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propmark.com.br ANO 53 - Nº 2682 - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> R$ 15,00<br />
Bran<strong>de</strong>d content gera<br />
negócios no mercado<br />
cresce o interesse dos anunciantes em aumentar os investimentos em conteúdo<br />
<strong>de</strong> marca. A i<strong>de</strong>ia é <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> focar apenas em publicida<strong>de</strong>. pesquisa do content<br />
marketing institute com cerca <strong>de</strong> 400 empresas dos euA mostra potencial <strong>de</strong><br />
projetos <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content, que geram <strong>de</strong>manda no mercado. A maioria (92%)<br />
afirmou valorizar esse tipo <strong>de</strong> comunicação como um “business asset”. pág. 16<br />
cifotart/iStock<br />
tv cONceNtRA 72,1% dA<br />
veRBA <strong>de</strong> mídiA em 2017<br />
As emissoras <strong>de</strong> sinal<br />
aberto, fechado e ações<br />
<strong>de</strong> merchandising ficam<br />
com 72,1% da verba bruta<br />
<strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> 2017, que<br />
totalizou R$ 134 bilhões,<br />
segundo ranking do Kantar<br />
Ibope Media. pág. <strong>12</strong><br />
hAvAiANAs e ifOOd explORAm jOjO tOddyNhO<br />
Dona do hit Que tiro foi esse, a funkeira Jojo<br />
Toddynho é a estrela <strong>de</strong> uma ação viral criada<br />
pela AlmapBBDO para a marca Havaianas.<br />
O aplicativo iFood também utiliza a imagem da<br />
artista na campanha Que pedido foi esse?. pág. 5<br />
BRAsil é “OceANO<br />
Azul” pARA digitAl<br />
Neil Patel, um dos<br />
especialistas em<br />
marketing digital<br />
mais respeitados do<br />
mundo, fala sobre<br />
as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
crescimento da área,<br />
no Brasil. pág. 20<br />
fOlhA ABANdONA<br />
pÁgiNA dO fAceBOOK<br />
A Folha gerou polêmica<br />
após <strong>de</strong>cidir<br />
<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> atualizar o<br />
seu conteúdo na re<strong>de</strong><br />
social. Especialistas<br />
acham que jornal<br />
po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r público<br />
jovem. pág. 28<br />
sBt <strong>de</strong>fiNe júRi dO<br />
melhOR cOmeRciAl<br />
Prêmio O Melhor<br />
Comercial do Brasil,<br />
realizado pelo SBT,<br />
será julgado por<br />
17 profissionais do<br />
mercado. Votação<br />
final será realizada<br />
em abril. pág. 37
<strong>2018</strong> é ano <strong>de</strong> copa<br />
e também o ano que você<br />
po<strong>de</strong> jogar em um estádio<br />
histórico do futebol brasileiro.<br />
Premie sua equipe jogando a sua própria copa em um estádio <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> com toda<br />
a estrutura <strong>de</strong> um jogo profissional: 8 câmeras <strong>de</strong> gravação, locutor, comentarista,<br />
repórter <strong>de</strong> campo e muito mais.<br />
O evento i<strong>de</strong>al para incentivo <strong>de</strong> vendas ou relacionamento com clientes.<br />
A Dclemente & Associados é pioneira em jogos <strong>de</strong> futebol corporativo com mais<br />
<strong>de</strong> 400 eventos realizados nos principais estádios do Brasil.<br />
11-4302-3525<br />
natalie@dclemente.com.br<br />
dclemente.com.br
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
Última barragem<br />
Poucos brasileiros adultos (e muitos ainda crianças) não terão ouvido,<br />
lido e até mesmo pronunciado a frase lapidar que a muitos<br />
envergonha, conforme o contexto em que é empregada: “O Brasil é<br />
o país do Carnaval”.<br />
Neste editorial, ela representa a última barragem que temos pela<br />
frente para, uma vez superada, acelerar nosso processo <strong>de</strong> retomada.<br />
O novo país que está surgindo, na verda<strong>de</strong> o país <strong>de</strong> sempre, <strong>de</strong>itado<br />
eternamente em berço esplêndido, mas que costuma se erguer<br />
diante <strong>de</strong> graves crises e recuperar o tempo perdido.<br />
Esse quadro, que se repete <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1500, apresenta-nos mais uma<br />
nova versão neste ano que mal começou, mas já promete ser <strong>de</strong><br />
nova recuperação nacional. As dificulda<strong>de</strong>s enfrentadas nestes últimos<br />
dois, três anos, provavelmente, não encontram similar em<br />
nossa história, muito mais pela reação dos brasileiros, na gran<strong>de</strong><br />
maioria, que já não aguentam mais o país vilipendiado, aliados às<br />
instituições que <strong>de</strong>sta feita têm dado um exemplo <strong>de</strong> amor à pátria<br />
e respeito às leis, como provavelmente jamais foi visto em nossos<br />
518 anos a serem completados em abril.<br />
Claro, há exceções, há a tergiversação da Suprema Corte diante <strong>de</strong><br />
casos cujo veredito <strong>de</strong>veria ser manso e pacífico, diante da profusão<br />
<strong>de</strong> julgados anteriores semelhantes. Até mesmo a questão da prisão<br />
em Segunda Instância provoca <strong>de</strong>sconfiança no público, pois sua<br />
aplicação, que <strong>de</strong>veria até ser automática, consegue <strong>de</strong>rivar segundo<br />
a cor do cristal com que se olha, segundo <strong>de</strong>finição do personagem<br />
<strong>de</strong> ficção dos Pampas, Martin Fierro.<br />
Diante <strong>de</strong> situações como essa, o povo – que é mais sábio do que pensam<br />
os oligarcas – questiona o brocardo <strong>de</strong> que a lei é igual para todos.<br />
Volta e meia, o Brasil costuma negar o axioma, mas <strong>de</strong>vemos admitir<br />
que tem sido cada vez menos. Alguns (poucos) anos atrás,<br />
era impossível prevermos que nestes últimos tempos tivéssemos<br />
tantos figurões da República con<strong>de</strong>nados e presos, muitos <strong>de</strong>les até<br />
sob o escárnio do aparelho policial encarregado <strong>de</strong> prisões e conduções<br />
coercitivas.<br />
Por tudo isso, pelo aperfeiçoamento das instituições brasileiras,<br />
que ainda ficam a <strong>de</strong>sejar se comparadas com países do Primeiro<br />
Mundo, mas extremamente avançadas quando a comparação é<br />
histórica e com elas mesmas, temos <strong>de</strong> acreditar que o país avança<br />
para um futuro próximo melhor.<br />
A gran<strong>de</strong> ajuda <strong>de</strong>riva, como sempre ocorre em qualquer lugar do<br />
mundo, pela retomada da economia, hoje apresentando números<br />
sequer imaginados em meados do ano passado, quando estivemos<br />
próximos do caos.<br />
E a economia prosseguirá ajudando e assim tem <strong>de</strong> ser, pois em<br />
casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão. Sim, ainda<br />
falta muito pão para os brasileiros, mas o alimento da esperança<br />
possui força incalculável, quando se torna palpável se não a todos,<br />
ao menos à gran<strong>de</strong> maioria.<br />
O PROPMARK tem reproduzido em suas páginas, cada edição em<br />
maior quantida<strong>de</strong>, cases <strong>de</strong> sucesso na ativida<strong>de</strong> do marketing, <strong>de</strong><br />
certa forma quase que <strong>de</strong>saparecidos em tempos recentes e felizmente<br />
já passados.<br />
E a nossa narrativa é mais acentuada quando registra o crescimento<br />
da sua maior disciplina, ainda e por muitos anos, a publicida<strong>de</strong>.<br />
Mudam-se as formas e formatos, muda-se o aparato da mídia, mas<br />
não se muda a verda<strong>de</strong> inegável <strong>de</strong> que a propaganda prossegue<br />
sendo a alma (e o coração) dos negócios, assim no plural para ser<br />
mais abrangente e verda<strong>de</strong>ira a sábia afirmação que permeia a ativida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> tempos imemoriais.<br />
***<br />
Na presente edição, o leitor encontrará provas incontestes do que<br />
acima afirmamos, apesar da força da boa publicida<strong>de</strong> ter a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> dispensar até a colaboração dos seus <strong>de</strong>fensores. Bem típico<br />
<strong>de</strong> ferramentais que por si só se explicam.<br />
Na matéria abrangendo novida<strong>de</strong>s na criação <strong>de</strong> duas tradicionais<br />
agências criativas do nosso mercado (Ogilvy e AlmapBBDO), percebe-se<br />
o atingimento <strong>de</strong> elogiáveis trabalhos <strong>de</strong> comunicação, que<br />
não apenas convencem à primeira vista, como produzem resultados<br />
satisfatórios para os anunciantes.<br />
Sempre haverá maneiras diferentes <strong>de</strong> se comunicar com o consumidor<br />
e esse é um dos <strong>de</strong>safios das mentes brilhantes que são<br />
responsáveis pelas primeiras colocações do Brasil nos rankings<br />
mundiais da ativida<strong>de</strong> publicitária, com realce para o quesito...<br />
criativida<strong>de</strong>.<br />
Graças a esses trabalhos que produzem excelentes performances <strong>de</strong><br />
consumo, a economia também melhora. Se mais empresas se transformarem<br />
em anunciantes no mercado brasileiro e se mais anunciantes<br />
voltarem a acreditar na propaganda como uma das mais<br />
importantes ferramentas <strong>de</strong> vendas, o gran<strong>de</strong> objeto do <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />
todos os brasileiros, que é o fim da crise, será alcançado e <strong>de</strong>sfrutado<br />
mais cedo do que imaginávamos.<br />
***<br />
Este Editorial é em homenagem ao sempre homenageado Steven<br />
Spielberg, pela direção do emocionante longa The Post, que recomendamos<br />
ao público em geral, mas em especial a todos os jornalistas.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 3
conexões<br />
“Gênio”<br />
Flavio Waiteman<br />
Post: Empresas têm <strong>de</strong>sempenho<br />
ruim na adoção <strong>de</strong> programas anticorrupção<br />
“Querer que elas mu<strong>de</strong>m o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
negócio é pedir <strong>de</strong>mais.”<br />
Thiago Henrik<br />
Post: Havaianas é a primeira marca<br />
a trabalhar com Jojo Toddynho<br />
“Ela representa naturalmente a gran<strong>de</strong><br />
maioria dos brasileiros que usam<br />
Havaianas”<br />
Pedro Ramachiotti<br />
última Hora<br />
BIBLIOTECA<br />
A ESPM está inaugurando<br />
uma biblioteca comunitária<br />
em frente ao campus da<br />
Rua Álvaro Alvim, em São<br />
Paulo, com um acervo<br />
inicial <strong>de</strong> dois mil títulos.<br />
O espaço, como informa<br />
Dalton Pastore, presi<strong>de</strong>nte<br />
da instituição, é aberto,<br />
sem portas e pare<strong>de</strong>s.<br />
O projeto, batizado como<br />
Livro Livre ESPM, permite<br />
acesso 24 horas por dia.<br />
PESQUISA<br />
Os tweets sobre programas<br />
da TV geraram mais <strong>de</strong><br />
24 bilhões <strong>de</strong> impressões<br />
no Twitter durante<br />
2017. A televisão aberta<br />
respon<strong>de</strong> por 18,7 bi <strong>de</strong>sse<br />
universo e a paga por 5,7<br />
bi. Na TV aberta, o formato<br />
realitie show se <strong>de</strong>stacou<br />
entre os conteúdos com<br />
maior engajamento,<br />
principalmente Big Brother<br />
e Masterchef.<br />
Facebook<br />
Post: Amstel espalha chopeiras <strong>de</strong><br />
água durante o Carnaval<br />
“Mariana Barboza Mesquita, não duvido<br />
nada que seu nome esteja na ficha<br />
técnica <strong>de</strong>sse job.”<br />
Eduardo Chaves<br />
“Boa! Vai para o meu report aqui.”<br />
Glaucia Guerra<br />
Post: JoJo Toddynho canta ‘Que<br />
pedido foi esse?’ para iFood<br />
“Quando a gente acha que a coisa não<br />
podia piorar... afff!”<br />
Juliana Menegussi<br />
“Havaianas e IFood: pelo visto, não sou<br />
target.”<br />
André Barreto<br />
“iFood, como sempre, <strong>de</strong> parabéns!”<br />
Bruno Nastari<br />
“Realmente as marcas fazem <strong>de</strong> tudo<br />
para chamar a atenção. Será que dá o<br />
retorno esperado?”<br />
Ivana A Vendramim Oliveira<br />
“Sauda<strong>de</strong>s daquela chamada <strong>de</strong><br />
cinco segundos do Fábio Porchat...<br />
Aquele foi o melhor ví<strong>de</strong>o do iFood.<br />
A campanha toda <strong>de</strong>le era <strong>de</strong>mais...”<br />
Glauco Lichoveski<br />
Post: Quem aí acha que o ‘Programa<br />
Silvio Santos’ é o mais bacana<br />
dos domingos?<br />
“Um ícone <strong>de</strong> nossa televisão. Só elogios<br />
a este homem.”<br />
Wagner Feriatto<br />
“Chamou Michel Temer para a festa?”<br />
Thiago Herminio Bordotti Zanetin<br />
Post: WMcCann contrata novo diretor<br />
<strong>de</strong> criação<br />
“Quebra Tudo!”<br />
Luis Renato Lui<br />
Post: DM9DDB quer voltar a fazer<br />
história para os clientes com nova<br />
gestão<br />
“Prepara o caminhão dos bombeiros<br />
<strong>de</strong> Guaxupé! Parabéns, Paulão.”<br />
Gabriel Mesquita<br />
“Parabéns, meu irmão! Sei o quanto<br />
você trabalhou pra isso. Sei o quanto<br />
você teve foco e <strong>de</strong>terminação para<br />
merecer cada conquista. A DM9 tem<br />
muita sorte em ter você na presidência,<br />
e o mercado brasileiro <strong>de</strong>ve se orgulhar<br />
em ter um profissional do seu<br />
gabarito elevando o nível da nossa<br />
propaganda.”<br />
Rogério Faria<br />
Disqus (comentários no site <strong>de</strong> 3 a<br />
9 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>)<br />
Post: Mercado presta homenagem<br />
a Julio Ribeiro<br />
“Per<strong>de</strong>mos Logullo, na segunda, e Julio,<br />
na quinta. Que semana!”<br />
Ruy Nogueira<br />
Post: Jovem Nerd apresenta Nerdbunker,<br />
seu escritório em SP<br />
“Finalmente alguém que sabe sair da<br />
‘babação <strong>de</strong> ovo’ padrão e analisar <strong>de</strong><br />
verda<strong>de</strong>. Exatamente isso, a conversa<br />
entre eles e as brinca<strong>de</strong>iras sempre<br />
foram o diferencial, <strong>de</strong> resto, eles são<br />
bem rasteiros.”<br />
Buba Mexicano<br />
Instagram<br />
Post: Edição impressa do PROP-<br />
MARK <strong>de</strong>ssa semana já está em<br />
ritmo <strong>de</strong> Carnaval. Não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong><br />
conferir a sua.<br />
“O céu é o limite!”<br />
cmvfilms<br />
Twiter<br />
Tweet: Havaianas é a primeira<br />
marca a trabalhar com Jojo Toddynho<br />
“#QueTiroFoiEsse já tem espaço na<br />
publicida<strong>de</strong> por #Havaianas”<br />
@LidiaCWagner<br />
LUXO<br />
A Tiffany & Co anunciou<br />
o executivo Luciano<br />
Ro<strong>de</strong>mbusch como VP<br />
da marca para os Estados<br />
Unidos, Canadá e América<br />
Latina. É a primeira vez que<br />
um brasileiro assume um<br />
cargo <strong>de</strong>ssa magnitu<strong>de</strong> na<br />
tradicional empresa que<br />
atua no mercado <strong>de</strong> luxo.<br />
dorinHo<br />
PÁSCOA<br />
A Chocolates Brasil Cacau,<br />
do Grupo CRM, o mesmo<br />
da Kopenhagen, anunciou<br />
Ivete Sangalo como sua<br />
garota-propaganda. A<br />
estreia da cantora será na<br />
Páscoa, com a campanha<br />
que tem como tema Quero<br />
para mim, quero para você,<br />
criada pela Artplan.<br />
4 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
AgênciAs<br />
Que tiro foi esse vira meme em ação<br />
criada pela Almap para Havaianas<br />
Hit da musa Jojo Toddynho é usado em campanha para animar o<br />
Carnaval em São Paulo, com viral nas re<strong>de</strong>s sociais e ativação no Metrô<br />
Paulo Macedo<br />
cultura popular brasileira<br />
A inspira a publicida<strong>de</strong>. E a<br />
AlmapBBDO não per<strong>de</strong>u tempo<br />
com o mais novo fenômeno<br />
musical do país, a funkeira Jojo<br />
Toddynho, que se transformou<br />
em celebrida<strong>de</strong> após participação<br />
no clipe Vai malandra da<br />
cantora Anitta, e a escalou em<br />
uma campanha para Havaianas.<br />
A mãozinha <strong>de</strong> Anitta foi só<br />
o tiro <strong>de</strong> largada. Jojo ganhou<br />
vida própria ao emplacar o hit<br />
Que tiro foi esse, que já se tornou<br />
bordão do verão e, se é para<br />
tombar, várias personalida<strong>de</strong>s,<br />
como Luciano Huck, Bruno<br />
Gagliasso e Anitta, passaram a<br />
imitar a queda como se tivessem<br />
sido alvejadas por algum<br />
projétil bélico. Mas Jojo é da<br />
paz e do amor. Seu funk está na<br />
cadência do samba. E do frevo<br />
também. E ganhou uma releitura<br />
da agência em um formato<br />
<strong>de</strong>finido como meme para a<br />
festa <strong>de</strong> Momo.<br />
A famosa sandália <strong>de</strong> borracha<br />
foi a primeira marca a trabalhar<br />
com a cantora. Na companhia<br />
das influencers digitais<br />
Fernanda Paes Leme e Nana<br />
Ru<strong>de</strong>, Jojo é estrela <strong>de</strong> um ví<strong>de</strong>o<br />
gravado no último dia 2, com<br />
produção da Bando Studio e direção<br />
<strong>de</strong> Lucas Rangel. Foram<br />
cerca <strong>de</strong> 10 milhões <strong>de</strong> visualizações<br />
em três dias <strong>de</strong> exibição<br />
no YouTube. Antes da gravação,<br />
que usou como locação estações<br />
e trens da Linha Amarela<br />
do Metrô <strong>de</strong> São Paulo, Jojo<br />
participou <strong>de</strong> um esquenta na<br />
loja-conceito <strong>de</strong> Havaianas na<br />
sofisticada Rua Oscar Freire. A<br />
festa continuou após a gravação<br />
do filme com o bloco da marca e<br />
a banda Bangalafumenga.<br />
Agora protagonista, com<br />
mais <strong>de</strong> quatro milhões <strong>de</strong> foliões<br />
nas ruas, o Carnaval <strong>de</strong> São<br />
Paulo chama a atenção <strong>de</strong> marcas,<br />
produtos e serviços. Além<br />
da ativação nas re<strong>de</strong>s sociais<br />
com Jojo Toddynho, Havaianas<br />
envelopou um vagão inteiro do<br />
A funkeira Jojo Toddynho se diverte na ação das sandálias Havaianas, sucesso do Carnaval da marca nas re<strong>de</strong>s sociais<br />
Metrô paulistano com elementos<br />
visuais da campanha global<br />
<strong>de</strong> <strong>2018</strong> da marca, Viva o verão.<br />
O anunciante está com equipes<br />
distribuindo brin<strong>de</strong>s como óculos,<br />
tiaras, tatuagens temporárias<br />
e pinturas para o rosto nas<br />
estações Paulista, Faria Lima e<br />
Fradique Coutinho, que também<br />
terão o suporte <strong>de</strong> duas<br />
bandas Havaianas para embalar<br />
os carnavalescos. O projeto,<br />
que tem coor<strong>de</strong>nação da Tudo,<br />
se esten<strong>de</strong> até o próximo dia 18.<br />
Carioca do bairro <strong>de</strong> Bangu,<br />
na zona oeste do Rio, Jojo<br />
A AlmApBBDO nãO<br />
perDeu tempO<br />
cOm O mAis nOvO<br />
fenômenO musicAl<br />
DO pAís, A funkeirA<br />
JOJO tODDynhO, que<br />
se trAnsfOrmOu<br />
em celeBriDADe<br />
Após pArticipAçãO<br />
nO clipe Vai<br />
malandra<br />
Divulgação<br />
já tinha alguma repercussão<br />
como vlogger. Porém, a partir<br />
<strong>de</strong> agosto do ano passado, o interesse<br />
vertical dos internautas<br />
cresceu e passou a ter mais <strong>de</strong><br />
150 mil seguidores. Que tiro foi<br />
esse tem prós e contras. Para<br />
uns, representa a banalização<br />
da violência, mas para outros<br />
é apenas uma alegoria. Aos<br />
20 anos, Jojo chama mesmo<br />
a atenção para temas como o<br />
preconceito e a intolerância. E<br />
<strong>de</strong> marcas como Havaianas. E<br />
iFood, que a contratou para a<br />
ação Que pedido foi esse?.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 5
agências<br />
Ogilvy aproveita saída <strong>de</strong> diversos<br />
profissionais e renova a criação<br />
O VP nacional do <strong>de</strong>partamento, Claudio Lima, apresenta as novida<strong>de</strong>s e<br />
afirma que o aumento <strong>de</strong> turnover é um <strong>de</strong>safio e também oportunida<strong>de</strong><br />
Claudia Penteado<br />
Depois <strong>de</strong> lidar com a saída<br />
<strong>de</strong> diversos profissionais ao<br />
longo dos últimos meses, a área<br />
<strong>de</strong> criação da Ogilvy conta com<br />
a chegada <strong>de</strong> pelo menos 15 novos<br />
nomes, entre contratações<br />
e adições do escritório do Rio<br />
<strong>de</strong> Janeiro, que foi reduzido recentemente.<br />
Claudio Lima, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
nacional <strong>de</strong> criação da<br />
agência, fez quatro promoções<br />
e acrescentou mais seis profissionais<br />
para sua equipe. O diretor<br />
<strong>de</strong> arte Teco Cipriano e Fre<strong>de</strong>rico<br />
Gasparian, que está na<br />
Ogilvy há seis anos, foram promovidos<br />
a diretores <strong>de</strong> criação<br />
associados. Já os assistentes<br />
Stefano Chianbrando e Jessica<br />
Mantovani se tornaram diretores<br />
<strong>de</strong> arte júnior.<br />
Entre as contratações estão<br />
ainda o diretor <strong>de</strong> arte Leonardo<br />
Zardo (ex-FCB), o redator Rafael<br />
Campeão (ex-Havas, W3Haus<br />
e Mestiça), o diretor <strong>de</strong> arte El<strong>de</strong>r<br />
Cal<strong>de</strong>ira (ex-AlmapBBDO e<br />
DM9DDB), o redator Fernando<br />
Junqueira (ex-Alma <strong>de</strong> Miami e<br />
Moma) e as assistentes <strong>de</strong> arte<br />
Gabriela Barreto (ex-Havas) e<br />
Amanda Peccini (ex-Casa <strong>de</strong><br />
Criação e Ogilvy Rio).<br />
“Perdi algumas pessoas da<br />
minha equipe para outras agências<br />
no Brasil e no exterior, e<br />
com a chegada da BMW, entre<br />
outros clientes, abrimos algumas<br />
vagas”, diz Lima, que voltou<br />
para a Ogilvy há dois anos,<br />
sendo esta a sua terceira passagem<br />
pela agência.<br />
Ele trabalhou em diversos<br />
países e hoje comanda a criação<br />
da agência ao lado <strong>de</strong> Félix<br />
Del Valle, que veio da Espanha.<br />
Lima chama a atenção para o<br />
perfil dos profissionais contratados:<br />
a maioria com forte experiência<br />
em digital. “Estamos<br />
buscando pessoas com o perfil<br />
chamado ‘nativo digital’”.<br />
Em criação, mudanças são<br />
sempre <strong>de</strong>safiadoras, pois uma<br />
equipe azeitada, que conhece<br />
Claudio Lima: “Perdi algumas pessoas da minha equipe para outras agências no Brasil e no exterior”<br />
bem os clientes e trabalha bem,<br />
é sempre uma vantagem. Por<br />
outro lado, o turnover sempre<br />
fez parte do jogo criativo e se<br />
torna uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renovação.<br />
Lima conta que a perda<br />
<strong>de</strong> criativos numa agência<br />
premiada faz parte da rotina,<br />
especialmente alguns meses<br />
<strong>de</strong>pois do Cannes Lions, quando<br />
começam as propostas para<br />
diversos cantos do mundo, <strong>de</strong><br />
Los Angeles a Cingapura.<br />
“Sempre procuramos profissionais<br />
com esse perfil, que<br />
busca fazer um excelente trabalho,<br />
ganhar prêmios, que tenham<br />
ambição. Perdê-los, lá na<br />
frente, faz parte do jogo. Prefiro<br />
ter por dois anos um profissional<br />
cheio <strong>de</strong> entusiasmo, do<br />
que por muitos e muitos anos<br />
pessoas sem ambição”.<br />
No entanto, há algumas<br />
mudanças no cenário e as novida<strong>de</strong>s<br />
na criação da Ogilvy<br />
também simbolizam, <strong>de</strong> certa<br />
forma, movimentos novos que<br />
vêm ocorrendo no mercado.<br />
“Estamos buscando<br />
pEssoas com o<br />
pErfil chamado<br />
‘nativo digital’”<br />
Divulgação<br />
Recentemente, Lima “per<strong>de</strong>u”<br />
um assistente <strong>de</strong> arte para<br />
uma agência em Dubai, o que<br />
era pouco comum no passado,<br />
quando apenas os profissionais<br />
sênior recebiam propostas internacionais<br />
interessantes.<br />
“Pessoas mais jovens estão<br />
sendo contratadas fora. Os brasileiros<br />
estão se tornando diretores<br />
<strong>de</strong> criação e comandando<br />
cada vez mais equipes fora, e<br />
querem contratar pessoas para<br />
trabalhar com eles, porque eles<br />
conhecem a entrega dos profissionais<br />
brasileiros. E o fato é<br />
que ninguém gosta <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
como o brasileiro. Quando<br />
se chega numa agência no exterior,<br />
fazemos mesmo diferente.<br />
É um pouco como no futebol,<br />
os caras começam a buscar pessoas<br />
cada vez mais jovens”, comenta<br />
Lima.<br />
A tecnologia também reduziu<br />
distâncias e, se trabalhar<br />
em Dubai até alguns anos atrás<br />
parecia algo remoto, hoje é bem<br />
mais simples.<br />
6 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
F Ó RUM<br />
#EUTENHODIREITO<br />
Alessandra<br />
Restaino<br />
le postiche<br />
An Verhulst<br />
Santos<br />
l’oréal brasil<br />
Carla<br />
Assumpção<br />
swarovski<br />
Claudia<br />
Sen<strong>de</strong>r<br />
latam<br />
Cristina<br />
Palmaka<br />
sap<br />
Daniela<br />
Cruz<br />
vult<br />
Fiamma<br />
Zarife<br />
twitter<br />
Flávia<br />
Bittencourt<br />
sephora<br />
Gal<br />
Barradas<br />
Heloísa<br />
Simão<br />
zodiac<br />
Lizandra<br />
Freitas<br />
clearchannel<br />
Lucy<br />
Ono<strong>de</strong>ra<br />
ono<strong>de</strong>ra<br />
Luiza Helena<br />
Trajano<br />
magazine luiza<br />
Manuella<br />
Curti<br />
grupo europa<br />
Paula<br />
Bellizia<br />
microsoft<br />
Paula<br />
Paschoal<br />
paypal<br />
Rachel<br />
Maia<br />
pandora<br />
Sheila<br />
Makeda<br />
makeda<br />
cosméticos<br />
Sylvia<br />
Coutinho<br />
ubs<br />
Tania<br />
Cosentino<br />
schnei<strong>de</strong>r<br />
electric<br />
Denise<br />
Damiani<br />
consultora<br />
financeira<br />
Djamila<br />
Ribeiro<br />
filósofa<br />
Fátima<br />
Pelaes<br />
snpm<br />
(11) 3037-2302 (11) 3037-5366
agências<br />
Execution completa um ano com<br />
foco em big data e inovação digital<br />
Otimista com <strong>2018</strong>, Geraldo Rocha Azevedo celebra crescimento e<br />
saú<strong>de</strong> da empresa, que tem nove clientes e cerca <strong>de</strong> 40 colaboradores<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
De zero a cerca <strong>de</strong> 40 pessoas<br />
em um ano. O crescimento<br />
da Execution nesse período dá<br />
um pouco da dimensão do que<br />
foram os primeiros meses <strong>de</strong><br />
vida da agência, que busca entregar<br />
experiências tangíveis<br />
para marcas através <strong>de</strong> projetos<br />
<strong>de</strong> ativação, engajamento, conteúdo,<br />
propaganda, social media,<br />
<strong>de</strong>sign e inovação digital<br />
– item que ao lado <strong>de</strong> big data é<br />
priorida<strong>de</strong> da casa.<br />
Comemorando aniversário<br />
no mercado publicitário brasileiro,<br />
a agência é um projeto<br />
antigo do empresário Geraldo<br />
Rocha Azevedo, que <strong>de</strong>ixou a<br />
Time For Fun (T4F) para colocar<br />
o sonho <strong>de</strong> pé. “A Execution<br />
foi pensada para os próximos<br />
30 anos. É uma agência <strong>de</strong> comunicação<br />
integrada: fazemos<br />
propaganda on, off e ativação.<br />
E temos obsessão por big data e<br />
inovação digital. Tanto que lançamos<br />
um aplicativo, em que<br />
os clientes po<strong>de</strong>m acompanhar<br />
em tempo real métricas e KPIs,<br />
por exemplo”, conta.<br />
Hoje são nove clientes, entre<br />
eles T4F, Grupo Mantiqueira,<br />
Bra<strong>de</strong>sco Seguros, 99Taxis e<br />
Movida. Só para a TF4 a agência<br />
administra um volume <strong>de</strong> 14<br />
mil peças por ano, 60% digital.<br />
Para tornar isso possível, tem<br />
na nuvem uma pasta em que<br />
o cliente também po<strong>de</strong> acessar<br />
tudo o tempo todo. “O atendimento<br />
é feito praticamente online.<br />
Quando falo <strong>de</strong> inovação<br />
é isso: entregar com qualida<strong>de</strong><br />
sem agregar custos. Isso permite<br />
que tenha gente focada on<strong>de</strong><br />
agregamos valor”.<br />
A agência está em algumas<br />
concorrências e a carteira po<strong>de</strong><br />
aumentar em breve. Já a equipe<br />
continua em crescimento. Este<br />
mês a Execution anunciou Guga<br />
Carvalho como Head of Data &<br />
Digital Innovation. Ele também<br />
será responsável por gerenciar<br />
e monetizar novas parcerias.<br />
“E investimos muito na nossa<br />
Geraldo Rocha Azevedo: uma agência nada mais é do que a junção <strong>de</strong> pessoas num <strong>de</strong>terminado momento no tempo<br />
parte <strong>de</strong> mídia, performance<br />
online e offline, criação e atendimento.<br />
Tomei cuidado com<br />
a equipe. Tive a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> partir do zero. Foi um ano<br />
bastante ativo.” Segundo ele, o<br />
bom ritmo é reflexo <strong>de</strong> pontos<br />
como o compromisso com data,<br />
métrica e inovação digital, tornando<br />
possível implementar o<br />
que é apresentado. Outra coisa<br />
é ter “a sofisticação” que uma<br />
agência pequena não tem, mas<br />
sem as “estruturas pesadas”<br />
das muito gran<strong>de</strong>s.<br />
No mercado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início<br />
dos anos 1980, quando abriu<br />
sua empresa <strong>de</strong> eventos, Azevedo<br />
já trabalhou na Ogilvy &<br />
Mather; foi sócio e copresi<strong>de</strong>nte<br />
da Neogama/BBH (vendida<br />
em 20<strong>12</strong> para o Grupo Publicis);<br />
fundador da Insula, premiada<br />
duas vezes como agência digital<br />
do ano; e diretor estatutário<br />
da T4F, na qual realizou<br />
turnês e festivais como Rolling<br />
Stones, Coldplay, Pearl Jam e<br />
“A ExEcution foi<br />
pEnsAdA pArA os<br />
próximos 30 Anos.<br />
É umA AgênciA<br />
dE comunicAção<br />
intEgrAdA:<br />
fAzEmos<br />
propAgAndA on,<br />
off E AtivAção”<br />
Divulgação<br />
Lollapalloza. Ele também já<br />
presidiu um júri em Cannes e<br />
foi fundador e primeiro presi<strong>de</strong>nte<br />
da Ampro (Associação <strong>de</strong><br />
Marketing Promocional). Agora<br />
dono da Execution, busca participar<br />
ao máximo do dia a dia<br />
da empresa e dos clientes. “Cuido<br />
muito do produto final junto<br />
com a criação e com o planejamento,<br />
e também da inovação<br />
digital. E faço questão <strong>de</strong> estar<br />
próximo dos clientes. Não tem<br />
nada que eu não esteja vendo.”<br />
Animado com a Execution<br />
caminhando saudável financeiramente<br />
e em crescimento,<br />
ele está otimista para <strong>2018</strong>. As<br />
iniciativas para o ano incluem<br />
um projeto proprietário na área<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, cujo <strong>de</strong>talhes serão<br />
conhecidos em alguns meses.<br />
“Estamos <strong>de</strong>ntro do business<br />
plan. Uma agência é a junção <strong>de</strong><br />
pessoas num <strong>de</strong>terminado momento<br />
no tempo. Temos boas<br />
pessoas e um bom tempo. É um<br />
momento gostoso para nós.”<br />
8 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
eyond the Line<br />
Cannes Lions<br />
Nikada/iStock<br />
mostra seu new look<br />
Teremos <strong>de</strong> continuar a gastar sola <strong>de</strong> sapato<br />
pelos corredores do Palais e adjacências<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
Depois <strong>de</strong> fazer mexidas significativas,<br />
principalmente na duração do festival –<br />
que passa agora a ser realizado somente em<br />
cinco dias úteis (18 a 22 <strong>de</strong> junho) –, a organização<br />
do Cannes Lions começa a mostrar uma<br />
nova cara (new look, como eles dizem no site<br />
do festival) para este ano.<br />
esse primeiro grupo <strong>de</strong> atrações com muita<br />
atenção. Notei um equilíbrio <strong>de</strong> gênero entre<br />
os participantes. Nesse primeiro grupo, os<br />
homens ainda são maioria, mas por uma diferença<br />
muito pequena.<br />
Por outro lado, nota-se uma participação<br />
bem maior <strong>de</strong> “clientes” e <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> fora<br />
do universo das agências <strong>de</strong> propaganda.<br />
Não se percebe uma transformação radical,<br />
até porque, apesar das reações adversas<br />
<strong>de</strong> alguns lí<strong>de</strong>res do setor, o festival continua<br />
a ser o mais importante da indústria criativa<br />
no mundo.<br />
Além do período mais curto, o Cannes<br />
Lions <strong>de</strong>ste ano se apresenta sob nove tracks<br />
<strong>de</strong> interesse: Communication, Craft, Entertainment,<br />
Experience, Good, Health, Impact,<br />
Reach e Innovation.<br />
A sensação <strong>de</strong> FOMO (Fear of Missing Out<br />
– Medo <strong>de</strong> Per<strong>de</strong>r Algo) <strong>de</strong>ve permanecer. Afinal,<br />
teremos menos tempo para acompanhar<br />
praticamente o mesmo conteúdo. Por mais<br />
que estabeleçamos um foco principal, não dá<br />
para <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> vivenciar movimentos em áreas<br />
inspiradoras para as transformações constantes<br />
que atropelam nosso setor.<br />
Não dá, por exemplo, para ignorar os tracks<br />
<strong>de</strong> Entertainment e Innovation, mesmo que<br />
a sua praia não seja especificamente ligada a<br />
esses setores. Não dá também para <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />
dar uma passeada pelo track Good.<br />
Sabemos que o mundo caminha para uma<br />
maior consciência social, <strong>de</strong> praticar o bem,<br />
sem, porém, per<strong>de</strong>r lucrativida<strong>de</strong>. Quem se<br />
<strong>de</strong>scolar <strong>de</strong>ssa tendência po<strong>de</strong> ficar <strong>de</strong>fasado.<br />
Enfim, tirando setores bem específicos, como<br />
o <strong>de</strong> Health, teremos <strong>de</strong> continuar a gastar<br />
sola <strong>de</strong> sapato pelos corredores do Palais e<br />
adjacências para acompanhar minimamente<br />
o festival e suas premiações.<br />
Essa é a característica <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> festival:<br />
muito conteúdo, i<strong>de</strong>ias criativas por<br />
todos os lados, networking, benchmark e<br />
abertura <strong>de</strong> poros para o efeito osmótico que<br />
o megaevento proporciona.<br />
Na semana passada, os organizadores<br />
apresentaram os primeiros 50 palestrantes/<br />
<strong>de</strong>batedores. Tive a paciência <strong>de</strong> analisar<br />
Representantes <strong>de</strong> P&G, Heineken, Unilever,<br />
Apple, HP, J&J, Uber e Mon<strong>de</strong>lez, entre<br />
muitas outras gran<strong>de</strong>s empresas, são mais<br />
numerosos do que aqueles representantes <strong>de</strong><br />
agências. Será que o festival está se voltando<br />
mais para o “cliente”?<br />
Sabemos que a presença <strong>de</strong> anunciantes<br />
vem crescendo sistematicamente nos últimos<br />
anos. De qualquer maneira, as agências<br />
ainda são maioria, até por conta da premiação,<br />
que atrai inscrições oriundas (na sua<br />
maioria) <strong>de</strong>las.<br />
De qualquer maneira, ouvir os anseios e as<br />
preocupações <strong>de</strong> quem paga a conta é sempre<br />
importante também para as agências. Além<br />
do bom network, que po<strong>de</strong> gerar contatos<br />
produtivos para prospecção.<br />
Acompanhando a diversida<strong>de</strong> que marca<br />
nossos dias, o festival continua levando<br />
também gente do meio artístico e <strong>de</strong> entretenimento<br />
para dar um colorido diferente às<br />
palestras e aos <strong>de</strong>bates.<br />
Estarão lá o divertido Conan O’Brien (ex<br />
Late Night e Tonight Show), Lilly Singh e Samira<br />
Wiley, além <strong>de</strong> outros, que <strong>de</strong>verão ser<br />
anunciados mais à frente.<br />
O que se nota agora é que, <strong>de</strong>pois da sacolejada<br />
que levou no ano passado, o festival<br />
se preocupa em se apresentar <strong>de</strong> uma forma<br />
mais renovada, mas sem per<strong>de</strong>r a essência<br />
que o consagrou ao longo <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 6 décadas<br />
<strong>de</strong> sucesso crescente.<br />
E continua sendo um must para quem<br />
se preocupa em estar a par do que rola no<br />
mundo da criativida<strong>de</strong> e se reciclar continuamente.<br />
Aquela máxima, apresentada em campanha<br />
do Estadão (representante do festival<br />
no Brasil) permanece: Ninguém volta<br />
igual <strong>de</strong> Cannes.<br />
Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />
da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Agências<br />
<strong>de</strong> Propaganda)<br />
alexis@fenapro.org.br<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 9
HomEnagEns<br />
O Esfe teve como tema principal Pensar<br />
Global, Agir Local, uma forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar<br />
que o Brasil tem condições <strong>de</strong> organizar<br />
eventos internacionais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte,<br />
mas com a capacida<strong>de</strong> única <strong>de</strong> quem<br />
sabe fazer negócios sob o cenário <strong>de</strong> crise.<br />
O slogan <strong>de</strong>u nome a um dos dois <strong>de</strong>bates<br />
do evento. O outro foi M.I.C.E - Na Mosca,<br />
em que executivos do setor discorreram somErcado<br />
Eventos e feiras corporativas<br />
miram na personalização<br />
Encontro do setor mostra tendências para o futuro e homenageia<br />
profissionais que se <strong>de</strong>stacaram no ano passado, como Celio Ashcar Jr.<br />
Felipe Turlão<br />
especial para o propMArK<br />
Os principais executivos do segmento <strong>de</strong><br />
feiras e eventos corporativos se reuniram<br />
em São Paulo na semana passada para<br />
o Encontro do Setor <strong>de</strong> Feiras e Eventos (Esfe),<br />
que chegou à sua 13ª edição. Os <strong>de</strong>bates<br />
se <strong>de</strong>ram em torno <strong>de</strong> uma projeção positiva<br />
<strong>de</strong> crescimento, após anos em que, para<br />
se adaptar à crise, os eventos precisaram<br />
reduzir custos. “Este é um ano <strong>de</strong> retomada<br />
da economia e já sentimos nos primeiros<br />
meses as empresas investindo mais na<br />
participação <strong>de</strong> feiras e realizando os seus<br />
eventos. Projetamos que o mercado <strong>de</strong> São<br />
Paulo, que é o gran<strong>de</strong> hub <strong>de</strong> feiras da América<br />
Latina, tenha crescimento <strong>de</strong> 5%, atingindo<br />
R$ 18 bilhões ao fim <strong>de</strong> <strong>2018</strong>”, afirma<br />
Otavio Neto, CEO do Grupo Radar&TV, i<strong>de</strong>alizador<br />
do Esfe.<br />
O executivo atesta que, entre 2015 e 2016,<br />
muitos eventos reduziram a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
dias, ou o número <strong>de</strong> participantes, que<br />
caiu cerca <strong>de</strong> 30% segundo sua estimativa.<br />
“O mercado não parou, apenas se acomodou<br />
sob novas bases para po<strong>de</strong>r se impulsionar<br />
agora”, analisa. O período <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s<br />
econômicas e políticas no país, em<br />
que gran<strong>de</strong>s eventos internacionais também<br />
atraíram parte importante da verba <strong>de</strong><br />
marketing das empresas, <strong>de</strong>ixou lições que<br />
passam a ser aplicadas nessa nova era <strong>de</strong><br />
crescimento do setor.<br />
“A gran<strong>de</strong> tendência do mercado <strong>de</strong> feiras<br />
e eventos é o uso da tecnologia para<br />
ampliar a mensagem dos eventos, além da<br />
participação <strong>de</strong> influenciadores digitais. A<br />
experiência física vai ganhar mais o reforço<br />
da experiência no mundo online”, aposta<br />
Celio Ashcar Junior, presi<strong>de</strong>nte da Ampro<br />
(Associação Brasileira <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />
e sócio da AktuellMix. “Também<br />
teremos um mercado mais profissional em<br />
termos <strong>de</strong> gestão e planejamento”, avalia.<br />
Presi<strong>de</strong>nte-executivo da São Paulo Convention<br />
& Visitors Bureau, Toni Sandro<br />
também acredita na força das plataformas<br />
digitais para melhorar a experiência dos<br />
eventos. “O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio da cida<strong>de</strong>, agora,<br />
é transformar viajantes em visitantes<br />
nas quatro áreas <strong>de</strong> eventos: Berrini, Paulista,<br />
Zona Norte e Ibirapuera. O digital ajuda<br />
os eventos a promoverem o melhor <strong>de</strong> cada<br />
região para seus visitantes”, diz.<br />
A tecnologia não se reflete apenas em<br />
formas <strong>de</strong> gerar engajamento digital com o<br />
público que não está no evento, mas tam-<br />
Otavio Neto entrega troféu a Celio Ashcar Junior, que acredita que a tendência do setor é o uso da tecnologia<br />
bém em novida<strong>de</strong>s que aumentam a interação<br />
na própria feira. “Há muitas startups<br />
criando soluções <strong>de</strong> aplicativos a holografia,<br />
para aten<strong>de</strong>r a um público novo que não<br />
gosta mais do formato clássico <strong>de</strong> palestra<br />
e plateia. Eles <strong>de</strong>sejam interação e compartilhamento<br />
<strong>de</strong> experiências, com espaços<br />
mais dinâmicos”, explica Igor Tobias, diretor<br />
<strong>de</strong> eventos corporativos da MCI Brasil,<br />
uma das empresas lí<strong>de</strong>res do setor e produtora<br />
da Campus Party. “O participante não<br />
quer mais apenas receber informações, mas<br />
ser protagonista e escolher o que <strong>de</strong>seja ouvir,<br />
<strong>de</strong> forma personalizada”, reforça. O po<strong>de</strong>r,<br />
portanto, saiu da mão do organizador e<br />
agora está com as pessoas.<br />
Fotos: Alê Oliveira<br />
“EstE é um ano dE<br />
rEtomada da Economia<br />
E já sEntimos nos<br />
primEiros mEsEs as<br />
EmprEsas invEstindo<br />
mais na participação<br />
dE fEiras E na<br />
rEalização dE<br />
EvEntos”<br />
10 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
e os <strong>de</strong>safios para os próximos anos, sem<br />
contar uma série <strong>de</strong> showcases, em que<br />
executivos apresentaram suas empresas.<br />
Diversos profissionais foram homenageados<br />
pelo Esfe. Um exemplo é Célia Pompeia,<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte executiva do Grupo Doria.<br />
“Foi muito bom estar aqui e o evento foi<br />
interessante. Encontrei pessoas com quem<br />
já havia trabalhado, como Angelo Derenze<br />
(Shopping D&D). Existe uma exposição,<br />
presença <strong>de</strong> fornecedores, workshops espalhados<br />
e relacionamento muito gran<strong>de</strong>. O<br />
Esfe consegue, <strong>de</strong> fato, movimentar o setor<br />
<strong>de</strong> feiras e exposição”, afirma Célia. A executiva<br />
<strong>de</strong>monstrou otimismo sobre o futuro.<br />
“O evento se tornou parte fundamental<br />
da comunicação da empresa. Não se po<strong>de</strong><br />
só ven<strong>de</strong>r na TV ou re<strong>de</strong> social. Hoje, para<br />
po<strong>de</strong>r fazer alguma coisa, o evento é fundamental,<br />
pois dá a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar<br />
seu produto para um público formador<br />
<strong>de</strong> opinião, através <strong>de</strong> conteúdo”, explica.<br />
Além <strong>de</strong>la, também receberam troféus<br />
<strong>de</strong> homenagem Celio Ashcar Junior, Angelo<br />
Darenze, Toni Sando, Ana Luisa Diniz<br />
Cintra (Centro <strong>de</strong> Convenções Rebouças)<br />
Gabriela Baugmart (Cida<strong>de</strong> Center Norte),<br />
Guilherme Paulus (GJP Hotels & Resorts),<br />
José Roberto Maluf (Spring), Cesar Tsukuda<br />
(Beauty Fair), Damien Timpério (São Paulo<br />
Expo), Marcelo Checon (MChecon), Paulo<br />
Mancio (AccorHotels), Paulo Ventura (Expo<br />
Center Norte), Rosangela Gonçalves (Hotel<br />
Transamérica), Valter Patriani (CVC) e Wilson<br />
Ferreira Jr. (Etna e Ampro).<br />
Célia Pompeia, uma das homenageadas: “O Esfe consegue movimentar o setor <strong>de</strong> feiras e exposição”<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 11
meRcado<br />
Publicida<strong>de</strong> movimenta R$ 134 bi<br />
em 2017 e Y&R mantém li<strong>de</strong>rança<br />
Pesquisa <strong>de</strong> investimento bruto em mídia do Kantar Ibope mostra que o<br />
meio preferido das marcas é a televisão, com uma participação <strong>de</strong> 72,1%<br />
Paulo Macedo<br />
mercado brasileiro movimentou<br />
R$ 134 bilhões (ver<br />
O<br />
tabela) em compra <strong>de</strong> mídia no<br />
ano <strong>de</strong> 2017. A informação é do<br />
Kantar Ibope Media, que utiliza<br />
como métrica os preços cheios<br />
das tabelas dos veículos <strong>de</strong><br />
comunicação, sem os <strong>de</strong>scontos<br />
praticados com as agências<br />
para seus respectivos clientes<br />
(anunciantes). Em 2016, o faturamento<br />
do segmento foi <strong>de</strong><br />
R$ <strong>12</strong>9,9 bilhões. O instituto<br />
passou a utilizar a sigla GAV<br />
(Gross Advertisingt Value) para<br />
qualificar os investimentos<br />
brutos em mídia.<br />
O estudo aponta que 84 mil<br />
marcas tiveram exposição paga<br />
nos canais <strong>de</strong> mídia no ano passado.<br />
As TVs <strong>de</strong> sinal aberto<br />
concentraram 53,6% do investimento<br />
publicitário, com R$<br />
71,9 bilhões. As TVs por assinatura<br />
contabilizaram um market<br />
share <strong>de</strong> 13,2%, com R$ 17,6<br />
bilhões. As ações <strong>de</strong> merchandising<br />
no meio TV tiveram uma<br />
participação <strong>de</strong> 5,6%, equivalente<br />
a uma verba bruta <strong>de</strong> R$<br />
7,4 bilhões. A comunicação <strong>de</strong><br />
marketing nas TVs concentrou<br />
72,1% do investimento das marcas,<br />
produtos e serviços.<br />
Os jornais, porém, ocupam a<br />
terceira posição na compra <strong>de</strong><br />
mídia. Os anunciantes reservaram<br />
R$ 15,497 bilhões para<br />
a propaganda comercial nesse<br />
canal. O rádio aparece logo<br />
em seguida na divisão do bolo<br />
publicitário. Os recursos alocados<br />
nas emissoras somaram<br />
R$ 6,063 bilhões. A fatia das<br />
rádios é <strong>de</strong> 4,5%, um aumento<br />
significativo em relação a 2016,<br />
quanto o share era <strong>de</strong> 3,8% e um<br />
volume <strong>de</strong> R$ 4,894 bilhões. As<br />
revistas tiveram 3,5% <strong>de</strong> participação<br />
na distribuição das<br />
verbas, com R$ 4,722 bilhões,<br />
menor do que em 2016, quando<br />
movimentaram R$ 4,737 bilhões<br />
e um share <strong>de</strong> 3,6%. Mas é<br />
uma diferença consi<strong>de</strong>rada insignificante<br />
pelos especialistas.<br />
Hugo Rodrigues observa que a publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da retomada da ativida<strong>de</strong> econômica para buscar crescimento <strong>de</strong> negócios<br />
A mídia OOH (Out Of Home)<br />
saltou <strong>de</strong> uma participação <strong>de</strong><br />
2,2%, em 2016; para 3%, em<br />
2017. As empresas <strong>de</strong>sse segmento<br />
tiveram um faturamento<br />
bruto <strong>de</strong> R$ 3,996 bilhões. A<br />
mídia display, ou seja, publicida<strong>de</strong>s<br />
nas telas digitais da internet,<br />
somaram R$ 3,958 bilhões<br />
e um pedaço <strong>de</strong> 3% do mercado<br />
<strong>de</strong> mídia no país. Houve retração<br />
nesse mo<strong>de</strong>lo sobre 2016,<br />
quando o volume investido foi<br />
<strong>de</strong> R$ 4,513 bilhões e share <strong>de</strong><br />
3,5%. Porém, as buscas na internet<br />
anotaram crescimento:<br />
foram R$ 2,292 bilhões, equivalente<br />
a uma participação <strong>de</strong><br />
1,7%. Em 2016, as buscas com<br />
patrocínio respon<strong>de</strong>ram por<br />
0,9% dos investimentos em mídia<br />
e registraram faturamento<br />
<strong>de</strong> R$ 1,197 bilhão.<br />
O meio cinema manteve<br />
0,4% <strong>de</strong> participação e um faturamento<br />
<strong>de</strong> R$ 522 milhões. No<br />
balanço do Kantar Ibope Media<br />
<strong>de</strong> 2016, as ações <strong>de</strong> comunicação<br />
em cinema contabilizaram<br />
R$ 510 milhões.<br />
A Y&R é a lí<strong>de</strong>r entre as agências.<br />
Pelo 16º ano consecutivo<br />
ela está no topo do ranking do<br />
Kantar Ibope Media com um<br />
faturamento bruto <strong>de</strong> R$ 3,962<br />
bilhões (ver tabela). A agência<br />
do Grupo Newcomm <strong>de</strong> Comunicação,<br />
e marca do portfólio<br />
Divulgação<br />
“A AgênciA<br />
continuA com um<br />
bom <strong>de</strong>sempenho,<br />
mesmo com os<br />
problemAs que<br />
A economiA<br />
enfrentA. mAs,<br />
A propAgAndA é<br />
dinâmicA e po<strong>de</strong><br />
surpreen<strong>de</strong>r”<br />
<strong>12</strong> <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
da holding inglesa WPP, teve<br />
queda consi<strong>de</strong>rável no seu faturamento<br />
bruto. Em 2016 a apuração<br />
do Kantar Ibope Media registrou<br />
um faturamento <strong>de</strong> R$<br />
5.991.697. Segundo o executivo<br />
Marcos Quintela, presi<strong>de</strong>nte do<br />
Newcomm, a performance negativa<br />
da Y&R está atrelada a<br />
três fatores cruciais: a perda da<br />
conta do Bra<strong>de</strong>sco, em janeiro<br />
<strong>de</strong> 2017; a retração dos investimentos<br />
em comunicação do<br />
setor <strong>de</strong> varejo e a conjuntura<br />
econômica. No caso específico<br />
do varejo, a Y&R é responsável<br />
pelas ações <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> da<br />
Via Varejo (Casas Bahia e Ponto<br />
Frio). “A agência continua com<br />
um bom <strong>de</strong>sempenho, mesmo<br />
com os problemas que a economia<br />
enfrenta. Mas, a propaganda<br />
é dinâmica e po<strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r”,<br />
disse Quintela.<br />
A My Propaganda, house<br />
agency do grupo Hypermarcas,<br />
aparece em segundo lugar, com<br />
um faturamento <strong>de</strong> R$ 3,741<br />
bilhões. A Publicis é a terceira,<br />
com R$ 3,5 bilhões; e a Africa<br />
ocupa o quarto lugar, com<br />
R$ 2,968 bilhões. A Talent Marcel<br />
é a quinta colocada, com<br />
R$ 2,898 bilhões. A WMcCann<br />
encerrou o ano <strong>de</strong> 2017 com<br />
um faturamento <strong>de</strong> R$ 2,217 bilhões,<br />
em 10° lugar na pesquisa<br />
do Kantar Ibope Media. Mas, em<br />
2016, ocupou a segunda posição<br />
com um faturamento <strong>de</strong> R$ 3,7<br />
bilhões. A perda do Bra<strong>de</strong>sco<br />
e a retração da verba da Seara,<br />
no auge da crise do grupo JBS,<br />
exerceram influência nas ativida<strong>de</strong>s<br />
comerciais da agência.<br />
É um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio para o<br />
executivo Hugo Rodrigues, que<br />
assumiu a presidência da WMc-<br />
Cann em novembro do ano passado<br />
para substituir Washington<br />
Olivetto. Ele <strong>de</strong>ixou o comando<br />
da Publicis, que ocupa o terceiro<br />
posto da pesquisa <strong>de</strong> investimentos<br />
do Kantar Ibope Media.<br />
Para Rodrigues, o mercado publicitário<br />
po<strong>de</strong> se beneficiar com<br />
a recuperação da economia.<br />
Após a chegada <strong>de</strong> Rodrigues,<br />
já foram conquistadas as contas<br />
do SBT e Pizza Hut.<br />
“Existe uma expectativa<br />
muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> a economia<br />
melhorar em <strong>2018</strong>. Mas, ao contrário<br />
do que o mercado costuma<br />
brincar, a propaganda não<br />
cresce em períodos <strong>de</strong> crise. A<br />
propaganda cresce mais na bonança.<br />
Dentro <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong><br />
e se a economia melhorar, além<br />
<strong>de</strong> termos uma confirmação<br />
“Ao contrário do<br />
que o mercAdo<br />
costumA brincAr,<br />
A propAgAndA<br />
não cresce em<br />
períodos <strong>de</strong> crise.<br />
A propAgAndA<br />
cresce mAis nA<br />
bonAnçA”<br />
<strong>de</strong>sses dados, o mercado publicitário<br />
<strong>de</strong>ve seguir esse crescimento.<br />
Por outro lado, em<br />
termos <strong>de</strong> garantia, nós ainda<br />
trabalhamos com dados <strong>de</strong> analistas<br />
que fazem suposições sobre<br />
cenários. Um dia após a con<strong>de</strong>nação<br />
do Lula, a Bolsa bateu<br />
o maior recor<strong>de</strong> da sua história.<br />
O que teria acontecido se Lula<br />
tivesse sido absolvido? Será<br />
que teríamos o caos instalado?<br />
Trabalhamos em um mercado<br />
que tem regras subliminares e,<br />
se a economia enfrenta instabilida<strong>de</strong>,<br />
é agonizante para todos,<br />
especialmente para as marcas<br />
que fazem planos <strong>de</strong> longo prazo”,<br />
argumenta Rodrigues.<br />
A Artplan também teve <strong>de</strong>staque<br />
no ano <strong>de</strong> 2017. Principal<br />
agência do Rio <strong>de</strong> Janeiro, ela<br />
ocupa o 11º lugar da pesquisa,<br />
com um faturamento bruto <strong>de</strong><br />
R$ 2,<strong>12</strong>2 bilhões. No exercício <strong>de</strong><br />
2016, estava em 22º lugar, com<br />
R$ 1,4 bilhão. Sob o comando <strong>de</strong><br />
Rodolfo Medina, o grupo lançou<br />
no ano passado a agência <strong>de</strong> varejo<br />
Pullse, li<strong>de</strong>rada por Allan<br />
Barros, que tem a conta da re<strong>de</strong><br />
Ricardo Eletro e da Netfarma,<br />
Camisaria Colombo e Guiato. A<br />
Artplan anunciou no ano passado<br />
a conquista da Danone<br />
(linha Silk), Kopenhagen, Brasil<br />
Cacau, Etna, UOL, Discovery<br />
Networks Brasil e Neosaldina.<br />
“A agência está tendo um certo<br />
reconhecimento no mercado.<br />
Na avaliação da Agency Scope,<br />
ficamos em 1º lugar em atendimento;<br />
2ª melhor avaliada em<br />
proativida<strong>de</strong> e percepção <strong>de</strong><br />
contribuição para o negócio; e<br />
na 3ª posição <strong>de</strong> mercado na visão<br />
dos próprios clientes”, disse<br />
Antonio Fadiga, diretor-geral da<br />
agência em São Paulo. Na semana<br />
passada o vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />
planejamento Marco Antonio<br />
Vieira Souto foi promovido a<br />
diretor-geral da Artplan no Rio.<br />
meio <strong>de</strong> comunicação<br />
categoRia<br />
Ranking <strong>de</strong> agências<br />
JaneiRo a <strong>de</strong>zembRo <strong>de</strong> 2017<br />
em R$ (000)<br />
FatuRamento<br />
TV aberta R$ 71.917.451<br />
TV paga R$ 17.661.298<br />
Jornal R$ 15.497.864<br />
TV merchandising R$ 7.456.309<br />
Rádio R$ 6.063.199<br />
Revista R$ 4.722.925<br />
OOH R$ 3.996.558<br />
Display R$ 3.958.891<br />
Search R$ 2.292.452<br />
Cinema R$ 522.458<br />
Posição agência investimento<br />
1 Y&r r$ 3.962.862<br />
2 My Agência r$ 3.741.039<br />
3 Publicis r$ 3.500.105<br />
4 Africa r$ 2.968.079<br />
5 Talent Marcel r$ 2.898.238<br />
6 Ogilvy & Mather r$ 2.817.920<br />
7 AlmapbbdO r$ 2.561.163<br />
8 Leo burnett Tailor Ma<strong>de</strong> r$ 2.444.309<br />
9 Z+ r$ 2.342.252<br />
10 WMcCann r$ 2.217.693<br />
11 Artplan r$ 2.<strong>12</strong>2.196<br />
<strong>12</strong> dPZ&T r$ 2.106.349<br />
13 Escala Comunicação r$ 2.071.480<br />
14 FCb r$ 1.945.479<br />
15 Havas r$ 1.828.524<br />
16 JWT r$ 1.755.801<br />
17 Lew’Lara\TbWA r$ 1.715.015<br />
18 dM9ddb r$ 1.530.451<br />
19 WE r$ 1.437.852<br />
20 rino Com r$ 1.430.148<br />
21 F/Nazca S&S r$ 1.4<strong>12</strong>.236<br />
22 Grey r$ 1.376.946<br />
23 Propeg r$ 1.376.946<br />
24 Multi Solution r$ 1.302.691<br />
25 Alternativa r$ 1.262.926<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 13
No início<br />
<strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong><br />
divulgamos<br />
noss o<br />
anual.<br />
Hoje queremos<br />
divulgar<br />
os valores<br />
que estão<br />
por trás <strong>de</strong>le.<br />
Entenda aqui<br />
como o valor <strong>de</strong><br />
R$ 67,2 bilhões<br />
que geramos em 2017<br />
movimentou<br />
a economia do País<br />
e ajudou a estimular<br />
o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
transf ão <strong>de</strong><br />
milhares <strong>de</strong> pessoas.<br />
REINVESTIMENTOS<br />
R$ 5,8 bilhões foram<br />
reinvestidos na oper .<br />
Reinvestir no negócio<br />
a qualquer<br />
empresa continuar<br />
funcionando e crescendo.<br />
29%<br />
ACIONISTAS<br />
Em 2017,<br />
foram distribuídos<br />
R$ 19,2 bilhões<br />
para os mais<br />
<strong>de</strong> <strong>12</strong>0 mil<br />
acionistas do banco.<br />
9%<br />
Em 2017, o Itaú Unibanco investiu R$ 547 milhões em<br />
Desse valor, R$ 414 milhões foram investidos por meio <strong>de</strong> doa ões e patrocínios realizados pelo próprio Itaú Unibanco e<br />
EDUCA<br />
ÃO<br />
LEIA P<br />
A<br />
CULTURA<br />
197<br />
R$ milhões<br />
558 projetos focados na<br />
melhoria da e<br />
milhões <strong>de</strong><br />
3,7livros em 2017<br />
Mais <strong>de</strong> 50 milhões <strong>de</strong> livros infantis<br />
ϯ¢¯¤ª¢¥°´±¦¢ µ¢ú°¤ª¢¦<br />
distribuídos gratuitamente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2010.<br />
R$218milhões<br />
"%±³°«¦µ°´§°¤¢¥°´¯¢<br />
valor<br />
do acesso à cultura no País.<br />
*Os dados mencionados neste anúncio são referente<br />
s que ocorreram no ano <strong>de</strong> 2017. As fontes utilizadas são internas e externas.
2%<br />
ALUGUÉIS<br />
R$ 1,5 bilhão foi pago em<br />
aluguéis <strong>de</strong> agências, postos <strong>de</strong><br />
atendimento e escritórios<br />
espalhados pelo Brasil e exterior.<br />
Não dá para falar <strong>de</strong> resultados<br />
sem falar <strong>de</strong> valor. E não dá para falar<br />
<strong>de</strong> valor sem falar <strong>de</strong> propósito.<br />
30%<br />
COLABORADORES<br />
R$ 20,2 bilhões foram<br />
distribuídos em remuner<br />
para mais <strong>de</strong> 96 mil<br />
colaboradores. Apenas<br />
em 2017, foram investidos<br />
R$ 211 milhões em<br />
programas <strong>de</strong> treinamento<br />
e capacit .<br />
Em 2017, o Itaú Unibanco teve R$ 24,9 bilhões<br />
<strong>de</strong> lucro líquido recorrente e gerou<br />
um valor <strong>de</strong> R$ 67,2 bilhões para a socieda<strong>de</strong>.<br />
Desse valor, R$ 20,2 bilhões foram<br />
distribuídos em benefícios e salários para<br />
nossos mais <strong>de</strong> 96 mil colaboradores,<br />
R$ 20,5 bilhões foram <strong>de</strong>stinados ao<br />
recolhimento <strong>de</strong> impostos, R$ 19,2 bilhões<br />
distribuídos para mais <strong>de</strong> <strong>12</strong>0 mil<br />
acionistas, os gastos com aluguéis<br />
<strong>de</strong> agências, postos <strong>de</strong> atendimento<br />
e escritórios foram <strong>de</strong> R$ 1,5 bilhão e<br />
R$ 5,8 bilhões foram reinvestidos no nosso<br />
próprio capital - algo que faz toda<br />
a difer a não somente para o banco<br />
mas para toda a socieda<strong>de</strong>, porque<br />
um sistema financeiro sólido<br />
e rentável é a base <strong>de</strong> um país próspero.<br />
30%<br />
IMPOSTOS, TAXAS<br />
E C<br />
ÕES<br />
O valor <strong>de</strong> R$ 20,5 bilhões<br />
representa o valor pago<br />
pelo banco em impostos fe<strong>de</strong>rais,<br />
estaduais e municipais em 2017.<br />
Temos orgulho do resultado que obtivemos.<br />
No entanto, nosso maior orgulho resi<strong>de</strong><br />
na capacida<strong>de</strong> que o nosso negócio e nossas<br />
pessoas têm <strong>de</strong> gerar valor e estimular<br />
o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> transf ão no Brasil e em<br />
todos os países em que atuamos.<br />
projetos sociais e culturais em benefício da socieda<strong>de</strong>.<br />
or os próprios <strong>de</strong> suas F s e Institutos. O restante, R$ 133 milhões, foi investido por meio <strong>de</strong> leis <strong>de</strong> incentivo.<br />
ITAÚ CULTURAL - 30 ANOS<br />
MOBILIDADE URBANA<br />
765mil pessoas<br />
impactadas<br />
875 ativida<strong>de</strong>s gratuitas<br />
distribuídas pelo País.<br />
milhões <strong>de</strong><br />
+2viagens<br />
Mais <strong>de</strong> 2 milhões <strong>de</strong> viagens<br />
¤°®¢´£ª¬¦´µ¢ú¦®"¤¢±ªµ¢ª´<br />
brasileiras em 2017.
merCado<br />
Content marketing chama a atenção<br />
<strong>de</strong> empresas e transforma agências<br />
Pesquisa aponta forte potencial e marcas enxergam conteúdo como<br />
ativo <strong>de</strong> negócios, mas ainda precisam <strong>de</strong> compreensão e estratégia<br />
Felipe Turlão<br />
especial para o propMArK<br />
Na cabeça <strong>de</strong> muitos profissionais do<br />
mercado publicitário, sempre foi difícil<br />
separar o que é propaganda do que é<br />
produção <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> marca. De fato,<br />
são duas formas <strong>de</strong> se contar histórias sobre<br />
empresas, mas as semelhanças param<br />
por aí, e isso está ficando mais claro para<br />
todos. Nesse contexto, está em franco<br />
crescimento o interesse dos anunciantes<br />
em romper a tradição <strong>de</strong> focar sua comunicação<br />
apenas em publicida<strong>de</strong> e criar uma<br />
visão editorial própria, colocar o <strong>de</strong>do no<br />
pulso no que ocorre na socieda<strong>de</strong>, e ampliar<br />
seus investimentos em formatos diversos<br />
<strong>de</strong> conteúdo. Uma<br />
pesquisa recente do<br />
Content Marketing Institute (CMI) com<br />
cerca <strong>de</strong> 400 anunciantes dos Estados<br />
Unidos, chamada Content Management<br />
& Strategy Survey, <strong>de</strong>ixa claro o potencial<br />
dos projetos <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> marca. A<br />
gran<strong>de</strong> maioria dos clientes, 92%, afirma<br />
que sua empresa valoriza esse tipo <strong>de</strong> comunicação<br />
como um “business asset” - um<br />
ativo <strong>de</strong> negócios que impacta diretamente<br />
o ganho <strong>de</strong> valor <strong>de</strong> uma companhia ao<br />
longo do tempo. Ou seja: é absolutamente<br />
estratégico para quem quer ter sobrevida<br />
em seus mercados.<br />
Por outro lado, apenas 46% dos<br />
entrevistados possuem<br />
uma estratégia formal<br />
para gerenciar conteúdo<br />
do jeito que um<br />
“business asset”<br />
“As mArcAs AgorA<br />
possuem cAnAis<br />
proprietários, re<strong>de</strong>s<br />
sociAis e plAtAformAs<br />
internAs <strong>de</strong> crm AindA<br />
mAis digitAlizAdAs”<br />
Vladgrin/iStock<br />
16 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
merece. São apenas 29% aqueles cujas empresas<br />
têm uma estrutura que arquitete e<br />
transmita mensagens através <strong>de</strong> conteúdo.<br />
Outro número do estudo da CMI: 21% das<br />
empresas estão engajadas na questão da<br />
governança <strong>de</strong> conteúdo, ou seja, o estabelecimento<br />
<strong>de</strong> uma estratégia <strong>de</strong> gestão do<br />
conceito editorial e comercial dos diversos<br />
formatos <strong>de</strong> comunicação.<br />
A discrepância entre o alto valor estratégico<br />
do conteúdo e a baixa formalização<br />
<strong>de</strong> estratégias para lidar com esse ativo cria<br />
um nicho <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> para o qual as<br />
agências estão se preparando. Elas po<strong>de</strong>m<br />
ajudar as marcas a compreen<strong>de</strong>r conteúdo<br />
e ter uma estratégia que é bem diferente <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong>. “Para mim, a propaganda conta<br />
uma história em algarismos, ou seja, <strong>de</strong><br />
forma breve, enquanto o conteúdo conta a<br />
história por extenso”, resume Fernando Diniz,<br />
chief strategy officer da DPZ&T. Ele li<strong>de</strong>ra<br />
a área <strong>de</strong> planejamento estratégico da<br />
agência, que une conteúdo e mídia. “Esse<br />
setor estrutura os projetos <strong>de</strong> conteúdo<br />
para nossos clientes. O planejamento cria<br />
uma visão editorial para a marca e a mídia<br />
transforma isso em um projeto que po<strong>de</strong><br />
ser executado por nossa equipe <strong>de</strong> criação<br />
ou parceiros <strong>de</strong> conteúdo, como os veículos”,<br />
explica o executivo.<br />
“propAgAndA e conteúdo<br />
são mAneirAs diferentes<br />
<strong>de</strong> estAbelecer umA<br />
conexão com As pessoAs,<br />
sejA lá quAl for o<br />
formAto <strong>de</strong> engAjAmento”<br />
Desse pensamento, a agência criou projetos<br />
como a TV Vida Real, para o Itaú, que<br />
fala sobre entretenimento financeiro, uma<br />
forma <strong>de</strong> atrair as pessoas e prestar um<br />
serviço <strong>de</strong> educação sobre um tema consi<strong>de</strong>rado<br />
pesado pelos brasileiros. Para o<br />
McDonald’s, a Guacamole da Paixão, uma<br />
parceria com Globosat, foi uma paródia <strong>de</strong><br />
novela mexicana usada como estratégia<br />
para o lançamento <strong>de</strong> um sanduíche. Com<br />
Petrobras, Encontros do Conhecimento proporcionou<br />
encontros improváveis, como a<br />
<strong>de</strong> um alpinista com uma geóloga da empresa,<br />
para mostrar como a ciência permeia<br />
a empresa. Apesar dos projetos já na<br />
rua, a impressão <strong>de</strong> Diniz é que, em geral,<br />
os clientes ainda buscam amadurecer no<br />
tema. “Vemos muita coisas boas no mercado,<br />
mas pontuais. As marcas ainda não se<br />
veem como publishers, estruturando projetos<br />
<strong>de</strong> longo prazo, como qualquer veículo<br />
<strong>de</strong> conteúdo faz. Minha sugestão para<br />
os clientes é pensar no que chamo <strong>de</strong> ‘vida<br />
editorial da marca’: quais são as histórias<br />
relevantes para contarmos aos consumidores<br />
e quais os objetivos <strong>de</strong> marca e negócios<br />
<strong>de</strong>ssas histórias”.<br />
Área que mais CresCe<br />
Outra agência que se estruturou para as<br />
<strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> conteúdo foi a Ogilvy, que<br />
lançou no ano passado seu Content Studio.<br />
“Já temos 65 profissionais, seja <strong>de</strong>ntro<br />
do estúdio, seja nos clientes. Conteúdo é o<br />
negócio que mais cresce na agência hoje,<br />
<strong>de</strong> longe”, revela Fernando Musa, CEO do<br />
Grupo Ogilvy no Brasil. Alguns dos clientes<br />
atendidos pelo estúdio são Pfizer, Telhanorte,<br />
Coca-Cola e Nestlé, em um total superior<br />
a 20 marcas. A área respon<strong>de</strong> ao diretor<br />
<strong>de</strong> operações Daniel Martins, que respon<strong>de</strong><br />
a Musa, que fala que a área <strong>de</strong>manda outro<br />
tipo <strong>de</strong> profissional, com rotinas distintas<br />
em relação a outros setores da agência.<br />
Ela se conecta à criação da agência quando<br />
necessário e é alimentada por estruturas<br />
como planejamento, business intelligence<br />
e social listening. A execução segue ritmo<br />
próprio, alinhado com a estrutura <strong>de</strong> conteúdo<br />
dos clientes. Uma dica do presi<strong>de</strong>nte<br />
do Grupo Ogilvy é que o setor <strong>de</strong> conteúdo<br />
não tenha apego a formatos e tenha know-<br />
-how para navegar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ações <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
porte, como ativação com conteúdo - ele<br />
cita um case recente para Telhanorte em<br />
que um arquiteto interagiu com consumidores<br />
para dividir conteúdo - até um mero<br />
gif, que também é conteúdo.<br />
Umas das gran<strong>de</strong>s iniciativas recentes<br />
da Ogilvy foi 1.001 Desculpas, ação para<br />
BMW que reúne histórias criativas do público<br />
quando quer “pegar a estrada” com<br />
suas motos. Musa também comenta ações<br />
como o conteúdo para o portal da Vale e<br />
outra para Nescau, em que a agência pegou<br />
carona em uma discussão que surgiu na<br />
web sobre leite e chocolate para colocar a<br />
marca na conversa. Ele também categoriza<br />
como conteúdo a ação Meninas Fortes, para<br />
Nescau, que foi a vencedora do primeiro<br />
Glass Lion da publicida<strong>de</strong> brasileira em<br />
Cannes, no ano passado. A ação mostra<br />
histórias <strong>de</strong> mulheres e convida o público a<br />
refletir sobre a importância do esporte para<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento das meninas. “As marcas<br />
têm a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se tornarem publishers,<br />
e isso é inevitável. Elas precisam<br />
abrir canais com o consumidor e prestar<br />
serviços”, explica Musa.<br />
A F.biz também se reestruturou recentemente<br />
e colocou o conteúdo <strong>de</strong> marca <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong> seu braço <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>, um dos<br />
três da agência, ao lado <strong>de</strong> estratégia e negócios.<br />
“Temos gerentes <strong>de</strong> conteúdo com<br />
conhecimentos variados, que complementam<br />
todo o pensamento <strong>de</strong> planejamento<br />
da marca para que possamos enten<strong>de</strong>r os<br />
canais e como atingir o público. O trabalho<br />
integra também a área <strong>de</strong> mídia, que fica<br />
no hub <strong>de</strong> estratégia. A F.biz enten<strong>de</strong> que<br />
o conteúdo faz parte do cotidiano das marcas,<br />
é uma estratégia a mais <strong>de</strong> se obter engajamento<br />
<strong>de</strong> marca <strong>de</strong> um jeito autêntico,<br />
espontâneo e relevante”, explica Guilherme<br />
Jahara, CCO da agência. “Propaganda e<br />
conteúdo são maneiras diferentes <strong>de</strong> estabelecer<br />
uma conexão com as pessoas, seja<br />
lá qual for o formato <strong>de</strong> engajamento. Mas<br />
nem um nem outro é melhor ou pior. São<br />
simplesmente maneiras diferentes <strong>de</strong> se<br />
conectar as marcas às pessoas”, analisa.<br />
Jahara observa que há aumento do interesse<br />
dos clientes em conteúdo, na medida<br />
que percebem que se trata <strong>de</strong> uma estratégia<br />
capaz <strong>de</strong> alcançar um grau amplo <strong>de</strong> engajamento<br />
e profundida<strong>de</strong> na comunicação<br />
das marcas. “Temos projetos que po<strong>de</strong>m<br />
ser coproduzidos junto com os publishers<br />
ou po<strong>de</strong>-se trazer uma produtora, formando,<br />
neste caso, um tripé com agência, publisher<br />
e produtora”, explica. Alguns dos<br />
projetos <strong>de</strong> conteúdo da F.biz mencionados<br />
por Jahara são #CantStop, em parceria com<br />
Update or Die, para Oakley, que mostra personagens<br />
reais que fizeram da prática esportiva<br />
parte <strong>de</strong> seu estilo <strong>de</strong> vida, e Guia<br />
Jeep Quatro Rodas by Renega<strong>de</strong>, com roteiros<br />
<strong>de</strong> aventura que exploram a beleza <strong>de</strong><br />
lugares como Delta do Parnaíba (PI) e Chapada<br />
dos Vea<strong>de</strong>iros (MG). “A linguagem <strong>de</strong><br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 17
merCado<br />
conteúdo <strong>de</strong>ixou mais clara a importância<br />
<strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar assuntos que as pessoas<br />
realmente queiram consumir. A marca não<br />
está impondo algo. Está, sim, inserida em<br />
um contexto pertinente”.<br />
No segmento <strong>de</strong> relações públicas, a<br />
Little George ganhou dois Leões no Festival<br />
<strong>de</strong> Cannes <strong>de</strong> 2017 com Coleção segura<br />
- guerreiros da Amazônia, para a empresa<br />
química Ananse. A ação colocou repelente<br />
natural em livros distribuídos em regiões<br />
ribeirinhas da Amazônia que sofrem com<br />
mosquitos transmissores <strong>de</strong> doenças. “Não<br />
dá pra falar que você faz conteúdo se você<br />
está criando posts estáticos <strong>de</strong> Facebook<br />
usando imagens <strong>de</strong> bancos e acreditando<br />
que alguém vai se engajar com essa mensagem.<br />
Conteúdo <strong>de</strong> marca parte <strong>de</strong> uma<br />
análise <strong>de</strong> dados consistente para encontrar<br />
os melhores insights e territórios para posicionar<br />
as marcas e mostrar suas verda<strong>de</strong>s<br />
através <strong>de</strong> experiências relevantes para o<br />
consumidor. Fazer conteúdo hoje é pensar<br />
todas as i<strong>de</strong>ias completamente livre <strong>de</strong> formatos<br />
prontos”, comenta Gabriel Araújo,<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte executivo e diretor <strong>de</strong> criação<br />
da Little George. Ele acredita que parte<br />
do mercado ainda está atrasada na missão<br />
<strong>de</strong> explicar e oferecer conteúdo aos clientes.<br />
“As agências que ainda estão enten<strong>de</strong>ndo<br />
como fazer conteúdo, já estão atrasadas<br />
para levar seus clientes para esse novo momento<br />
<strong>de</strong> nossa indústria”, analisa.<br />
A entrada <strong>de</strong> agências <strong>de</strong> outras especialida<strong>de</strong>s<br />
em conteúdo é bem vista por empresas<br />
que nasceram no setor, como a New<br />
Content. A empresa está no mercado <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
2007. “As marcas agora possuem canais<br />
proprietários, re<strong>de</strong>s sociais e plataformas<br />
internas <strong>de</strong> CRM ainda mais digitalizadas.<br />
Os clientes têm uma oportunida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> distribuir esse conteúdo, histórias que<br />
eles querem contar, sem intermediadores.<br />
É mais do que normal que as agências <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> trabalhem nesta área também.<br />
E façam parceria com as produtoras <strong>de</strong> conteúdo<br />
para contar boas histórias”, afirma.<br />
A New Content, por exemplo, conquistou<br />
Cielo recentemente, após projetos com Y&R<br />
e Wun<strong>de</strong>rman, agências da marca.<br />
“A propaganda está numa instância <strong>de</strong><br />
campanha e <strong>de</strong> divulgação. O conteúdo <strong>de</strong><br />
marca até passa pela pauta comercial, mas<br />
está matriculada numa área mais profunda:<br />
o espírito da marca. E o consumidor está<br />
mais consciente em relação à verda<strong>de</strong> da<br />
marca e fareja rápido o que é conteúdo real<br />
ou propaganda disfarçada”, analisa Giovanni<br />
Rivetti, sócio e CEO da New Content.<br />
“Os melhores cases ocorrem quando as empresas<br />
possuem uma estrutura corporativa,<br />
um núcleo, que consegue reunir todas<br />
as <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> conteúdo,<br />
para termos um conteúdo coerente e consistente,<br />
uma voz <strong>de</strong> marca, temos <strong>de</strong> tratar<br />
do tema da governança”, analisa.<br />
novos sóCios<br />
Agência que sempre teve conteúdo<br />
como carro-chefe, a Mutato está mudan-<br />
Eduardo Camargo: mudança <strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança<br />
“A propAgAndA está numA<br />
instânciA <strong>de</strong> cAmpAnhA, <strong>de</strong><br />
divulgAção, e o conteúdo<br />
<strong>de</strong> mArcA Até pAssA pelA<br />
pAutA comerciAl, mAs<br />
está mAtriculAdA numA<br />
áreA mAis profundA:<br />
o espírito dA mArcA”<br />
do sua estrutura <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> forma<br />
que vai ao encontro da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter<br />
uma entrega <strong>de</strong> conteúdo mais integrada<br />
com estratégia, mídia e produção. Daniel<br />
Cecconello e Decio Freitas são os novos<br />
sócios da agência, ao lado dos fundadores<br />
Eduardo Camargo e Andre Passamani. Eles<br />
terão o cargo <strong>de</strong> vice-presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> operações<br />
e negócios da agência, que tem o<br />
grupo WPP também como sócio. Outra novida<strong>de</strong><br />
da Mutato é que Fernanda Guimarães<br />
e Lara Kaletrianos passam a “duplar”<br />
como diretoras-executivas <strong>de</strong> criação e<br />
produção, respectivamente, trabalhando<br />
em conjunto com os diretores-executivos<br />
<strong>de</strong> estratégia (Daniel Gasparetti) e mídia<br />
(Adriano Souza). A missão <strong>de</strong> Fernanda<br />
e Lara é integrar produção e criação. Por<br />
fim, a agência está renovando seu estúdio<br />
<strong>de</strong> conteúdo, que passa a estar preparado<br />
Fotos: Divulgação<br />
Fernando Diniz: propaganda conta história em algarismos<br />
para ser ocupado pelos times <strong>de</strong> criação e<br />
produção para shootings mais enxutos ou<br />
prototipagem <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias. “Conteúdo é crucial.<br />
Quando eu e meu sócio, Andre Passamani,<br />
fundamos a Mutato já enten<strong>de</strong>mos<br />
a mudança <strong>de</strong> paradigma que o mundo vivia<br />
e como isso iria impactar diretamente<br />
o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio do nosso mercado.<br />
Hoje, já está bem claro que as pessoas não<br />
querem mais ver anúncios. Consequentemente,<br />
há uma corrida por parte <strong>de</strong> players<br />
mais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do antigo mo<strong>de</strong>lo para<br />
se a<strong>de</strong>quar a essa realida<strong>de</strong>. Ao mesmo<br />
tempo, vemos também uma pressão ainda<br />
maior por parte das pessoas em relação aos<br />
conteúdos que marcas produzem. É como<br />
se tivéssemos <strong>de</strong> negar a publicida<strong>de</strong> para<br />
conseguir fazê-la com excelência nos dias<br />
<strong>de</strong> hoje”, analisa Eduardo Camargo, sócio,<br />
CEO e CCO da agência.<br />
Um dos projetos recentes da agência foi<br />
Repense o Elogio, que, a partir <strong>de</strong> um briefing<br />
da J. Walter Thompson <strong>de</strong> Sydney, se<br />
transformou em um documentário in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
sobre o impacto negativo dos<br />
elogios no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> meninos<br />
e meninas. A agência também aten<strong>de</strong><br />
Netflix com conteúdos que buscam gerar<br />
conversas nas re<strong>de</strong>s sociais. Uma pesquisa<br />
global i<strong>de</strong>ntificou que o Brasil era o<br />
campeão <strong>de</strong> “traição” na plataforma, com<br />
pessoas que assistiam aos programas sem<br />
seus parceiros. Assim, foi criado o Teste<br />
<strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, com João Kléber, com tom<br />
bem-humorado. “Esse é um momento <strong>de</strong><br />
consolidação do conteúdo. Isso fica claro<br />
quando vemos, inclusive, marcas internalizando<br />
estruturas <strong>de</strong> conteúdo, veículos<br />
apostando em estúdios próprios para<br />
marcas e mais produtoras abrindo frentes<br />
<strong>de</strong> conteúdo. Cada um acaba trazendo seu<br />
ponto <strong>de</strong> vista e expertise”, afirma.<br />
18 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
marketing & negóciOs<br />
Os problemas são<br />
piores do que se<br />
pensa – Parte 1<br />
Recentes confusões envolvendo frau<strong>de</strong>s,<br />
compra <strong>de</strong> seguidores e credibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> influenciadores afetam o digital<br />
Xesai/iStock<br />
Rafael Sampaio<br />
No fim <strong>de</strong> janeiro, o primeiro petardo<br />
surgiu na forma <strong>de</strong> uma matéria especial<br />
no The New York Times sob o título <strong>de</strong><br />
A fábrica <strong>de</strong> seguidores, na qual foi publicado<br />
um verda<strong>de</strong>iro dossiê <strong>de</strong> um esquema<br />
perverso envolvendo todos os setores relacionados<br />
às mídias sociais e os chamados<br />
“influenciadores digitais”. Ficou evi<strong>de</strong>nte<br />
que se estava apenas relevando uma parte<br />
pequena do que provavelmente é um esquema<br />
muito mais abrangente, envolvendo<br />
outros gigantes das mídias sociais e um<br />
incontável número <strong>de</strong> pessoas, agências,<br />
operadores digitais e até anunciantes.<br />
Por razões que oscilam do puro banditismo<br />
à conveniência e acomodação passageira,<br />
passando pela busca <strong>de</strong> sobrevivência<br />
<strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo furado, o sistema, chamado<br />
<strong>de</strong> “mercado negro” pelo jornal americano,<br />
está mais disseminado do que se imagina<br />
e os problemas <strong>de</strong> confiança no digital são<br />
piores do que se pensava.<br />
A matéria mencionada (facilmente encontrada<br />
no site do jornal por quem <strong>de</strong>sejar<br />
a partir <strong>de</strong> seu título em inglês), faz um raio<br />
X, <strong>de</strong>vidamente documentado, <strong>de</strong> como<br />
celebrida<strong>de</strong>s, atletas, políticos e especialistas<br />
nos mais variados assuntos compram<br />
seguidores e anabolizam sua fama e reputação,<br />
em busca da receita publicitária <strong>de</strong><br />
anunciantes maravilhados com as revolucionárias<br />
possibilida<strong>de</strong>s do mundo digital.<br />
Interessadas em não estragar essa fantasia<br />
e “tendência”, agências, operadores<br />
e até publishers sérios não fazem gran<strong>de</strong><br />
esforços em enxergar a realida<strong>de</strong>; inclusive<br />
um gigante como o Twitter, ainda em busca<br />
<strong>de</strong> consolidação comercial, que se limita<br />
a publicar policies que qualquer um menos<br />
bem-intencionado simplesmente não segue<br />
ou flagrantemente viola. No <strong>de</strong>correr<br />
da realização da matéria, como é relatado,<br />
gente disposta a falar muito no início simplesmente<br />
sumiu e centenas <strong>de</strong> milhares<br />
<strong>de</strong> contas falsas foram <strong>de</strong>sativadas.<br />
Logo que foi publicada, a matéria acelerou<br />
esse processo, levou empresas a saírem<br />
do ar virtual e fisicamente e gerou a ação<br />
<strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s em Nova York e na Flórida<br />
– mas será difícil enquadrar os piores, que<br />
se evadiram para suas operações clan<strong>de</strong>stinas<br />
no Terceiro Mundo. O Twitter está<br />
incomodado, é claro, e tomando algumas<br />
providências. Mas como não existem leis e<br />
regras <strong>de</strong>finidas para esse setor e controle<br />
externo efetivo <strong>de</strong> suas práticas, provavelmente<br />
vai limitar a limpeza ao que foi publicamente<br />
exposto neste caso.<br />
A coisa é tão grave que até uma empreen<strong>de</strong>dora<br />
<strong>de</strong> sucesso, recentemente convidada<br />
para integrar o conselho do próprio<br />
Twitter, foi flagrada fazendo bobagem e<br />
teve seu caso exposto em uma matéria seguinte<br />
no NYT.<br />
Mas o próprio jornal saiu em seguida<br />
com outra matéria apontando o principal<br />
vilão <strong>de</strong>sses problemas da internet: o mercado<br />
publicitário, que tem levado cada vez<br />
mais recursos para esse mundo digital sem<br />
o <strong>de</strong>vido senso crítico, sem a exigência dos<br />
controles e da aferição <strong>de</strong> resultados que há<br />
décadas exigem das <strong>de</strong>mais mídias. Dessa<br />
forma, tem havido vista grossa para os problemas<br />
do digital e falta <strong>de</strong> real empenho<br />
em estruturar soluções reais para construir<br />
uma mídia que tem tudo para ter um futuro<br />
brilhante – <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que seus problemas básicos<br />
sejam efetivamente resolvidos.<br />
Quando eu já estava escrevendo este<br />
texto e sentindo que ele <strong>de</strong>mandava uma<br />
segunda parte para mais reflexões, surgiu<br />
outra bomba, que <strong>de</strong> fato pe<strong>de</strong> uma<br />
sequência: alguns órgãos da imprensa<br />
americana revelaram que o Newsweek<br />
Media Group, através <strong>de</strong> seu site International<br />
Business Times, montou um esquema<br />
fraudulento global para entregar uma<br />
“compra <strong>de</strong> cliques” que lhe havia sido encomendada<br />
por uma agência fe<strong>de</strong>ral dos<br />
Estados Unidos – com a complacência <strong>de</strong><br />
uma agência digital e até da DoubleClick<br />
(uma empresa do Google).<br />
Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />
rafael.sampaio@uol.com.br<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 19
eNtrevista<br />
Neil Patel<br />
o momeNto<br />
i<strong>de</strong>al Para<br />
iNvestir<br />
e crescer<br />
é agora<br />
Consi<strong>de</strong>rado um dos profissionais do<br />
marketing digital mais importantes do<br />
mundo, Neil Patel <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que o Brasil<br />
ainda é um “oceano azul” quando se<br />
fala em marketing digital. Para o americano, as<br />
empresas locais têm muitas oportunida<strong>de</strong>s já que<br />
ainda falta conhecimento no uso das ferramentas<br />
e das re<strong>de</strong>s sociais na área. “Se a empresa tem um<br />
conteúdo bom e boas estratégias <strong>de</strong> marketing<br />
digital, com certeza, ela vai chamar a atenção <strong>de</strong><br />
sua persona”, fala. Confira os principais trechos da<br />
entrevista concedida ao PROPMARK.<br />
Cristiane Marsola<br />
Na sua opinião, como está o mercado<br />
brasileiro <strong>de</strong> marketing digital?<br />
O Brasil está <strong>de</strong> cinco a oito<br />
anos atrás <strong>de</strong> outros países, como<br />
Estados Unidos ou os países da<br />
Europa e da Ásia neste sentido.<br />
É por isso que existe um gran<strong>de</strong><br />
potencial no mercado brasileiro,<br />
pois foi pouco explorado, principalmente<br />
por pequenas e médias<br />
empresas. Enquanto nos Estados<br />
Unidos existem mais anunciantes<br />
do que espaço no Facebook, aqui<br />
é o contrário, e não existe concorrência<br />
por falta <strong>de</strong> conhecimento<br />
no uso <strong>de</strong> ferramentas digitais e,<br />
até mesmo, re<strong>de</strong>s sociais. Por um<br />
bom tempo, o Brasil ainda será<br />
visto como um “oceano azul”.<br />
As agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, os veículos<br />
e os anunciantes estão acompanhando<br />
bem a revolução digital?<br />
O que po<strong>de</strong>ria melhorar?<br />
Estão acompanhando, mas <strong>de</strong><br />
acordo com a particularida<strong>de</strong> do<br />
mercado brasileiro. Quando digo<br />
que o Brasil está atrás, um dos<br />
exemplos é esse. Agências, veículos<br />
e anunciantes po<strong>de</strong>m até estar<br />
pareadas a esta revolução, mas<br />
será que os clientes estão? Sabemos<br />
o quanto é difícil colocar na<br />
cabeça <strong>de</strong> um pequeno e médio<br />
empreen<strong>de</strong>dor a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
investimento em ferramentas<br />
<strong>de</strong> marketing digital. Às vezes,<br />
é necessária apenas a a<strong>de</strong>são,<br />
mas como conseguir, se o primeiro<br />
pensamento é austerida<strong>de</strong> nos<br />
gastos, sendo colocado <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas investimentos em<br />
marketing digital, publicida<strong>de</strong> e<br />
comunicação? As empresas no<br />
Brasil também não são tão íntimas<br />
das plataformas online. Investem<br />
apenas para testar, usam<br />
por um mês e partem para outros<br />
testes. No marketing digital, as<br />
coisas não funcionam <strong>de</strong>ssa forma.<br />
É necessário investir em longo<br />
prazo e em várias estratégias<br />
simultâneas. Por isso, as empresas<br />
não lucram como <strong>de</strong>veriam.<br />
Como o digital po<strong>de</strong> contribuir para<br />
ajudar o Brasil a sair da crise?<br />
Tenho sido bastante enfático<br />
no meu discurso: o momento i<strong>de</strong>al<br />
para investir e crescer é agora.<br />
Pelo que tenho acompanhado, o<br />
país está saindo do período mais<br />
tenso <strong>de</strong>sta última crise e o caminho<br />
<strong>de</strong>ve ser o mesmo que ocorreu<br />
quando startups <strong>de</strong> tecnologia<br />
tiveram um boom nos Estados<br />
Unidos, após a crise mundial <strong>de</strong><br />
2008. As empresas crescem quando<br />
mais precisam crescer, ou seja,<br />
as crises criam oportunida<strong>de</strong>s.<br />
Hoje a forma <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r mudou,<br />
principalmente pela internet.<br />
Não se ven<strong>de</strong> apenas por preço<br />
e facilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pagamento. O<br />
produto precisa ter uma boa reputação<br />
nas re<strong>de</strong>s, ir ao encontro<br />
da necessida<strong>de</strong> do consumidor<br />
etc. Tudo isso é construído por<br />
meio <strong>de</strong> conteúdos relevantes e<br />
com estratégias <strong>de</strong> marketing digital<br />
<strong>de</strong> curto e longo prazo. Esses<br />
conteúdos po<strong>de</strong>m contribuir<br />
para ampliar o alcance e ampliar<br />
a margem <strong>de</strong> lucro. Sem contar<br />
que o digital é uma excelente alternativa<br />
sob o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong><br />
custo x benefício e traz uma facilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> mensuração <strong>de</strong> ROI que<br />
as ações <strong>de</strong> marketing tradicional<br />
não possuem.<br />
No seu blog, você afirma que quer fazer<br />
as empresas crescerem. Como?<br />
A maioria das empresas brasileiras<br />
está pouco estruturada<br />
em relação a processos, pois não<br />
enten<strong>de</strong> a real importância em tê-<br />
-los bem <strong>de</strong>finidos e focados para<br />
atuarem no crescimento. No digital,<br />
o nicho é maioria. Se a empresa<br />
tem um conteúdo bom e boas<br />
estratégias <strong>de</strong> marketing digital,<br />
com certeza ela vai chamar a<br />
atenção <strong>de</strong> sua persona. Mas, para<br />
isso ocorrer, profissionais competentes<br />
<strong>de</strong>vem estar envolvidos, e<br />
as ferramentas e estratégias corretas<br />
<strong>de</strong>vem ser aplicadas. O que<br />
funciona para uma empresa não<br />
é regra que vai funcionar para<br />
outras, mas em todas elas existe,<br />
sim, uma “base”. E é isso que <strong>de</strong>fendo<br />
nas consultorias que presto<br />
às empresas brasileiras. Em gran<strong>de</strong><br />
maioria, eu trabalho durante<br />
seis a <strong>12</strong> meses, arrumo a casa (as<br />
bases), aponto os caminhos e dali<br />
para frente a empresa está pron-<br />
ta para caminhar sozinha se quiser.<br />
Não gosto que o cliente seja<br />
refém da agência ou do consultor.<br />
Sempre busco resultados em<br />
tempo recor<strong>de</strong> e cobro isso das<br />
pessoas. Crio um relatório <strong>de</strong> tendências<br />
para alertar os clientes<br />
do que eles precisam ter atenção,<br />
o que vai crescer e o que vai passar<br />
e sempre proponho que eles<br />
preparem bases bem estruturadas<br />
e processos com estratégias<br />
<strong>de</strong> marketing digital.<br />
Quais características os profissionais<br />
<strong>de</strong>vem ter para fazer um bom<br />
marketing <strong>de</strong> conteúdo?<br />
Nos dias <strong>de</strong> hoje, um bom profissional<br />
<strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> conteúdo<br />
<strong>de</strong>ve ter quatro elementos<br />
essenciais: ter excelência em redação<br />
voltada para SEO, com bom<br />
conhecimento na produção <strong>de</strong><br />
artigos que sejam <strong>de</strong> interesse do<br />
público e, ao mesmo tempo, que<br />
contenha fatores <strong>de</strong> otimização<br />
compatíveis com as exigências<br />
do Google; ser jornalístico, já que<br />
para chamar a atenção do público<br />
é necessário produzir textos<br />
que sejam úteis para eles, igual<br />
os jornais fazem: escutar fontes,<br />
mencionar pesquisas, justificar<br />
por meio <strong>de</strong> dados, <strong>de</strong>terminando<br />
posicionamento etc.; gostar<br />
<strong>de</strong> números, porque é por meio<br />
do número <strong>de</strong> compartilhamentos,<br />
acessos e visualizações que<br />
será possível medir o resultado<br />
dos posts e seu impacto; e ter planejamento<br />
<strong>de</strong> publicações, pois<br />
é importante que exista um cronograma<br />
<strong>de</strong> publicações baseado<br />
nas dúvidas e dificulda<strong>de</strong>s dos<br />
clientes e que os posts estejam <strong>de</strong><br />
acordo com a estratégia.<br />
No Brasil, temos bons exemplos <strong>de</strong><br />
conteúdo <strong>de</strong> marca? E no mundo?<br />
Você po<strong>de</strong> citar alguns cases?<br />
Eu já aju<strong>de</strong>i a construir cases<br />
muito famosos trabalhando para<br />
marcas como General Motors,<br />
Salesforce, Ebay, Microsoft, Airbnb,<br />
American Greetings, Intuit,<br />
Thomson Reuters e outras, mas<br />
vocês <strong>de</strong>vem estar cansados <strong>de</strong><br />
ouvir falar <strong>de</strong>ssas marcas. No<br />
Brasil, tenho acompanhado várias<br />
empresas <strong>de</strong> nicho. Eu gosto<br />
<strong>de</strong> citar exemplos fora dos<br />
tradicionais, que estão fazendo<br />
um ROI incrivelmente alto com<br />
20 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
astante inteligência no marketing<br />
digital. Veja o Grupo Voll<br />
Pilates (blogpilates.com.br), por<br />
exemplo. É uma empresa <strong>de</strong> nicho<br />
que simplesmente dominou<br />
o mercado <strong>de</strong> pilates através <strong>de</strong><br />
conteúdos e produtos digitais <strong>de</strong><br />
extrema qualida<strong>de</strong> — e eles criaram<br />
um mo<strong>de</strong>lo tão bom que estão<br />
caminhando para dominar<br />
outros mercados também. Outro<br />
exemplo é o escritório <strong>de</strong> advocacia<br />
focado no direito <strong>de</strong> trânsito<br />
conhecido como Doutor Multas<br />
(doutormultas.com.br). O blog já<br />
tem mais <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> visitas e<br />
gera um volume <strong>de</strong> negócios impressionante.<br />
O simpático professor<br />
<strong>de</strong> inglês Mairo Vergara (mairovergara.com)<br />
criou um portal<br />
<strong>de</strong> conteúdo com milhões <strong>de</strong> visitas<br />
por mês e também é um caso<br />
<strong>de</strong> sucesso unânime <strong>de</strong> conteúdo<br />
<strong>de</strong> marca, posicionamento e recordista<br />
<strong>de</strong> vendas. O que todos<br />
eles têm em comum? Excelente<br />
conteúdo <strong>de</strong> marca, que ajuda a<br />
resolver os problemas dos seus<br />
clientes. Junto com isso, um forte<br />
posicionamento, um funil <strong>de</strong><br />
vendas otimizado com ofertas <strong>de</strong><br />
produtos acessíveis financeiramente<br />
e <strong>de</strong> extrema qualida<strong>de</strong>. O<br />
resultado é que seus clientes não<br />
param <strong>de</strong> comprar e espalham espontaneamente<br />
sua mensagem.<br />
O marketing <strong>de</strong> conteúdo veio para<br />
ficar?<br />
Ele já está aí faz tempo. Agora<br />
é só ganhar escala e crescer. Não<br />
é mais uma tendência, mas uma<br />
realida<strong>de</strong>. O que vai ocorrer é que<br />
mais empresas vão passar a acreditar<br />
e investir pesado nisso.<br />
Quais as próximas tendências <strong>de</strong><br />
marketing <strong>de</strong> conteúdo?<br />
Vou citar cinco tendências que<br />
estão saltando aos meus olhos.<br />
A primeira é que, a cada ano que<br />
passa, eu vejo mais concorrência<br />
<strong>de</strong> anúncios em todos os mercados.<br />
Para quem investe em anúncios,<br />
eu posso dizer que os custos<br />
vão aumentar. Isso nos leva para<br />
a segunda tendência: com o aumento<br />
do custo por anúncios,<br />
as empresas vão procurar uma<br />
forma <strong>de</strong> gerar audiência fiel em<br />
“Só conSigo<br />
ajudar<br />
empreSaS que<br />
realmente<br />
eStão<br />
diSpoStaS<br />
a quebrar<br />
paradigmaS”<br />
Divulgação<br />
canais que você não precise necessariamente<br />
pagar para conseguir<br />
resultados. Outra coisa que<br />
percebo que vai ocorrer é empresas<br />
criando pequenos produtos<br />
online para aumentar a sua receita.<br />
Por exemplo, se você tem um<br />
serviço <strong>de</strong> consultoria, você po<strong>de</strong><br />
pegar uma pequena parte do seu<br />
negócio e fazer disso um “relatório<br />
inicial” como um produto<br />
digital e ven<strong>de</strong>r online. Isso vai<br />
te ajudar a ter um produto mais<br />
barato que seja <strong>de</strong> entrada para<br />
criar mais clientes. Depois você<br />
po<strong>de</strong>rá fazer upsells com esses<br />
clientes. A quarta tendência é que<br />
vejo o crescimento <strong>de</strong> produção<br />
<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os para vários propósitos:<br />
anúncios, conteúdos educativos<br />
e até mesmo central <strong>de</strong> ajuda. Por<br />
último, o atendimento a distância,<br />
com auxílio <strong>de</strong> tecnologias,<br />
vai ajudar muitas empresas a aumentar<br />
sua carteira <strong>de</strong> clientes<br />
e também a aten<strong>de</strong>r melhor os<br />
clientes atuais.<br />
Recentemente, o Facebook alterou<br />
o algoritmo mais uma vez, reduzindo<br />
ainda mais a penetração das marcas.<br />
O quanto isso impacta o mercado?<br />
O Facebook tem o controle <strong>de</strong><br />
audiências nas suas mãos. Ele sabe<br />
que consegue gerar um gran<strong>de</strong><br />
tráfego comprador para as empresas<br />
e marcas — ele vai cobrar cada<br />
vez mais por isso. O impacto <strong>de</strong>ssas<br />
mudanças do algoritmo para o<br />
mercado é totalmente financeiro.<br />
Há muitas ferramentas para auxiliar o<br />
trabalho do marketer. Como escolher<br />
o melhor parceiro?<br />
As ferramentas mais eficientes<br />
são aquelas que trazem dados<br />
analíticos sobre seu negócio. Pelo<br />
simples fato <strong>de</strong> que elas ajudam<br />
a eliminar as opiniões. Uma opinião<br />
é um ponto <strong>de</strong> vista pessoal<br />
cheio <strong>de</strong> preconceito. Isso não<br />
vale <strong>de</strong> nada para a condução <strong>de</strong><br />
um negócio. Todo mundo po<strong>de</strong><br />
ter uma opinião sobre alguma<br />
<strong>de</strong>cisão, mas se ela não estiver<br />
“uma opinião<br />
é um ponto<br />
<strong>de</strong> viSta<br />
peSSoal<br />
cheio <strong>de</strong><br />
preconceito”<br />
acompanhada <strong>de</strong> dados, para<br />
mim, ela não serve.<br />
Você já <strong>de</strong>senvolveu algumas ferramentas.<br />
Tem mais algum produto no<br />
qual está trabalhando? Qual solução<br />
acha que está faltando no mercado?<br />
No momento, pretendo investir<br />
aproximadamente US$ 10<br />
milhões na aquisição <strong>de</strong> empresas<br />
brasileiras. Estou procurando<br />
negócios que já tenham tráfego<br />
orgânico acima <strong>de</strong> 50 mil visitas<br />
por mês, que faturam aproximadamente<br />
R$ 100 mil por mês, <strong>de</strong><br />
preferência, que tenham base<br />
tecnológica e vendam online.<br />
Estou muito feliz com os resultados<br />
que tenho conseguido no<br />
Brasil e vou investir cada vez<br />
mais no país.<br />
Quem é seu público-alvo?<br />
No meu site neilpatel.com,<br />
tenho milhões <strong>de</strong> acessos, e o<br />
Brasil tem uma gran<strong>de</strong> representação<br />
disso. Já são mais <strong>de</strong><br />
100 mil acessos únicos diários,<br />
exclusivamente do Brasil. Atualmente<br />
tenho uma operação no<br />
Brasil para ajudar as empresas<br />
a crescerem. Eu e minha equipe<br />
local prestamos consultoria<br />
para empreen<strong>de</strong>dores e gran<strong>de</strong>s<br />
empresas que <strong>de</strong>sejam crescer<br />
do zero com um produto novo<br />
ou melhorar o seu ROI atual em<br />
campanhas recorrentes. Embora<br />
não possa citar nomes, posso<br />
dizer que, em alguns casos, conseguimos<br />
ampliar para mais <strong>de</strong> 1<br />
milhão <strong>de</strong> visitas por mês. Antes<br />
<strong>de</strong> aceitar um cliente, faço uma<br />
entrevista bastante exploradora<br />
para conhecer o mindset das<br />
pessoas que estão por trás do<br />
negócio. Somente consigo ajudar<br />
empresas que realmente estão<br />
dispostas a quebrar paradigmas<br />
e lutar contra conceitos ultrapassados<br />
que as atrapalham <strong>de</strong> crescer.<br />
Já tive pedidos <strong>de</strong> consultoria<br />
vindo <strong>de</strong> empresas gigantes<br />
brasileiras que eu simplesmente<br />
tive <strong>de</strong> negar porque elas não estavam<br />
dispostas a mudar. Para<br />
que qualquer empresa cresça, é<br />
necessário que esteja aberta para<br />
novas i<strong>de</strong>ias e novas iniciativas<br />
<strong>de</strong>ntro do marketing. O marketing<br />
digital é um combustível do<br />
foguete para empresas que estão<br />
prontas para ele.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 21
quem fez<br />
Cristiane Marsola cristiane@propmark.com.br<br />
comidinha<br />
A série <strong>de</strong> filmes Inove no Menu, criada pela<br />
Rapp para Supergasbras, traz a história <strong>de</strong><br />
quatro personagens que são representantes<br />
regionais da cozinha brasileira. Cada um <strong>de</strong>les<br />
apresentará sua história e compartilhará<br />
receitas típicas. A primeira estrela da plataforma<br />
<strong>de</strong> comunicação é Dona Elzinha, que<br />
herdou a paixão por cozinhar da mãe e da avó.<br />
rapp<br />
SupeRgASBRAS<br />
Fotos: Divulgação<br />
Título: Inove no Menu; direção <strong>de</strong> arte: Luiz Barretto;<br />
redação: Andre Winkel; produtora do filme:<br />
Sweet Filmes; direção <strong>de</strong> cena: Fernando André;<br />
produtora <strong>de</strong> som: Hefty; aprovação do cliente:<br />
Julio Cardoso, Fernando Liserra, Mariana Pedrosa e<br />
Rachel Risi.<br />
ExEmplo<br />
A emocionante vitória do cantor Neguinho<br />
da Beija-Flor sobre o câncer está na campanha<br />
do Ministério da Saú<strong>de</strong>, assinada pela<br />
nova/sb. O filme traz <strong>de</strong>poimentos do próprio<br />
cantor e <strong>de</strong> amigos e parentes que estiveram<br />
ao lado <strong>de</strong>le no momento difícil e foca<br />
na possibilida<strong>de</strong> real <strong>de</strong> cura da doença,<br />
vista por muitos como sentença <strong>de</strong> morte.<br />
nova/sb<br />
mINIStéRIO DA SAúDe<br />
Título: Campanha do Dia Mundial do Câncer<br />
<strong>2018</strong>; direção <strong>de</strong> criação: Thomaz Munster; criação:<br />
Filipe Fontes; produtora do filme: Nove 90<br />
Filmes; direção <strong>de</strong> cena: John Oliveira; aprovação<br />
pelo cliente: Juliana Costa Vieira, Amanda<br />
Sampaio e Ana Karla Guerra.<br />
EspEcialidadE<br />
Para convencer as pessoas <strong>de</strong> que é melhor<br />
<strong>de</strong>ixar os pequenos reparos para os especialistas,<br />
a nova campanha do Banco do Brasil<br />
Seguros, criada pela agência Garage, <strong>de</strong>safiou<br />
consumidores a realizar tarefas aparentemente<br />
simples, mas que dão muito trabalho,<br />
principalmente para quem não está acostumado<br />
com as ferramentas.<br />
GaraGe<br />
BANCO DO BRASIL SeguROS<br />
Título: Especialista em Seguros; produto: intitucional;<br />
criação: Caetano Sevilla, Felipe Pires, Fernando<br />
Molina, Fernando Mello e Marcus Soares; produtora<br />
<strong>de</strong> filme: Madre Mia Filmes; direção <strong>de</strong> cena: Alexandre<br />
Sorriso; aprovação do cliente: Inácio Araújo,<br />
Tatiana Cerezer e José Guilherme Florence.<br />
22 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
não é não<br />
O slogan Respeita as Mina. É simples., da campanha da<br />
Heads para a ONU Mulheres, foi inspirado no movimento<br />
<strong>de</strong> mesmo nome da Secretaria <strong>de</strong> Políticas para<br />
Mulheres do Governo da Bahia. Com uma linguagem<br />
direta e divertida, que “traduz” o que as mulheres querem<br />
dizer, a comunicação chama a atenção dos foliões<br />
para o assédio sexual, que costuma ser ainda maior<br />
durante o Carnaval, quando muitos acham que po<strong>de</strong>m<br />
agir contra a vonta<strong>de</strong> da mulher. A ação integra o movimento<br />
global ElesPorElas (HeForShe), que luta pela<br />
igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero. A veiculação dos pôsteres e ví<strong>de</strong>os<br />
<strong>de</strong> animação é realizada no digital <strong>de</strong> todo o Brasil<br />
e em outdoor <strong>de</strong> diversas cida<strong>de</strong>s. Foram firmadas<br />
parcerias com Metrô-DF, Eletromídia, Elemídia, MAM,<br />
Globo.com e JCDecaux.<br />
Heads<br />
ONu muLheReS<br />
Título: Respeita as mina. É simples.; produto: He For She; diretor<br />
<strong>de</strong> criação: Kike Borell; redator: Bruno Pereira; diretor <strong>de</strong><br />
arte: Eduardo Vares; produtor digital: Gimpa; produtor gráfico:<br />
Marcelo Santos; produtora <strong>de</strong> som: Cabaret.<br />
conto dE fadas<br />
Para apresentar a linha Força Vitaminada,<br />
<strong>de</strong> Johnson’s, <strong>de</strong>senvolvida para crianças <strong>de</strong><br />
dois a seis anos, a DM9DDB apostou em uma<br />
linguagem lúdica, que remete aos contos<br />
<strong>de</strong> fadas. No filme, a garota usa suas fortes<br />
tranças para obrigar o dragão a tomar banho.<br />
Tudo acompanhado <strong>de</strong> perto pelo pai,<br />
no papel <strong>de</strong> príncipe.<br />
dM9ddb<br />
JOhNSON & JOhNSON<br />
Título: Cabo <strong>de</strong> Guerra; produto: Força Vitaminada;<br />
criação: Rafael Oliveira, Sérgio Barros, Patrick<br />
Matzenbacher e Vitor Medrado; produtora <strong>de</strong> filme:<br />
O2 Filmes; diretor <strong>de</strong> cena: Fred Luz; produtora<br />
<strong>de</strong> Áudio: Helio Ziskind; aprovação do cliente:<br />
José Cirilo, Luciana Chiesa e Ana Paula Fischer.<br />
quEstionamEnto<br />
Seis novos filmes garantem a diversão dos<br />
fãs da campanha que ficou consagrada com<br />
o bordão “pergunta lá no posto Ipiranga”.<br />
Desta vez, o conceito foi simplificado para<br />
“Não importa como, pergunta lá” e mostra<br />
consumidores muito variados, <strong>de</strong> Carreta<br />
Furacão a criança <strong>de</strong> pantufa, que estão<br />
atrás <strong>de</strong> serviços oferecidos pelo posto.<br />
TalenT Marcel<br />
IpIRANgA<br />
Título: Carreta; produto: institucional; criação:<br />
Denis Peralta e Renato Jardim; produtora <strong>de</strong> imagem:<br />
Boiler Filmes; direção <strong>de</strong> cena: Dulcidio Cal<strong>de</strong>ira;<br />
produtora <strong>de</strong> som: Satélite Audio; aprovação<br />
do cliente: Jeronimo dos Santos, Francisco<br />
Lucio Mandarino, Reinaldo Machado Donadio, Anna<br />
Carolina Saldanha e Bianca Abrantes Prisco.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 23
inspiração<br />
Encontre o seu botão FF e aperte<br />
Uma carreira internacional na publicida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> parecer um<br />
sonho, mas André Felix recomenda avançar sempre, usando<br />
as referências latentes como fonte para propor soluções<br />
24 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
André Felix é diretor<br />
<strong>de</strong> criação digital da<br />
The Walt Disney Company<br />
Dabbdy/iStock<br />
André Felix<br />
especial para o PrOPMArK<br />
Quando você perceber já foi. Não, isso não é a frase<br />
<strong>de</strong> uma enfermeira falando <strong>de</strong> uma injeção, <strong>de</strong><br />
um médico falando <strong>de</strong> gripe ou <strong>de</strong> um careca falando<br />
do cabelo que não existe mais.<br />
Na verda<strong>de</strong>, isso fala muito sobre o que eu penso<br />
da vida. Ela começa com o “V” e o resto é só “ida”.<br />
O engraçado <strong>de</strong> pensar na “ida” é que tudo que ficou<br />
pra trás parece que fica na memória em slow motion.<br />
Demorou pra eu sair da Penha, no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Foi<br />
<strong>de</strong>morada a época em que eu era só um amigo <strong>de</strong> infância<br />
da Luciana. Foi eterno e divertido o tempo em<br />
que eu e meu irmão levamos pra frente uma pequena<br />
agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> na Tijuca. Hoje, quando penso<br />
em tudo isso, até a minha lembrança fica <strong>de</strong>vagar.<br />
Mas a “ida” não para. Na sequência rolou o meu<br />
casamento e a mudança para São Paulo. O botão<br />
play foi <strong>de</strong>finitivamente apertado. Pra um carioca da<br />
gema aquela cida<strong>de</strong> cinza, caótica e gran<strong>de</strong> era um<br />
aviso: agora não tem mais volta, Felix. Segue o fluxo,<br />
anda rápido e não olha pra trás.<br />
Na capital paulista, um dos maiores centros <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
do mundo, o jogo é pesado. Trânsito, rotina,<br />
reuniões, i<strong>de</strong>ias e ralação <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Eu fiquei cascudo.<br />
Trabalhei em gran<strong>de</strong>s agências, com gran<strong>de</strong>s talentos<br />
e conquistei meus primeiros prêmios <strong>de</strong> peso.<br />
Mas era pouco pra mim. Faltava o FF, mas ele veio.<br />
O FF (Felipe Felix) nasceu e a brinca<strong>de</strong>ira acabou<br />
<strong>de</strong> vez. O que era play virou fast forward. Da primeira<br />
fralda ao embarque para os Estados Unidos foi um<br />
piscar <strong>de</strong> olhos.<br />
Primeira parada na terra do Tio Sam: Fort Lau<strong>de</strong>rdale.<br />
Cheguei numa agência que o apelido é “A<br />
máquina”. Um lugar gigantesco feito pra alcançar<br />
resultados. Lá ganhei os primeiros prêmios <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong><br />
da história da Zimmerman Omnicom Group,<br />
conquistei concorrências, aprendi Spanglish e fiz<br />
gran<strong>de</strong>s amigos.<br />
Dá máquina pulei para a Young <strong>de</strong> Miami e o ritmo<br />
continuou rápido. Lá fiz parte do board criativo global<br />
e pu<strong>de</strong> ajudar a agência a figurar no top 3 do Festival<br />
<strong>de</strong> Cannes em 2017. E dá-lhe FF. Da Y&R fui viver uma<br />
experiência incrível na Nobox. Garanto: não existe na<br />
Flórida uma agência com conhecimento digital tão<br />
gran<strong>de</strong>. Por lá ganhei a concorrência <strong>de</strong> um cliente<br />
no Equador e percebi que não foi pelo espanhol, mas<br />
pelas i<strong>de</strong>ias que tive com meus novos amigos. Porque<br />
i<strong>de</strong>ias não possuem idiomas, i<strong>de</strong>ias são apenas i<strong>de</strong>ias.<br />
E elas aparecem com muito trabalho e intensida<strong>de</strong>.<br />
O FF não para. Perto dos 40 anos, eu cheguei em<br />
um lugar que parecia inimaginável pra um cara que<br />
veio lá da Penha: The Walt Disney Company. Sério.<br />
Passa um filme na minha cabeça e às vezes é difícil<br />
acreditar que fui convidado para viver em Los Angeles<br />
e <strong>de</strong>senvolver i<strong>de</strong>ias para a maior empresa <strong>de</strong> entretenimento<br />
do mundo, na terra do entretenimento.<br />
E você acha que eu tive medo <strong>de</strong> encarar um gigante<br />
<strong>de</strong>sses? Apertei o FF e me tornei o primeiro brasileiro<br />
a trabalhar na divisão <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>/criativida<strong>de</strong><br />
da empresa, abrindo as portas para a chegada <strong>de</strong><br />
mais compatriotas na Disney.<br />
Por que eu te contei tudo isso? Porque, <strong>de</strong> coração,<br />
eu quero que você leia esse texto e encontre o seu<br />
FF, como eu encontrei o meu Felipe Felix. Porque o<br />
FF vai ser o seu combustível para chegar on<strong>de</strong> você<br />
sempre sonhou. Mas sem se esquecer daquele tempo<br />
do slow motion e do play. Porque esses, sim, são os<br />
momentos que você vai levar pra sempre e vão <strong>de</strong>ixar<br />
você forte para encarar qualquer <strong>de</strong>safio.<br />
Obrigado, Penha. Obrigado, mãe. Obrigado, Luciana.<br />
Obrigado, família. Obrigado, amigos. E, claro,<br />
muito obrigado FF (Felipe Felix), você vai ser para<br />
sempre o meu combustível.<br />
Nunca se esqueça: a palavra Vida tem apenas um<br />
“V”, o resto é só “ida”. Viva cada momento intensamente,<br />
porque essa nossa aventura aqui não tem replay.<br />
Ilustração: Marcelo Anache<br />
Arquivo Pessoal<br />
Aventura sem replay<br />
Os <strong>de</strong>graus da igreja da Penha (foto na página ao lado),<br />
no Rio <strong>de</strong> Janeiro, operam milagres. Melhor não olhar<br />
para trás. O fast forward requer apenas um toque. Então,<br />
melhor se tocar. A ilustração traça a linha do tempo, que<br />
não para. O casamento com Luciana ren<strong>de</strong>u, porém,<br />
a maior inspiração: o filho Felipe Felix (acima).<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 25
opinião<br />
Jevtic/iStock<br />
o agro é cida<strong>de</strong><br />
Paulo Pereira<br />
Quando se fala em agronegócio já pensamos<br />
no campo, fazendas, animais e<br />
agricultura. Não está errado, mas o agronegócio<br />
é muito mais que isso. É difusor <strong>de</strong><br />
cultura, seja ela sinônimo <strong>de</strong> conhecimento<br />
(estudo, sapiência), indivíduos (grupo, povo,<br />
raça), costumes (comportamentos, hábitos)<br />
e civilização (<strong>de</strong>senvolvimento, progresso<br />
ou agricultura). Temos muitos sinônimos<br />
para cultura, principalmente quando<br />
se trata da cultura do agronegócio. Mas<br />
não po<strong>de</strong>mos nos esquecer do sujeito que,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> ser agricultor pequeno<br />
ou gran<strong>de</strong> empresário, é <strong>de</strong>terminado,<br />
responsável diretamente pela ação que<br />
gera reação. Esse sujeito é capaz <strong>de</strong> mover<br />
montanhas com seu negócio. Negócio este<br />
tão nobre quanto salvar uma vida,<br />
pois o alimento é vida!<br />
Comparar o agricultor ou o<br />
pecuarista a um médico não<br />
é exagero. Ambos cuidam da<br />
saú<strong>de</strong> dos seus. O produtor<br />
rural precisa tratar da saú<strong>de</strong><br />
das plantas e dos animais para<br />
ter uma produção saudável<br />
que possa servir <strong>de</strong> alimento<br />
às pessoas. O homem do campo<br />
trabalha duro, em silêncio.<br />
Quase invisível aos olhos das gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s<br />
e capitais on<strong>de</strong> o sujeito <strong>de</strong>terminado<br />
passa a ser oculto. O Brasil tem o agro em<br />
seu DNA, foi colonizado cultivando cana-<br />
-<strong>de</strong>-açúcar, foi governado pela política do<br />
café com leite e até hoje sustenta a balança<br />
comercial do país.<br />
O Brasil é um dos principais produtores<br />
e exportadores <strong>de</strong> commodities do mundo.<br />
Lí<strong>de</strong>r em alguns segmentos como café e suco<br />
<strong>de</strong> laranja, gigante produtor <strong>de</strong> soja, milho,<br />
algodão, carne bovina e cana-<strong>de</strong>-açúcar,<br />
entre outros. Autossuficiente como a<br />
maioria das culturas básicas <strong>de</strong> consumo<br />
interno. No segmento hortifrúti, o Brasil<br />
é referência em frutas e verduras <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
e sabor. O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio da comunicação<br />
é trazer isso à tona para a socieda<strong>de</strong><br />
“O<br />
agricultOr<br />
nãO é aquele<br />
Jeca-tatu<br />
retratadO<br />
pOr<br />
MOnteirO<br />
lObatO”<br />
que não vive o agronegócio, mas consome<br />
com fome o que é plantado. O tomate não<br />
nasce na prateleira, assim como não existe<br />
árvore <strong>de</strong> feijão ou pequena plantação<br />
<strong>de</strong> soja em um quintal. O agricultor não é<br />
aquele Jeca-Tatu retratado por Monteiro<br />
Lobato, ele também é empresário, seja <strong>de</strong><br />
uma proprieda<strong>de</strong> com centenas <strong>de</strong> funcionários<br />
ou mesmo familiar. Ele é tecnificado<br />
e sabe que a tecnologia po<strong>de</strong> ser usada a<br />
seu favor. Afinal, a tecnologia chegou sem<br />
volta para o meio rural.<br />
Neste momento em que as re<strong>de</strong>s sociais<br />
são enormes difusoras <strong>de</strong> informação, que<br />
o Brasil possui uma das principais audiências<br />
do Facebook, contribuímos com a comunicação<br />
do setor por meio das histórias<br />
<strong>de</strong> amor, resiliência e superação <strong>de</strong> quem<br />
faz o agro acontecer no campo e<br />
na cida<strong>de</strong>: a série Ser Agro é Bom<br />
<strong>de</strong>staca as principais culturas<br />
produzidas no país. São <strong>12</strong> ví<strong>de</strong>os<br />
que colocam em evidência a vida<br />
do campo, as diferenças entre as<br />
produções e a importância do agro<br />
para todos. A paixão pela agricultura,<br />
o compromisso com a terra e<br />
com o planeta. O amor pela profissão<br />
e a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser reconhecido.<br />
São mais <strong>de</strong> 15 milhões <strong>de</strong> visualizações<br />
<strong>de</strong>sses ví<strong>de</strong>os nas mídias<br />
sociais em 2017. Agricultores <strong>de</strong> todos os<br />
cantos do Brasil falando sobre soja, laranja,<br />
algodão, uva, trigo... e não só sobre o que<br />
plantam, mas o que os move a plantar, o<br />
sentimento <strong>de</strong> gratidão e respeito que têm<br />
com a terra.<br />
A série é uma iniciativa <strong>de</strong> aproximarmos<br />
o campo da cida<strong>de</strong>. Humanizar o agricultor<br />
e valorizar a importância da agricultura.<br />
Uma tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>smistificar a imagem<br />
que muitas pessoas pensam do produtor<br />
rural, pois ele é um ser humano como<br />
nós, tem família, sonhos e problemas como<br />
qualquer outro indivíduo. Disseminar a<br />
agricultura do campo à mesa. Reconhecer<br />
quem nos dá <strong>de</strong> comer e beber. Aceitar a<br />
nossa origem e mostrar que evoluímos, e<br />
muito, nesse quesito. Ser agro é muito bom.<br />
Paulo Pereira é diretor <strong>de</strong> comunicação<br />
corporativa da Bayer no Brasil<br />
paulo.pereira@bayer.com<br />
26 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Mídia<br />
Metrô News quer se tornar jornal<br />
com mais leitores em São Paulo<br />
Publicação preten<strong>de</strong><br />
alcançar público<br />
maior também com<br />
presença no digital<br />
Fotos: Reprodução<br />
Cristiane Marsola<br />
Metrô News começa <strong>2018</strong> com o objetivo<br />
ousado <strong>de</strong> ser o jornal com mais lei-<br />
O<br />
tores da Gran<strong>de</strong> São Paulo. “Quando mudou<br />
nossa diretoria, a gente adotou o posicionamento<br />
<strong>de</strong> ser um dos jornais mais lidos <strong>de</strong><br />
São Paulo e perguntamos ‘o que po<strong>de</strong>mos<br />
fazer para ser o primeiro?’. Hoje temos 1 milhão<br />
<strong>de</strong> leitores, mas a circulação no Metrô<br />
é <strong>de</strong> 4,7 milhões <strong>de</strong> pessoas. Como chegar<br />
em quem não chegamos ainda?”, questiona<br />
André Lopes, diretor-comercial e marketing<br />
do Metrô News. Uma das táticas é<br />
investir no digital. O portal do Metrô News<br />
passa por mudanças e será responsivo.<br />
A diretora-presi<strong>de</strong>nte Roseli Thomeu<br />
assumiu a gestão, ano passado, <strong>de</strong>pois<br />
que a empresa esteve por nove anos sob<br />
a direção <strong>de</strong> Andrea Thomeu, sobrinha<br />
<strong>de</strong> Roseli, que morreu em abril. De lá para<br />
cá, houve mudanças, como a realização<br />
<strong>de</strong> pesquisa Marplan e a filiação ao IVC<br />
(Instituto Verificador <strong>de</strong> Comunicação).<br />
“A pesquisa apontou que o Metrô<br />
News, em número <strong>de</strong> leitores, é o segundo<br />
maior da Gran<strong>de</strong> São Paulo, atrás do<br />
Metro, e o terceiro maior <strong>de</strong> São Paulo. O<br />
primeiro é a Folha <strong>de</strong> S.Paulo; o segundo,<br />
o Metro; e o terceiro somos nós. Isso virou<br />
argumento para ven<strong>de</strong>r publicida<strong>de</strong>”,<br />
conta Lopes.<br />
O executivo aponta como vantagem da<br />
publicação o fato <strong>de</strong> as pessoas terem total<br />
atenção para o jornal, já que estão confinadas<br />
nos vagões. “As pessoas têm, em<br />
média, 33 minutos para ler <strong>de</strong>ntro do metrô,<br />
o que é um tempo <strong>de</strong> impacto muito<br />
bom”, diz Lopes. A circulação do Metrô<br />
News, <strong>de</strong> segunda a quarta, é <strong>de</strong> 50 mil<br />
exemplares; e <strong>de</strong> quinta e sexta, 90 mil.<br />
O <strong>de</strong>partamento comercial tem apostado<br />
bastante em parcerias. No ano passado,<br />
no dia anterior à Black Friday, o jornal circulou,<br />
pela primeira vez em seus 43 anos,<br />
com edição vespertina extra, graças a uma<br />
parceria com a Via Varejo. No último dia<br />
9, por conta do Carnaval, a publicação<br />
também teve uma edição extra. Foram<br />
mais 30 mil exemplares do Guia do Carnaval<br />
entregues no Sambódromo e no<br />
Carnaval <strong>de</strong> rua <strong>de</strong> São Paulo, além dos<br />
90 mil exemplares distribuídos normalmente<br />
pela manhã no metrô.<br />
Para divulgar ofertas para a Black Friday do ano passado, o jornal saiu pela primeira vez em edição vespertina<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 27
Mídia<br />
Folha po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r público jovem ao<br />
<strong>de</strong>ixar Facebook, dizem especialistas<br />
Decisão do jornal, reflexo da mudança que a re<strong>de</strong> social fez em algoritmo, gerou<br />
polêmica e repercussão em veículos <strong>de</strong> imprensa como The Wall Street Journal<br />
KELLY DORES<br />
<strong>de</strong>cisão da Folha <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar<br />
A <strong>de</strong> atualizar seu conteúdo<br />
no Facebook gerou polêmica,<br />
críticas e repercussão internacional,<br />
em veículos <strong>de</strong> imprensa<br />
como The Guardian, Bloomberg<br />
e The Wall Street Journal.<br />
Especialistas consi<strong>de</strong>ram que<br />
atitu<strong>de</strong> é corajosa, mas paradoxal,<br />
porque o jornal <strong>de</strong>ve<br />
per<strong>de</strong>r público, principalmente<br />
o mais jovem. A iniciativa do<br />
maior jornal do Brasil foi uma<br />
clara resposta à mudança que o<br />
Facebook fez em janeiro no algoritmo,<br />
que dá menos visibilida<strong>de</strong><br />
para o jornalismo e posts<br />
<strong>de</strong> marcas e privilegia conteúdos<br />
<strong>de</strong> interação pessoal, feitos<br />
por amigos e familiares. Para<br />
a Folha, com isso a re<strong>de</strong> social<br />
favorece a criação <strong>de</strong> bolhas<br />
<strong>de</strong> opiniões e a propagação das<br />
fake news.<br />
“Acho a atitu<strong>de</strong> corajosa, porém<br />
paradoxal, porque a Folha<br />
po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r público, principalmente<br />
o mais jovem, aquele<br />
que tem mais condições <strong>de</strong> garantir<br />
a sobrevivência do veículo.<br />
A Folha não <strong>de</strong>u tempo para<br />
o Facebook se reorganizar em<br />
relação à imprensa <strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong>,<br />
o que ele <strong>de</strong>ve acabar fazendo<br />
porque não lhe interessa<br />
comprar uma briga <strong>de</strong>ssas em<br />
escala mundial. Vamos ver se<br />
outros veículos seguem o gesto<br />
da Folha. A repercussão entre<br />
a mídia tradicional internacional<br />
foi gran<strong>de</strong>”, observou Caio<br />
Túlio Costa, professor da pós-<br />
-graduação em jornalismo digital<br />
da ESPM.<br />
Para Costa, uma das consequências<br />
disso é a possível<br />
tentativa <strong>de</strong> abrir um caminho<br />
<strong>de</strong> confronto para obrigar o Facebook<br />
a não discriminar os veículos<br />
<strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong>. “Consequência<br />
mesmo, como disse<br />
o Jeff Jarvis, é per<strong>de</strong>r o público<br />
jovem”. Jeff Jarvis, professor <strong>de</strong><br />
jornalismo na City University<br />
<strong>de</strong> Nova York, criticou a <strong>de</strong>cisão<br />
do jornal. Ele disse que a Folha<br />
Último post do jornal em sua página na re<strong>de</strong> social, anunciando a <strong>de</strong>cisão<br />
está abandonando um número<br />
enorme <strong>de</strong> leitores, especialmente<br />
os mais jovens. “Nós<br />
precisamos levar o nosso jornalismo<br />
para as pessoas on<strong>de</strong> e<br />
quando elas estiverem conversando.<br />
Nós não po<strong>de</strong>mos presumir<br />
que as pessoas virão até<br />
nós para se informar”.<br />
Outros players po<strong>de</strong>m seguir<br />
a Folha? “Vamos ver; que po<strong>de</strong>m,<br />
po<strong>de</strong>m - no Brasil, os jornais<br />
já peitaram o Google quando<br />
saíram do Google News no<br />
começo da década, em grupo! A<br />
Globo também se recusou a fazer<br />
perfis no Facebook, e <strong>de</strong>pois<br />
voltou atrás. No mundo, <strong>de</strong>zena<br />
<strong>de</strong> jornais, entre eles o New<br />
York Times, se recusaram a participar<br />
dos Instant Articles. Enfim,<br />
vamos esperar um pouco<br />
pra ver”, sintetizou o professor<br />
da ESPM.<br />
A <strong>de</strong>cisão da Folha, jornal<br />
<strong>de</strong> maior circulação no Brasil<br />
com 304.716 exemplares impressos<br />
aos domingos, gerou<br />
resposta do Facebook, que disse:<br />
“As mudanças no algoritmo<br />
são movimentos <strong>de</strong>cisivos para<br />
garantir que as notícias que as<br />
pessoas veem sejam informativas<br />
e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>”.<br />
A Folha também tem uma<br />
audiência gran<strong>de</strong> no digital,<br />
sendo o primeiro jornal brasileiro<br />
a ter circulação digital<br />
“Acho A Atitu<strong>de</strong><br />
corAjosA, porém<br />
pArAdoxAl, porque<br />
A FolhA po<strong>de</strong><br />
per<strong>de</strong>r público,<br />
principAlmente<br />
o mAis jovem,<br />
Aquele que tem<br />
mAis condições<br />
<strong>de</strong> gArAntir A<br />
sobrevivênciA<br />
do veículo”<br />
maior do que a impressa.<br />
O jornal cita “as <strong>de</strong>svantagens<br />
em utilizar o Facebook<br />
como um caminho para atingir<br />
os leitores, que ficaram mais<br />
evi<strong>de</strong>ntes após a <strong>de</strong>cisão da<br />
re<strong>de</strong> social <strong>de</strong> diminuir a visibilida<strong>de</strong><br />
do jornalismo profissional<br />
nas páginas <strong>de</strong> seus usuários”.<br />
Para a Folha, isso reforça a<br />
tendência do usuário a consumir<br />
cada vez mais conteúdo<br />
com o qual tem afinida<strong>de</strong>, favorecendo<br />
a criação <strong>de</strong> bolhas<br />
<strong>de</strong> opiniões e convicções e a<br />
propagação das fake news. Na<br />
opinião do jornal, “sem conseguir<br />
resolver satisfatoriamente<br />
o problema <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o que<br />
Reprodução<br />
é conteúdo relativo a jornalismo<br />
profissional e o que não é,<br />
a re<strong>de</strong> (Facebook) anunciou no<br />
mês passado que reduziria o alcance<br />
das páginas <strong>de</strong> veículos<br />
<strong>de</strong> comunicação, entre outros”.<br />
A Folha também relata que,<br />
no caso do jornal, a importância<br />
do Facebook como canal<br />
<strong>de</strong> distribuição já vinha diminuindo<br />
significativamente antes<br />
mesmo da mudança do mês<br />
passado, tendência observada<br />
também em outros veículos.<br />
Segundo dados internos do<br />
jornal, em janeiro, o volume<br />
total <strong>de</strong> interações (compartilhamentos,<br />
comentários e curtidas)<br />
obtido pelas 10 maiores<br />
páginas <strong>de</strong> jornais brasileiros<br />
no Facebook caiu 32% na comparação<br />
com o mesmo mês <strong>de</strong><br />
2017.<br />
Atualmente, a Folha tem 5,95<br />
milhões <strong>de</strong> seguidores no Facebook,<br />
o que lhe dá a posição <strong>de</strong><br />
maior jornal brasileiro na re<strong>de</strong><br />
social. As páginas das editorias<br />
somam 2,2 milhões <strong>de</strong> curtidas.<br />
O jornal informa que os leitores<br />
po<strong>de</strong>rão compartilhar normalmente<br />
conteúdo da Folha em<br />
suas páginas pessoais do Facebook.<br />
O jornal também tem<br />
perfis atualizados diariamente<br />
no Twitter (6,2 milhões <strong>de</strong> seguidores),<br />
Instagram (727 mil) e<br />
LinkedIn (726 mil).<br />
28 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
STORYTELLER<br />
bowie15/iStock<br />
Fazendo<br />
besteira<br />
Bobagens gigantescas<br />
e inacreditáveis ocorrem<br />
mais do que a gente pensa<br />
LuLa Vieira<br />
Um dos mais profundos pensamentos<br />
da filosofia oci<strong>de</strong>ntal foi dita por meu<br />
dupla, Marcelo Martinez, que sentenciosamente<br />
afirmou: “Às vezes, a gente passa<br />
por babaca por pura babaquice”. Sábias<br />
palavras, principalmente para quem, como<br />
eu, já viu ou praticou besteiras que nem na<br />
ficção mais <strong>de</strong>lirante seriam possíveis.<br />
Besteiras gigantescas e inacreditáveis<br />
ocorrem mais do que a gente pensa. Um<br />
querido amigo, afamado e produtor, antes<br />
<strong>de</strong> se ban<strong>de</strong>ar para o cinema, ajudava o pai<br />
numa empresa <strong>de</strong> exportação. Pois conseguiu<br />
mandar um navio inteiro, lotado <strong>de</strong><br />
café, para um porto errado, fato que durante<br />
muito tempo constou no anedotário da<br />
marinha mercante internacional. Impossível?<br />
Claro que sim. Exatamente por isso,<br />
ocorreu.<br />
A gran<strong>de</strong>, a monumental cagada, ocorre<br />
como somatório <strong>de</strong> pequenos enganos.<br />
Lembrem-se da tragédia do avião da Vasp<br />
que caiu na floresta por uma sucessão <strong>de</strong><br />
mal-entendidos, incluindo uma inacreditável<br />
troca <strong>de</strong> sintonia <strong>de</strong> uma emissora <strong>de</strong><br />
rádio. O piloto sabia que o sinal <strong>de</strong> uma rádio<br />
que serviria para ajudá-lo na navegação<br />
estava transmitindo um jogo <strong>de</strong> futebol.<br />
Ele já se enganara na interpretação da<br />
bússola e nos ajustes <strong>de</strong> navegação. Só faltou<br />
mais essa escorregada quanto à emissora<br />
<strong>de</strong> rádio. Achando que a narração do<br />
jogo que ouvia era <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada<br />
emissora, rumou em direção ao sinal. Só<br />
que não era. E caiu, sem combustível.<br />
Agora me permita contar a minha burrice,<br />
que os antigos comandantes da PM do<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro se lembram. Estupi<strong>de</strong>z tão<br />
gran<strong>de</strong> que levei anos sem ter coragem <strong>de</strong><br />
contar para ninguém.<br />
Durante a gestão do gran<strong>de</strong> Luiz Eduardo<br />
Soares, na Secretaria <strong>de</strong> Segurança, minha<br />
agência tinha parte da conta do governo<br />
do estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />
Preocupado com a imagem da PM, Luiz<br />
Eduardo teve a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> mudar a cor da polícia,<br />
como sinalização <strong>de</strong> novos tempos e<br />
<strong>de</strong> nova mentalida<strong>de</strong>.<br />
E pediu para algum <strong>de</strong>sign, entre seus<br />
inúmeros amigos, uma nova programação<br />
visual que seria implantada aos poucos, ao<br />
mesmo tempo que uma campanha <strong>de</strong> propaganda<br />
divulgaria que estava surgindo<br />
uma espécie <strong>de</strong> “nova PM”, mais a<strong>de</strong>quada<br />
aos tempos <strong>de</strong> abertura e <strong>de</strong> preocupações<br />
cidadãs.<br />
O chefe <strong>de</strong> comunicação da corporação<br />
me passou o briefing e, como eu estava<br />
viajando para o exterior, passei as informações<br />
para a agência pelo telefone no aeroporto.<br />
Por um <strong>de</strong>sses lapsos que só o diabo consegue<br />
explicar, quando disse aos colegas a<br />
tese central da campanha, repeti várias vezes<br />
que a cor da PM era azul, por simples<br />
engano.<br />
Eu queria dizer ver<strong>de</strong>, como algumas<br />
viaturas recém-adquiridas já vinham pintadas.<br />
O tema da “nova PM” foi bem transmitido,<br />
embora a dupla tivesse entendido<br />
também que eu estava sugerindo o uso da<br />
cor azul. E foi criada uma bela campanha<br />
com o tema: Tudo azul na PM.<br />
Essa besteira seria pequena se, para<br />
completar, o nosso diretor <strong>de</strong> operações,<br />
que não conhecia o briefing, mas acreditou<br />
que a campanha era a<strong>de</strong>quada, enviou para<br />
a dupla um email dizendo: “Ok. Vamos em<br />
frente”.<br />
O que queria dizer somente que era hora<br />
<strong>de</strong> apresentar para o cliente. O email foi interpretado<br />
como “tudo aprovado” e a campanha<br />
finalizada. Por muito pouco não foi<br />
publicada.<br />
Mesmo assim, o Luiz Eduardo me jurou<br />
<strong>de</strong> morte. Graças a Deus, mais tar<strong>de</strong> esqueceu,<br />
tanto que ainda somos amigos. E eu<br />
estou vivo.<br />
Lula Vieira é publicitário, diretor da<br />
Mesa Consultoria <strong>de</strong> Comunicação,<br />
radialista, escritor, editor e professor<br />
lulavieira@grupomesa.com.br<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 29
mArCAs<br />
Na abertura do Carnaval, Avianca<br />
faz show nas alturas com Banda Eva<br />
Companhia aérea garante presença na festa com voo exclusivo<br />
<strong>de</strong> São Paulo para a capital baiana e patrocínio ao Camarote Salvador<br />
Mariana Zirondi<br />
– <strong>de</strong> Salvador<br />
Não existem dúvidas <strong>de</strong> que<br />
o Carnaval é uma das datas<br />
mais esperadas pelos brasileiros,<br />
seja para os que gostam<br />
da folia ou para os que esperam<br />
os dias <strong>de</strong> folga. O fato é<br />
que as marcas se programam<br />
para estarem presentes na festa<br />
brasileira reconhecida no<br />
mundo inteiro.<br />
Com a Avianca não foi diferente.<br />
A companhia aérea direcionou<br />
suas ações para um<br />
dos <strong>de</strong>stinos mais procurados<br />
pelos passageiros na época e<br />
responsável por um emblemático<br />
Carnaval: Salvador. De <strong>de</strong>zembro<br />
até esta quinta (15), a<br />
companhia disponibilizou <strong>12</strong>0<br />
voos extras para a cida<strong>de</strong>, o que<br />
comprova sua forte presença.<br />
Em uma ação especial, a<br />
marca fechou parceria com o<br />
Camarote Salvador, ofertando<br />
um voo exclusivo <strong>de</strong> São Paulo<br />
a Salvador para quem comprasse<br />
o pacote completo. Um<br />
show da Banda Eva embalou<br />
a primeira noite do Camarote<br />
no último dia 8, mas também<br />
animou o voo fechado da<br />
companhia com <strong>de</strong>stino à capital<br />
baiana.<br />
Os foliões interagiram com a<br />
banda, que fez um pocket show<br />
exclusivo. O voo ainda teve a<br />
presença <strong>de</strong> influenciadores,<br />
como Mariana Goldfarb, Raul<br />
Aragão, Léo Picon, Julio Cocielo<br />
e Gabi Lopes. Como patrocinadores<br />
oficiais do Camarote<br />
Salvador, Arthur Sorelli Furtado,<br />
gerente sênior <strong>de</strong> marketing<br />
da Avianca Brasil, explica<br />
que o objetivo é aumentar a visibilida<strong>de</strong><br />
da marca e reforçar a<br />
hashtag aviancanafolia.<br />
“Estar no Carnaval também<br />
é um apoio cultural, além <strong>de</strong><br />
ter no próprio camarote um<br />
público consumidor <strong>de</strong> Avianca.<br />
Nosso foco tem sido também<br />
para os <strong>de</strong>stinos internacionais,<br />
com voos diretos para<br />
Santiago, no Chile; e Nova York,<br />
30 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark<br />
Felipe Pezzoni, vocalista da Banda Eva, anima o pocket show realizado durante voo da Avianca <strong>de</strong> São Paulo para Salvador<br />
nos Estados Unidos”, afirma.<br />
Sobre os investimentos em<br />
publicida<strong>de</strong>, o executivo afirma<br />
que segue com a campanha<br />
criada pela Grey Brasil,<br />
Quem voa ama, trabalhando<br />
a presença <strong>de</strong> marca no país.<br />
“Também estamos planejando<br />
crescer nosso investimento em<br />
digital, com produção <strong>de</strong> conteúdo”,<br />
diz Furtado.<br />
O núcleo <strong>de</strong> arquitetura <strong>de</strong><br />
negócios da MChecon Cenografia<br />
é o responsável pela<br />
Avianca no Camarote Salvador.<br />
A empresa também assina projetos<br />
para outras marcas, como<br />
a Revlon, que terá um Beauty<br />
Center para os convidados se<br />
prepararem para a folia.<br />
“Com uma inteligência <strong>de</strong><br />
negócios diferenciada, o objetivo<br />
é fazer com que o nosso<br />
cliente saiba que ele tem mais<br />
do que um fornecedor. Ele tem<br />
um parceiro”, afirma Juliana<br />
Ferraz, diretora-comercial da<br />
MChecon.<br />
“Estar no<br />
Carnaval também é<br />
um apoio Cultural,<br />
além dE tEr no<br />
próprio CamarotE<br />
um públiCo<br />
Consumidor dE<br />
avianCa”<br />
Rodrigo Vieira/Divulgação<br />
O Camarote Salvador e a<br />
agência <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> influência<br />
CoCreators levaram mais<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>z influenciadores para a<br />
capital baiana. Algumas marcas,<br />
como Submarino, Tin<strong>de</strong>r,<br />
Avianca, L’Óreal e Reserva,<br />
aproveitaram para se conectar<br />
com esses profissionais.<br />
Submarino, por exemplo,<br />
montou o Submarino Space<br />
com sorteio <strong>de</strong> prêmios,<br />
pocket shows e lives diários<br />
mostrando a atmosfera da festa.<br />
O Tin<strong>de</strong>r, por sua vez, está<br />
presente oferecendo uma festa<br />
na piscina.<br />
“O Camarote Salvador se<br />
une com a expertise da CoCreators<br />
para juntos criarem experiências<br />
inovadoras em uma casa<br />
durante o Carnaval. A i<strong>de</strong>ia é,<br />
por meio dos influenciadores,<br />
aproximar as marcas do público-alvo<br />
com uma ativação diferente”,<br />
enfatiza a diretora <strong>de</strong><br />
marketing do Camarote Salvador,<br />
Stefania Brito.
Ex-presi<strong>de</strong>nte da Abecip (Associação<br />
Brasileira das Entida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> Crédito e Poupança) e<br />
principal executivo da Bra<strong>de</strong>sco<br />
Seguros, Octavio <strong>de</strong> Lazari<br />
Junior teve seu nome aprovado<br />
pelo conselho <strong>de</strong> administração<br />
do Bra<strong>de</strong>sco para assumir<br />
a presidência do banco, função<br />
que vai acumular com a seguradora<br />
do grupo. A instituição<br />
publicou um fato relevante nos<br />
principais jornais no último dia<br />
5 para comunicar sua <strong>de</strong>cisão.<br />
Ele vai ocupar o lugar <strong>de</strong> Luiz<br />
Carlos Trabuco, que passa a se<br />
<strong>de</strong>dicar exclusivamente à presidência<br />
do conselho da instituição,<br />
função para a qual foi<br />
indicado em outubro <strong>de</strong> 2017.<br />
Ele substituiu Lazaro <strong>de</strong> Mello<br />
Brandão, que tem 91 anos e<br />
foi contratado pelo banco em<br />
1942, um dos principais nomes<br />
da história do grupo financeiro,<br />
que possui mais <strong>de</strong> 4.600 agências<br />
em todo o país. O Bra<strong>de</strong>sco<br />
contabilizou lucro líquido <strong>de</strong><br />
R$ 14,65 bilhões em 2017.<br />
Octavio <strong>de</strong> Lazari assume<br />
oficialmente após a eleição do<br />
novo conselho <strong>de</strong> administração<br />
do banco, que está agendada<br />
para <strong>12</strong> <strong>de</strong> março. Trabuco<br />
permanece como presi<strong>de</strong>nte<br />
da diretoria-executiva até a<br />
primeira reunião do conselho.<br />
Com 54 anos, Lazari Junior<br />
também ocupava a vice-presidência<br />
do Bra<strong>de</strong>sco até seu<br />
nome ser referendado pelo conselho.<br />
Foi contratado pelo banco<br />
para trabalhar como office-<br />
-boy em uma agência no bairro<br />
da Lapa, em São Paulo.<br />
Mais tar<strong>de</strong> chegou à gerência<br />
da agência e, posteriormente,<br />
consolidou carreira, primeiro<br />
como diretor da área <strong>de</strong> crédito.<br />
Ele é economista <strong>de</strong> formação,<br />
possui especialização<br />
em finanças e marketing pela<br />
FIA (Fundação Instituto <strong>de</strong> Administração),<br />
estratégias em<br />
finanças pela Fundação Dom<br />
Cabral, gestão financeira pela<br />
Fundação Getúlio Vargas e graduação<br />
em ciências econômimarcas<br />
Bra<strong>de</strong>sco tem novo presi<strong>de</strong>nte<br />
executivo e mudanças no conselho<br />
Instituição financeira passa ser comandada por Octavio <strong>de</strong> Lazari<br />
Junior a partir <strong>de</strong> março; o profissional vai substituir Luiz Carlos Trabuco<br />
Luiz Carlos Trabuco Cappi (à esquerda), Lázaro <strong>de</strong> Mello Brandão e Octavio <strong>de</strong> Lazari Junior, novo presi<strong>de</strong>nte-executivo do Bra<strong>de</strong>sco<br />
cas pela Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências<br />
Econômicas e Administrativas<br />
<strong>de</strong> Osasco, cida<strong>de</strong> paulista<br />
que abriga a se<strong>de</strong> operacional<br />
do Bra<strong>de</strong>sco. Lazari Junior foi<br />
executivo e diretor em diversas<br />
áreas, entre as quais varejo,<br />
alta renda, crédito, financiamento,<br />
consórcio e produtos e<br />
serviços.<br />
“Seus méritos pessoais são<br />
reconhecidos entre seus companheiros<br />
e merecerá <strong>de</strong>les<br />
toda distinção, mantendo-se a<br />
linha <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> e renovação,<br />
o que será fundamental<br />
para a renovação e para assegurar<br />
a posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque que<br />
o banco <strong>de</strong>tém nos cenários<br />
financeiros nacional e internacional”,<br />
disse o comunicado do<br />
banco.<br />
O Bra<strong>de</strong>sco também comunica<br />
a indicação dos vice-presi<strong>de</strong>ntes<br />
Domingos Figueiredo<br />
<strong>de</strong> Abreu, Alexandre da Silva<br />
Glüher, Josué Augusto Pancini<br />
“SeuS méritoS<br />
peSSoaiS São<br />
reconhecidoS<br />
entre SeuS<br />
companheiroS e<br />
merecerá <strong>de</strong>leS<br />
toda diStinção,<br />
mantendo-Se<br />
a linha <strong>de</strong><br />
continuida<strong>de</strong> e<br />
renovação”<br />
Egberto Nogueira/Ima Foto Galeria/ Divulgação<br />
e Maurício Machado <strong>de</strong> Minas<br />
para compor o seu conselho<br />
<strong>de</strong> administração. Além disso,<br />
serão promovidos ao cargo <strong>de</strong><br />
vice-presi<strong>de</strong>nte os atuais diretores-executivos,<br />
Cassiano Ricardo<br />
Scarpelli e Eurico Ramos<br />
Fabri.<br />
O processo <strong>de</strong> reformulação<br />
contempla que a diretora do<br />
<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> recursos humanos,<br />
Glaucimar Peticov, e<br />
o diretor do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong><br />
investimentos, José Ramos Rocha<br />
Neto, passarão a compor a<br />
diretoria executiva do banco.<br />
Um dos principais anunciantes<br />
do mercado, com uma<br />
verba bruta para compra <strong>de</strong><br />
mídia <strong>de</strong> R$ 925,8 milhões,<br />
segundo o relatório do Kantar<br />
Ibope Media <strong>de</strong> 2016, o Bra<strong>de</strong>sco<br />
é atendido pelas agências<br />
Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong><br />
e Publicis Brasil. A divisão <strong>de</strong><br />
seguros integra o portfólio <strong>de</strong><br />
negócios da AlmapBBDO.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 31
marcas<br />
Píer X é novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio<br />
que se concentra na experiência<br />
Loja pop-up fez três meses em Porto Alegre e <strong>de</strong>ve chegar a São Paulo<br />
em breve; além <strong>de</strong> loja multimarcas, há espaço para outras ativida<strong>de</strong>s<br />
Claudia Penteado<br />
Muitas idas à maior feira <strong>de</strong><br />
tendências <strong>de</strong> varejo do<br />
mundo, a National Retail Fe<strong>de</strong>ration<br />
(NRF), em Nova York, e a<br />
certeza <strong>de</strong> que o varejo precisa<br />
mudar para se adaptar às muitas<br />
transformações do comportamento<br />
<strong>de</strong> compra das pessoas<br />
serviram <strong>de</strong> inspiração para um<br />
novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio: o Píer<br />
X, que tem na sua essência as<br />
novas possibilida<strong>de</strong>s do uso da<br />
tecnologia no varejo e o foco na<br />
experiência. Inaugurado há três<br />
meses, a mistura <strong>de</strong> loja pop-<br />
-up multimarcas e espaço para<br />
lançamentos <strong>de</strong> produtos, diversão,<br />
cultura e tecnologia foi<br />
criado pelo empresário gaúcho<br />
Gustavo Schifino, presi<strong>de</strong>nte<br />
do Comitê <strong>de</strong> Ética da ABF (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Franchising),<br />
e por Evandro Ferrer, o<br />
CEO da Ancar Ivanhoe, empreen<strong>de</strong>dora<br />
com mais <strong>de</strong> 40 shoppings<br />
pelo Brasil, entre eles o<br />
Iguatemi <strong>de</strong> Porto Alegre, on<strong>de</strong><br />
o novo espaço foi instalado.<br />
Também são sócias do projeto a<br />
Algre e Amai Ojama.<br />
A Ancar Ivanhoe fez a sua<br />
aposta ao oferecer o espaço <strong>de</strong><br />
534 metros quadrados para o<br />
Píer X - uma plataforma <strong>de</strong> experiências<br />
que está servindo como<br />
laboratório <strong>de</strong>ste novo mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> negócio <strong>de</strong>ntro do conceito<br />
<strong>de</strong> “market place phygital”, on<strong>de</strong><br />
todos os produtos e serviços<br />
buscam oferecer experiências<br />
inovadoras para os clientes. No<br />
Píer X, todas as transações financeiras<br />
são realizadas através <strong>de</strong><br />
um único aplicativo sem qualquer<br />
intermediário, e o crédito<br />
<strong>de</strong>ve ser inserido através <strong>de</strong> um<br />
ATM da Saque e Pague. “A proposta,<br />
totalmente voltada para<br />
a experiência, nasceu a partir da<br />
comunhão <strong>de</strong> uma mesma visão<br />
<strong>de</strong> futuro. Talvez estejamos falando<br />
dos primeiros passos <strong>de</strong><br />
um quarto setor da economia: a<br />
experiência”, diz.<br />
Além da exibição dos principais<br />
lançamentos <strong>de</strong> marcas<br />
Além da loja multimarcas, escolas <strong>de</strong> rock e <strong>de</strong> ioga são algumas das ativida<strong>de</strong>s que o espaço abriga em Porto Alegre<br />
importantes - como guitarras<br />
Fen<strong>de</strong>r, baterias Roland, coleção<br />
Andy Warhol by Billabong, Phanton<br />
by Hurley e Drop Boards -, o<br />
espaço conta com um restaurante<br />
operado pela Bendita Horta,<br />
bar, galeria <strong>de</strong> arte, escola <strong>de</strong><br />
ioga (Casa Bela Vista) e <strong>de</strong> rock<br />
(School of Rock) e palco para<br />
shows. Mutável, <strong>de</strong> acordo com<br />
os ciclos naturais das estações<br />
do ano, estará sempre com novos<br />
produtos em exposição, atrações<br />
culturais, ingredientes utilizados<br />
nos pratos e <strong>de</strong>coração. Cada setor<br />
conta com um curador, especialista<br />
em sua área, e também os<br />
“helpers” para esclarecer dúvidas.<br />
Para que tudo funcione perfeitamente,<br />
a Claro/NET disponibilizou<br />
240 mega <strong>de</strong> internet<br />
wi-fi. O Píer X é também o primeiro<br />
bar <strong>de</strong> consumo consciente<br />
<strong>de</strong> álcool do Brasil. O perfil do<br />
consumidor será controlado pelo<br />
app, que proíbe a venda <strong>de</strong> cerveja<br />
para menores, sensibiliza<br />
motoristas e <strong>de</strong>fine um limite <strong>de</strong><br />
“A propostA,<br />
totAlmente voltAdA<br />
pArA A experiênciA,<br />
nAsceu A pArtir<br />
dA comunhão <strong>de</strong><br />
umA mesmA visão<br />
<strong>de</strong> futuro”<br />
consumo individual. Também<br />
oferece estacionamento noturno<br />
grátis no shopping e <strong>de</strong>sconto<br />
no Cabify para voltar pra casa e<br />
buscar o carro no dia seguinte.<br />
A plataforma preten<strong>de</strong> se tornar<br />
a maior doadora <strong>de</strong> três instituições<br />
<strong>de</strong> carida<strong>de</strong> da cida<strong>de</strong><br />
através do projeto Garagem do<br />
Bem, que vai receber doações <strong>de</strong><br />
instrumentos musicais, skates<br />
e pranchas <strong>de</strong> surfe, que ficarão<br />
expostas para serem adquiridas<br />
por outras pessoas. Por meio do<br />
Divulgação<br />
app, as peças po<strong>de</strong>m ser compradas<br />
pelo valor que o comprador<br />
<strong>de</strong>finir, e doado para a instituição<br />
que ele escolher.<br />
Ferrer, da Ancar, afirma que<br />
esta é uma tentativa <strong>de</strong> testar<br />
novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> interação entre<br />
shopping center, lojistas e<br />
consumidores a partir das mudanças<br />
<strong>de</strong> comportamento das<br />
próximas gerações e a interferência<br />
da tecnologia no dia a dia.<br />
“Nosso objetivo era tirar do papel<br />
os insights que tivemos durante<br />
a NRF e colocá-los em prática<br />
com um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio<br />
ousado e totalmente inovador.<br />
Inovar é isso. É estar aberto e<br />
experimentar sem ter medo <strong>de</strong><br />
errar”, conclui. Com formato <strong>de</strong><br />
loja pop-up, o Píer X tem data<br />
para acabar, em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />
<strong>2018</strong>. Neste meio-tempo, <strong>de</strong>ve<br />
chegar também a São Paulo. Os<br />
empreen<strong>de</strong>dores já buscam um<br />
espaço nos mesmos mol<strong>de</strong>s no<br />
Eldorado, para testar o mo<strong>de</strong>lo<br />
entre os paulistanos.<br />
32 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Marcas<br />
Drogaria Onofre escolhe DM9DDB<br />
para fazer seu reposicionamento<br />
Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> farmácias que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2013, pertence ao grupo internacional<br />
CVS Health tem como meta atingir operação omnichannel e integrada<br />
Cristiane Marsola<br />
Integração é a palavra do ano<br />
para a Drogaria Onofre. “Nossa<br />
meta em <strong>2018</strong> é ter todas<br />
as bases integradas e operação<br />
omnichannel”, afirma Eduardo<br />
Mangione, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quando<br />
assumiu como diretor <strong>de</strong> marketing<br />
da empresa, em agosto,<br />
trabalha para implementar o<br />
mo<strong>de</strong>lo na empresa. “A gente<br />
tinha uma divisão mais forte<br />
por canal, mas o consumidor<br />
é um só e ele é impactado por<br />
múltiplos canais. Nós temos<br />
<strong>de</strong> falar com o consumidor in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
do canal”,<br />
diz o executivo, que também é<br />
responsável pela recém-criada<br />
área <strong>de</strong> e-commerce.<br />
Parte do trabalho <strong>de</strong> comunicação<br />
e marketing é feito<br />
<strong>de</strong>ntro da empresa, mas para a<br />
publicida<strong>de</strong> a Drogaria Onofre<br />
escolheu a DM9DDB. “A campanha<br />
<strong>de</strong>ve sair entre março e<br />
abril. Estamos trabalhando ativamente<br />
na parte estratégica e<br />
no reposicionamento da comunicação.<br />
Vamos veicular uma<br />
campanha <strong>de</strong> branding, mostrando<br />
as novida<strong>de</strong>s para este<br />
ano”, afirma o executivo, sem<br />
dar <strong>de</strong>talhes da comunicação.<br />
A i<strong>de</strong>ia é fazer a marca se diferenciar<br />
da concorrência. “O<br />
mercado farma não tem muita<br />
tradição na construção <strong>de</strong><br />
marca. É um mercado muito<br />
comoditizado. A maioria dos<br />
consumidores não tem marca<br />
favorita ao escolher a farmácia.<br />
São mais <strong>de</strong> 70 mil farmácias no<br />
Brasil. A Droga Raia, que é lí<strong>de</strong>r,<br />
tem 1.500 lojas”, afirma. O executivo<br />
afirma que a agência é<br />
uma parceira muito importante.<br />
“A DM9DDB é especialista<br />
em construir marca, tem uma<br />
qualida<strong>de</strong> criativa imbatível”,<br />
afirma Mangione.<br />
A Drogaria Onofre foi comprada<br />
pela CVS Health, em<br />
2013, e algumas características<br />
da re<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser trazidas para<br />
o Brasil, respeitando a legislação,<br />
que é muito específica.<br />
Eduardo Mangione, diretor <strong>de</strong> marketing da Drogaria Onofre: “Mercado farma não tem muita tradição na construção <strong>de</strong> marca”<br />
“Lá fora a CVS é muito mais<br />
avançada principalmente pela<br />
diferença <strong>de</strong> serviços primários<br />
que po<strong>de</strong>m ser oferecidos.<br />
Parte <strong>de</strong> nossas lojas começou<br />
a oferecer medição <strong>de</strong> glicemia<br />
e pressão. A Onofre Clinic<br />
é um primeiro passo para a ampliação<br />
<strong>de</strong> serviços primários<br />
ao consumidor. Mês que vem,<br />
o serviço, que está em teste,<br />
será ampliado para vacinação”,<br />
fala. O executivo conta que, em<br />
breve, a farmácia ainda <strong>de</strong>ve<br />
lançar programas <strong>de</strong> acompanhamento<br />
à gestante, <strong>de</strong> auxílio<br />
para parar <strong>de</strong> fumar ou para<br />
per<strong>de</strong>r peso.<br />
As mudanças na Onofre começaram<br />
com a atualização do<br />
site, em parceria com a Oracle.<br />
Foram 15 meses <strong>de</strong> trabalho<br />
para aumentar o portfólio <strong>de</strong><br />
produtos e aten<strong>de</strong>r o público <strong>de</strong><br />
forma mais assertiva. “Introduzimos<br />
muitas inovações. Uma<br />
<strong>de</strong>las é que a Onofre é a única<br />
“A gente tinhA<br />
umA divisão mAis<br />
forte por cAnAl,<br />
mAs o consumidor<br />
é um só e ele é<br />
impActAdo por<br />
múltiplos cAnAis”<br />
Divulgação<br />
empresa que entrega no dia seguinte<br />
para interior <strong>de</strong> São Paulo.<br />
Isso é muito valorizado pelo<br />
consumidor”, fala.<br />
Outra novida<strong>de</strong> é po<strong>de</strong>r encomendar<br />
o produto não encontrado<br />
para retirar na própria<br />
loja. “Uma das primeiras<br />
i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> multicanalida<strong>de</strong> é<br />
a fastline. A pessoa chega na<br />
loja e, se não encontrar algo,<br />
po<strong>de</strong> pedir e, em algumas horas,<br />
o produto chega”, explica<br />
Mangione. A ferramenta existe<br />
há cerca <strong>de</strong> cinco meses e já<br />
está em todas as lojas. “A resposta<br />
foi muito forte. Mais <strong>de</strong><br />
90% dos consumidores voltam<br />
à loja e compram o produto”,<br />
conta. Hoje são 43 lojas em<br />
três estados.<br />
Para este ano, a marca preten<strong>de</strong><br />
abrir <strong>de</strong> <strong>de</strong>z a 15 lojas. “E<br />
faremos um investimento muito<br />
mais forte no e-commerce,<br />
que hoje representa 45% das<br />
nossas vendas”, explica.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 33
MArcAs<br />
Tutor com IBM<br />
Watson ensina a<br />
distância<br />
Divulgação<br />
José Cláudio Securato, presi<strong>de</strong>nte da Saint<br />
Paul - grupo <strong>de</strong> empresas voltadas para o<br />
conhecimento que inclui a Saint Paul Escola <strong>de</strong><br />
Negócios, faculda<strong>de</strong>, editora e consultoria -, fala<br />
que educação disruptiva precisa combinar e refletir<br />
tecnologia, economia e o social para ter impacto<br />
verda<strong>de</strong>iramente transformador. Nesta entrevista,<br />
ele conta sobre LIT, plataforma digital que apresenta<br />
o Paul, primeiro tutor do mundo com inteligência<br />
artificial IBM Watson para ensinar conteúdo <strong>de</strong><br />
negócios aos alunos e personalizar o processo <strong>de</strong><br />
aprendizagem. A marca foi criada pela Santa Clara.<br />
Veja a seguir os principais trechos da entrevista.<br />
José Cláudio Securato: “Vejo o aluno no centro do processo <strong>de</strong> aprendizagem”<br />
Claudia Penteado<br />
LIT<br />
O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />
e lançar uma plataforma<br />
disruptiva no mercado brasileiro<br />
é o quanto o Brasil tem <strong>de</strong><br />
credibilida<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
projetar projetos <strong>de</strong> inovação<br />
regionalmente (América Latina)<br />
e para o mundo. Se o LIT<br />
fosse lançado em Israel, por<br />
exemplo, a projeção global já<br />
seria outra. LIT quer dizer “aceso”<br />
(fogo aceso, do verbo light).<br />
O po<strong>de</strong>r da aprendizagem é<br />
brutal e transformador. É como<br />
se uma chama se acen<strong>de</strong>sse<br />
em cada pessoa. Cada chama<br />
tem uma forma, intensida<strong>de</strong> e<br />
luz própria, da mesma forma<br />
que a aprendizagem impacta<br />
cada pessoa <strong>de</strong> forma única. O<br />
LIT <strong>de</strong>finitivamente reposiciona<br />
a Saint Paul como uma escola<br />
inovadora, que dita as tendências<br />
<strong>de</strong> educação executiva<br />
disruptiva.<br />
AprendIzAgeM<br />
Dois conceitos estão por trás<br />
do crescimento da apredizagem<br />
a distância. Primeiro, a<br />
aprendizagem em micromomentos:<br />
apren<strong>de</strong>r <strong>de</strong> forma orgânica,<br />
fluida e em pequenos<br />
espaços <strong>de</strong> tempo só é viável<br />
em plataformas online - uma<br />
modalida<strong>de</strong> do ensino a distância.<br />
Em segundo, a Heutagogia:<br />
conceito <strong>de</strong> aprendizagem que<br />
coloca o aluno como programador<br />
e gestor do próprio caminho<br />
<strong>de</strong> aprendizagem (o que<br />
você chamou <strong>de</strong> por conta própria).<br />
Tudo isso faz muito sentido<br />
na Andragogia - ciência que<br />
estuda o aprendizado adulto<br />
em contrapartida à pedagogia<br />
-, pois o adulto apren<strong>de</strong> aquilo<br />
que <strong>de</strong>seja, que faz sentido para<br />
ele e aten<strong>de</strong> a algum propósito<br />
ou necessida<strong>de</strong>. O adulto enten<strong>de</strong><br />
que, por guiar a própria<br />
vida, também sabe o que seria<br />
melhor para seu aprendizado.<br />
IA<br />
A IA vai mudar profundamente<br />
a educação em todos os<br />
segmentos. O que acredito - e<br />
o LIT já inicia esse processo - é<br />
que o uso <strong>de</strong> IA cria uma nova<br />
forma <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r. Você po<strong>de</strong><br />
ler um livro, assistir a uma aula<br />
presencialmente, assistir a um<br />
ví<strong>de</strong>o, fazer um estudo <strong>de</strong> caso<br />
em grupo e, agora, no LIT, você<br />
po<strong>de</strong> interagir com Paul para<br />
conversar e apren<strong>de</strong>r. Outro<br />
ponto importante é a conexão<br />
entre a computação cognitiva<br />
(base da IA) e o processo <strong>de</strong><br />
aprendizagem. A computação<br />
cognitiva tem duas diferenças<br />
marcantes: a compreensão <strong>de</strong><br />
linguagem natural e o processamento<br />
<strong>de</strong> dados não estruturados.<br />
Com a linguagem natural, a<br />
IA capta a intenção que está por<br />
trás das palavras e não apenas<br />
as palavras. Em um buscador,<br />
“O pO<strong>de</strong>r da<br />
aprendizagem<br />
é brutal e<br />
transfOrmadOr. é<br />
cOmO se uma chama<br />
se acen<strong>de</strong>sse em<br />
cada pessOa”<br />
ao digitar “imagens <strong>de</strong> animais<br />
menos <strong>de</strong> girafas” o resultado<br />
será imagens <strong>de</strong> girafas, porque<br />
a programação trabalha com as<br />
palavras e não as intenções. Já<br />
os dados não estruturados permitem<br />
que a máquina aprenda<br />
e não se atenha àquilo que<br />
foi inicialmente programada.<br />
Tudo isso se parece muito com<br />
o processo <strong>de</strong> aprendizagem. A<br />
pergunta <strong>de</strong> um aluno em uma<br />
sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong>ve ter sua intenção<br />
<strong>de</strong>cifrada pelo professor,<br />
bem como a construção do conhecimento<br />
pelo aluno ocorre<br />
por dados não estruturados.<br />
Mo<strong>de</strong>Lo<br />
Há décadas, o mo<strong>de</strong>lo do<br />
professor como protagonista<br />
e o aluno como espectador é<br />
questionado. Em 1920, a Harvard<br />
Business School inseriu<br />
o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> caso<br />
em seus programas <strong>de</strong> MBA,<br />
por exemplo. Esse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
aprendizagem com o professor<br />
como protagonista fez muito<br />
sentido <strong>de</strong>pois da Revolução<br />
Industrial, em que era preciso<br />
abraçar a padronização para<br />
que mais pessoas pu<strong>de</strong>ssem<br />
estudar. Foi a primeira vez que<br />
a educação voltada para o trabalho<br />
era acessível a um grupo<br />
maior <strong>de</strong> pessoas. O avanço<br />
significava padronização e<br />
ampliação da educação. Hoje,<br />
o avanço é a personalização, o<br />
que não combina com o professor<br />
centralizando o processo <strong>de</strong><br />
aprendizagem com as aulas expositivas,<br />
visto que cada pessoa<br />
é um ser único e com capacida<strong>de</strong>s<br />
e formas <strong>de</strong> aprendizagens<br />
diferentes. Vejo o aluno no centro<br />
do processo <strong>de</strong> aprendizagem<br />
e o professor ao seu lado.<br />
34 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
prêMios<br />
Marketing Best abre inscrições para<br />
edição <strong>2018</strong> e entrega será em maio<br />
Na primeira etapa, 1.500 executivos <strong>de</strong><br />
comunicação <strong>de</strong> agências e empresas <strong>de</strong><br />
todo o país indicam suas marcas preferidas<br />
Alê Oliveira<br />
Prêmio Marketing Best (http://www.<br />
O marketingbest.com.br/) abriu as inscrições<br />
para a sua 31ª edição. Maior e<br />
mais tradicional premiação do marketing<br />
brasileiro, ela tem como objetivo promover<br />
as empresas que mais se <strong>de</strong>stacam no<br />
planejamento e na execução das estratégias<br />
<strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> seus produtos e/ou<br />
serviços.<br />
Na primeira etapa do prêmio, 1.500<br />
executivos <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> todo o<br />
país – <strong>de</strong>nominados marketing experts<br />
– são consultados e indicam as empresas<br />
que merecem ser premiadas. Após a<br />
tabulação das indicações, as marcas são<br />
contatadas para se inscrever e preparar os<br />
cases <strong>de</strong> marketing.<br />
O julgamento será realizado em abril,<br />
quando são escolhidas as empresas vencedoras,<br />
que serão homenageadas em<br />
festa promovida em São Paulo, no mês<br />
<strong>de</strong> maio.<br />
Realizado pela Editora Referência,<br />
que publica o PROPMARK e as revistas<br />
Marketing e Propaganda, o Marketing<br />
Best já premiou cerca <strong>de</strong> 800 cases, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
a sua criação, em 1988. O prêmio é consi<strong>de</strong>rado<br />
uma referência <strong>de</strong> excelência em<br />
marketing para as empresas que buscam<br />
uma “certificação” no mercado.<br />
No ano passado, em sua edição comemorativa<br />
<strong>de</strong> 30 anos, o prêmio fez uma<br />
C<br />
homenagem especial a 40 empresas ven-cedoras,<br />
selecionadas a partir do conjun-to<br />
da obra <strong>de</strong> cada uma ao longo das três<br />
CM<br />
décadas da premiação. Foram <strong>de</strong>stacadas<br />
empresas <strong>de</strong> diferentes segmentos da MY<br />
economia, como Accenture, Avon, Bra-C<strong>de</strong>sco,<br />
Carrefour, Coca-Cola, Seara e Vivo.<br />
CMY<br />
O Marketing Best foi criado por Armando<br />
Ferrentini, presi<strong>de</strong>nte da Editora<br />
K<br />
Referência, e pelo professor e colunista<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza, do<br />
MadiaMundoMarketing. Na ocasião da<br />
premiação em 2017, Ferrentini disse:<br />
“Os que chegaram até aqui são os<br />
exemplos a serem seguidos por todos que<br />
praticam a i<strong>de</strong>ologia do marketing. Além<br />
do mérito em si pelo uso das boas práticas<br />
do marketing, não há dúvida que fizeram<br />
história”.<br />
Em <strong>2018</strong>, o Marketing Best tem o patrocínio<br />
da WMcCann e conta com o apoio<br />
da Associação Brasileira <strong>de</strong> Marketing<br />
(Abramark) e da Rae,MP.<br />
O julgamentO será<br />
realizadO em<br />
abril, quandO sãO<br />
escOlhidas as empresas<br />
vencedOras, que serãO<br />
hOmenageadas<br />
em festa prOmOvida<br />
em sãO paulO<br />
Jornal PropMark.pdf 1 16/10/2017 14:27:58<br />
Ganhadores receberão o troféu Marketing Best<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 35
pRêmios<br />
Executiva da R/GA é embaixadora<br />
do programa See It Be It em Cannes<br />
Chloe Gottlieb substituirá Madonna Badger, da Badger & Winters; projeto<br />
foi criado para fomentar a participação <strong>de</strong> mulheres na indústria criativa<br />
Claudia Penteado<br />
Chloe Gottlieb, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
executiva e CCO da<br />
R/GA nos EUA, foi escolhida<br />
para ser embaixadora da edição<br />
<strong>de</strong>ste ano do programa See It Be<br />
It, do Cannes Lions, no lugar <strong>de</strong><br />
Madonna Badger, CCO da Badger<br />
& Winters, que fez este papel<br />
em 2017 e segue como chairman<br />
pelos próximos três anos.<br />
O projeto foi criado em 2014 no<br />
festival como programa <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
e aceleração <strong>de</strong><br />
carreiras para mulheres na criação<br />
publicitária, e visa reduzir<br />
o <strong>de</strong>sequilíbrio <strong>de</strong> gênero entre<br />
os criativos, refletido no baixo<br />
número <strong>de</strong> mulheres em cargos<br />
<strong>de</strong> direção da publicida<strong>de</strong>, globalmente.<br />
Em 2015, na segunda edição<br />
do programa, a primeira participante<br />
brasileira no programa<br />
foi Mariana Borga, então diretora<br />
<strong>de</strong> criação da JWT São Paulo.<br />
Na ocasião, ela foi uma das<br />
<strong>12</strong> selecionadas <strong>de</strong> uma lista<br />
original <strong>de</strong> 200 candidatas. Mariana<br />
participou <strong>de</strong> uma intensa<br />
programação durante o Cannes<br />
Lions, que inclui master classes<br />
<strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> e workshops, visita<br />
à sala <strong>de</strong> júri, mentoring individual<br />
com gran<strong>de</strong>s nomes da<br />
indústria publicitária e eventos<br />
exclusivos <strong>de</strong> networking. “O<br />
que ficou para mim do projeto,<br />
mais do que conhecer as entranhas<br />
<strong>de</strong> Cannes, foi conhecer<br />
uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> mulheres incríveis,<br />
do mundo todo, e saber<br />
que elas passam pelos mesmos<br />
<strong>de</strong>safios que nós, publicitárias<br />
brasileiras - nesse sentido, o<br />
mercado publicitário é muito<br />
homogêneo no mundo todo”,<br />
conta Mariana, que participou<br />
da criação do projeto global da<br />
JWT chamado Bolsa <strong>de</strong> Estudos<br />
Helen Lansdowne Resor, que<br />
conce<strong>de</strong>u bolsas individuais<br />
para jovens estudantes e leva o<br />
nome da primeira redatora <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> do mundo.<br />
Em 2016, foi a vez <strong>de</strong> Natasha<br />
Romariz Maasri, diretora<br />
Chloe Gottlieb, que vai assumir o lugar <strong>de</strong> Madonna Badger no See it Be it<br />
Divulgação<br />
“programa dá<br />
acesso a pessoas<br />
incríveis como<br />
sheryl sandberg,<br />
susan creedle e<br />
outras mulheres<br />
incríveis que<br />
li<strong>de</strong>ram empresas,<br />
<strong>de</strong>partamentos<br />
criativos e<br />
startups”<br />
<strong>de</strong> criação da Ogilvy, estar entre<br />
as 15 participantes. No ano<br />
passado, a brasileira Deborah<br />
Vasques Soares, redatora sênior<br />
da Lew’Lara\TBWA, foi uma<br />
das 15 mulheres selecionadas.<br />
Ela gostou tanto da experiência<br />
que pensa em trazer uma edição<br />
para o Brasil. Segundo ela, a<br />
rotina é muito intensa, recheada<br />
<strong>de</strong> reflexões que levam a um<br />
“quase luto”. A etapa seguinte<br />
é a da <strong>de</strong>scoberta, ao redor, <strong>de</strong><br />
pessoas do Paquistão, da China,<br />
da Nigéria e do Japão, que pensam<br />
<strong>de</strong> maneira semelhante e<br />
passam e passaram pelos mesmos<br />
<strong>de</strong>safios e dificulda<strong>de</strong>s.<br />
“O programa dá acesso a<br />
pessoas incríveis como Sheryl<br />
Sandberg, Susan Creedle e outras<br />
mulheres incríveis que li<strong>de</strong>ram<br />
empresas, <strong>de</strong>partamentos<br />
criativos, startups e muito<br />
mais. O mais legal <strong>de</strong> tudo, fora<br />
conhecer todas as pessoas, foi<br />
conhecer 15 mulheres <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>s<br />
completamente diferentes,<br />
mas com uma coisa em<br />
comum: a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer diferente<br />
mesmo passando pelas<br />
mesmas dificulda<strong>de</strong>s - a síndrome<br />
<strong>de</strong> impostora, os casos <strong>de</strong><br />
assédio, a dificulda<strong>de</strong> em ser<br />
<strong>de</strong>terminada sem ser tachada<br />
<strong>de</strong> mandona e muitas outras<br />
questões”, comenta Deborah.<br />
Ela conta que a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> trazer<br />
uma edição para o Brasil segue<br />
a tendência <strong>de</strong> internacionalização<br />
do projeto que vem<br />
ocorrendo, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma edição<br />
na Bulgária e outra que em<br />
breve será realizada no Paquistão.<br />
“Eles querem levar o mo<strong>de</strong>lo<br />
para os países que acham<br />
que mais precisam apren<strong>de</strong>r<br />
sobre mulheres em cargos <strong>de</strong><br />
li<strong>de</strong>rança”, diz.<br />
Um dos <strong>de</strong>staques do projeto<br />
é a etapa <strong>de</strong> i<strong>de</strong>alizar propostas<br />
para mudar o mercado.<br />
I<strong>de</strong>ias que parecem simples,<br />
como sempre incluir mulheres<br />
na hora <strong>de</strong> orçar diretores ou<br />
fotógrafos para um trabalho,<br />
montar times com diversida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> gêneros, pagar os mesmos<br />
salários que os masculinos, estimular<br />
mulheres a se inscreverem<br />
no programa See It Be It, e<br />
por aí vai.<br />
O papel <strong>de</strong> Chloe como embaixatriz<br />
será exatamente li<strong>de</strong>rar<br />
este grupo <strong>de</strong> mulheres,<br />
além <strong>de</strong> ajudar a fortalecer o<br />
programa e fazê-lo evoluir até o<br />
ponto <strong>de</strong> não se fazer mais necessário.<br />
Louise Benson, executiva<br />
do programa See It Be It<br />
no Cannes Lions, fala que, ao<br />
contratar Chloe para este cargo,<br />
a i<strong>de</strong>ia é conectá-lo a alguém<br />
apaixonada pela i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> mudar<br />
o cenário, com habilida<strong>de</strong> para<br />
li<strong>de</strong>rar e com uma voz potente<br />
na indústria. Madonna continuará<br />
como porta-voz do programa,<br />
e estará com Chloe em<br />
um evento <strong>de</strong>dicado ao programa<br />
no próximo dia 28 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong><br />
na se<strong>de</strong> da R/GA, em NY.<br />
As candidatas ao programa <strong>de</strong>vem<br />
se inscrever no site www.<br />
canneslions.com/see-it-be-it, a<br />
partir <strong>de</strong>sta segunda-feira (<strong>12</strong>).<br />
36 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
PrêMiOS<br />
SBT divulga lista <strong>de</strong> 17 jurados para<br />
O Melhor Comercial do Brasil 2017<br />
Profissionais do mercado vão escolher filmes nas categorias nacional<br />
e regional, que foram veiculados na emissora durante o ano passado<br />
Divulgação<br />
O personagem fadinho frustrado está <strong>de</strong> volta na campanha do prêmio O Melhor Comercial do Brasil, realizado pelo SBT, <strong>de</strong>ste ano e “cria” no cartaz dos jurados<br />
SBT já escolheu os 17 publicitários<br />
que formarão o<br />
O<br />
júri da sétima edição do prêmio<br />
O Melhor Comercial do<br />
Brasil 2017. Entre os nomes estão<br />
profissionais como Joanna<br />
Monteiro, CCO da FCB; Hugo<br />
Rodrigues, chairman da WMc-<br />
Cann; e Paulo Coelho, copresi<strong>de</strong>nte<br />
da DM9DDB (confira ao<br />
lado a lista completa do júri).<br />
Eles serão responsáveis por escolher<br />
os vencedores (uma dupla<br />
<strong>de</strong> criação e o anunciante)<br />
<strong>de</strong> uma viagem para o Cannes<br />
Lions, na França. Para participar,<br />
os comerciais <strong>de</strong>vem ter<br />
sido veiculados nacionalmente<br />
na emissora ao longo do ano<br />
passado.<br />
“Nesta edição, priorizamos<br />
uma composição com profissionais<br />
que, <strong>de</strong> alguma forma,<br />
fizeram a diferença no último<br />
ano, quando o assunto é a criação<br />
e viabilização das gran<strong>de</strong>s<br />
i<strong>de</strong>ias”, <strong>de</strong>clara Marcelo Parada,<br />
diretor-comercial e <strong>de</strong><br />
marketing do SBT.<br />
A votação, que na primeira<br />
etapa é feita por jornalistas e<br />
executivos da área comercial<br />
e <strong>de</strong> marketing do SBT, selecionam<br />
os <strong>de</strong>z filmes finalistas,<br />
que serão submetidos à<br />
análise do grupo <strong>de</strong> 17 jurados<br />
do mercado. Na categoria regional,<br />
cada corpo <strong>de</strong> jurados<br />
ficará responsável por uma<br />
das cinco regiões do país. Cada<br />
grupo vai selecionar o melhor<br />
filme local, totalizando cinco<br />
comerciais regionais finalistas.<br />
A última etapa, com previsão<br />
<strong>de</strong> realização para abril,<br />
acontece em um evento fechado<br />
com a presença dos jurados,<br />
<strong>de</strong> jornalistas e <strong>de</strong> executivos<br />
da emissora, no qual<br />
o júri realiza a última votação<br />
para <strong>de</strong>cidir os dois comerciais<br />
premiados.<br />
Em 2016, o filme ganhador<br />
foi Pé na Porta, da agência AlmapBBDO<br />
e produzido pela<br />
Paranoid, que pelo segundo<br />
ano consecutivo conquistou<br />
o Leão do SBT para Volkswagen.<br />
Já na categoria regional,<br />
venceu o filme Matrícula, da<br />
agência Delantero para o Colégio<br />
Master.<br />
O júri<br />
PrOfiSSiOnal<br />
agênCia<br />
André Kassu<br />
CP+B<br />
Daniel Chagas<br />
AlmapBBDO<br />
Fábio Rosinholi WE<br />
Félix Del Valle<br />
Ogilvy<br />
Gustavo Diehl<br />
Lew’Lara\TBWA<br />
Henrique Mattos<br />
Publicis<br />
Hugo Rodrigues<br />
WMcCann<br />
James Scavone<br />
Salve Tribal<br />
Joanna Monteiro<br />
FCB<br />
Eduardo Martins<br />
Talent Marcel<br />
Laura Esteves<br />
Y&R<br />
Marcelo Reis<br />
Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong><br />
Mariangela Silvani<br />
Grey<br />
Paulo Coelho<br />
DM9DDB<br />
Paulo Ilha<br />
DPZ&T<br />
Pedro Bullos<br />
Africa<br />
Rodolfo Barreto<br />
BETC<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 37
we<br />
mkt<br />
Vergani_Fotografia/iStock<br />
Fotos do fundo do poço<br />
(2): <strong>de</strong>pressão, o retrato<br />
“Estou cansado, é claro. Porque a certa<br />
altura a gente tem <strong>de</strong> estar cansado”.<br />
Fernando Pessoa<br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
Todos procuram preservar as aparências.<br />
Até on<strong>de</strong> suportam. Nos primeiros meses<br />
muitos chegam a afirmar: “essa crise<br />
eu tiro <strong>de</strong> letra”. Outros, por razões que até<br />
a razão <strong>de</strong>sconhece, vão mais adiante e,<br />
mesmo antes <strong>de</strong> enfrentar, dizem: “já superamos<br />
a crise...”. Dias, semanas e meses<br />
passam, a situação se agrava, as primeiras<br />
vítimas não resistem e vão tombando pelo<br />
caminho. Sensações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sânimo, <strong>de</strong> perda<br />
<strong>de</strong> rumo, tonturas, raciocínio embaralhado<br />
e, mais cedo ou mais tar<strong>de</strong>, acabam recorrendo<br />
aos socorros e orientação médica.<br />
E, assim, se passaram três anos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as<br />
primeiras manifestações até agora. O que<br />
ocorreu <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>? On<strong>de</strong> se encontra a<br />
fotografia da dimensão da crise? Nos remédios.<br />
Nos anti<strong>de</strong>pressivos, especialmente,<br />
e também nos ansiolíticos. Segundo a “mãe<br />
dos burros”, a Wikipédia, são fármacos eficazes<br />
para tratar transtornos <strong>de</strong>pressivos...<br />
Transtornos <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, distúrbios <strong>de</strong><br />
sono e outros problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />
No ano em que a crise finca sua marca,<br />
2015, ven<strong>de</strong>u-se 5,4 milhões <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> anti<strong>de</strong>pressivos no primeiro semestre.<br />
Em 2016, 5,2 milhões, e, em 2017, 5,4 milhões<br />
– tudo no primeiro semestre, <strong>de</strong> janeiro<br />
a junho <strong>de</strong>sses anos. Primeira reação.<br />
Praticamente nenhum acréscimo, se a foto<br />
é essa a crise não foi tão gran<strong>de</strong> assim.<br />
Calma. Estou me referindo aos anti<strong>de</strong>pressivos<br />
referências, os <strong>de</strong> marca. Agora, vamos<br />
consultar nos genéricos: 11,6 milhões<br />
<strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s no primeiro semestre <strong>de</strong> 2015;<br />
13,6 milhões, em 2016; e 16,5 milhões no<br />
primeiro semestre <strong>de</strong> 2017 (últimos dados<br />
disponíveis). É essa a verda<strong>de</strong>ira fotografia.<br />
A partir do segundo semestre, a crise foi<br />
arrefecendo e já se sente no ar, neste início<br />
<strong>de</strong> <strong>2018</strong>, uma suave brisa <strong>de</strong> recuperação.<br />
Parcela expressiva dos que mergulharam<br />
<strong>de</strong> cabeça na <strong>de</strong>pressão em função da crise<br />
e nos últimos três anos, conseguirão superar<br />
e voltar a uma situação <strong>de</strong> normalida<strong>de</strong>.<br />
Outros tantos, no entanto, carregarão<br />
consigo e para sempre o hábito <strong>de</strong> medicar-<br />
-se com regularida<strong>de</strong>. Segundo a OMS (Organização<br />
Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>), a <strong>de</strong>pressão<br />
afeta hoje 4,4% da população mundial. No<br />
Brasil, a taxa é <strong>de</strong> 5,8%. Mas on<strong>de</strong> os brasileiros<br />
são campeões absolutos é nas taxas<br />
<strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>: 9,3% da população, em menor<br />
ou maior intensida<strong>de</strong>, é ansiosa! Não é<br />
à toa, portanto, que os principais fundos e<br />
gestores <strong>de</strong> investimentos continuam <strong>de</strong><br />
olho no negócio <strong>de</strong> farmácias em nosso<br />
país. O crescimento e a prosperida<strong>de</strong>, nos<br />
anos da crise que agora começa a se dissipar<br />
foi, simplesmente, espetacular.<br />
Segundo dados divulgados pela Abrafarma<br />
– associação que reúne as principais<br />
(52) re<strong>de</strong>s varejistas <strong>de</strong> medicamento<br />
em nosso país –, poucas vezes, em<br />
toda a história do negócio <strong>de</strong> farmácias,<br />
registrou-se crescimento tão consistente<br />
e expressivo como o dos anos da crise –<br />
2015 a 2017. O faturamento das chamadas<br />
gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s saltou nesse período <strong>de</strong> três<br />
anos <strong>de</strong> R$ 34 para R$ 43 bilhões. O número<br />
<strong>de</strong> farmácias <strong>de</strong>ssas re<strong>de</strong>s foi <strong>de</strong> 5.274<br />
para 7.083. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> empregados,<br />
<strong>de</strong> 100 mil para 118 mil.<br />
Segundo os dirigentes do negócio <strong>de</strong><br />
farmácias, além <strong>de</strong> uma procura maior por<br />
anti<strong>de</strong>pressivos e ansiolíticos, as mudanças<br />
procedidas no mix <strong>de</strong> produtos das farmácias,<br />
principalmente nas metrópoles e<br />
gran<strong>de</strong>s centros urbanos, fez e continua fazendo<br />
com que as pessoas <strong>de</strong>ixem <strong>de</strong> comprar<br />
produtos <strong>de</strong> beleza e cosméticos em<br />
supermercados, e transfiram essas compras<br />
para as farmácias. Até no tocante a bebidas<br />
e alimentos específicos, as farmácias<br />
começam a roubar vendas dos supermercados.<br />
E, ainda, a gran<strong>de</strong> revolução nas farmácias,<br />
enquanto ponto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, mais do<br />
que <strong>de</strong> venda <strong>de</strong> remédios, em curso, não<br />
começou. Mas, está a caminho...<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
38 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
curtas<br />
Nota: A colunista do Arena do Esporte,<br />
Danúbia Paraizo, está em férias<br />
Publicis Groupe teve<br />
crescimento orgânico<br />
<strong>de</strong> 0,8% em 2017<br />
Alê Oliveira<br />
O Publicis Groupe anunciou seus resultados<br />
anuais, no último dia 8. O crescimento<br />
orgânico <strong>de</strong> 0,8% para 2017, <strong>de</strong> acordo<br />
com a empresa, foi resultado penalizado<br />
pelas perdas <strong>de</strong> contas <strong>de</strong> 2016 e pela reestruturação<br />
na SapientRazorfish.<br />
A receita consolidada do Publicis Groupe<br />
em 2017 foi 9,69 bilhões <strong>de</strong> euros (cerca<br />
<strong>de</strong> R$ 39,17 bilhões), uma queda <strong>de</strong> 0,4%<br />
em relação ao ano anterior.<br />
“Apesar <strong>de</strong> um contexto geral difícil e<br />
<strong>de</strong> o grupo estar em meio a sua transformação,<br />
a qualida<strong>de</strong> dos nossos resultados<br />
<strong>de</strong>monstra a força do Publicis Groupe e a<br />
nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação às profundas<br />
mudanças que afetam nossa indústria.<br />
O grupo está mais forte do que estava há<br />
um ano”, afirmou o chairman e presi<strong>de</strong>nte<br />
Arthur Sadoun.<br />
Arthur Sadoun, presi<strong>de</strong>nte do Grupo Publicis: “O grupo está mais forte do que estava há um ano”<br />
JWT PuLa caRnaVaL cOM aMSTeL BRaSiLeiROS cRiaM PaRa Ti<strong>de</strong> TeSLa Manda caRRO a MaRTe<br />
Sala <strong>de</strong> reunião vira camarote <strong>de</strong> festa<br />
A J. Walter Thompson realizou no<br />
último dia 8, na se<strong>de</strong> da agência, em São<br />
Paulo, uma festa <strong>de</strong> carnaval, com parceria<br />
da avon e da Amstel, que são clientes<br />
da agência. Pelo segundo ano consecutivo,<br />
o Bloco confraria do Pasmado animou o<br />
evento. Segundo a agência, duas salas <strong>de</strong><br />
reunião foram transformadas em camarim,<br />
on<strong>de</strong> maquiadores fizeram o look da galera<br />
com os produtos da empresa <strong>de</strong> venda<br />
direta <strong>de</strong> cosméticos. A folia foi regada à<br />
cerveja Amstel. Além <strong>de</strong> reunir colaboradores<br />
e convidados para a folia do Rei<br />
Momo, o Carnaval da Thompson também<br />
atraiu a vizinhança do bairro do Paraíso,<br />
on<strong>de</strong> fica localizada.<br />
Dois brasileiros estão na ficha técnica<br />
da campanha <strong>de</strong> Ti<strong>de</strong>, eleita pela Adweek<br />
a melhor do Super Bowl. Os criativos Kiko<br />
Mattoso e Rafael Segri, da Saatchi & Saatchi<br />
NY, são do time que criou a campanha<br />
com quatro filmes. “É um reconhecimento<br />
supercobiçado que vai para o melhor filme<br />
<strong>de</strong> todo o Super Bowl. Competimos com<br />
as melhores agências dos Estados Unidos<br />
e vencemos. Ter dois brasileiros participando<br />
<strong>de</strong>sse momento tão grandioso é<br />
realmente algo incrível para todo mundo<br />
que trabalha em propaganda se orgulhar”,<br />
disse Mattoso.<br />
LOV é agência <strong>de</strong> niVea<br />
A Nivea anunciou que a LOV é sua nova<br />
agência digital. A empresa, que faz parte<br />
do grupo DAN (Dentsu Aegis Network),<br />
conquistou a conta após concorrência.<br />
“Com o avanço da relevância do digital,<br />
crescem nossas ambições <strong>de</strong> inovação e <strong>de</strong><br />
li<strong>de</strong>rar a transformação da companhia e do<br />
nosso mercado. Por isso, estamos muito<br />
confiantes e felizes com a nossa escolha.<br />
Estamos ansiosos para os próximos passos<br />
<strong>de</strong>ssa parceria”, fala Andréa Bó, diretora <strong>de</strong><br />
marketing da Nivea.<br />
Manequim a bordo do Tesla Roadster<br />
Quem consi<strong>de</strong>ra a Tesla apenas uma<br />
empresa que fabrica automóveis está longe<br />
<strong>de</strong> enxergar o projeto <strong>de</strong> elon Musk, dono<br />
da empresa. No último dia 7, um Tesla<br />
Roadster foi lançado da mesma plataforma<br />
que lançou o homem à lua há 45 anos, no<br />
cabo canaveral, na Flórida, rumo à órbita<br />
<strong>de</strong> Marte <strong>de</strong>ntro do foguete Falcon Heavy,<br />
fabricado pela Space X, outro empreendimento<br />
<strong>de</strong> Musk. O carro, não tripulado,<br />
tem um manequim vestido com um traje<br />
especial, chegará a 400 milhões <strong>de</strong> quilômetros<br />
da Terra, viajando a 11 km/s, e<br />
levará seis meses para chegar à órbita do<br />
planeta, on<strong>de</strong> permanecerá por tempo<br />
in<strong>de</strong>terminado.<br />
Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo Macedo,<br />
Alê Oliveira (Fotografia)<br />
Editoras-assistentes: Cristiane<br />
Marsola e Mariana Zirondi<br />
Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP),<br />
Danúbia Paraizo (SP), Jéssica Oliveira (SP),<br />
Claudia Penteado (RJ)<br />
Editor <strong>de</strong> Arte: Adu nias Bis po da Luz<br />
Assistente <strong>de</strong> Arte: Lucas Boccatto<br />
Revisor: José Carlos Boanerges<br />
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as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />
opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 39
supercenas<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
A Avon ampliou seu elenco <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>s com a contratação da atriz Paolla Oliveira para ser a estrela da linha <strong>de</strong> batons Epic, que tem campanha da J. Walter Thompson produzida pela Zoha<br />
IMAGEM<br />
A atriz Paolla Oliveira se junta a Karol Conká, Pabllo Vittar, Iza, Mel<br />
Gonçalves, Mari Mello, Mc Carol e Bruna Linzmeyer no time <strong>de</strong> celebrida<strong>de</strong>s<br />
que a Avon utiliza na sua comunicação comercial. Ela<br />
foi escolhida para ser o rosto da linha <strong>de</strong> batons Epic. O primeiro<br />
comercial com sua imagem já está no ar e tem a assinatura da J.<br />
Walter Thompson. A produção é da Zohar, com direção <strong>de</strong> Marcos<br />
Mello Cavallaria. “Paolla é uma mulher forte e <strong>de</strong>terminada,<br />
que <strong>de</strong>testa que lhe imponham limites. É sobre isso que ela fala na<br />
primeira campanha”, explica a executiva Marise Barroso, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> Avon. Paolla também será capa dos catálogos<br />
<strong>de</strong> venda da marca e <strong>de</strong> ativações em mídias online e offline.<br />
BACH<br />
Coprodução alemã e brasileira por meio da Conspiração Filmes,<br />
NFP, ForSeeSense e Miravista, o longa Filhos <strong>de</strong> Bach vai<br />
ser exibido nas TVs brasileiras e será disponibilizado pelo sistema<br />
VOD neste ano. O filme ficou em cartaz durante cinco<br />
meses na Alemanha em 2016 e foi a maior bilheteria do país.<br />
No Brasil entrou em circuito em julho <strong>de</strong> 2017, com distribuição<br />
da Buena Vista. Com locações em Ouro Preto, no Brasil,<br />
e nas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Hamburgo e Buckeburgo, na Alemanha, a<br />
produção traz no elenco a alemã Franziska Walser (O Quinto<br />
Po<strong>de</strong>r), Edgar Selge e nomes brasileiros como Stepan Nercessian,<br />
Thais Garayp e Marília Gabriela. O roteiro é a história <strong>de</strong><br />
um professor que teve uma partitura <strong>de</strong> Bach como herança,<br />
mas, para recebê-la, terá <strong>de</strong> buscá-la em Ouro Preto, on<strong>de</strong><br />
passa a dar aulas <strong>de</strong> música.<br />
Sucesso <strong>de</strong> bilheteria na Alemanha, Filhos <strong>de</strong> Bach chega às TVs abertas no Brasil este ano; elenco te<br />
40 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
O premiado Fabio Seidl estará no júri do New York Festivals, que se reúne em março<br />
EFETIVIDADE<br />
O brasileiro Fabio Seidl, ECD da<br />
VML <strong>de</strong> Nova York, vai integrar<br />
o júri da competição Creative<br />
Effectiveness do New York Festivals.<br />
O julgamento será em<br />
março e a festa <strong>de</strong> premiação<br />
no dia 17 <strong>de</strong> maio, no espaço<br />
Lincoln Center. “Eu chamo essa<br />
categoria <strong>de</strong> melhor dos dois<br />
mundos. São os trabalhos que,<br />
além <strong>de</strong> extremamente criativos<br />
e inovadores, precisam ter<br />
um resultado surpreen<strong>de</strong>nte<br />
para as marcas”, afirma Seidl.<br />
“Esse <strong>de</strong>ve ser a mais internacional<br />
<strong>de</strong> todas as edições do<br />
festival, o que é ótimo para a<br />
cida<strong>de</strong> que, por natureza, já é a<br />
mais cosmopolita do mundo”,<br />
acrescentou.<br />
DESEMPENHO<br />
As re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> farmácias<br />
Ultra Popular, Super<br />
Popular e Maxi Popular,<br />
da holding Farmarcas,<br />
tiveram crescimento <strong>de</strong><br />
67,91%, com faturamento<br />
<strong>de</strong> R$ 1,1 bilhão.<br />
ONLINE<br />
Segundo dados da<br />
ABComm (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Comércio<br />
Eletrônico), o e-commerce<br />
faturou R$ 59,9 bi em<br />
2017, uma elevação <strong>de</strong><br />
<strong>12</strong>% sobre 2016.<br />
r e dirigida por Marcos Mello Cavallaria<br />
CRÉDITO<br />
O financiamento para a<br />
compra <strong>de</strong> automóveis<br />
teve alta <strong>de</strong> 22,9% em<br />
2017. Foram R$ 101,1<br />
bilhões liberados pelo<br />
sistema financeiro.<br />
m Marília Gabriella e Stepan Nercessian<br />
Fabiana Bruno e Ellen Jabour, estrela do <strong>de</strong>sfile do bloco carnavalesco Casa Comigo<br />
COMPASSO<br />
A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo a<strong>de</strong>riu <strong>de</strong>finitivamente ao Carnaval <strong>de</strong><br />
rua. E seus blocos estão fazendo bonito. Um dos mais animados<br />
é o Casa Comigo, que teve seu <strong>de</strong>sfile orientado pelo tema<br />
Hater, eu te amo, na Av. Briga<strong>de</strong>iro Faria Lima. A agência Suba,<br />
<strong>de</strong> Marcelo Torma e Fabiana Bruno, faz a gestão <strong>de</strong> negócios<br />
do bloco, que tem como musa a mo<strong>de</strong>lo e apresentadora Ellen<br />
Jabour. A cerveja Amstel fez ativações e a grife Enfim lançou a<br />
campanha Menos mimimi e mais Alalaô. Em um dos carros, com<br />
o mote #subajunto, a consultoria estratégica reuniu os convidados<br />
VIPs da agremiação. “A ação #subajunto e Casa Comigo foi<br />
um piloto <strong>de</strong> negócio para o bloco; nosso plano é <strong>de</strong>senvolver<br />
estratégias <strong>de</strong> conteúdo para marcas nos próximos anos”, explicaram<br />
Torma e Fabiana.<br />
LEITURA<br />
Pedro Herz, fundador<br />
da Livraria Cultura e<br />
controlador da Fnac no<br />
Brasil, disse no Li<strong>de</strong>com<br />
<strong>2018</strong> que lamenta a<br />
redução do número <strong>de</strong><br />
leitores no país.<br />
BITCOIM<br />
Além da <strong>de</strong>svalorização<br />
financeira, a moeda<br />
virtual enfrenta<br />
problemas regulatórios<br />
em países como a<br />
China e <strong>de</strong> advogados<br />
do tra<strong>de</strong> bancário. A<br />
criptorevolução está<br />
em xeque?<br />
VÍDEO<br />
Clubes não querem pagar<br />
juiz <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o. A rica CBF<br />
não tem a grana para<br />
bancar o projeto?<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 41
última página<br />
saravuth-photohut/iStock<br />
a falta que o<br />
Julio me fez<br />
Stalimir Vieira<br />
Alguns anos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter sido contratado<br />
pela DPZ, em 1981, recebi um convite<br />
para trabalhar na Talent. Como estava<br />
muito feliz, ao lado do Petit, do Zara, do<br />
Roberto, do Washington, do Neil e <strong>de</strong> tantas<br />
outras estrelas daquela constelação <strong>de</strong><br />
criativos, preferi ficar.<br />
Hoje, voltando o pensamento para aquele<br />
momento, me ocorre que não foi só por<br />
isso que <strong>de</strong>ixei <strong>de</strong> ir.<br />
Não fui porque a Talent era uma agência<br />
ambígua na percepção <strong>de</strong> um “criativo<br />
típico” dos anos 1980. Explico (ou tento<br />
explicar): vivíamos o apogeu da autossuficiência<br />
criativa. Funcionava<br />
mais ou menos assim: você<br />
estava numa reunião <strong>de</strong> que<br />
participavam profissionais do<br />
marketing do cliente e o atendimento<br />
da agência. Discutia-se<br />
assunto intrincado, que vinha<br />
tirando o sono <strong>de</strong> todos. Você<br />
escutava aquilo tudo e, <strong>de</strong> repente,<br />
falava uma frase, uma<br />
única frase, que <strong>de</strong>satava todo<br />
aquele nó.<br />
Um repente, uma intuição, uma sacada.<br />
Zero <strong>de</strong> empirismo. Distensionava o ambiente<br />
e você era aclamado herói daquela<br />
gente, inclusive por dar uma sobrevida a<br />
seus empregos. O oposto disso era a burocracia,<br />
o chamado by the book. Que nada<br />
mais era do que seguir regras, confinando<br />
soluções criativas a equações <strong>de</strong> planejamento.<br />
As coisas eram realizadas <strong>de</strong>sse<br />
jeito, principalmente nas agências norte-<br />
-americanas que, no melhor estilo do projeto<br />
USAID ensinando nativos a escovar os<br />
<strong>de</strong>ntes, mandava cartilhas com regras <strong>de</strong><br />
como fazer as coisas direito em suas sucursais<br />
brasileiras.<br />
Como <strong>de</strong>tinham contas alinhadas, aquilo<br />
<strong>de</strong>sse ou não os resultados <strong>de</strong>sejados, o<br />
máximo do “castigo” a que a agência estava<br />
sujeita era ter <strong>de</strong> trocar algum executivo,<br />
às vezes vindo um gringo para “corrigir” os<br />
erros do brasileiro. Um ambiente, portanto,<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s limitações para a vaida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />
criativo genuíno daqueles tempos.<br />
O redator e o diretor <strong>de</strong> arte que viviam<br />
o privilégio <strong>de</strong> trabalhar numa agência<br />
como a DPZ (se é que na época havia alguma<br />
agência “como a DPZ” senão a própria<br />
DPZ) olhava o entorno e não se sentia seguro<br />
para <strong>de</strong>ixar aquele lugar encantado.<br />
Suponho que essa síndrome tenha me<br />
acometido diante do convite da Talent.<br />
Pior: na Talent, a estrela era o<br />
“pu<strong>de</strong>sse<br />
voltar<br />
no tempo,<br />
aceitaria o<br />
convite da<br />
talent”<br />
cara do planejamento. Alguém<br />
que conseguira libertar o planejamento<br />
da gaiola <strong>de</strong> uma cartilha<br />
gringa.<br />
Era um fenômeno. Um pioneiro.<br />
Pois não sendo, como nós,<br />
brilhantes sacadores <strong>de</strong> mensagens<br />
emocionantes na ponta,<br />
nem um chato cagador <strong>de</strong> regras<br />
escritas pelos outros fazendo um meio <strong>de</strong><br />
campo empatador, se constituía, <strong>de</strong> fato,<br />
num criativo autêntico, quebrando padrões<br />
e apontando soluções <strong>de</strong> precisão cirúrgica<br />
no planejamento. Um guia confiável para a<br />
criação. Mas como um guia confiável para<br />
a criação que não era do “<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong><br />
criação”? É isso o que se chama <strong>de</strong> excepcionalida<strong>de</strong>.<br />
Eu não soube lidar com isso. Embora tenha<br />
na DPZ uma escola insubstituível, pu<strong>de</strong>sse<br />
voltar no tempo me <strong>de</strong>ixaria levar<br />
pelo profundo respeito pelo Julio, aceitaria<br />
o convite da Talent e exerceria com feliz humilda<strong>de</strong><br />
a subordinação à sua inteligência.<br />
Sim, me faltou o Julio Ribeiro no currículo.<br />
Stalimir Vieira é diretor da Base Marketing<br />
stalimircom@gmail.com<br />
42 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
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