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edição de 3 de setembro de 2018

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mercado<br />

“Vamos mudar em<br />

três anos o que não<br />

mudamos em 30”<br />

Com um pouco mais <strong>de</strong> seis meses <strong>de</strong> atuação<br />

no Brasil, a agência Superunion surgiu no<br />

mercado após a fusão <strong>de</strong> quatro empresas do<br />

Grupo WPP. Li<strong>de</strong>rada por Marcelo Bicudo,<br />

o escritório nacional integra a antiga Epigram<br />

Brand Union e a operação local da Lambie-Nairn.<br />

Mesmo com um cenário econômico difícil, a nova<br />

empreitada já ren<strong>de</strong>u bons frutos para a companhia<br />

que registrou um crescimento <strong>de</strong> 20%. Nesta<br />

entrevista, Bicudo fala sobre a evolução do branding,<br />

dos <strong>de</strong>safios em garantir que as marcas tenham uma<br />

mesma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> em sua jornada e discursa sobre<br />

a tese <strong>de</strong> que o <strong>de</strong>sign thinking está superado e o<br />

caminho é o Design for X.<br />

Marcelo Bicudo, presi<strong>de</strong>nte da Superunion no Brasil<br />

Divulgação<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

Fusão<br />

Com a Brand Union, que é a<br />

agência que originou a Superunion,<br />

temos mais <strong>de</strong> 30 anos<br />

<strong>de</strong> experiência internacional e,<br />

aqui no Brasil, já são 14 anos.<br />

A Brand Union foi a consolidadora<br />

do processo <strong>de</strong> fusão<br />

com outras quatro empresas<br />

do Grupo WPP, cada uma com<br />

a sua disciplina. Seguramente,<br />

passamos a ser a maior empresa<br />

<strong>de</strong> branding na Europa<br />

e uma das maiores do mundo.<br />

operação<br />

A agência tem uma proposta<br />

bastante integradora e interdisciplinar,<br />

o que nos abriu<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter uma<br />

oferta mais ampla e integrada<br />

com os nossos clientes. Então,<br />

temos novas linhas <strong>de</strong> receita<br />

sendo realizadas <strong>de</strong>ntro do<br />

nosso negócio. Todo o movimento<br />

foi muito bem recebido<br />

pelos nossos clientes. Mesmo<br />

com um ano difícil para<br />

o mercado <strong>de</strong> comunicação,<br />

nós crescemos mais <strong>de</strong> 20%.<br />

Acessamos marcas nacionais e<br />

internacionais e <strong>de</strong>safios cada<br />

vez mais interessantes.<br />

eVolução do branding<br />

O brand guardianship é<br />

uma evolução do próprio<br />

trabalho <strong>de</strong> brand. Ele cria<br />

a marca, o posicionamento,<br />

<strong>de</strong>sign e <strong>de</strong>pois coloca essas<br />

marcas no mercado. Ao longo<br />

do tempo, você precisa fazer<br />

a gestão <strong>de</strong>ssa marca, então o<br />

brand guardianship nada mais<br />

é do que o guardião da marca<br />

<strong>de</strong> um cliente. Obviamente,<br />

você tem mo<strong>de</strong>los diferentes<br />

<strong>de</strong> atuação. Para os gran<strong>de</strong>s<br />

clientes você faz um treinamento<br />

com todas as agências,<br />

profissionais <strong>de</strong> marketing,<br />

aprova as peças, acompanha<br />

os briefings, e estratégias para<br />

garantir que todas as agências<br />

estejam trabalhando na mesma<br />

direção. Então, a forma<br />

como a marca se parece é importante,<br />

mas o <strong>de</strong>safio é garantir<br />

que ela tenha a mesma<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> ao longo <strong>de</strong> toda a<br />

jornada.<br />

alinhamento<br />

Um dos nossos maiores<br />

clientes é a Telefônica, aqui no<br />

Brasil, Vivo. Fazemos este processo<br />

globalmente para eles,<br />

então temos mais <strong>de</strong> 10 escritórios<br />

ao redor do mundo envolvidos<br />

nesse processo. Aqui<br />

no Brasil, não é diferente. Temos<br />

uma célula com profissionais<br />

<strong>de</strong> estratégia, branding,<br />

criação, <strong>de</strong>sign e diretores <strong>de</strong><br />

arte que trabalham para garantir<br />

que os processos <strong>de</strong> construção<br />

<strong>de</strong> linguagem estejam<br />

extremamente alinhados.<br />

“O <strong>de</strong>sign fOr<br />

x é cOmO se<br />

fOsse a caixa <strong>de</strong><br />

ferramentas e O<br />

<strong>de</strong>sign thinking<br />

uma <strong>de</strong>las”<br />

pressão<br />

Observamos, cada vez mais,<br />

que os clientes precisam estar<br />

intimamente ligados com suas<br />

agências. A primeira coisa é a<br />

solução da fronteira entre o<br />

cliente e a agência, pois nós<br />

somos praticamente um só.<br />

Então, o cliente conta com a<br />

gente no dia a dia, trabalha<br />

conosco, quase como se fosse<br />

um outsource <strong>de</strong> parte do<br />

<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> marketing<br />

ou <strong>de</strong> marca. Trabalhando,<br />

obviamente, com os profissionais<br />

que lá estão. É uma aproximação<br />

mais contemporânea<br />

sobre o processo <strong>de</strong> branding.<br />

Na verda<strong>de</strong>, hoje enten<strong>de</strong>mos<br />

que mais do que ter propósito,<br />

mais do que ter os gui<strong>de</strong>lines,<br />

a execução da marca é que faz<br />

mais diferença.<br />

<strong>de</strong>sign For X<br />

Acho importante enten<strong>de</strong>r<br />

para on<strong>de</strong> o mercado <strong>de</strong> comunicação<br />

está caminhando. As<br />

agências vão passar a ser hubs<br />

e atuar como ecossistemas integrados<br />

para os clientes. Nem<br />

tudo estará <strong>de</strong>ntro do mesmo<br />

escritório, com isso vem a i<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> ecossistema, em que você<br />

faz uma série <strong>de</strong> parcerias. O<br />

<strong>de</strong>sign thinking, neste sentido,<br />

é uma ferramenta possível para<br />

fazer isso, mas não é a única.<br />

Você tem <strong>de</strong>sign for assemble,<br />

for sustainability, e um monte<br />

<strong>de</strong> outras coisas. O Design for X<br />

é como se fosse a caixa <strong>de</strong> ferramentas<br />

e o <strong>de</strong>sign thinking<br />

uma <strong>de</strong>las. O <strong>de</strong>safio é conhecer<br />

essas ferramentas e enten<strong>de</strong>r<br />

o momento a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong><br />

usá-las em função do problema<br />

que o cliente enfrenta. Elas<br />

não entram em conflito, uma<br />

vai ajudar a outra.<br />

perspectiVas<br />

Vamos mudar em três anos<br />

o que não mudamos em 30.<br />

Precisamos enten<strong>de</strong>r que o<br />

processo <strong>de</strong> digitalização não<br />

é um produto a ser ofertado<br />

e, na verda<strong>de</strong>, ele muda o<br />

próprio mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio.<br />

Então, continuar trabalhando<br />

na dupla criativa ou continuar<br />

enten<strong>de</strong>ndo que a criativida<strong>de</strong><br />

é o nosso único diferencial<br />

po<strong>de</strong> ser perigoso.<br />

48 3 <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark

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