01.09.2018 Views

edição de 3 de setembro de 2018

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

“O resultado é que a maioria<br />

acredita que as marcas <strong>de</strong>veriam<br />

estar alinhadas com a diversida<strong>de</strong><br />

e também fariam opção<br />

<strong>de</strong> compra caso elas tenham<br />

compromisso assumido com<br />

esses temas. Para o consumidor<br />

está claro que os temas atuais<br />

não po<strong>de</strong>m ser renegados pelas<br />

marcas. Caso contrário po<strong>de</strong>m<br />

buscar outras que estejam alinhadas<br />

à essa visão. As pessoas<br />

exigem esse tipo <strong>de</strong> pertinência<br />

das marcas quando vemos<br />

que 76% fazem as suas escolhas<br />

baseadas nos seus direitos e liberda<strong>de</strong>.<br />

O estudo mostra que a<br />

socieda<strong>de</strong> tem se tornado muito<br />

permissiva ao aceitar que cada<br />

pessoa faça o que quiser da sua<br />

vida e conviva com outro alguém<br />

como queria. No caso dos<br />

indivíduos, as escolhas indicam<br />

que cada pessoa faz o que quer e<br />

convive com quem quiser”, explicou<br />

o pesquisador Secches.<br />

A pesquisa mostra que 88%<br />

estariam propensos a consolidar<br />

a compra <strong>de</strong> um produto<br />

que empresta apoio à diversida<strong>de</strong><br />

étnica. Para 87%, o respeito<br />

e convivência com idosos<br />

é fundamental para colocar algum<br />

item no carrinho e passar<br />

no caixa. Apoio à legalização<br />

da maconha e à legalização do<br />

aborto são os dois motivos rejeitados<br />

pelas pessoas ouvidas<br />

pela Officina Sophia. A rejeição<br />

<strong>de</strong>sses assuntos é mais forte entre<br />

os homens.<br />

As marcas, porém, <strong>de</strong>vem<br />

ligar o sinal <strong>de</strong> alerta e não se<br />

iludir com o apoio massivo<br />

dos consumidores à diversida<strong>de</strong>.<br />

Para 48%, o uso <strong>de</strong>sse expediente<br />

é oportunista e gera<br />

<strong>de</strong>sconfiança; 40% acreditam<br />

que há responsabilida<strong>de</strong> com a<br />

socieda<strong>de</strong> e o futuro, mas nesse<br />

item 8% rejeitam a intenção<br />

responsável com as causas. O<br />

instituto constatou que 26%<br />

observam sincerida<strong>de</strong> nas marcas<br />

que conferem apoio a temas<br />

como gênero, raça, igualda<strong>de</strong><br />

entre sexos e minorias.<br />

Na opinião <strong>de</strong> Secches, há<br />

três ondas que os anunciantes e<br />

suas respectivas agências <strong>de</strong> comunicação<br />

não po<strong>de</strong>m ignorar<br />

no planejamento estratégico <strong>de</strong><br />

abordagem aos clientes nos canais<br />

<strong>de</strong> mídia: negócios (lucro,<br />

criação <strong>de</strong> valor e o ecossistema<br />

<strong>de</strong> valor); comunicação (gerar<br />

vendas, estabelecer conexões<br />

emocionais e provocar engajamento);<br />

e marca (awareness,<br />

relevância e <strong>de</strong>ixar claro o seu<br />

Rodrigues, da WMcCann, acredita que propósito tem <strong>de</strong> sobrepor ao discurso<br />

propósito). Esse recorte da pesquisa<br />

teve a colaboração do TIP<br />

(Transparência, Inspiração e<br />

Propósito) da agência Ana Couto,<br />

que trata <strong>de</strong> consumo consciente<br />

e economia colaborativa.<br />

“A primeira onda reflete um<br />

relacionamento entre marcas e<br />

consumidores baseado no produto,<br />

no serviço e no seu valor<br />

monetário. A segunda é relacionada,<br />

principalmente, à relevância<br />

dos produtos e das marcas na<br />

vida dos consumidores. E na terceira<br />

onda o importante é o compartilhamento<br />

dos mesmos valores<br />

e propósitos entre as marcas e<br />

os consumidores, e em seu papel<br />

no mundo”, explicou Secches,<br />

lembrando que na onda 1, 40%<br />

não consumiria marcas, produtos<br />

e serviços com foco apenas<br />

no lucro; na onda 2, exatos 50%<br />

talvez consi<strong>de</strong>rassem pagar o<br />

preço cobrado pela marca; mas<br />

na onda 3, um volume <strong>de</strong> 67%<br />

teria como opção a compra <strong>de</strong>vido<br />

à relevância e ao propósito<br />

oferecidos.<br />

Fotos Alê Oliveira<br />

“apOiO à<br />

legalizaçãO<br />

da macOnha e<br />

à legalizaçãO<br />

dO abOrtO sãO<br />

Os dOis mOtivOs<br />

rejeitadOs pelas<br />

pessOas Ouvidas<br />

pela Officina<br />

sOphia”<br />

Vanessa, da Heineken, ressaltou que comunicação não po<strong>de</strong> se limitar a segmentos<br />

Há outro fator relacionado<br />

às três ondas elencadas por<br />

Secches: a predisposição do<br />

consumidor <strong>de</strong> pagar mais. Na<br />

onda <strong>de</strong> awareness há rejeição<br />

negativa <strong>de</strong> 14% na hora <strong>de</strong><br />

pagar preço mais elevado e <strong>de</strong><br />

10% em relação ao valor que vai<br />

ser cobrado; no item relevância<br />

4% <strong>de</strong>clararam na pesquisa<br />

que pagariam mais e o mesmo<br />

percentual para pagar até um<br />

pouco pelo tíquete; e no quesito<br />

propósito, que norteia a onda 3,<br />

11% têm predisposição a pagar<br />

mais e 4% muito mais.<br />

Essa valida<strong>de</strong> tem efeito<br />

cross geracional nas pessoas<br />

mais maduras, na expressão<br />

<strong>de</strong> Secches. Para 69% dos entrevistados<br />

é factível comprar<br />

algo que manifesta um propósito<br />

estratégico claro. “Construir<br />

um propósito <strong>de</strong> marca, ou uma<br />

marca com propósito é, antes <strong>de</strong><br />

tudo, <strong>de</strong> interesse do negócio e<br />

condição da sua sustentabilida<strong>de</strong><br />

futura, com rentabilida<strong>de</strong>. E<br />

como esse propósito po<strong>de</strong> ser<br />

construído sobre a diversida<strong>de</strong>?<br />

Transparência e autenticida<strong>de</strong><br />

é o que vale. E isso faz tempo.<br />

Relacionamentos superficiais<br />

já não são mais suficientes. Os<br />

consumidores querem marcas<br />

que mostrem, e pratiquem, <strong>de</strong><br />

forma autêntica e verda<strong>de</strong>ira, a<br />

sua dimensão humana, contribuindo<br />

<strong>de</strong> forma concreta para<br />

as suas vidas”, recomendou<br />

Secches.<br />

recUrSoS HUmaNoS<br />

O exercício retórico, segundo<br />

Hugo Rodrigues, um dos palestrantes<br />

do Fórum <strong>de</strong> Marketing<br />

Empresarial e chairman e CEO<br />

da WMcCann, <strong>de</strong>ve dar lugar a<br />

atitu<strong>de</strong>s consistentes das marcas<br />

para <strong>de</strong>ixar claro que há um<br />

propósito real quando implantam<br />

o tema da diversida<strong>de</strong>.<br />

“Uma pesquisa realizada pela<br />

agência mostra que é bonito, ou<br />

conveniente, falar sobre diversida<strong>de</strong>,<br />

não importa se a marca<br />

tem ou não cumplicida<strong>de</strong> com<br />

o mote escolhido”, disse o executivo,<br />

que busca mulheres<br />

negras para integrar o seu time<br />

com o plano <strong>de</strong> ampliar a oferta<br />

multirracial nos nossos quadros.<br />

“Elas vão se reportar diretamente<br />

a mim”, ele afirmou.<br />

Quando atuava como CEO<br />

da Publicis Brasil, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> saiu<br />

em outubro <strong>de</strong> 2017, Rodrigues<br />

tinha na sua equipe quatro diretoras<br />

<strong>de</strong> criação e um comitê <strong>de</strong><br />

diversida<strong>de</strong>. “Precisamos pen-<br />

jornal propmark - 3 <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 39

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!