />

presença <strong>de</strong> influenciadores,<br />

como Mariana Goldfarb, Raul<br />

Aragão, Léo Picon, Julio Cocielo<br />

e Gabi Lopes. Como patrocinadores<br />

oficiais do Camarote<br />

Salvador, Arthur Sorelli Furtado,<br />

gerente sênior <strong>de</strong> marketing<br />

da Avianca Brasil, explica<br />

que o objetivo é aumentar a visibilida<strong>de</strong><br />

da marca e reforçar a<br />

hashtag aviancanafolia.<br />

“Estar no Carnaval também<br />

é um apoio cultural, além <strong>de</strong><br />

ter no próprio camarote um<br />

público consumidor <strong>de</strong> Avianca.<br />

Nosso foco tem sido também<br />

para os <strong>de</strong>stinos internacionais,<br />

com voos diretos para<br />

Santiago, no Chile; e Nova York,<br />

30 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark<br />

Felipe Pezzoni, vocalista da Banda Eva, anima o pocket show realizado durante voo da Avianca <strong>de</strong> São Paulo para Salvador<br />

nos Estados Unidos”, afirma.<br />

Sobre os investimentos em<br />

publicida<strong>de</strong>, o executivo afirma<br />

que segue com a campanha<br />

criada pela Grey Brasil,<br />

Quem voa ama, trabalhando<br />

a presença <strong>de</strong> marca no país.<br />

“Também estamos planejando<br />

crescer nosso investimento em<br />

digital, com produção <strong>de</strong> conteúdo”,<br />

diz Furtado.<br />

O núcleo <strong>de</strong> arquitetura <strong>de</strong><br />

negócios da MChecon Cenografia<br />

é o responsável pela<br />

Avianca no Camarote Salvador.<br />

A empresa também assina projetos<br />

para outras marcas, como<br />

a Revlon, que terá um Beauty<br />

Center para os convidados se<br />

prepararem para a folia.<br />

“Com uma inteligência <strong>de</strong><br />

negócios diferenciada, o objetivo<br />

é fazer com que o nosso<br />

cliente saiba que ele tem mais<br />

do que um fornecedor. Ele tem<br />

um parceiro”, afirma Juliana<br />

Ferraz, diretora-comercial da<br />

MChecon.<br />

“Estar no<br />

Carnaval também é<br />

um apoio Cultural,<br />

além dE tEr no<br />

próprio CamarotE<br />

um públiCo<br />

Consumidor dE<br />

avianCa”<br />

Rodrigo Vieira/Divulgação<br />

O Camarote Salvador e a<br />

agência <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> influência<br />

CoCreators levaram mais<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>z influenciadores para a<br />

capital baiana. Algumas marcas,<br />

como Submarino, Tin<strong>de</strong>r,<br />

Avianca, L’Óreal e Reserva,<br />

aproveitaram para se conectar<br />

com esses profissionais.<br />

Submarino, por exemplo,<br />

montou o Submarino Space<br />

com sorteio <strong>de</strong> prêmios,<br />

pocket shows e lives diários<br />

mostrando a atmosfera da festa.<br />

O Tin<strong>de</strong>r, por sua vez, está<br />

presente oferecendo uma festa<br />

na piscina.<br />

“O Camarote Salvador se<br />

une com a expertise da CoCreators<br />

para juntos criarem experiências<br />

inovadoras em uma casa<br />

durante o Carnaval. A i<strong>de</strong>ia é,<br />

por meio dos influenciadores,<br />

aproximar as marcas do público-alvo<br />

com uma ativação diferente”,<br />

enfatiza a diretora <strong>de</strong><br />

marketing do Camarote Salvador,<br />

Stefania Brito.


Ex-presi<strong>de</strong>nte da Abecip (Associação<br />

Brasileira das Entida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> Crédito e Poupança) e<br />

principal executivo da Bra<strong>de</strong>sco<br />

Seguros, Octavio <strong>de</strong> Lazari<br />

Junior teve seu nome aprovado<br />

pelo conselho <strong>de</strong> administração<br />

do Bra<strong>de</strong>sco para assumir<br />

a presidência do banco, função<br />

que vai acumular com a seguradora<br />

do grupo. A instituição<br />

publicou um fato relevante nos<br />

principais jornais no último dia<br />

5 para comunicar sua <strong>de</strong>cisão.<br />

Ele vai ocupar o lugar <strong>de</strong> Luiz<br />

Carlos Trabuco, que passa a se<br />

<strong>de</strong>dicar exclusivamente à presidência<br />

do conselho da instituição,<br />

função para a qual foi<br />

indicado em outubro <strong>de</strong> 2017.<br />

Ele substituiu Lazaro <strong>de</strong> Mello<br />

Brandão, que tem 91 anos e<br />

foi contratado pelo banco em<br />

1942, um dos principais nomes<br />

da história do grupo financeiro,<br />

que possui mais <strong>de</strong> 4.600 agências<br />

em todo o país. O Bra<strong>de</strong>sco<br />

contabilizou lucro líquido <strong>de</strong><br />

R$ 14,65 bilhões em 2017.<br />

Octavio <strong>de</strong> Lazari assume<br />

oficialmente após a eleição do<br />

novo conselho <strong>de</strong> administração<br />

do banco, que está agendada<br />

para <strong>12</strong> <strong>de</strong> março. Trabuco<br />

permanece como presi<strong>de</strong>nte<br />

da diretoria-executiva até a<br />

primeira reunião do conselho.<br />

Com 54 anos, Lazari Junior<br />

também ocupava a vice-presidência<br />

do Bra<strong>de</strong>sco até seu<br />

nome ser referendado pelo conselho.<br />

Foi contratado pelo banco<br />

para trabalhar como office-<br />

-boy em uma agência no bairro<br />

da Lapa, em São Paulo.<br />

Mais tar<strong>de</strong> chegou à gerência<br />

da agência e, posteriormente,<br />

consolidou carreira, primeiro<br />

como diretor da área <strong>de</strong> crédito.<br />

Ele é economista <strong>de</strong> formação,<br />

possui especialização<br />

em finanças e marketing pela<br />

FIA (Fundação Instituto <strong>de</strong> Administração),<br />

estratégias em<br />

finanças pela Fundação Dom<br />

Cabral, gestão financeira pela<br />

Fundação Getúlio Vargas e graduação<br />

em ciências econômimarcas<br />

Bra<strong>de</strong>sco tem novo presi<strong>de</strong>nte<br />

executivo e mudanças no conselho<br />

Instituição financeira passa ser comandada por Octavio <strong>de</strong> Lazari<br />

Junior a partir <strong>de</strong> março; o profissional vai substituir Luiz Carlos Trabuco<br />

Luiz Carlos Trabuco Cappi (à esquerda), Lázaro <strong>de</strong> Mello Brandão e Octavio <strong>de</strong> Lazari Junior, novo presi<strong>de</strong>nte-executivo do Bra<strong>de</strong>sco<br />

cas pela Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências<br />

Econômicas e Administrativas<br />

<strong>de</strong> Osasco, cida<strong>de</strong> paulista<br />

que abriga a se<strong>de</strong> operacional<br />

do Bra<strong>de</strong>sco. Lazari Junior foi<br />

executivo e diretor em diversas<br />

áreas, entre as quais varejo,<br />

alta renda, crédito, financiamento,<br />

consórcio e produtos e<br />

serviços.<br />

“Seus méritos pessoais são<br />

reconhecidos entre seus companheiros<br />

e merecerá <strong>de</strong>les<br />

toda distinção, mantendo-se a<br />

linha <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> e renovação,<br />

o que será fundamental<br />

para a renovação e para assegurar<br />

a posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque que<br />

o banco <strong>de</strong>tém nos cenários<br />

financeiros nacional e internacional”,<br />

disse o comunicado do<br />

banco.<br />

O Bra<strong>de</strong>sco também comunica<br />

a indicação dos vice-presi<strong>de</strong>ntes<br />

Domingos Figueiredo<br />

<strong>de</strong> Abreu, Alexandre da Silva<br />

Glüher, Josué Augusto Pancini<br />

“SeuS méritoS<br />

peSSoaiS São<br />

reconhecidoS<br />

entre SeuS<br />

companheiroS e<br />

merecerá <strong>de</strong>leS<br />

toda diStinção,<br />

mantendo-Se<br />

a linha <strong>de</strong><br />

continuida<strong>de</strong> e<br />

renovação”<br />

Egberto Nogueira/Ima Foto Galeria/ Divulgação<br />

e Maurício Machado <strong>de</strong> Minas<br />

para compor o seu conselho<br />

<strong>de</strong> administração. Além disso,<br />

serão promovidos ao cargo <strong>de</strong><br />

vice-presi<strong>de</strong>nte os atuais diretores-executivos,<br />

Cassiano Ricardo<br />

Scarpelli e Eurico Ramos<br />

Fabri.<br />

O processo <strong>de</strong> reformulação<br />

contempla que a diretora do<br />

<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> recursos humanos,<br />

Glaucimar Peticov, e<br />

o diretor do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong><br />

investimentos, José Ramos Rocha<br />

Neto, passarão a compor a<br />

diretoria executiva do banco.<br />

Um dos principais anunciantes<br />

do mercado, com uma<br />

verba bruta para compra <strong>de</strong><br />

mídia <strong>de</strong> R$ 925,8 milhões,<br />

segundo o relatório do Kantar<br />

Ibope Media <strong>de</strong> 2016, o Bra<strong>de</strong>sco<br />

é atendido pelas agências<br />

Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong><br />

e Publicis Brasil. A divisão <strong>de</strong><br />

seguros integra o portfólio <strong>de</strong><br />

negócios da AlmapBBDO.<br />

jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 31


marcas<br />

Píer X é novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio<br />

que se concentra na experiência<br />

Loja pop-up fez três meses em Porto Alegre e <strong>de</strong>ve chegar a São Paulo<br />

em breve; além <strong>de</strong> loja multimarcas, há espaço para outras ativida<strong>de</strong>s<br />

Claudia Penteado<br />

Muitas idas à maior feira <strong>de</strong><br />

tendências <strong>de</strong> varejo do<br />

mundo, a National Retail Fe<strong>de</strong>ration<br />

(NRF), em Nova York, e a<br />

certeza <strong>de</strong> que o varejo precisa<br />

mudar para se adaptar às muitas<br />

transformações do comportamento<br />

<strong>de</strong> compra das pessoas<br />

serviram <strong>de</strong> inspiração para um<br />

novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio: o Píer<br />

X, que tem na sua essência as<br />

novas possibilida<strong>de</strong>s do uso da<br />

tecnologia no varejo e o foco na<br />

experiência. Inaugurado há três<br />

meses, a mistura <strong>de</strong> loja pop-<br />

-up multimarcas e espaço para<br />

lançamentos <strong>de</strong> produtos, diversão,<br />

cultura e tecnologia foi<br />

criado pelo empresário gaúcho<br />

Gustavo Schifino, presi<strong>de</strong>nte<br />

do Comitê <strong>de</strong> Ética da ABF (Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Franchising),<br />

e por Evandro Ferrer, o<br />

CEO da Ancar Ivanhoe, empreen<strong>de</strong>dora<br />

com mais <strong>de</strong> 40 shoppings<br />

pelo Brasil, entre eles o<br />

Iguatemi <strong>de</strong> Porto Alegre, on<strong>de</strong><br />

o novo espaço foi instalado.<br />

Também são sócias do projeto a<br />

Algre e Amai Ojama.<br />

A Ancar Ivanhoe fez a sua<br />

aposta ao oferecer o espaço <strong>de</strong><br />

534 metros quadrados para o<br />

Píer X - uma plataforma <strong>de</strong> experiências<br />

que está servindo como<br />

laboratório <strong>de</strong>ste novo mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> negócio <strong>de</strong>ntro do conceito<br />

<strong>de</strong> “market place phygital”, on<strong>de</strong><br />

todos os produtos e serviços<br />

buscam oferecer experiências<br />

inovadoras para os clientes. No<br />

Píer X, todas as transações financeiras<br />

são realizadas através <strong>de</strong><br />

um único aplicativo sem qualquer<br />

intermediário, e o crédito<br />

<strong>de</strong>ve ser inserido através <strong>de</strong> um<br />

ATM da Saque e Pague. “A proposta,<br />

totalmente voltada para<br />

a experiência, nasceu a partir da<br />

comunhão <strong>de</strong> uma mesma visão<br />

<strong>de</strong> futuro. Talvez estejamos falando<br />

dos primeiros passos <strong>de</strong><br />

um quarto setor da economia: a<br />

experiência”, diz.<br />

Além da exibição dos principais<br />

lançamentos <strong>de</strong> marcas<br />

Além da loja multimarcas, escolas <strong>de</strong> rock e <strong>de</strong> ioga são algumas das ativida<strong>de</strong>s que o espaço abriga em Porto Alegre<br />

importantes - como guitarras<br />

Fen<strong>de</strong>r, baterias Roland, coleção<br />

Andy Warhol by Billabong, Phanton<br />

by Hurley e Drop Boards -, o<br />

espaço conta com um restaurante<br />

operado pela Bendita Horta,<br />

bar, galeria <strong>de</strong> arte, escola <strong>de</strong><br />

ioga (Casa Bela Vista) e <strong>de</strong> rock<br />

(School of Rock) e palco para<br />

shows. Mutável, <strong>de</strong> acordo com<br />

os ciclos naturais das estações<br />

do ano, estará sempre com novos<br />

produtos em exposição, atrações<br />

culturais, ingredientes utilizados<br />

nos pratos e <strong>de</strong>coração. Cada setor<br />

conta com um curador, especialista<br />

em sua área, e também os<br />

“helpers” para esclarecer dúvidas.<br />

Para que tudo funcione perfeitamente,<br />

a Claro/NET disponibilizou<br />

240 mega <strong>de</strong> internet<br />

wi-fi. O Píer X é também o primeiro<br />

bar <strong>de</strong> consumo consciente<br />

<strong>de</strong> álcool do Brasil. O perfil do<br />

consumidor será controlado pelo<br />

app, que proíbe a venda <strong>de</strong> cerveja<br />

para menores, sensibiliza<br />

motoristas e <strong>de</strong>fine um limite <strong>de</strong><br />

“A propostA,<br />

totAlmente voltAdA<br />

pArA A experiênciA,<br />

nAsceu A pArtir<br />

dA comunhão <strong>de</strong><br />

umA mesmA visão<br />

<strong>de</strong> futuro”<br />

consumo individual. Também<br />

oferece estacionamento noturno<br />

grátis no shopping e <strong>de</strong>sconto<br />

no Cabify para voltar pra casa e<br />

buscar o carro no dia seguinte.<br />

A plataforma preten<strong>de</strong> se tornar<br />

a maior doadora <strong>de</strong> três instituições<br />

<strong>de</strong> carida<strong>de</strong> da cida<strong>de</strong><br />

através do projeto Garagem do<br />

Bem, que vai receber doações <strong>de</strong><br />

instrumentos musicais, skates<br />

e pranchas <strong>de</strong> surfe, que ficarão<br />

expostas para serem adquiridas<br />

por outras pessoas. Por meio do<br />

Divulgação<br />

app, as peças po<strong>de</strong>m ser compradas<br />

pelo valor que o comprador<br />

<strong>de</strong>finir, e doado para a instituição<br />

que ele escolher.<br />

Ferrer, da Ancar, afirma que<br />

esta é uma tentativa <strong>de</strong> testar<br />

novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> interação entre<br />

shopping center, lojistas e<br />

consumidores a partir das mudanças<br />

<strong>de</strong> comportamento das<br />

próximas gerações e a interferência<br />

da tecnologia no dia a dia.<br />

“Nosso objetivo era tirar do papel<br />

os insights que tivemos durante<br />

a NRF e colocá-los em prática<br />

com um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio<br />

ousado e totalmente inovador.<br />

Inovar é isso. É estar aberto e<br />

experimentar sem ter medo <strong>de</strong><br />

errar”, conclui. Com formato <strong>de</strong><br />

loja pop-up, o Píer X tem data<br />

para acabar, em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />

<strong>2018</strong>. Neste meio-tempo, <strong>de</strong>ve<br />

chegar também a São Paulo. Os<br />

empreen<strong>de</strong>dores já buscam um<br />

espaço nos mesmos mol<strong>de</strong>s no<br />

Eldorado, para testar o mo<strong>de</strong>lo<br />

entre os paulistanos.<br />

32 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Marcas<br />

Drogaria Onofre escolhe DM9DDB<br />

para fazer seu reposicionamento<br />

Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> farmácias que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2013, pertence ao grupo internacional<br />

CVS Health tem como meta atingir operação omnichannel e integrada<br />

Cristiane Marsola<br />

Integração é a palavra do ano<br />

para a Drogaria Onofre. “Nossa<br />

meta em <strong>2018</strong> é ter todas<br />

as bases integradas e operação<br />

omnichannel”, afirma Eduardo<br />

Mangione, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quando<br />

assumiu como diretor <strong>de</strong> marketing<br />

da empresa, em agosto,<br />

trabalha para implementar o<br />

mo<strong>de</strong>lo na empresa. “A gente<br />

tinha uma divisão mais forte<br />

por canal, mas o consumidor<br />

é um só e ele é impactado por<br />

múltiplos canais. Nós temos<br />

<strong>de</strong> falar com o consumidor in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

do canal”,<br />

diz o executivo, que também é<br />

responsável pela recém-criada<br />

área <strong>de</strong> e-commerce.<br />

Parte do trabalho <strong>de</strong> comunicação<br />

e marketing é feito<br />

<strong>de</strong>ntro da empresa, mas para a<br />

publicida<strong>de</strong> a Drogaria Onofre<br />

escolheu a DM9DDB. “A campanha<br />

<strong>de</strong>ve sair entre março e<br />

abril. Estamos trabalhando ativamente<br />

na parte estratégica e<br />

no reposicionamento da comunicação.<br />

Vamos veicular uma<br />

campanha <strong>de</strong> branding, mostrando<br />

as novida<strong>de</strong>s para este<br />

ano”, afirma o executivo, sem<br />

dar <strong>de</strong>talhes da comunicação.<br />

A i<strong>de</strong>ia é fazer a marca se diferenciar<br />

da concorrência. “O<br />

mercado farma não tem muita<br />

tradição na construção <strong>de</strong><br />

marca. É um mercado muito<br />

comoditizado. A maioria dos<br />

consumidores não tem marca<br />

favorita ao escolher a farmácia.<br />

São mais <strong>de</strong> 70 mil farmácias no<br />

Brasil. A Droga Raia, que é lí<strong>de</strong>r,<br />

tem 1.500 lojas”, afirma. O executivo<br />

afirma que a agência é<br />

uma parceira muito importante.<br />

“A DM9DDB é especialista<br />

em construir marca, tem uma<br />

qualida<strong>de</strong> criativa imbatível”,<br />

afirma Mangione.<br />

A Drogaria Onofre foi comprada<br />

pela CVS Health, em<br />

2013, e algumas características<br />

da re<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser trazidas para<br />

o Brasil, respeitando a legislação,<br />

que é muito específica.<br />

Eduardo Mangione, diretor <strong>de</strong> marketing da Drogaria Onofre: “Mercado farma não tem muita tradição na construção <strong>de</strong> marca”<br />

“Lá fora a CVS é muito mais<br />

avançada principalmente pela<br />

diferença <strong>de</strong> serviços primários<br />

que po<strong>de</strong>m ser oferecidos.<br />

Parte <strong>de</strong> nossas lojas começou<br />

a oferecer medição <strong>de</strong> glicemia<br />

e pressão. A Onofre Clinic<br />

é um primeiro passo para a ampliação<br />

<strong>de</strong> serviços primários<br />

ao consumidor. Mês que vem,<br />

o serviço, que está em teste,<br />

será ampliado para vacinação”,<br />

fala. O executivo conta que, em<br />

breve, a farmácia ainda <strong>de</strong>ve<br />

lançar programas <strong>de</strong> acompanhamento<br />

à gestante, <strong>de</strong> auxílio<br />

para parar <strong>de</strong> fumar ou para<br />

per<strong>de</strong>r peso.<br />

As mudanças na Onofre começaram<br />

com a atualização do<br />

site, em parceria com a Oracle.<br />

Foram 15 meses <strong>de</strong> trabalho<br />

para aumentar o portfólio <strong>de</strong><br />

produtos e aten<strong>de</strong>r o público <strong>de</strong><br />

forma mais assertiva. “Introduzimos<br />

muitas inovações. Uma<br />

<strong>de</strong>las é que a Onofre é a única<br />

“A gente tinhA<br />

umA divisão mAis<br />

forte por cAnAl,<br />

mAs o consumidor<br />

é um só e ele é<br />

impActAdo por<br />

múltiplos cAnAis”<br />

Divulgação<br />

empresa que entrega no dia seguinte<br />

para interior <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Isso é muito valorizado pelo<br />

consumidor”, fala.<br />

Outra novida<strong>de</strong> é po<strong>de</strong>r encomendar<br />

o produto não encontrado<br />

para retirar na própria<br />

loja. “Uma das primeiras<br />

i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> multicanalida<strong>de</strong> é<br />

a fastline. A pessoa chega na<br />

loja e, se não encontrar algo,<br />

po<strong>de</strong> pedir e, em algumas horas,<br />

o produto chega”, explica<br />

Mangione. A ferramenta existe<br />

há cerca <strong>de</strong> cinco meses e já<br />

está em todas as lojas. “A resposta<br />

foi muito forte. Mais <strong>de</strong><br />

90% dos consumidores voltam<br />

à loja e compram o produto”,<br />

conta. Hoje são 43 lojas em<br />

três estados.<br />

Para este ano, a marca preten<strong>de</strong><br />

abrir <strong>de</strong> <strong>de</strong>z a 15 lojas. “E<br />

faremos um investimento muito<br />

mais forte no e-commerce,<br />

que hoje representa 45% das<br />

nossas vendas”, explica.<br />

jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 33


MArcAs<br />

Tutor com IBM<br />

Watson ensina a<br />

distância<br />

Divulgação<br />

José Cláudio Securato, presi<strong>de</strong>nte da Saint<br />

Paul - grupo <strong>de</strong> empresas voltadas para o<br />

conhecimento que inclui a Saint Paul Escola <strong>de</strong><br />

Negócios, faculda<strong>de</strong>, editora e consultoria -, fala<br />

que educação disruptiva precisa combinar e refletir<br />

tecnologia, economia e o social para ter impacto<br />

verda<strong>de</strong>iramente transformador. Nesta entrevista,<br />

ele conta sobre LIT, plataforma digital que apresenta<br />

o Paul, primeiro tutor do mundo com inteligência<br />

artificial IBM Watson para ensinar conteúdo <strong>de</strong><br />

negócios aos alunos e personalizar o processo <strong>de</strong><br />

aprendizagem. A marca foi criada pela Santa Clara.<br />

Veja a seguir os principais trechos da entrevista.<br />

José Cláudio Securato: “Vejo o aluno no centro do processo <strong>de</strong> aprendizagem”<br />

Claudia Penteado<br />

LIT<br />

O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />

e lançar uma plataforma<br />

disruptiva no mercado brasileiro<br />

é o quanto o Brasil tem <strong>de</strong><br />

credibilida<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

projetar projetos <strong>de</strong> inovação<br />

regionalmente (América Latina)<br />

e para o mundo. Se o LIT<br />

fosse lançado em Israel, por<br />

exemplo, a projeção global já<br />

seria outra. LIT quer dizer “aceso”<br />

(fogo aceso, do verbo light).<br />

O po<strong>de</strong>r da aprendizagem é<br />

brutal e transformador. É como<br />

se uma chama se acen<strong>de</strong>sse<br />

em cada pessoa. Cada chama<br />

tem uma forma, intensida<strong>de</strong> e<br />

luz própria, da mesma forma<br />

que a aprendizagem impacta<br />

cada pessoa <strong>de</strong> forma única. O<br />

LIT <strong>de</strong>finitivamente reposiciona<br />

a Saint Paul como uma escola<br />

inovadora, que dita as tendências<br />

<strong>de</strong> educação executiva<br />

disruptiva.<br />

AprendIzAgeM<br />

Dois conceitos estão por trás<br />

do crescimento da apredizagem<br />

a distância. Primeiro, a<br />

aprendizagem em micromomentos:<br />

apren<strong>de</strong>r <strong>de</strong> forma orgânica,<br />

fluida e em pequenos<br />

espaços <strong>de</strong> tempo só é viável<br />

em plataformas online - uma<br />

modalida<strong>de</strong> do ensino a distância.<br />

Em segundo, a Heutagogia:<br />

conceito <strong>de</strong> aprendizagem que<br />

coloca o aluno como programador<br />

e gestor do próprio caminho<br />

<strong>de</strong> aprendizagem (o que<br />

você chamou <strong>de</strong> por conta própria).<br />

Tudo isso faz muito sentido<br />

na Andragogia - ciência que<br />

estuda o aprendizado adulto<br />

em contrapartida à pedagogia<br />

-, pois o adulto apren<strong>de</strong> aquilo<br />

que <strong>de</strong>seja, que faz sentido para<br />

ele e aten<strong>de</strong> a algum propósito<br />

ou necessida<strong>de</strong>. O adulto enten<strong>de</strong><br />

que, por guiar a própria<br />

vida, também sabe o que seria<br />

melhor para seu aprendizado.<br />

IA<br />

A IA vai mudar profundamente<br />

a educação em todos os<br />

segmentos. O que acredito - e<br />

o LIT já inicia esse processo - é<br />

que o uso <strong>de</strong> IA cria uma nova<br />

forma <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r. Você po<strong>de</strong><br />

ler um livro, assistir a uma aula<br />

presencialmente, assistir a um<br />

ví<strong>de</strong>o, fazer um estudo <strong>de</strong> caso<br />

em grupo e, agora, no LIT, você<br />

po<strong>de</strong> interagir com Paul para<br />

conversar e apren<strong>de</strong>r. Outro<br />

ponto importante é a conexão<br />

entre a computação cognitiva<br />

(base da IA) e o processo <strong>de</strong><br />

aprendizagem. A computação<br />

cognitiva tem duas diferenças<br />

marcantes: a compreensão <strong>de</strong><br />

linguagem natural e o processamento<br />

<strong>de</strong> dados não estruturados.<br />

Com a linguagem natural, a<br />

IA capta a intenção que está por<br />

trás das palavras e não apenas<br />

as palavras. Em um buscador,<br />

“O pO<strong>de</strong>r da<br />

aprendizagem<br />

é brutal e<br />

transfOrmadOr. é<br />

cOmO se uma chama<br />

se acen<strong>de</strong>sse em<br />

cada pessOa”<br />

ao digitar “imagens <strong>de</strong> animais<br />

menos <strong>de</strong> girafas” o resultado<br />

será imagens <strong>de</strong> girafas, porque<br />

a programação trabalha com as<br />

palavras e não as intenções. Já<br />

os dados não estruturados permitem<br />

que a máquina aprenda<br />

e não se atenha àquilo que<br />

foi inicialmente programada.<br />

Tudo isso se parece muito com<br />

o processo <strong>de</strong> aprendizagem. A<br />

pergunta <strong>de</strong> um aluno em uma<br />

sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong>ve ter sua intenção<br />

<strong>de</strong>cifrada pelo professor,<br />

bem como a construção do conhecimento<br />

pelo aluno ocorre<br />

por dados não estruturados.<br />

Mo<strong>de</strong>Lo<br />

Há décadas, o mo<strong>de</strong>lo do<br />

professor como protagonista<br />

e o aluno como espectador é<br />

questionado. Em 1920, a Harvard<br />

Business School inseriu<br />

o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> caso<br />

em seus programas <strong>de</strong> MBA,<br />

por exemplo. Esse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

aprendizagem com o professor<br />

como protagonista fez muito<br />

sentido <strong>de</strong>pois da Revolução<br />

Industrial, em que era preciso<br />

abraçar a padronização para<br />

que mais pessoas pu<strong>de</strong>ssem<br />

estudar. Foi a primeira vez que<br />

a educação voltada para o trabalho<br />

era acessível a um grupo<br />

maior <strong>de</strong> pessoas. O avanço<br />

significava padronização e<br />

ampliação da educação. Hoje,<br />

o avanço é a personalização, o<br />

que não combina com o professor<br />

centralizando o processo <strong>de</strong><br />

aprendizagem com as aulas expositivas,<br />

visto que cada pessoa<br />

é um ser único e com capacida<strong>de</strong>s<br />

e formas <strong>de</strong> aprendizagens<br />

diferentes. Vejo o aluno no centro<br />

do processo <strong>de</strong> aprendizagem<br />

e o professor ao seu lado.<br />

34 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


prêMios<br />

Marketing Best abre inscrições para<br />

edição <strong>2018</strong> e entrega será em maio<br />

Na primeira etapa, 1.500 executivos <strong>de</strong><br />

comunicação <strong>de</strong> agências e empresas <strong>de</strong><br />

todo o país indicam suas marcas preferidas<br />

Alê Oliveira<br />

Prêmio Marketing Best (http://www.<br />

O marketingbest.com.br/) abriu as inscrições<br />

para a sua 31ª edição. Maior e<br />

mais tradicional premiação do marketing<br />

brasileiro, ela tem como objetivo promover<br />

as empresas que mais se <strong>de</strong>stacam no<br />

planejamento e na execução das estratégias<br />

<strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> seus produtos e/ou<br />

serviços.<br />

Na primeira etapa do prêmio, 1.500<br />

executivos <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> todo o<br />

país – <strong>de</strong>nominados marketing experts<br />

– são consultados e indicam as empresas<br />

que merecem ser premiadas. Após a<br />

tabulação das indicações, as marcas são<br />

contatadas para se inscrever e preparar os<br />

cases <strong>de</strong> marketing.<br />

O julgamento será realizado em abril,<br />

quando são escolhidas as empresas vencedoras,<br />

que serão homenageadas em<br />

festa promovida em São Paulo, no mês<br />

<strong>de</strong> maio.<br />

Realizado pela Editora Referência,<br />

que publica o PROPMARK e as revistas<br />

Marketing e Propaganda, o Marketing<br />

Best já premiou cerca <strong>de</strong> 800 cases, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a sua criação, em 1988. O prêmio é consi<strong>de</strong>rado<br />

uma referência <strong>de</strong> excelência em<br />

marketing para as empresas que buscam<br />

uma “certificação” no mercado.<br />

No ano passado, em sua edição comemorativa<br />

<strong>de</strong> 30 anos, o prêmio fez uma<br />

C<br />

homenagem especial a 40 empresas ven-cedoras,<br />

selecionadas a partir do conjun-to<br />

da obra <strong>de</strong> cada uma ao longo das três<br />

CM<br />

décadas da premiação. Foram <strong>de</strong>stacadas<br />

empresas <strong>de</strong> diferentes segmentos da MY<br />

economia, como Accenture, Avon, Bra-C<strong>de</strong>sco,<br />

Carrefour, Coca-Cola, Seara e Vivo.<br />

CMY<br />

O Marketing Best foi criado por Armando<br />

Ferrentini, presi<strong>de</strong>nte da Editora<br />

K<br />

Referência, e pelo professor e colunista<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza, do<br />

MadiaMundoMarketing. Na ocasião da<br />

premiação em 2017, Ferrentini disse:<br />

“Os que chegaram até aqui são os<br />

exemplos a serem seguidos por todos que<br />

praticam a i<strong>de</strong>ologia do marketing. Além<br />

do mérito em si pelo uso das boas práticas<br />

do marketing, não há dúvida que fizeram<br />

história”.<br />

Em <strong>2018</strong>, o Marketing Best tem o patrocínio<br />

da WMcCann e conta com o apoio<br />

da Associação Brasileira <strong>de</strong> Marketing<br />

(Abramark) e da Rae,MP.<br />

O julgamentO será<br />

realizadO em<br />

abril, quandO sãO<br />

escOlhidas as empresas<br />

vencedOras, que serãO<br />

hOmenageadas<br />

em festa prOmOvida<br />

em sãO paulO<br />

Jornal PropMark.pdf 1 16/10/2017 14:27:58<br />

Ganhadores receberão o troféu Marketing Best<br />

jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 35


pRêmios<br />

Executiva da R/GA é embaixadora<br />

do programa See It Be It em Cannes<br />

Chloe Gottlieb substituirá Madonna Badger, da Badger & Winters; projeto<br />

foi criado para fomentar a participação <strong>de</strong> mulheres na indústria criativa<br />

Claudia Penteado<br />

Chloe Gottlieb, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

executiva e CCO da<br />

R/GA nos EUA, foi escolhida<br />

para ser embaixadora da edição<br />

<strong>de</strong>ste ano do programa See It Be<br />

It, do Cannes Lions, no lugar <strong>de</strong><br />

Madonna Badger, CCO da Badger<br />

& Winters, que fez este papel<br />

em 2017 e segue como chairman<br />

pelos próximos três anos.<br />

O projeto foi criado em 2014 no<br />

festival como programa <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

e aceleração <strong>de</strong><br />

carreiras para mulheres na criação<br />

publicitária, e visa reduzir<br />

o <strong>de</strong>sequilíbrio <strong>de</strong> gênero entre<br />

os criativos, refletido no baixo<br />

número <strong>de</strong> mulheres em cargos<br />

<strong>de</strong> direção da publicida<strong>de</strong>, globalmente.<br />

Em 2015, na segunda edição<br />

do programa, a primeira participante<br />

brasileira no programa<br />

foi Mariana Borga, então diretora<br />

<strong>de</strong> criação da JWT São Paulo.<br />

Na ocasião, ela foi uma das<br />

<strong>12</strong> selecionadas <strong>de</strong> uma lista<br />

original <strong>de</strong> 200 candidatas. Mariana<br />

participou <strong>de</strong> uma intensa<br />

programação durante o Cannes<br />

Lions, que inclui master classes<br />

<strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> e workshops, visita<br />

à sala <strong>de</strong> júri, mentoring individual<br />

com gran<strong>de</strong>s nomes da<br />

indústria publicitária e eventos<br />

exclusivos <strong>de</strong> networking. “O<br />

que ficou para mim do projeto,<br />

mais do que conhecer as entranhas<br />

<strong>de</strong> Cannes, foi conhecer<br />

uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> mulheres incríveis,<br />

do mundo todo, e saber<br />

que elas passam pelos mesmos<br />

<strong>de</strong>safios que nós, publicitárias<br />

brasileiras - nesse sentido, o<br />

mercado publicitário é muito<br />

homogêneo no mundo todo”,<br />

conta Mariana, que participou<br />

da criação do projeto global da<br />

JWT chamado Bolsa <strong>de</strong> Estudos<br />

Helen Lansdowne Resor, que<br />

conce<strong>de</strong>u bolsas individuais<br />

para jovens estudantes e leva o<br />

nome da primeira redatora <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong> do mundo.<br />

Em 2016, foi a vez <strong>de</strong> Natasha<br />

Romariz Maasri, diretora<br />

Chloe Gottlieb, que vai assumir o lugar <strong>de</strong> Madonna Badger no See it Be it<br />

Divulgação<br />

“programa dá<br />

acesso a pessoas<br />

incríveis como<br />

sheryl sandberg,<br />

susan creedle e<br />

outras mulheres<br />

incríveis que<br />

li<strong>de</strong>ram empresas,<br />

<strong>de</strong>partamentos<br />

criativos e<br />

startups”<br />

<strong>de</strong> criação da Ogilvy, estar entre<br />

as 15 participantes. No ano<br />

passado, a brasileira Deborah<br />

Vasques Soares, redatora sênior<br />

da Lew’Lara\TBWA, foi uma<br />

das 15 mulheres selecionadas.<br />

Ela gostou tanto da experiência<br />

que pensa em trazer uma edição<br />

para o Brasil. Segundo ela, a<br />

rotina é muito intensa, recheada<br />

<strong>de</strong> reflexões que levam a um<br />

“quase luto”. A etapa seguinte<br />

é a da <strong>de</strong>scoberta, ao redor, <strong>de</strong><br />

pessoas do Paquistão, da China,<br />

da Nigéria e do Japão, que pensam<br />

<strong>de</strong> maneira semelhante e<br />

passam e passaram pelos mesmos<br />

<strong>de</strong>safios e dificulda<strong>de</strong>s.<br />

“O programa dá acesso a<br />

pessoas incríveis como Sheryl<br />

Sandberg, Susan Creedle e outras<br />

mulheres incríveis que li<strong>de</strong>ram<br />

empresas, <strong>de</strong>partamentos<br />

criativos, startups e muito<br />

mais. O mais legal <strong>de</strong> tudo, fora<br />

conhecer todas as pessoas, foi<br />

conhecer 15 mulheres <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>s<br />

completamente diferentes,<br />

mas com uma coisa em<br />

comum: a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer diferente<br />

mesmo passando pelas<br />

mesmas dificulda<strong>de</strong>s - a síndrome<br />

<strong>de</strong> impostora, os casos <strong>de</strong><br />

assédio, a dificulda<strong>de</strong> em ser<br />

<strong>de</strong>terminada sem ser tachada<br />

<strong>de</strong> mandona e muitas outras<br />

questões”, comenta Deborah.<br />

Ela conta que a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> trazer<br />

uma edição para o Brasil segue<br />

a tendência <strong>de</strong> internacionalização<br />

do projeto que vem<br />

ocorrendo, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma edição<br />

na Bulgária e outra que em<br />

breve será realizada no Paquistão.<br />

“Eles querem levar o mo<strong>de</strong>lo<br />

para os países que acham<br />

que mais precisam apren<strong>de</strong>r<br />

sobre mulheres em cargos <strong>de</strong><br />

li<strong>de</strong>rança”, diz.<br />

Um dos <strong>de</strong>staques do projeto<br />

é a etapa <strong>de</strong> i<strong>de</strong>alizar propostas<br />

para mudar o mercado.<br />

I<strong>de</strong>ias que parecem simples,<br />

como sempre incluir mulheres<br />

na hora <strong>de</strong> orçar diretores ou<br />

fotógrafos para um trabalho,<br />

montar times com diversida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> gêneros, pagar os mesmos<br />

salários que os masculinos, estimular<br />

mulheres a se inscreverem<br />

no programa See It Be It, e<br />

por aí vai.<br />

O papel <strong>de</strong> Chloe como embaixatriz<br />

será exatamente li<strong>de</strong>rar<br />

este grupo <strong>de</strong> mulheres,<br />

além <strong>de</strong> ajudar a fortalecer o<br />

programa e fazê-lo evoluir até o<br />

ponto <strong>de</strong> não se fazer mais necessário.<br />

Louise Benson, executiva<br />

do programa See It Be It<br />

no Cannes Lions, fala que, ao<br />

contratar Chloe para este cargo,<br />

a i<strong>de</strong>ia é conectá-lo a alguém<br />

apaixonada pela i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> mudar<br />

o cenário, com habilida<strong>de</strong> para<br />

li<strong>de</strong>rar e com uma voz potente<br />

na indústria. Madonna continuará<br />

como porta-voz do programa,<br />

e estará com Chloe em<br />

um evento <strong>de</strong>dicado ao programa<br />

no próximo dia 28 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong><br />

na se<strong>de</strong> da R/GA, em NY.<br />

As candidatas ao programa <strong>de</strong>vem<br />

se inscrever no site www.<br />

canneslions.com/see-it-be-it, a<br />

partir <strong>de</strong>sta segunda-feira (<strong>12</strong>).<br />

36 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


PrêMiOS<br />

SBT divulga lista <strong>de</strong> 17 jurados para<br />

O Melhor Comercial do Brasil 2017<br />

Profissionais do mercado vão escolher filmes nas categorias nacional<br />

e regional, que foram veiculados na emissora durante o ano passado<br />

Divulgação<br />

O personagem fadinho frustrado está <strong>de</strong> volta na campanha do prêmio O Melhor Comercial do Brasil, realizado pelo SBT, <strong>de</strong>ste ano e “cria” no cartaz dos jurados<br />

SBT já escolheu os 17 publicitários<br />

que formarão o<br />

O<br />

júri da sétima edição do prêmio<br />

O Melhor Comercial do<br />

Brasil 2017. Entre os nomes estão<br />

profissionais como Joanna<br />

Monteiro, CCO da FCB; Hugo<br />

Rodrigues, chairman da WMc-<br />

Cann; e Paulo Coelho, copresi<strong>de</strong>nte<br />

da DM9DDB (confira ao<br />

lado a lista completa do júri).<br />

Eles serão responsáveis por escolher<br />

os vencedores (uma dupla<br />

<strong>de</strong> criação e o anunciante)<br />

<strong>de</strong> uma viagem para o Cannes<br />

Lions, na França. Para participar,<br />

os comerciais <strong>de</strong>vem ter<br />

sido veiculados nacionalmente<br />

na emissora ao longo do ano<br />

passado.<br />

“Nesta edição, priorizamos<br />

uma composição com profissionais<br />

que, <strong>de</strong> alguma forma,<br />

fizeram a diferença no último<br />

ano, quando o assunto é a criação<br />

e viabilização das gran<strong>de</strong>s<br />

i<strong>de</strong>ias”, <strong>de</strong>clara Marcelo Parada,<br />

diretor-comercial e <strong>de</strong><br />

marketing do SBT.<br />

A votação, que na primeira<br />

etapa é feita por jornalistas e<br />

executivos da área comercial<br />

e <strong>de</strong> marketing do SBT, selecionam<br />

os <strong>de</strong>z filmes finalistas,<br />

que serão submetidos à<br />

análise do grupo <strong>de</strong> 17 jurados<br />

do mercado. Na categoria regional,<br />

cada corpo <strong>de</strong> jurados<br />

ficará responsável por uma<br />

das cinco regiões do país. Cada<br />

grupo vai selecionar o melhor<br />

filme local, totalizando cinco<br />

comerciais regionais finalistas.<br />

A última etapa, com previsão<br />

<strong>de</strong> realização para abril,<br />

acontece em um evento fechado<br />

com a presença dos jurados,<br />

<strong>de</strong> jornalistas e <strong>de</strong> executivos<br />

da emissora, no qual<br />

o júri realiza a última votação<br />

para <strong>de</strong>cidir os dois comerciais<br />

premiados.<br />

Em 2016, o filme ganhador<br />

foi Pé na Porta, da agência AlmapBBDO<br />

e produzido pela<br />

Paranoid, que pelo segundo<br />

ano consecutivo conquistou<br />

o Leão do SBT para Volkswagen.<br />

Já na categoria regional,<br />

venceu o filme Matrícula, da<br />

agência Delantero para o Colégio<br />

Master.<br />

O júri<br />

PrOfiSSiOnal<br />

agênCia<br />

André Kassu<br />

CP+B<br />

Daniel Chagas<br />

AlmapBBDO<br />

Fábio Rosinholi WE<br />

Félix Del Valle<br />

Ogilvy<br />

Gustavo Diehl<br />

Lew’Lara\TBWA<br />

Henrique Mattos<br />

Publicis<br />

Hugo Rodrigues<br />

WMcCann<br />

James Scavone<br />

Salve Tribal<br />

Joanna Monteiro<br />

FCB<br />

Eduardo Martins<br />

Talent Marcel<br />

Laura Esteves<br />

Y&R<br />

Marcelo Reis<br />

Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong><br />

Mariangela Silvani<br />

Grey<br />

Paulo Coelho<br />

DM9DDB<br />

Paulo Ilha<br />

DPZ&T<br />

Pedro Bullos<br />

Africa<br />

Rodolfo Barreto<br />

BETC<br />

jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 37


we<br />

mkt<br />

Vergani_Fotografia/iStock<br />

Fotos do fundo do poço<br />

(2): <strong>de</strong>pressão, o retrato<br />

“Estou cansado, é claro. Porque a certa<br />

altura a gente tem <strong>de</strong> estar cansado”.<br />

Fernando Pessoa<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

Todos procuram preservar as aparências.<br />

Até on<strong>de</strong> suportam. Nos primeiros meses<br />

muitos chegam a afirmar: “essa crise<br />

eu tiro <strong>de</strong> letra”. Outros, por razões que até<br />

a razão <strong>de</strong>sconhece, vão mais adiante e,<br />

mesmo antes <strong>de</strong> enfrentar, dizem: “já superamos<br />

a crise...”. Dias, semanas e meses<br />

passam, a situação se agrava, as primeiras<br />

vítimas não resistem e vão tombando pelo<br />

caminho. Sensações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sânimo, <strong>de</strong> perda<br />

<strong>de</strong> rumo, tonturas, raciocínio embaralhado<br />

e, mais cedo ou mais tar<strong>de</strong>, acabam recorrendo<br />

aos socorros e orientação médica.<br />

E, assim, se passaram três anos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as<br />

primeiras manifestações até agora. O que<br />

ocorreu <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>? On<strong>de</strong> se encontra a<br />

fotografia da dimensão da crise? Nos remédios.<br />

Nos anti<strong>de</strong>pressivos, especialmente,<br />

e também nos ansiolíticos. Segundo a “mãe<br />

dos burros”, a Wikipédia, são fármacos eficazes<br />

para tratar transtornos <strong>de</strong>pressivos...<br />

Transtornos <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, distúrbios <strong>de</strong><br />

sono e outros problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

No ano em que a crise finca sua marca,<br />

2015, ven<strong>de</strong>u-se 5,4 milhões <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> anti<strong>de</strong>pressivos no primeiro semestre.<br />

Em 2016, 5,2 milhões, e, em 2017, 5,4 milhões<br />

– tudo no primeiro semestre, <strong>de</strong> janeiro<br />

a junho <strong>de</strong>sses anos. Primeira reação.<br />

Praticamente nenhum acréscimo, se a foto<br />

é essa a crise não foi tão gran<strong>de</strong> assim.<br />

Calma. Estou me referindo aos anti<strong>de</strong>pressivos<br />

referências, os <strong>de</strong> marca. Agora, vamos<br />

consultar nos genéricos: 11,6 milhões<br />

<strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s no primeiro semestre <strong>de</strong> 2015;<br />

13,6 milhões, em 2016; e 16,5 milhões no<br />

primeiro semestre <strong>de</strong> 2017 (últimos dados<br />

disponíveis). É essa a verda<strong>de</strong>ira fotografia.<br />

A partir do segundo semestre, a crise foi<br />

arrefecendo e já se sente no ar, neste início<br />

<strong>de</strong> <strong>2018</strong>, uma suave brisa <strong>de</strong> recuperação.<br />

Parcela expressiva dos que mergulharam<br />

<strong>de</strong> cabeça na <strong>de</strong>pressão em função da crise<br />

e nos últimos três anos, conseguirão superar<br />

e voltar a uma situação <strong>de</strong> normalida<strong>de</strong>.<br />

Outros tantos, no entanto, carregarão<br />

consigo e para sempre o hábito <strong>de</strong> medicar-<br />

-se com regularida<strong>de</strong>. Segundo a OMS (Organização<br />

Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>), a <strong>de</strong>pressão<br />

afeta hoje 4,4% da população mundial. No<br />

Brasil, a taxa é <strong>de</strong> 5,8%. Mas on<strong>de</strong> os brasileiros<br />

são campeões absolutos é nas taxas<br />

<strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>: 9,3% da população, em menor<br />

ou maior intensida<strong>de</strong>, é ansiosa! Não é<br />

à toa, portanto, que os principais fundos e<br />

gestores <strong>de</strong> investimentos continuam <strong>de</strong><br />

olho no negócio <strong>de</strong> farmácias em nosso<br />

país. O crescimento e a prosperida<strong>de</strong>, nos<br />

anos da crise que agora começa a se dissipar<br />

foi, simplesmente, espetacular.<br />

Segundo dados divulgados pela Abrafarma<br />

– associação que reúne as principais<br />

(52) re<strong>de</strong>s varejistas <strong>de</strong> medicamento<br />

em nosso país –, poucas vezes, em<br />

toda a história do negócio <strong>de</strong> farmácias,<br />

registrou-se crescimento tão consistente<br />

e expressivo como o dos anos da crise –<br />

2015 a 2017. O faturamento das chamadas<br />

gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s saltou nesse período <strong>de</strong> três<br />

anos <strong>de</strong> R$ 34 para R$ 43 bilhões. O número<br />

<strong>de</strong> farmácias <strong>de</strong>ssas re<strong>de</strong>s foi <strong>de</strong> 5.274<br />

para 7.083. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> empregados,<br />

<strong>de</strong> 100 mil para 118 mil.<br />

Segundo os dirigentes do negócio <strong>de</strong><br />

farmácias, além <strong>de</strong> uma procura maior por<br />

anti<strong>de</strong>pressivos e ansiolíticos, as mudanças<br />

procedidas no mix <strong>de</strong> produtos das farmácias,<br />

principalmente nas metrópoles e<br />

gran<strong>de</strong>s centros urbanos, fez e continua fazendo<br />

com que as pessoas <strong>de</strong>ixem <strong>de</strong> comprar<br />

produtos <strong>de</strong> beleza e cosméticos em<br />

supermercados, e transfiram essas compras<br />

para as farmácias. Até no tocante a bebidas<br />

e alimentos específicos, as farmácias<br />

começam a roubar vendas dos supermercados.<br />

E, ainda, a gran<strong>de</strong> revolução nas farmácias,<br />

enquanto ponto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, mais do<br />

que <strong>de</strong> venda <strong>de</strong> remédios, em curso, não<br />

começou. Mas, está a caminho...<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

38 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


curtas<br />

Nota: A colunista do Arena do Esporte,<br />

Danúbia Paraizo, está em férias<br />

Publicis Groupe teve<br />

crescimento orgânico<br />

<strong>de</strong> 0,8% em 2017<br />

Alê Oliveira<br />

O Publicis Groupe anunciou seus resultados<br />

anuais, no último dia 8. O crescimento<br />

orgânico <strong>de</strong> 0,8% para 2017, <strong>de</strong> acordo<br />

com a empresa, foi resultado penalizado<br />

pelas perdas <strong>de</strong> contas <strong>de</strong> 2016 e pela reestruturação<br />

na SapientRazorfish.<br />

A receita consolidada do Publicis Groupe<br />

em 2017 foi 9,69 bilhões <strong>de</strong> euros (cerca<br />

<strong>de</strong> R$ 39,17 bilhões), uma queda <strong>de</strong> 0,4%<br />

em relação ao ano anterior.<br />

“Apesar <strong>de</strong> um contexto geral difícil e<br />

<strong>de</strong> o grupo estar em meio a sua transformação,<br />

a qualida<strong>de</strong> dos nossos resultados<br />

<strong>de</strong>monstra a força do Publicis Groupe e a<br />

nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação às profundas<br />

mudanças que afetam nossa indústria.<br />

O grupo está mais forte do que estava há<br />

um ano”, afirmou o chairman e presi<strong>de</strong>nte<br />

Arthur Sadoun.<br />

Arthur Sadoun, presi<strong>de</strong>nte do Grupo Publicis: “O grupo está mais forte do que estava há um ano”<br />

JWT PuLa caRnaVaL cOM aMSTeL BRaSiLeiROS cRiaM PaRa Ti<strong>de</strong> TeSLa Manda caRRO a MaRTe<br />

Sala <strong>de</strong> reunião vira camarote <strong>de</strong> festa<br />

A J. Walter Thompson realizou no<br />

último dia 8, na se<strong>de</strong> da agência, em São<br />

Paulo, uma festa <strong>de</strong> carnaval, com parceria<br />

da avon e da Amstel, que são clientes<br />

da agência. Pelo segundo ano consecutivo,<br />

o Bloco confraria do Pasmado animou o<br />

evento. Segundo a agência, duas salas <strong>de</strong><br />

reunião foram transformadas em camarim,<br />

on<strong>de</strong> maquiadores fizeram o look da galera<br />

com os produtos da empresa <strong>de</strong> venda<br />

direta <strong>de</strong> cosméticos. A folia foi regada à<br />

cerveja Amstel. Além <strong>de</strong> reunir colaboradores<br />

e convidados para a folia do Rei<br />

Momo, o Carnaval da Thompson também<br />

atraiu a vizinhança do bairro do Paraíso,<br />

on<strong>de</strong> fica localizada.<br />

Dois brasileiros estão na ficha técnica<br />

da campanha <strong>de</strong> Ti<strong>de</strong>, eleita pela Adweek<br />

a melhor do Super Bowl. Os criativos Kiko<br />

Mattoso e Rafael Segri, da Saatchi & Saatchi<br />

NY, são do time que criou a campanha<br />

com quatro filmes. “É um reconhecimento<br />

supercobiçado que vai para o melhor filme<br />

<strong>de</strong> todo o Super Bowl. Competimos com<br />

as melhores agências dos Estados Unidos<br />

e vencemos. Ter dois brasileiros participando<br />

<strong>de</strong>sse momento tão grandioso é<br />

realmente algo incrível para todo mundo<br />

que trabalha em propaganda se orgulhar”,<br />

disse Mattoso.<br />

LOV é agência <strong>de</strong> niVea<br />

A Nivea anunciou que a LOV é sua nova<br />

agência digital. A empresa, que faz parte<br />

do grupo DAN (Dentsu Aegis Network),<br />

conquistou a conta após concorrência.<br />

“Com o avanço da relevância do digital,<br />

crescem nossas ambições <strong>de</strong> inovação e <strong>de</strong><br />

li<strong>de</strong>rar a transformação da companhia e do<br />

nosso mercado. Por isso, estamos muito<br />

confiantes e felizes com a nossa escolha.<br />

Estamos ansiosos para os próximos passos<br />

<strong>de</strong>ssa parceria”, fala Andréa Bó, diretora <strong>de</strong><br />

marketing da Nivea.<br />

Manequim a bordo do Tesla Roadster<br />

Quem consi<strong>de</strong>ra a Tesla apenas uma<br />

empresa que fabrica automóveis está longe<br />

<strong>de</strong> enxergar o projeto <strong>de</strong> elon Musk, dono<br />

da empresa. No último dia 7, um Tesla<br />

Roadster foi lançado da mesma plataforma<br />

que lançou o homem à lua há 45 anos, no<br />

cabo canaveral, na Flórida, rumo à órbita<br />

<strong>de</strong> Marte <strong>de</strong>ntro do foguete Falcon Heavy,<br />

fabricado pela Space X, outro empreendimento<br />

<strong>de</strong> Musk. O carro, não tripulado,<br />

tem um manequim vestido com um traje<br />

especial, chegará a 400 milhões <strong>de</strong> quilômetros<br />

da Terra, viajando a 11 km/s, e<br />

levará seis meses para chegar à órbita do<br />

planeta, on<strong>de</strong> permanecerá por tempo<br />

in<strong>de</strong>terminado.<br />

Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo Macedo,<br />

Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editoras-assistentes: Cristiane<br />

Marsola e Mariana Zirondi<br />

Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP),<br />

Danúbia Paraizo (SP), Jéssica Oliveira (SP),<br />

Claudia Penteado (RJ)<br />

Editor <strong>de</strong> Arte: Adu nias Bis po da Luz<br />

Assistente <strong>de</strong> Arte: Lucas Boccatto<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Site: propmark.com.br<br />

Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />

CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />

Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />

e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />

Departamento Comercial<br />

Gerentes: Mel Floriano<br />

mel@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0744<br />

Diretor Executivo: Tiago A. Milani Ferrentini<br />

tferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />

Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />

regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />

Assinaturas/Renovação/<br />

Atendimento a assinantes<br />

assinatura@editorareferencia.com.br<br />

São Paulo (11) 2065-0738<br />

Demais estados: 0800 704 4149<br />

O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />

rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />

CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />

as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />

opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 39


supercenas<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

A Avon ampliou seu elenco <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>s com a contratação da atriz Paolla Oliveira para ser a estrela da linha <strong>de</strong> batons Epic, que tem campanha da J. Walter Thompson produzida pela Zoha<br />

IMAGEM<br />

A atriz Paolla Oliveira se junta a Karol Conká, Pabllo Vittar, Iza, Mel<br />

Gonçalves, Mari Mello, Mc Carol e Bruna Linzmeyer no time <strong>de</strong> celebrida<strong>de</strong>s<br />

que a Avon utiliza na sua comunicação comercial. Ela<br />

foi escolhida para ser o rosto da linha <strong>de</strong> batons Epic. O primeiro<br />

comercial com sua imagem já está no ar e tem a assinatura da J.<br />

Walter Thompson. A produção é da Zohar, com direção <strong>de</strong> Marcos<br />

Mello Cavallaria. “Paolla é uma mulher forte e <strong>de</strong>terminada,<br />

que <strong>de</strong>testa que lhe imponham limites. É sobre isso que ela fala na<br />

primeira campanha”, explica a executiva Marise Barroso, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> Avon. Paolla também será capa dos catálogos<br />

<strong>de</strong> venda da marca e <strong>de</strong> ativações em mídias online e offline.<br />

BACH<br />

Coprodução alemã e brasileira por meio da Conspiração Filmes,<br />

NFP, ForSeeSense e Miravista, o longa Filhos <strong>de</strong> Bach vai<br />

ser exibido nas TVs brasileiras e será disponibilizado pelo sistema<br />

VOD neste ano. O filme ficou em cartaz durante cinco<br />

meses na Alemanha em 2016 e foi a maior bilheteria do país.<br />

No Brasil entrou em circuito em julho <strong>de</strong> 2017, com distribuição<br />

da Buena Vista. Com locações em Ouro Preto, no Brasil,<br />

e nas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Hamburgo e Buckeburgo, na Alemanha, a<br />

produção traz no elenco a alemã Franziska Walser (O Quinto<br />

Po<strong>de</strong>r), Edgar Selge e nomes brasileiros como Stepan Nercessian,<br />

Thais Garayp e Marília Gabriela. O roteiro é a história <strong>de</strong><br />

um professor que teve uma partitura <strong>de</strong> Bach como herança,<br />

mas, para recebê-la, terá <strong>de</strong> buscá-la em Ouro Preto, on<strong>de</strong><br />

passa a dar aulas <strong>de</strong> música.<br />

Sucesso <strong>de</strong> bilheteria na Alemanha, Filhos <strong>de</strong> Bach chega às TVs abertas no Brasil este ano; elenco te<br />

40 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

O premiado Fabio Seidl estará no júri do New York Festivals, que se reúne em março<br />

EFETIVIDADE<br />

O brasileiro Fabio Seidl, ECD da<br />

VML <strong>de</strong> Nova York, vai integrar<br />

o júri da competição Creative<br />

Effectiveness do New York Festivals.<br />

O julgamento será em<br />

março e a festa <strong>de</strong> premiação<br />

no dia 17 <strong>de</strong> maio, no espaço<br />

Lincoln Center. “Eu chamo essa<br />

categoria <strong>de</strong> melhor dos dois<br />

mundos. São os trabalhos que,<br />

além <strong>de</strong> extremamente criativos<br />

e inovadores, precisam ter<br />

um resultado surpreen<strong>de</strong>nte<br />

para as marcas”, afirma Seidl.<br />

“Esse <strong>de</strong>ve ser a mais internacional<br />

<strong>de</strong> todas as edições do<br />

festival, o que é ótimo para a<br />

cida<strong>de</strong> que, por natureza, já é a<br />

mais cosmopolita do mundo”,<br />

acrescentou.<br />

DESEMPENHO<br />

As re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> farmácias<br />

Ultra Popular, Super<br />

Popular e Maxi Popular,<br />

da holding Farmarcas,<br />

tiveram crescimento <strong>de</strong><br />

67,91%, com faturamento<br />

<strong>de</strong> R$ 1,1 bilhão.<br />

ONLINE<br />

Segundo dados da<br />

ABComm (Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Comércio<br />

Eletrônico), o e-commerce<br />

faturou R$ 59,9 bi em<br />

2017, uma elevação <strong>de</strong><br />

<strong>12</strong>% sobre 2016.<br />

r e dirigida por Marcos Mello Cavallaria<br />

CRÉDITO<br />

O financiamento para a<br />

compra <strong>de</strong> automóveis<br />

teve alta <strong>de</strong> 22,9% em<br />

2017. Foram R$ 101,1<br />

bilhões liberados pelo<br />

sistema financeiro.<br />

m Marília Gabriella e Stepan Nercessian<br />

Fabiana Bruno e Ellen Jabour, estrela do <strong>de</strong>sfile do bloco carnavalesco Casa Comigo<br />

COMPASSO<br />

A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo a<strong>de</strong>riu <strong>de</strong>finitivamente ao Carnaval <strong>de</strong><br />

rua. E seus blocos estão fazendo bonito. Um dos mais animados<br />

é o Casa Comigo, que teve seu <strong>de</strong>sfile orientado pelo tema<br />

Hater, eu te amo, na Av. Briga<strong>de</strong>iro Faria Lima. A agência Suba,<br />

<strong>de</strong> Marcelo Torma e Fabiana Bruno, faz a gestão <strong>de</strong> negócios<br />

do bloco, que tem como musa a mo<strong>de</strong>lo e apresentadora Ellen<br />

Jabour. A cerveja Amstel fez ativações e a grife Enfim lançou a<br />

campanha Menos mimimi e mais Alalaô. Em um dos carros, com<br />

o mote #subajunto, a consultoria estratégica reuniu os convidados<br />

VIPs da agremiação. “A ação #subajunto e Casa Comigo foi<br />

um piloto <strong>de</strong> negócio para o bloco; nosso plano é <strong>de</strong>senvolver<br />

estratégias <strong>de</strong> conteúdo para marcas nos próximos anos”, explicaram<br />

Torma e Fabiana.<br />

LEITURA<br />

Pedro Herz, fundador<br />

da Livraria Cultura e<br />

controlador da Fnac no<br />

Brasil, disse no Li<strong>de</strong>com<br />

<strong>2018</strong> que lamenta a<br />

redução do número <strong>de</strong><br />

leitores no país.<br />

BITCOIM<br />

Além da <strong>de</strong>svalorização<br />

financeira, a moeda<br />

virtual enfrenta<br />

problemas regulatórios<br />

em países como a<br />

China e <strong>de</strong> advogados<br />

do tra<strong>de</strong> bancário. A<br />

criptorevolução está<br />

em xeque?<br />

VÍDEO<br />

Clubes não querem pagar<br />

juiz <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o. A rica CBF<br />

não tem a grana para<br />

bancar o projeto?<br />

jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 41


última página<br />

saravuth-photohut/iStock<br />

a falta que o<br />

Julio me fez<br />

Stalimir Vieira<br />

Alguns anos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter sido contratado<br />

pela DPZ, em 1981, recebi um convite<br />

para trabalhar na Talent. Como estava<br />

muito feliz, ao lado do Petit, do Zara, do<br />

Roberto, do Washington, do Neil e <strong>de</strong> tantas<br />

outras estrelas daquela constelação <strong>de</strong><br />

criativos, preferi ficar.<br />

Hoje, voltando o pensamento para aquele<br />

momento, me ocorre que não foi só por<br />

isso que <strong>de</strong>ixei <strong>de</strong> ir.<br />

Não fui porque a Talent era uma agência<br />

ambígua na percepção <strong>de</strong> um “criativo<br />

típico” dos anos 1980. Explico (ou tento<br />

explicar): vivíamos o apogeu da autossuficiência<br />

criativa. Funcionava<br />

mais ou menos assim: você<br />

estava numa reunião <strong>de</strong> que<br />

participavam profissionais do<br />

marketing do cliente e o atendimento<br />

da agência. Discutia-se<br />

assunto intrincado, que vinha<br />

tirando o sono <strong>de</strong> todos. Você<br />

escutava aquilo tudo e, <strong>de</strong> repente,<br />

falava uma frase, uma<br />

única frase, que <strong>de</strong>satava todo<br />

aquele nó.<br />

Um repente, uma intuição, uma sacada.<br />

Zero <strong>de</strong> empirismo. Distensionava o ambiente<br />

e você era aclamado herói daquela<br />

gente, inclusive por dar uma sobrevida a<br />

seus empregos. O oposto disso era a burocracia,<br />

o chamado by the book. Que nada<br />

mais era do que seguir regras, confinando<br />

soluções criativas a equações <strong>de</strong> planejamento.<br />

As coisas eram realizadas <strong>de</strong>sse<br />

jeito, principalmente nas agências norte-<br />

-americanas que, no melhor estilo do projeto<br />

USAID ensinando nativos a escovar os<br />

<strong>de</strong>ntes, mandava cartilhas com regras <strong>de</strong><br />

como fazer as coisas direito em suas sucursais<br />

brasileiras.<br />

Como <strong>de</strong>tinham contas alinhadas, aquilo<br />

<strong>de</strong>sse ou não os resultados <strong>de</strong>sejados, o<br />

máximo do “castigo” a que a agência estava<br />

sujeita era ter <strong>de</strong> trocar algum executivo,<br />

às vezes vindo um gringo para “corrigir” os<br />

erros do brasileiro. Um ambiente, portanto,<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s limitações para a vaida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

criativo genuíno daqueles tempos.<br />

O redator e o diretor <strong>de</strong> arte que viviam<br />

o privilégio <strong>de</strong> trabalhar numa agência<br />

como a DPZ (se é que na época havia alguma<br />

agência “como a DPZ” senão a própria<br />

DPZ) olhava o entorno e não se sentia seguro<br />

para <strong>de</strong>ixar aquele lugar encantado.<br />

Suponho que essa síndrome tenha me<br />

acometido diante do convite da Talent.<br />

Pior: na Talent, a estrela era o<br />

“pu<strong>de</strong>sse<br />

voltar<br />

no tempo,<br />

aceitaria o<br />

convite da<br />

talent”<br />

cara do planejamento. Alguém<br />

que conseguira libertar o planejamento<br />

da gaiola <strong>de</strong> uma cartilha<br />

gringa.<br />

Era um fenômeno. Um pioneiro.<br />

Pois não sendo, como nós,<br />

brilhantes sacadores <strong>de</strong> mensagens<br />

emocionantes na ponta,<br />

nem um chato cagador <strong>de</strong> regras<br />

escritas pelos outros fazendo um meio <strong>de</strong><br />

campo empatador, se constituía, <strong>de</strong> fato,<br />

num criativo autêntico, quebrando padrões<br />

e apontando soluções <strong>de</strong> precisão cirúrgica<br />

no planejamento. Um guia confiável para a<br />

criação. Mas como um guia confiável para<br />

a criação que não era do “<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong><br />

criação”? É isso o que se chama <strong>de</strong> excepcionalida<strong>de</strong>.<br />

Eu não soube lidar com isso. Embora tenha<br />

na DPZ uma escola insubstituível, pu<strong>de</strong>sse<br />

voltar no tempo me <strong>de</strong>ixaria levar<br />

pelo profundo respeito pelo Julio, aceitaria<br />

o convite da Talent e exerceria com feliz humilda<strong>de</strong><br />

a subordinação à sua inteligência.<br />

Sim, me faltou o Julio Ribeiro no currículo.<br />

Stalimir Vieira é diretor da Base Marketing<br />

stalimircom@gmail.com<br />

42 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark


Nós We transformamos transforme your seu dream sonho<br />

em in realida<strong>de</strong> a reality on no paper. papel.<br />

Nós We transformamos transforme your seu dream sonho<br />

em in realida<strong>de</strong> a reality on no paper. papel.<br />

Here, your product is always special.<br />

That Here, is your why we product treat printing is always with excellence. special.<br />

“The “A qualida<strong>de</strong> quality do of paper papel e and o processo the printing <strong>de</strong> impressão process<br />

são nossas are our priorida<strong>de</strong>s priorities para for the a melhor best <strong>de</strong>livery.” entrega.”<br />

“The quality of paper and<br />

Tiago the<br />

Ferrentini printing - Executive Diretor<br />

process<br />

executivo director<br />

“A qualida<strong>de</strong> do papel e o processo <strong>de</strong> impressão<br />

são nossas are our priorida<strong>de</strong>s priorities para for the a melhor best <strong>de</strong>livery.” entrega.”<br />

Here, Nós We<br />

Here, transformamos transforme<br />

your your<br />

product seu dream sonho is always is special.<br />

NÓS em CUIDAMOS in realida<strong>de</strong> a reality on no paper. papel. DE TUDO...<br />

That Here, That is why is why we we treat treat printing with with excellence.<br />

...ESPECIALMENTE<br />

Nós We<br />

Here, transformamos transforme<br />

your your<br />

product seu dream sonho is always is special.<br />

NÓS CUIDAMOS in a reality on paper. DOS DE DETALHES.<br />

em realida<strong>de</strong> no papel. TUDO...<br />

That is why we treat printing with excellence.<br />

Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director<br />

Discovery<br />

Discovery out<br />

out<br />

out where<br />

where we<br />

we can can<br />

help help<br />

help<br />

you. you.<br />

you.<br />

That That why is why we we treat treat printing with with excellence.<br />

...ESPECIALMENTE Discovery out where DOS we can DETALHES. help you.<br />

The A qualida<strong>de</strong> quality do of paper papel e and o processo the printing <strong>de</strong> impressão process<br />

são nossas are our priorida<strong>de</strong>s priorities para for the a melhor best <strong>de</strong>livery.” entrega.”<br />

Discovery out where we can help you.<br />

Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director<br />

Targeted<br />

segmentadas<br />

Revistas<br />

Discovery out where we can magazines help you.<br />

The A qualida<strong>de</strong> quality do of paper papel e and o processo the printing <strong>de</strong> impressão process<br />

são nossas are our priorida<strong>de</strong>s priorities para for the a melhor best <strong>de</strong>livery.” entrega.”<br />

Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director<br />

Targeted Revistas Newspapers Jornais e Didatic Livros Catalogs Catálogos and e Paper Papel<br />

segmentadas magazines Tablói<strong>de</strong>s Tabloids Didáticos books yearbooks anuários recycled reciclado<br />

Targeted Revistas Para For Newspapers maiores more information, informações Didatic call ligue us on Catalogs para +55 11 and 1<strong>12</strong>065 Paper 0766<br />

ou segmentadas magazines envie um e-mail para orcamento@referenciagrafica.com.br<br />

Targeted Revistas<br />

Newspapers Didatic Catalogs and Paper<br />

We Tablói<strong>de</strong>s<br />

Jornais e<br />

Tabloids<br />

transforme We transforme Didáticos<br />

Livros Catálogos<br />

books yearbooks<br />

your anuários<br />

e Papel<br />

We transforme recycled<br />

dream your<br />

your<br />

dream<br />

reciclado dream<br />

in a reality in in a reality a on reality paper. on on paper. paper<br />

Newspapers Jornais e Didatic Livros Catalogs Catálogos and e Paper Papel<br />

We transforme your dream<br />

For more information, call us on +55 11 segmentadasPara maiores informações ligue para 11 2065 0766<br />

magazines For more For information,<br />

For Tablói<strong>de</strong>s<br />

more Tabloids more<br />

information,<br />

information,<br />

call us on call +55<br />

call<br />

us on 11<br />

us drop us email +55<br />

on<br />

2065<br />

+55<br />

110766<br />

2065<br />

11 2065<br />

0766<br />

076<br />

ou envie um e-mail para orcamento@referenciagrafica.com.br<br />

or drop us or or<br />

We<br />

an drop drop<br />

transforme<br />

email us us<br />

We<br />

an orcamento@referenciagrafica.com.br<br />

an email email<br />

transforme Didáticos books yearbooks<br />

orcamento@referenciagrafica.com.<br />

your anuários recycled<br />

dream your dream<br />

reciclado<br />

Rua Rua François François<br />

in<br />

Coty,<br />

a<br />

Coty,<br />

reality<br />

228<br />

in in<br />

228<br />

a<br />

| Cambuci,<br />

reality a<br />

| Cambuci,<br />

on reality<br />

São<br />

paper.<br />

Paulo<br />

on on<br />

São Paulo -<br />

paper. paper<br />

Para For SP | - Brazil SP<br />

For more For information,<br />

For maiores more<br />

more<br />

more information, informações<br />

www.referenciagrafica.com.br<br />

information,<br />

information, call ligue us on +55 11 drop us an email call us on call +55<br />

call<br />

us on 11<br />

us para<br />

+55<br />

on 11<br />

2065<br />

+55 2065<br />

110766<br />

2065<br />

11 0766 2065<br />

0766<br />

076<br />

ou envie um e-mail para orcamento@referenciagrafica.com.br<br />

or drop us or or an drop drop email us us an orcamento@referenciagrafica.com.br<br />

an email email orcamento@referenciagrafica.com.<br />

Rua Rua François François Coty, Coty, 228 228 | Cambuci, | Cambuci, São Paulo São Paulo - SP | - Brazil SP<br />

Jornais e Livros Catálogos e Papel<br />

Rua or drop François Rua Tablói<strong>de</strong>s Tabloids us Rua François email Coty,<br />

Didáticos books orcamento@referenciagrafica.com<br />

228 Coty, | yearbooks 228 anuários<br />

Cambuci, | | Cambuci, recycled reciclado<br />

São Paulo São - Paulo SP | Brazil - SP | | Brazil | | www.referenciagrafica.com.br<br />

www.referenciagrafica.com.br<br />

Rua Rua François François Coty, Coty, 228 228 | Cambuci, | Cambuci, São Paulo São Paulo - SP | - Brazil SP<br />

Para For maiores more information, informações call ligue us on para +55 11 1<strong>12</strong>065 0766<br />

www.referenciagrafica.com.br<br />

Rua or drop François Rua www.referenciagrafica.com.br<br />

us Rua François email Coty, orcamento@referenciagrafica.com<br />

228 Coty, | 228 Cambuci, | | Cambuci, São Paulo São - Paulo SP | Brazil - SP | | Brazil | | www.referenciagrafica.com.br<br />

ou envie um e-mail para orcamento@referenciagrafica.com.br

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!