Propaganda_814
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Carreira<br />
Quando era moleque, Accioly sonhava em ser ator de<br />
TV e cinema e de fato começou aos 14 anos na agência<br />
da modelo Marcia Casares, no Rio de Janeiro. Fez filmes<br />
para Coca-Cola, Banco Banorte - foi o garoto Banorte -,<br />
calças Cukier, participou de longas, e em paralelo cursou<br />
a faculdade de comunicação e publicidade na Universidade<br />
Estácio de Sá.<br />
Atuou em novelas da TV Globo como “Espelho Meu”,<br />
fez ponta nos filmes “Menino do Rio” e “Nos embalos<br />
de Ipanema” e no meio das participações em longas e<br />
comerciais conheceu o diretor Sargentelli, que acabou<br />
acompanhando em alguns trabalhos, e entrou para a<br />
área de produção. Como aprendiz e assistente, passou<br />
por algumas produtoras - como Momento Filmes, Ronaldo<br />
Richers, Globotec (onde trabalhou com Paulo<br />
José) e Art Rio.<br />
“Iniciei minha carreira com a ajuda do querido gentleman<br />
Cyll Farney, para ser o faz-tudo na Arte Rio, do fantástico<br />
Carlos Manga. Tornei-me freelancer, trabalhando<br />
em várias produtoras”, conta Accioly.<br />
Como diretor de produção, passou a trabalhar em comerciais<br />
nacionais e internacionais, com diretores de<br />
cena renomados mundialmente. Ao conhecer Isabelle<br />
Tanugi, dona da produtora Zohar, uma nova oportunidade<br />
surgiu: ela o convidou para vender a Zohar fora do<br />
Brasil, nos mercados de Lisboa, Madri, Barcelona e Milão.<br />
Com o repertório da produtora em mãos, lá foi ele.<br />
“Isabelle foi a pessoa que realmente abriu o mundo para<br />
mim. Sou muito grato, ela mora no meu coração”, afirma.<br />
Foram cinco anos viajando para o exterior e trazendo ao<br />
Brasil principalmente produções da Itália e trabalhando<br />
com nomes como Bob Girargi, Hugh Johnson, Jean Paul<br />
Gode. Este último dirigiu a superprodução “Egoiste”, para<br />
Chanel, que contou com a produção executiva de Isabelle<br />
e Guy Blanc e na qual Aciolly também trabalhou,<br />
segundo ele uma das produções mais complicadas da<br />
sua vida.<br />
Algumas histórias divertidas pontuam o período Zohar,<br />
como um episódio que viveu durante a produção do<br />
documentário sobre o projeto de proteção aos índios,<br />
do cantor Sting, quando conheceu, por exemplo, Raoni<br />
e Pena Branca (americano). Certo dia, em Londres, Accioly<br />
estava na porta do Palácio de Buckinghan, onde<br />
ocorria o encontro entre Sting e o casal Charles e princesa<br />
Diana, e acabou convocado para comprar filme<br />
fotográfico. Cumpriu a missão no carro do príncipe,<br />
saindo pela rua lateral do Palácio, especialmente interditada<br />
ao trânsito.<br />
“Saí no carro azul com bandeirinhas do príncipe na contramão,<br />
paramos em frente a uma lojinha de souvenirs,<br />
comprei o filme e voltei lá para entregá-lo na sala onde<br />
estavam Charles, Diana, Sting e o produtor e fotógrafo<br />
belga Jean Piero”, conta.<br />
Depois de cinco anos na Zohar, Accioly aceitou o convite<br />
de Pedro Buarque, sócio da charmosa e mais nova<br />
produtora do mercado, a Conspiração, para ser atendimento.<br />
Era, segundo relata, “uma galera nova que fazia<br />
tudo diferente e com qualidade”. Imbuído da nova atribuição,<br />
Accioly visitou Luiz Vieira, então diretor de criação<br />
da Ogilvy, “o cara dos cigarros Free” e do incrível Free<br />
Jazz Festival.<br />
Na época, Vieira fazia seus filmes com o diretor Walter<br />
Salles que, naquele momento, não estava disponível<br />
para um projeto. Accioly aproveitou a janela de oportunidade<br />
e ofereceu o trabalho da dupla Andrucha Waddington<br />
e José Henrique Fonseca, este último sócio da<br />
Conspiração e ambos ex-assistentes de Waltinho. “Boto<br />
eles aqui em meia hora e tenho certeza de que faremos<br />
o melhor de todos os filmes. Podemos filmar onde você<br />
quiser”, disse Accioly.<br />
Dito e feito: em meia hora Andrucha, Fonseca e Pedro<br />
Buarque estavam na agência e pouco tempo depois filmando<br />
na Guatemala, no alto do vulcão de Pacaya, e<br />
também em Honduras.<br />
“Foi um sucesso e passamos a fazer vários filmes para o<br />
Free Jazz Festival”, relata o produtor, que ajudou a Conspira,<br />
como era conhecida, a “explodir” no mercado publicitário.<br />
Quatro anos e meio depois, Accioly virou sócio da Yes,<br />
de Chico Abreia e Leonardo Servolo. Levou para a produtora<br />
o diretor Rudi Lagemann (ex-assistente de João<br />
Salles na Vídeo Filmes) e ajudou Caio Abreia, hoje um<br />
62<br />
fevereiro de 2019