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MercAdo<br />
empo<strong>de</strong>ramento <strong>de</strong> minorias.<br />
Para a procuradora, é por<br />
isso que o Conexão trabalha<br />
também com advogados e empresas,<br />
para que espelhem o<br />
compromisso. “É preciso que<br />
as contratantes saibam o que<br />
está acontecendo e estejam<br />
envolvidas no projeto”, diz.<br />
Para ela, a socieda<strong>de</strong> está “reconhecendo<br />
o racismo estrutural”<br />
e ações afirmativas vão<br />
além <strong>de</strong> cotas.<br />
“Não é só contratar, é na verda<strong>de</strong><br />
permitir inclusão e conscientizar<br />
o seu RH e os <strong>de</strong>mais<br />
colaboradores que essa equida<strong>de</strong><br />
é uma necessida<strong>de</strong> para que<br />
tenhamos ambientes <strong>de</strong> trabalho<br />
saudáveis, que reflitam a<br />
realida<strong>de</strong> brasileira”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.<br />
Questionado sobre abrir mão<br />
<strong>de</strong> uma conta, assim como a FCB<br />
fez, Laloum fala que enten<strong>de</strong> a<br />
educação como uma ferramenta<br />
po<strong>de</strong>rosa. “Em um primeiro<br />
momento, essa seria a nossa reação<br />
para ilustrar a esse cliente<br />
quais são os nossos valores. Porém<br />
enten<strong>de</strong>mos que a saú<strong>de</strong> do<br />
nosso negócio, que é formado<br />
por pessoas, é nosso principal<br />
ativo, portanto, estamos em um<br />
caminho on<strong>de</strong> cada vez mais<br />
tomamos atitu<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>ixem<br />
claro a tolerância zero que temos<br />
ao <strong>de</strong>srespeito à dignida<strong>de</strong><br />
humana”, afirma Laloum.<br />
Nesse sentido, o MPT enten<strong>de</strong><br />
a contratação às cegas como<br />
uma solução secundária, já que<br />
esta não seria uma forma efetiva<br />
<strong>de</strong> garantir a diversida<strong>de</strong> na<br />
equipe, uma vez que os selecionados,<br />
mesmo <strong>de</strong> forma oculta,<br />
po<strong>de</strong>m vir a ter o mesmo perfil.<br />
“Eu direciono para os negros,<br />
mas eu só quero USP. Aí, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />
da carreira, você não<br />
vai achar”, diz Valdirene.<br />
“Uma contratação às cegas<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo sem garantir<br />
no resultado o acesso <strong>de</strong>sses<br />
profissionais acaba selecionando<br />
os mesmos perfis que<br />
não privilegiam a diversida<strong>de</strong>.<br />
Após uma seleção direcionada,<br />
que inclua profissionais negros<br />
e garanta o equilíbrio étnico, a<br />
contratação às cegas é muito<br />
bem-vinda”, aponta Laloum.<br />
Segundo Andrea, para uma<br />
contratação às cegas funcionar,<br />
é preciso levar em conta alguns<br />
pontos cruciais. “Fazer às cegas<br />
com o branco que estudou<br />
nas escolas <strong>de</strong> sempre, não é às<br />
cegas. Precisa ser <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<br />
Aqui, só fazemos para o 20/20<br />
e funcionou superbem”, comenta<br />
ressaltando que o viés<br />
inconsciente do branco vai influenciar<br />
no resultado do pro-<br />
Y&R abriu suas portas para o Movimento Conexão Negra, com profissionais <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> diferentes agências e veículos<br />
Carlos Fernan<strong>de</strong>s, gerente <strong>de</strong> Insights, e Camilla Oliveira, analista <strong>de</strong> Insights na Mutato<br />
Fotos: Divulgação<br />
“Fazer às cegas<br />
com o braNco<br />
que estudou Nas<br />
escolas <strong>de</strong> sempre,<br />
Não é às cegas”<br />
cesso, se não houver o cuidado<br />
necessário.<br />
Para Andrea, se a questão<br />
humanitária e inclusiva não<br />
for suficiente para o contratante,<br />
<strong>de</strong>ve-se levar em conta<br />
os ganhos para o negócio. “Um<br />
publicitário não po<strong>de</strong> criar ou<br />
querer ven<strong>de</strong>r o produto do seu<br />
cliente sem olhar para 54% da<br />
população”, diz.<br />
Opinião semelhante à <strong>de</strong> Passamani.<br />
“Se você ven<strong>de</strong> para a<br />
população brasileira, você tem<br />
um percentual <strong>de</strong> consumidores<br />
que é negro. Se você acha<br />
que enten<strong>de</strong> tudo sobre eles,<br />
talvez <strong>de</strong>vesse conhecê-los<br />
para po<strong>de</strong>r enten<strong>de</strong>r e um jeito<br />
fácil <strong>de</strong> conhecer o seu consumidor<br />
é ter gente na equipe<br />
que é o seu consumidor [...] A<br />
nossa indústria é feita <strong>de</strong> gente.<br />
No fim do dia, o que nós ven<strong>de</strong>mos<br />
é o produto que sai da cabeça<br />
e dos braços das pessoas”,<br />
conclui.<br />
O Conexão Negra terá duração<br />
<strong>de</strong> dois anos e, até lá, o Ministério<br />
Público do Trabalho vai<br />
avaliar o que se teve <strong>de</strong> avanço<br />
e a efetivida<strong>de</strong> conquistada<br />
com essa estratégia.<br />
36 2 <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark