EMPREENDA REVISTA - Ed. 30 - DANIEL MARTINS - Nov/19
Revista de negócios focada no publico empreendedor.
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VENDAS<br />
SCALE-UPS: COMO TORNAR-SE UMA.<br />
É comum o questionamento de pessoas ligadas a empresas<br />
convencionais, sobre como podem escalar seus<br />
negócios ou até mesmo, se podem ser classificadas enquanto<br />
startup, caso realizem alguma mudança.<br />
Uma Startup se trata de um grupo de pessoas que se<br />
juntam para resolver uma dor, criando um negócio que<br />
pode lucrar com tal ideia, sendo repetíveis e escaláveis<br />
com base tecnológicas, tendo uma grande taxa de mortalidade<br />
por operar em constante risco, durando em<br />
média 5 anos.<br />
Por operar em risco constante, uma Startup pode alcançar<br />
níveis exponenciais altíssimos em um curto espaço<br />
de tempo e cair em desuso na mesma velocidade, em<br />
alguns casos até sendo extinta do mercado.<br />
Por sua vez, uma scale-up pode alcançar altos níveis<br />
mas levará mais tempo para que isso ocorra em relação<br />
a uma startup, sendo que aproximadamente 90%<br />
dessas empresas atuam no mercado a mais de 5 anos,<br />
tendo em média 14 anos de trabalho contínuo devido ao<br />
modelo de negócios que a mesma possui, com base em<br />
conhecimento e experiência, podendo ou não possuir<br />
bases tecnológicas.<br />
O conceito de “SCALE-UP” surgiu após revisões na literatura<br />
acadêmica na área, sendo um termo recente, que<br />
se remete a empresas que mantem o crescimento em<br />
seu faturamento de no mínimo 20 % ao ano, mantendo<br />
tal crescimento por um longo período e sendo escalável.<br />
Engana-se quem acredita que tal conceito é uma determinante<br />
na história de uma empresa, pois tal nível é<br />
apenas uma fase do processo de crescimento dela, que<br />
faz com que ela adentre um ambiente de mudanças e se<br />
depare constantemente com a inovação.<br />
Um importante detalhe em tal tipo de empresa, que<br />
muito se assemelha a uma Startup é a política de retribuição<br />
que faz com que os líderes retribuam o que recebem<br />
da empresa em relação a conhecimento, dando<br />
mentorias por exemplo, contribuindo de certo modo<br />
para o crescimento exponencial dela.<br />
Como em todo tipo de empresa, existem vantagens e<br />
desvantagens, o fato da mesma ser dinâmica por exemplo<br />
é um ponto que faz com que ela se mantenha de<br />
maneira firme no mercado atual envolto a incertezas<br />
e mudanças contínuas, tendo como pontos positivos<br />
maior produtividade, desenvolvendo a região economicamente,<br />
superando crises, crescendo de maneira continua<br />
e por ter base em conteúdo e experiência, produzindo<br />
conhecimento constante.<br />
Tendo como pontos delicados os prejuízos por ter investimentos<br />
de alto volume, tendo que reposicionar e<br />
cuidar da imagem de maneira constante e tendo risco<br />
de falência, o que pode acontecer com qualquer outra<br />
empresa, por isso a necessidade de ser gerida com conhecimento<br />
e bases sólidas.<br />
Outra dúvida constante é se uma empresa tradicional<br />
pode se tornar uma scale-up e sim, uma empresa considerada<br />
normal pode se tornar uma scale-up buscando<br />
por conteúdo que é tido como base no desenvolvimento<br />
de tal conceito, onde a validação deve ser constante<br />
e as estratégias devem ser pensadas de acordo com o<br />
mercado.<br />
O modelo, reforça a necessidade da constante busca<br />
pelo conhecimento quando almejamos o crescimento<br />
de nossos negócios, buscando uma vertente com base<br />
em estudos e dados, fazendo com que a margem de erros<br />
sequenciais diminua e aconteçam crescimentos exponenciais<br />
no faturamento da empresa.<br />
Em relação a capital humano, a scale-up considera tanto<br />
quanto as startups a necessidade de valorizar tal capital,<br />
uma vez que deve ser considerado o mais relevante em<br />
todas as empresas, sendo a mola propulsora do crescimento<br />
dela.<br />
Atualmente no Brasil, existem mais de 20 mil scale-ups<br />
e de acordo com o site da Endeavor: são 0,5% do total<br />
de empresas do país responsáveis por quase 70% dos<br />
novos empregos gerados, contratando em média 31,3<br />
funcionários por ano, sendo a média das empresas normais<br />
de 0,34%.<br />
Vale destacar que tal grupo, não é composto apenas por<br />
grandes empresas e sim, pequenas e médias empresas,<br />
em torno de 92% delas, considerando as particularidades<br />
que devem ser consideras para que se encaixe em<br />
tal perfil.<br />
Algumas ficam em cidades não tão grandes, com menos<br />
de 500 mil habitantes, contribuindo para o crescimento<br />
econômico da região em que inicia suas operações.<br />
As scale-ups carregam consigo a receita do sucesso: capital<br />
humano e conteúdo, detalhes atrelados a experiência,<br />
tida como “FERMENTO” para que tais empresas<br />
cresçam e se consolidem no mercado atual.<br />
FERNANDO SEABRA,<br />
especialista em negócios, inovação<br />
e startups; é Líder do GRI - Grupo de<br />
Relacionamento com Investidores<br />
do DEMPI e Acelera FIESP. Mentor no<br />
Programa Reality Show de Startups<br />
da TV brasileira.