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Gestão Hospitalar N.º8 1984

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<strong>Gestão</strong><br />

por oQjectivos<br />

com cada um dos directores médicos<br />

dos serviços da Área, de molde<br />

a formarem uma equipa e a que a<br />

tomada de decisões que afectem<br />

cada um dos serviços seja solidária.<br />

Cada um dos m~mbros da equipa<br />

de gestão de Area possui funções<br />

atribuídas quer a título individual<br />

quer a título colegial, devendo,<br />

tanto umas como outras, encontrar-se<br />

claramente definidas.<br />

Esta definição, juntamente com a<br />

existência de boas relações entre<br />

os componentes das equipas<br />

foram factores vitais para o funcionamento<br />

do sistema:<br />

- Funções pessoais: Organização,<br />

sup~rvisão e controlo de pessoal<br />

da Area directamente sob a<br />

sua dependência.<br />

- Funções colegiais: Participação<br />

na definição dos objectivos,<br />

seu seguimento e controlo, através<br />

do controlo orçamental.<br />

C - EVOLUÇÃO DA DPO<br />

APLICADA NO HSCSP<br />

O Hospital não é alheio ao crescimento<br />

dos gastos com a assistência.<br />

O nosso, tal como os outros,<br />

sofreu um aumento crescente<br />

da procura e o desejo ilimitado de<br />

financiamento, pelo contrário, foi e<br />

continua · a ser limitado.<br />

O sistema de financiamento do<br />

hospital baseou-se, até 1983, no<br />

pagamento ao acto. Foi por isso<br />

que, desde a implementação do<br />

sistema DPO, o modelo de gestão<br />

se baseia no controlo orçamental<br />

em grande escala, adaptando os<br />

objectivos à necessidade de reduzir<br />

os gastos e de aumentar o<br />

volume de receitas, através do<br />

aumento de actividade, permitindo<br />

o reinvestimento para se poder<br />

continuar a desenvolver uma medicina<br />

de alto nível.<br />

1978-79<br />

- Autonomia de gestão para dois<br />

28<br />

laboratórios (Serviços Centrais):<br />

Bioquímica e Hematologia. Objectivo:<br />

reduzir as despesas nos<br />

centros de custo mais importantes<br />

do hospital e implementação<br />

do sistema de estímulos (gratificações).<br />

1980<br />

- Extensão do sistema de autonomia<br />

orçamental/estímulos aos<br />

restantes laboratórios, Serviço de<br />

Reanimação e Cuidados Intensivos<br />

e aos Blocos Operatórios Centrais,<br />

prosseguindo, simultaneamente, a<br />

política de contenção de gastos.<br />

1981<br />

- Sistema de gratificação (estímulos)<br />

para o pessoal médico dos<br />

serviços . de internamento e ambulatórios,<br />

tendo por objectivo aumentar<br />

a produtividade assistencial<br />

do hospital e, por consequência,<br />

aumentar o volume de receitas,<br />

facilitando, ao mesmo tempo,<br />

a política de investimento (apesar<br />

de prosseguir a política de contenção<br />

de gastos iniciada nos anos<br />

anteriores).<br />

1982<br />

- Extensão do sistema de estí-<br />

11'.lUlos ao pessoal de enfermagem<br />

e administrativo dos serviços de<br />

internamento e ambulatório.<br />

1983<br />

- Introdução de parâmetros de<br />

qualidade no sistema de estímulos<br />

e extensão desse sistema aos serviços<br />

para-assistenciais.<br />

D - MÉTODO DE FINANCIA­<br />

MENTO<br />

Antes de se passar à exposição<br />

das técnicas utilizadas na definição<br />

de objectivos, serão comentados<br />

alguns dados gerais:<br />

a) Espaço e Nível - Hospital<br />

Geral<br />

b) Estrutura Jurídica - Instituição<br />

privada de beneficência com a participação<br />

de instituições oficiais no<br />

seu Conselho de Administração<br />

(Governo Autónomo da Catalunha,<br />

Autarquia e Igreja).<br />

c) Clientela - Convenção com o<br />

Instituto Catalão de Saúde, representando<br />

90°/o das receitas.<br />

d) Indicadores de Actividade<br />

(1983):<br />

- Número de camas (total) 907<br />

- Urgência..................... 32<br />

- Medicina..................... 469<br />

- Cirurgia....................... 406<br />

- Dias de Internamento .... 283 152<br />

- N.º especialidades médicas 46<br />

- Blocos Operatórios .. .. ... 5<br />

- N. ºSalas de operação... 15<br />

- Salas de Partos............. 3<br />

- Serviços de Urgência.... 3<br />

- Serviços Laboratoriais . 7<br />

e) Indicadores Económicos<br />

(1983):<br />

- Despesas de exploração ... 6952milhões ptas<br />

- Despesas com pessoal ..... 4993"<br />

11<br />

(68%)<br />

- Despesas com consumos 1959"<br />

11<br />

(27%)<br />

-Amortizações e Reintegrações 355" " ( 5%)<br />

- Gastos com investimentos 589" "<br />

f) Indicadores de Pessoal (1983):<br />

- Total de funcionários ......... 2 502<br />

- Médicos............................ 498<br />

- Enfermagem..................... 1 361<br />

-Administrativos e outros.... 299<br />

- Serviços Gerais ... .. ..... .. .. .. 344<br />

O actual organograma tem três<br />

direcções dependentes da Direcção-Geral;<br />

Medicina (pessoal Médico),<br />

Pessoal de Enfermagem e<br />

Administração e esta estrutura repete-se<br />

a. nível das Áreas: Chefe<br />

de Serviço, Chefe da área de enfermagem,<br />

Chefe da área administrativa<br />

(cf. Figura 1 ).<br />

A nível da Direcção do Hospital,<br />

a equipa que gere os orçamentos é<br />

composta pelo Director-Geral e os<br />

três directores seguintes: Médico,<br />

enfermeio e administrativo. Ao nível<br />

de serviço, a sua equipa dirigente,<br />

responsável pela gestão do<br />

orçamento, é composta pelo Director<br />

do Serviço, pelo enfermeiro-<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. 0<br />

a<br />

..<br />

-chefe e pelo chefe da área administrativa<br />

a que pertence o serviço.<br />

Mais adiante detalharemos a<br />

forma como são elaborados os<br />

orçamentos por serviço e como se<br />

efectua o seu controlo.<br />

E. DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS<br />

Situando-se no último trimestre<br />

de um ano, começam a ser definidos<br />

pela Direcção-Geral, os objectivos<br />

gerais da instituição quanto à<br />

actividade, ao nível qualitativo e<br />

aos resultados económicos esperados.<br />

São os objectivos a prosseguir<br />

no exercício seguinte. Simultaneamente<br />

a estas directivas,<br />

elabora-se um primeiro orçamento<br />

previsional e global.<br />

A política e os objectivos colhidos<br />

neste orçamento global devem<br />

ser extrapolados para os diferentes<br />

centros de produção e de custo<br />

que constituem o hospital. Para tal,<br />

diversas reuniões, nas quais participam<br />

a Direcção do hospital e a<br />

direcção de cada um dos serviços,<br />

tem lugar durante todo o último<br />

trimestre, a fim de serem fixados os<br />

objectivos que serão escolhidos no<br />

quadro da política global do hospital.<br />

Para definir tais objectivos e o<br />

orçamento de cada serviço, utilizam-se<br />

os dados seguintes:<br />

a) Percentagem de distribuição<br />

de tempos médicos (cf. Figura 2);<br />

b) Cálculo dos tempos médicos<br />

disponíveis para diferentes tipos de<br />

actividade;<br />

e) Ratios de tempos médicos<br />

por acto médico;<br />

d) Cálculo das horas ocupadas<br />

pela actividade assistencial;<br />

e) Definição específica dos objectivos<br />

do serviço;<br />

f) Sistema de estímulos.<br />

a) A Direcção define as percentagens<br />

de tempo consagrado por<br />

cada categoria do pessoal médico<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />

a cada um dos grupos de actividade:<br />

- Assistência<br />

-Direcção<br />

- Ensino e Investigação<br />

- Formação<br />

Estas percentagens são idênticas<br />

para todos os serviços.<br />

b) Seguidamente, calcula-se o<br />

tempo médico disponível nos diferentes<br />

grupos de actividade,<br />

tendo em conta o pessoal existente<br />

no serviço, as diferentes categorias<br />

e orientações e as percentagens<br />

de distribuição citadas em a).<br />

e) Uma vez calculados os tempos<br />

médicos disponíveis para a<br />

actividade assistencial, definem-se<br />

os «standards» de tempo médico<br />

por acto médico, baseando-se em<br />

dados históricos e estatísticos, nas<br />

listas de programação de consultas<br />

e exames, na bibliografia existente,<br />

nas comparações entre os serviços<br />

e, evidentemente, trocando impressões<br />

com os directores dos serviços.<br />

Dispomos, então, de referência<br />

para cada uma das actividades e<br />

para cada uma das valências do<br />

hospital:<br />

- Primeiras consultas<br />

- Consultas subsequentes<br />

- Tratamentos<br />

-Exames<br />

- Consultas intra-hospitalares<br />

- Intervenções cirúrgicas: anestesia<br />

local I anestesia geral<br />

- Internamentos.<br />

d) Em função do tempo médico<br />

disponível para cada actividade assistencial<br />

e dos «standards» dos<br />

tempos médicos por acto são calculadas<br />

as horas requeridas para a<br />

assistência, com referência à actividade<br />

do ano anterior.<br />

Os objectivos de actividade são<br />

estabelecidas com base na comparação<br />

entre horas disponíveis e<br />

horas ocupadas.<br />

e) Os objectivos de actividade e<br />

de pessoal são, então, concretizados:<br />

- Para o pessoal médico, em<br />

função dos objectivos de actividade<br />

(produtividade) e I ou dos projectos<br />

previstos pelo serviço, tendo e.m<br />

conta a ocupação do tempo determinado<br />

para a assistência.<br />

- O pessoal de enfermagem e<br />

administrativo é estudado e analisado<br />

previamente, globalmente e<br />

separadamente com as direcções<br />

respectivas, comparando as dotações<br />

das diferentes valências e o<br />

ratio desejável em cada uma delas.<br />

Assim, no decorrer de reuniões, e<br />

após discussão se foi caso disso,<br />

os projectos do serviço para o<br />

exercício seguinte são concretizados.<br />

Por último, o serviço apresenta<br />

as suas necessidades em instalações<br />

e equipamento.<br />

- Obras e instalações: - de con- .<br />

servação - de beneficiação<br />

- Equipamentos e mobiliário: -<br />

de substituição - por amortização<br />

completa. - Por absolescência técnica.<br />

~ De inovação: - Introdução<br />

de novas técnicas - Melhoria das já<br />

existentes.<br />

Estas necessidades são previamente<br />

avaliadas pelos serviços de<br />

compras e I ou de instalações e<br />

equipamento do hospital, especificando-se<br />

se a sua aquisição imporá<br />

o aumento das dotações em<br />

pessoal, permitirá aumentar ou diminuir<br />

a produtividade, etc.<br />

Este é o único aspecto que fica<br />

sujeito a análise posterior pela<br />

Direcção-Geral, e sendo fixado<br />

numa segunda fase, quando o serviço<br />

é notificado, por escrito, dos<br />

seus objectivos para o ano seguinte<br />

(Produtividade - Pessoal.<br />

Investimento - Resultado económico<br />

esperado ou Conta de Exploração).<br />

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