ProdutoraS Jornalista italiana comanda joint venture com a Sony Pictures no país Elisabetta Zenatti está à frente da Floresta Produções que, entre outros sucessos, produz o Shark Tank Brasil, que está na terceira temporada KELLY DORES A produtora-executiva Elisabetta Zenatti, diretora- -geral da Floresta Produções, tem uma história interessante, com vasta experiência no entretenimento e produção <strong>de</strong> TV. Italiana e jornalista <strong>de</strong> formação, a executiva passou toda sua trajetória profissional <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> produtoras e estúdios <strong>de</strong> televisão, primeiramente na Europa e <strong>de</strong>pois no Brasil. Há cerca <strong>de</strong> oito anos, está à frente da Floresta Produções, uma joint venture com a Sony Pictures Television. A produtora tem acesso exclusivo ao catálogo da Sony Pictures Entertainment, sendo que um dos programas <strong>de</strong> maior sucesso produzido pela Floresta é o Shark Tank Brasil, que está na terceira temporada, em exibição no Canal Sony. De acordo com ela, a Floresta produz cerca <strong>de</strong> 15 a 20 programas por ano, sendo que 50% são formatos internacionais e 50% originais. “A gente cria programas novos para os canais ou os canais nos pe<strong>de</strong>m para <strong>de</strong>senvolver algo sob encomenda, o que vem ocorrendo bastante também”, diz Elisabetta. A executiva <strong>de</strong>staca que o streaming é o gran<strong>de</strong> boom para as produções <strong>de</strong> entretenimento e ficção. “Revolucionou a nossa vida, porque é um jeito muito diferente <strong>de</strong> trabalhar. No streaming, o <strong>de</strong>safio é pensar premium sem se preocupar com orçamento”, ressalta. Com três produções em andamento, a Floresta está com mais <strong>de</strong> 200 pessoas na rua trabalhando. Segundo ela, os negócios estão aquecidos para a produtora. “No começo <strong>de</strong> <strong>setembro</strong>, a gente começa a gravar o Lady Night 3, estamos gravando De férias com o ex 3, Vai, Fernandinha e estamos em pré- -produção dos Meus Prêmios Nick, um evento que a gente faz todo ano”, conta Elisabetta. Elisabetta Zenatti: “O streaming revolucionou a nossa vida” A Floresta também tem um núcleo <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content, mas para Elisabetta esse é um negócio ainda muito embrionário. “O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios é ainda um pouco ‘vale tudo’. A gente tem os clientes, as marcas que nos brifam para levar i<strong>de</strong>ias pra eles. E temos as agências e os canais. Algumas vezes é a gente que junta todas essas pontas para a coisa andar. Não é um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio que está estabelecido no mercado. Ao mesmo tempo, a <strong>de</strong>manda é gran<strong>de</strong>. Todo mundo fala isso: ‘queremos sair dos 30 segundos. Queremos entrar no conteúdo’”, ressalta a executiva. Elisabetta conta que tem um diálogo muito constante com as TVs. Ela afirma que existem <strong>de</strong>terminadas datas em que sabe que as TVs, naturalmente, estão em busca <strong>de</strong> novida<strong>de</strong>s, apesar <strong>de</strong> que hoje o cenário é um pouco diferente, já que a gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> programação não é Divulgação “A gente criA progrAmAs novos pArA os cAnAis ou os cAnAis nos pe<strong>de</strong>m pArA <strong>de</strong>senvolver Algo sob encomendA, o que vem ocorrendo bAstAnte tAmbém” mais engessada. “Em março, temos as feiras, Cannes, on<strong>de</strong> eu, como ven<strong>de</strong>dora, faço uma apresentação mais formal. Esse momento presencial ainda é muito importante e é on<strong>de</strong> eu pessoalmente tenho <strong>de</strong> usar meu sócio, afinal Cannes é muita ostentação”. Elisabetta é do tipo que estuda on<strong>de</strong> estão os problemas ou fracassos <strong>de</strong> audiência das TVs para sugerir novos projetos. “Eu tenho um jeito <strong>de</strong> trabalhar que é um pouco diferente das outras produtoras. Eu já estive do outro lado. Cui<strong>de</strong>i <strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> televisão, então eu sei exatamente os problemas quando se tem uma gra<strong>de</strong> para preencher. Eu adoro programação. Então eu fico estudando a gra<strong>de</strong> dos outros e vejo on<strong>de</strong> eles têm um problema. Vou lá e dou o tiro certo”, conta. A Floresta produz tanto para TV aberta quanto para TV fechada. Segundo Elisabetta, um dos maiores problemas no Brasil é que o mercado se abriu muito tar<strong>de</strong> para a produção in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, o que no mercado europeu isso já ocorre faz tempo. “Quando você produz tudo em casa, <strong>de</strong>ntro da emissora, a sua criativida<strong>de</strong> não é estimulada. Já as produtoras têm <strong>de</strong> ser mais criativas, proativas, porque elas vivem disso. Coisa que a TV não faz. Hoje tem um cenário em que as TVs recebem projetos <strong>de</strong> todas as produtoras. E a competição é saudável”. Ela conta que quando produziu o Lady Night, para o Multishow, o programa teve mais repercussão que o Adnet, na Globo. “É louco isso”, diz. Segundo Elisabetta, o correto é que o jornalismo e o conteúdo esportivo sejam produzidos <strong>de</strong>ntro da emissora e o entretenimento seja terceirizado. “No caso da Globo, eles têm as novelas, uma máquina que ninguém compete, mas não há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer programas <strong>de</strong> entretenimento <strong>de</strong>ntro”. 32 3 <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
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