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Revista Curinga Edição 20

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

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O personagem perpassa os anos e sempre despertou<br />

o interesse e fascínio do público. Criado em<br />

1940 por Bill Finger e Bob Kane, o <strong>Curinga</strong> esteve<br />

inicialmente presente nos quadrinhos da série<br />

e depois migrou para as telas de televisão e posteriormente<br />

para as de cinema, onde foi interpretado<br />

por atores como Jack Nicholson (Batman, 1989) e<br />

Heath Ledger (Batman - O Cavaleiro das Trevas,<br />

<strong>20</strong>08). Dos vilões de Batman, ele é o que mais está<br />

presente nas telas de cinema - em oito filmes da<br />

saga, aparece em quatro e é citado em outros dois.<br />

Como se não bastasse, os longas estrelados pelo vilão<br />

em 1989 e <strong>20</strong>08 estão no top três em bilheteria<br />

dos filmes do super-herói. (Fonte: Forbes).<br />

Seu perfil psicológico aterrorizante e fora dos<br />

padrões da normalidade talvez seja explicado pelos<br />

acontecimentos na sua infância. Segundo seus<br />

criadores, ele foi uma criança solitária, que teve que<br />

conviver com frequentes abusos dentro de casa e<br />

a forte rejeição entre seus colegas de escola, que o<br />

consideravam fora dos padrões. Tais fatores ajudam<br />

a explicar a grande admiração que o <strong>Curinga</strong> provoca<br />

em seus fãs: “ele é um dos principais responsáveis<br />

por eu ter me tornado tão fã do Batman e do<br />

universo dos quadrinhos”, pontua Monteiro.<br />

Segundo Mônica de Faria, Doutora em Comunicação<br />

Social (PUC-RS), “o <strong>Curinga</strong> não tem nenhum<br />

desejo de poder ou vingança. Ele apenas se<br />

diverte com as consequências de pânico e terror<br />

que suas ações causam: o simples ato de ver o circo<br />

pegando fogo”, explica. O vilão se delicia com seus<br />

feitos, sendo então, uma possibilidade de felicidade<br />

própria fazer o que é considerado mal. “O <strong>Curinga</strong><br />

não tem moral, e isso desde as visões antigas de<br />

Sócrates e Platão é considerado um mal, pois não<br />

age para o bem viver”, completa.<br />

Os pecados por trás dos vilões também são capazes<br />

de nos atrair? A avareza, inveja, vaidade e luxúria<br />

são facilmente encontradas não só no vilão do<br />

Batman, mas em todos os protagonistas do mal. A<br />

fissura pelo dinheiro, o desejo por tudo que o rival<br />

tem e consegue, a soberba e o forte apego pela corrupção<br />

de costumes, são pecados encontrados em<br />

nossa sociedade e capazes de despertar os nossos<br />

mais obscuros desejos. São nos vilões, que tentamos<br />

justificar nossa atração pelo proibido e também<br />

buscamos explicações para que essas vontades<br />

não sejam tão reprimidas pelas pessoas e, porque<br />

não, por nós mesmos. Nossa atração pelos pecados<br />

se explica em nossos malvados favoritos.

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