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mercado<br />
“Vamos mudar em<br />
três anos o que não<br />
mudamos em 30”<br />
Com um pouco mais <strong>de</strong> seis meses <strong>de</strong> atuação<br />
no Brasil, a agência Superunion surgiu no<br />
mercado após a fusão <strong>de</strong> quatro empresas do<br />
Grupo WPP. Li<strong>de</strong>rada por Marcelo Bicudo,<br />
o escritório nacional integra a antiga Epigram<br />
Brand Union e a operação local da Lambie-Nairn.<br />
Mesmo com um cenário econômico difícil, a nova<br />
empreitada já ren<strong>de</strong>u bons frutos para a companhia<br />
que registrou um crescimento <strong>de</strong> 20%. Nesta<br />
entrevista, Bicudo fala sobre a evolução do branding,<br />
dos <strong>de</strong>safios em garantir que as marcas tenham uma<br />
mesma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> em sua jornada e discursa sobre<br />
a tese <strong>de</strong> que o <strong>de</strong>sign thinking está superado e o<br />
caminho é o Design for X.<br />
Marcelo Bicudo, presi<strong>de</strong>nte da Superunion no Brasil<br />
Divulgação<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
Fusão<br />
Com a Brand Union, que é a<br />
agência que originou a Superunion,<br />
temos mais <strong>de</strong> 30 anos<br />
<strong>de</strong> experiência internacional e,<br />
aqui no Brasil, já são 14 anos.<br />
A Brand Union foi a consolidadora<br />
do processo <strong>de</strong> fusão<br />
com outras quatro empresas<br />
do Grupo WPP, cada uma com<br />
a sua disciplina. Seguramente,<br />
passamos a ser a maior empresa<br />
<strong>de</strong> branding na Europa<br />
e uma das maiores do mundo.<br />
operação<br />
A agência tem uma proposta<br />
bastante integradora e interdisciplinar,<br />
o que nos abriu<br />
a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter uma<br />
oferta mais ampla e integrada<br />
com os nossos clientes. Então,<br />
temos novas linhas <strong>de</strong> receita<br />
sendo realizadas <strong>de</strong>ntro do<br />
nosso negócio. Todo o movimento<br />
foi muito bem recebido<br />
pelos nossos clientes. Mesmo<br />
com um ano difícil para<br />
o mercado <strong>de</strong> comunicação,<br />
nós crescemos mais <strong>de</strong> 20%.<br />
Acessamos marcas nacionais e<br />
internacionais e <strong>de</strong>safios cada<br />
vez mais interessantes.<br />
eVolução do branding<br />
O brand guardianship é<br />
uma evolução do próprio<br />
trabalho <strong>de</strong> brand. Ele cria<br />
a marca, o posicionamento,<br />
<strong>de</strong>sign e <strong>de</strong>pois coloca essas<br />
marcas no mercado. Ao longo<br />
do tempo, você precisa fazer<br />
a gestão <strong>de</strong>ssa marca, então o<br />
brand guardianship nada mais<br />
é do que o guardião da marca<br />
<strong>de</strong> um cliente. Obviamente,<br />
você tem mo<strong>de</strong>los diferentes<br />
<strong>de</strong> atuação. Para os gran<strong>de</strong>s<br />
clientes você faz um treinamento<br />
com todas as agências,<br />
profissionais <strong>de</strong> marketing,<br />
aprova as peças, acompanha<br />
os briefings, e estratégias para<br />
garantir que todas as agências<br />
estejam trabalhando na mesma<br />
direção. Então, a forma<br />
como a marca se parece é importante,<br />
mas o <strong>de</strong>safio é garantir<br />
que ela tenha a mesma<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> ao longo <strong>de</strong> toda a<br />
jornada.<br />
alinhamento<br />
Um dos nossos maiores<br />
clientes é a Telefônica, aqui no<br />
Brasil, Vivo. Fazemos este processo<br />
globalmente para eles,<br />
então temos mais <strong>de</strong> 10 escritórios<br />
ao redor do mundo envolvidos<br />
nesse processo. Aqui<br />
no Brasil, não é diferente. Temos<br />
uma célula com profissionais<br />
<strong>de</strong> estratégia, branding,<br />
criação, <strong>de</strong>sign e diretores <strong>de</strong><br />
arte que trabalham para garantir<br />
que os processos <strong>de</strong> construção<br />
<strong>de</strong> linguagem estejam<br />
extremamente alinhados.<br />
“O <strong>de</strong>sign fOr<br />
x é cOmO se<br />
fOsse a caixa <strong>de</strong><br />
ferramentas e O<br />
<strong>de</strong>sign thinking<br />
uma <strong>de</strong>las”<br />
pressão<br />
Observamos, cada vez mais,<br />
que os clientes precisam estar<br />
intimamente ligados com suas<br />
agências. A primeira coisa é a<br />
solução da fronteira entre o<br />
cliente e a agência, pois nós<br />
somos praticamente um só.<br />
Então, o cliente conta com a<br />
gente no dia a dia, trabalha<br />
conosco, quase como se fosse<br />
um outsource <strong>de</strong> parte do<br />
<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> marketing<br />
ou <strong>de</strong> marca. Trabalhando,<br />
obviamente, com os profissionais<br />
que lá estão. É uma aproximação<br />
mais contemporânea<br />
sobre o processo <strong>de</strong> branding.<br />
Na verda<strong>de</strong>, hoje enten<strong>de</strong>mos<br />
que mais do que ter propósito,<br />
mais do que ter os gui<strong>de</strong>lines,<br />
a execução da marca é que faz<br />
mais diferença.<br />
<strong>de</strong>sign For X<br />
Acho importante enten<strong>de</strong>r<br />
para on<strong>de</strong> o mercado <strong>de</strong> comunicação<br />
está caminhando. As<br />
agências vão passar a ser hubs<br />
e atuar como ecossistemas integrados<br />
para os clientes. Nem<br />
tudo estará <strong>de</strong>ntro do mesmo<br />
escritório, com isso vem a i<strong>de</strong>ia<br />
<strong>de</strong> ecossistema, em que você<br />
faz uma série <strong>de</strong> parcerias. O<br />
<strong>de</strong>sign thinking, neste sentido,<br />
é uma ferramenta possível para<br />
fazer isso, mas não é a única.<br />
Você tem <strong>de</strong>sign for assemble,<br />
for sustainability, e um monte<br />
<strong>de</strong> outras coisas. O Design for X<br />
é como se fosse a caixa <strong>de</strong> ferramentas<br />
e o <strong>de</strong>sign thinking<br />
uma <strong>de</strong>las. O <strong>de</strong>safio é conhecer<br />
essas ferramentas e enten<strong>de</strong>r<br />
o momento a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong><br />
usá-las em função do problema<br />
que o cliente enfrenta. Elas<br />
não entram em conflito, uma<br />
vai ajudar a outra.<br />
perspectiVas<br />
Vamos mudar em três anos<br />
o que não mudamos em 30.<br />
Precisamos enten<strong>de</strong>r que o<br />
processo <strong>de</strong> digitalização não<br />
é um produto a ser ofertado<br />
e, na verda<strong>de</strong>, ele muda o<br />
próprio mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio.<br />
Então, continuar trabalhando<br />
na dupla criativa ou continuar<br />
enten<strong>de</strong>ndo que a criativida<strong>de</strong><br />
é o nosso único diferencial<br />
po<strong>de</strong> ser perigoso.<br />
48 3 <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark