Revista SECOVIRIO - 102
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Entre mármores, pinturas<br />
e dourados<br />
E, para trazer um pouquinho do passeio para<br />
as páginas da revista, a equipe de reportagem<br />
do Secovi Rio participou da visita guiada.<br />
Fomos conduzidos pelo jovem historiador<br />
Jefferson Medeiros, de 27 anos, que, desde<br />
novembro de 2015, não apenas leva grupos de<br />
visitantes pelos corredores e salas, mas<br />
também realiza uma viagem ao passado.<br />
O passeio se inicia no salão Assyrio. Dividido<br />
em dois planos, o espaço é revestido em<br />
cerâmica esmaltada e é inspirado na antiga<br />
Babilônia. Lá estão mosaicos feitos por Gian<br />
Domenico Facchina, duas fontes e espelhos<br />
em bronze antigo. As colunas são adornadas<br />
com imagens de touros, e as principais, que<br />
separam os níveis, são figuras mitológicas<br />
assírias conhecidas como “lamassu”, que<br />
acreditavam servir como proteção contra<br />
forças demoníacas.<br />
A sala de espetáculos é uma parada<br />
obrigatória. Qualquer pessoa que já tenha<br />
assistido a alguma obra no Municipal conhece o<br />
local, mas, durante a visita, o clima é diferente.<br />
O palco deixa de ser o centro das atenções, e,<br />
enquanto a produção trabalha organizando<br />
cenário e iluminação, dessa vez, os olhares se<br />
viram para o alto. “O melhor conselho que<br />
posso dar é: observem o máximo que for<br />
possível e escorram os corpos pelas cadeiras<br />
para não causar dor no pescoço”, orienta<br />
Jefferson.<br />
Se durante os eventos o teto passa<br />
despercebido, agora é a estrela. Todos se<br />
encantam pela pintura “A Dança das Horas”, do<br />
ítalo-brasileiro Eliseu Visconti, que envolve o<br />
grande lustre de cristal. O artista também é<br />
autor de outras obras espalhadas pelo teatro: o<br />
painel sobre o proscênio (“As Nove Musas<br />
Recebem as Ondas Sonoras”); o pano de boca<br />
(“A Influência das Artes na Civilização”),<br />
considerado a maior tela do Brasil; as pinturas<br />
do teto e laterais do foyer do balcão nobre; e o<br />
painel do teto do camarote do governador. Tal<br />
painel, sem assinatura, só foi atribuído ao pintor<br />
este ano. O fato foi comprovado por meio de<br />
cartas trocadas entre ele e o então diretor do<br />
Municipal, Roberto Doyle Maia.<br />
Em seguida, passamos pelo Hall dos Bustos,<br />
onde, como o próprio nome diz, estão obras<br />
que representam importantes figuras na<br />
história do Municipal: Pereira Passos, prefeito<br />
que iniciou a construção do teatro; Francisco<br />
de Souza Aguiar, prefeito que inaugurou a<br />
casa; e Arthur Azevedo, ator, irmão do escritor<br />
Aluísio de Azevedo, que era um entusiasta da<br />
criação do Municipal. E há também duas<br />
homenagens póstumas que não estão<br />
diretamente relacionadas à história do lugar:<br />
são imagens do ator João Caetano e do<br />
maestro e compositor Carlos Gomes.<br />
A obra de Eliseu Visconti, “A Dança das Horas”, envolve o lustre de cristal<br />
SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>102</strong> / 43