01.09.2018 Views

edição de 3 de setembro de 2018

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

mercado<br />

sar que há 3,5 bilhões <strong>de</strong> pessoas<br />

em situação mediana no<br />

mundo, mas há 2,5 bilhões vivendo<br />

na pobreza. O consumo e<br />

toda a discussão da diversida<strong>de</strong><br />

passa por isso”, <strong>de</strong>stacou Rodrigues<br />

que, porém, não é pessimista:<br />

“Há evolução e a perspectiva<br />

é melhor, mas <strong>de</strong>vemos fazer<br />

isso como um exercício diário.<br />

Precisamos ser mais cuidadosos.<br />

Não dá para fazer qualquer<br />

coisa. Se ‘clusterizarmos’ tudo,<br />

não vamos chegar a lugar nenhum.<br />

A estatística comprova<br />

que apenas 1% dos personagens<br />

dos livros são negros e<br />

asiáticos; 15% das empresas<br />

no Brasil são comandadas por<br />

mulheres; transexuais têm dificulda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> conseguir emprego;<br />

a representativida<strong>de</strong> ainda<br />

é superficial na propaganda. Se<br />

houver um esforço profundo, o<br />

consumidor po<strong>de</strong>ria estar mais<br />

preparado. O Ipsos tem um estudo<br />

sobre como o povo vê a<br />

diversida<strong>de</strong>. A média do Brasil<br />

é 22%, mas a self perception é<br />

<strong>de</strong> 85%”, <strong>de</strong>talhou o dirigente<br />

da WMcCann.<br />

A apresentação <strong>de</strong> Rodrigues<br />

também incluiu a frase <strong>de</strong> Daniel<br />

Kahnemann, economista e<br />

escritor que ganhou o Prêmio<br />

Nobel: “A postura dos brasileiros<br />

parece contraditória”. Se<br />

realmente é, Rodrigues elenca<br />

mais dados para sustentar<br />

Monica, da Jequiti, investe no posicionamento Sonha que dá, que exclui estereótipos<br />

esse raciocínio <strong>de</strong> Kahnemann,<br />

mas com escopo mais geral. “A<br />

diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> etnias aumenta<br />

em 33% a lucrativida<strong>de</strong> das<br />

empresas; estudos <strong>de</strong> Harvard<br />

mostram que os millennials<br />

querem ficar ricos e ter sucesso.<br />

Muita gente está fazendo discurso<br />

e o assunto é sério.”<br />

Monica Gregori, diretora <strong>de</strong><br />

marketing da Jequiti, ressaltou<br />

que a diversida<strong>de</strong> não é apenas<br />

uma causa a ser <strong>de</strong>fendida,<br />

mas precisa estar na essência<br />

da marca. Ela acredita que uma<br />

empresa não precisa levantar<br />

ban<strong>de</strong>iras por mais legítimas<br />

que sejam. E mesmo que essas<br />

ações sejam realizadas por conveniência,<br />

Monica vê valor por-<br />

Fotos: Alê Oliveira<br />

“nãO dá para<br />

fazer qualquer<br />

cOisa. se<br />

‘clusterizarmOs’<br />

tudO nãO vamOs<br />

chegar a lugar<br />

nenhum”<br />

que contribui <strong>de</strong> alguma forma<br />

para a evolução da socieda<strong>de</strong>.<br />

“A Jequiti acredita na inclusão;<br />

ela é ampla e plural.<br />

Temos vários segmentos, mas<br />

não queremos fragmentar<br />

ecossistemas. Estamos todos<br />

juntos e misturados. Nossa expressão<br />

<strong>de</strong> marca está presente<br />

em várias situações, afinal<br />

temos 300 mil reven<strong>de</strong>doras.<br />

Todo mundo tem um sonho,<br />

não importa a etnia. Nosso<br />

novo posicionamento é Sonha<br />

que dá. A Jequiti é glamurosa,<br />

respeitosa e sem estereótipos.<br />

Nossas campanhas misturam<br />

todos para construirmos uma<br />

socieda<strong>de</strong> melhor”, observou<br />

Monica.<br />

Vanessa Brandão, diretora <strong>de</strong><br />

marketing da Heineken, explicou<br />

que as estratégias focadas<br />

em nicho existem, mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que tenham capilarida<strong>de</strong> e sejam<br />

compartilhadas.<br />

“Não dá para limitar a comunicação<br />

por segmento e faixa<br />

etária. Se não somos o maior<br />

investidor da categoria, temos<br />

<strong>de</strong> assumir riscos, apren<strong>de</strong>r e<br />

consertar rápido. Isso exige escolhas<br />

e pensamento inovador.<br />

Precisamos atingir quem está<br />

disposto a comprar o nosso<br />

produto. Be bold or go home é<br />

o nosso lema. Não adianta colocar<br />

uma placa na Champions<br />

League e não ter propósito”, finalizou<br />

Vanessa.<br />

música é <strong>de</strong>ixada em segundo plano pela publicida<strong>de</strong><br />

painel A música certa para<br />

a sua marca, li<strong>de</strong>rado<br />

O<br />

no Fórum <strong>de</strong> Marketing Empresarial/<strong>2018</strong><br />

pelo compositor<br />

e produtor Thomas Roth,<br />

da Lua, e Juliana Algañaraz,<br />

diretora-geral da En<strong>de</strong>mol<br />

Shine, abriu um leque variado<br />

<strong>de</strong> opções para o uso<br />

a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> trilhas, jingles,<br />

músicas-proprietárias, canções<br />

compradas dos gran<strong>de</strong>s<br />

editores e até músicas <strong>de</strong> domínio<br />

público, que também<br />

requer cuidados.<br />

A publicida<strong>de</strong> está dando<br />

a <strong>de</strong>vida atenção à música<br />

como elemento <strong>de</strong> conexão<br />

com os consumidores? “Música<br />

é o último item <strong>de</strong> uma<br />

reunião <strong>de</strong> briefing. Chega<br />

uma hora que alguém lembra<br />

que é preciso ter uma trilha.<br />

São apenas cinco minutos<br />

para o que <strong>de</strong>vemos buscar<br />

para a<strong>de</strong>quar o áudio à comunicação.<br />

Não <strong>de</strong>veria ser assim.<br />

Deveríamos ter um pouco mais<br />

<strong>de</strong> tempo porque é emblemático<br />

<strong>de</strong>vido às possibilida<strong>de</strong>s da<br />

música para formar elo com o<br />

consumidor”, explica Roth.<br />

Trilhas-proprietárias ou a<br />

compra <strong>de</strong> canções? Roth, por<br />

exemplo, <strong>de</strong>senvolveu com a<br />

Juliana, da En<strong>de</strong>mol Shine Brasil, e Roth, da Lua: música agrega valor às marcas<br />

Alê Oliveira<br />

sua equipe a canção Carregado<br />

<strong>de</strong> Amor, com sotaque<br />

sertanejo, para a marca Piracanjuba<br />

sob encomenda da<br />

agência 4barra12, um bran<strong>de</strong>d<br />

content para o meio rádio<br />

que <strong>de</strong>u início à campanha<br />

Fazer bem o que te faz<br />

bem.<br />

Mas é preciso ter cuidado<br />

com os direitos autorais. Juliana,<br />

da En<strong>de</strong>mol, lembra<br />

que o bran<strong>de</strong>d content que<br />

ajudou a criar com a Grey<br />

para Pantene teve uma conta<br />

extra: o pagamento <strong>de</strong> US$<br />

170 mil para o grupo editorial<br />

controlador da música Bitches,<br />

da cantora australiana<br />

Tov Love, usada na estratégia.<br />

“A música foi para o site<br />

da marca e teve repercussão<br />

global com as viralizações. O<br />

resultado é que tivemos <strong>de</strong><br />

pagar”, finalizou Juliana.<br />

40 3 <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!