Revista SECOVIRIO - 102
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AH, O AMOR!<br />
Amanda Gama<br />
O amor não tem hora nem lugar. Muitas pessoas<br />
encontram o seu par na rua, no trabalho, na<br />
faculdade... Às vezes, precisam ir longe para isso.<br />
Outras vezes, nem tanto. Para alguns sortudos,<br />
pode estar mais perto do que se imagina, separado<br />
por uma janela, alguns andares ou apenas um<br />
corredor, e acontecer da maneira mais simples, com<br />
um esbarrão em uma área comum ou em um<br />
bate-papo no elevador.<br />
Foi assim que começou a história de amor do<br />
jornalista Silmar Batista, de 41 anos, e da agente de<br />
viagens Lúcia Sigolo, de 45, em um dia de jogo do<br />
Brasil na Copa do Mundo de Futebol de 2002. Após<br />
assistir à partida, ele saía para trabalhar quando o<br />
que poderia ser desagradável para muitos acabou<br />
tornando-se um agrado do destino. O elevador, em<br />
vez de descer, subiu. E quem entrou foi a vizinha do<br />
apartamento 41, que já havia atraído a atenção do<br />
jornalista.<br />
Em meio a uma tímida tentativa de conversa, ele lhe<br />
ofereceu uma carona e, para a sua alegria, ela<br />
aceitou ir até o metrô. Uma vitória para quem não via<br />
o interesse correspondido. “Consegui colocá-la<br />
dentro do carro. Foi um salto para quem não<br />
conseguia nem ao menos falar, né?”, brinca. Ao fim<br />
da viagem, Lúcia se despediu entregando seu<br />
cartão de visitas para que o vizinho entrasse em<br />
contato caso desejasse viajar. “Totalmente<br />
profissional”, explica Silmar, narrando sua decepção.<br />
Do outro lado da história, Lúcia diverte-se ao ouvir a<br />
versão do marido. “Não é assim como ele conta,<br />
dizendo que eu não estava nem aí. Não ia dar o meu<br />
cartão para qualquer pessoa”, esclarece. Na<br />
verdade, o movimento foi estratégico. “Você acaba<br />
de conhecer um homem, já vai entregando o seu<br />
cartão e falando ‘me liga’?!? Você tenta ser, no<br />
mínimo, um pouco mais discreta. E eu fui bastante,<br />
tanto que colou até hoje. Depois de 13 anos, Silmar<br />
ainda acha que eu estava só querendo que ele fosse<br />
viajar mesmo”, explica, aos risos.<br />
Arquivo pessoal<br />
SECOVI RIO / 2016 / nº <strong>102</strong> / 48