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Perspectiva pliniana da História<br />
Radosław <strong>Dr</strong>ożdżewski (CC3.0)<br />
pelo mosteiro? Iludido pela esperança<br />
de tomar Jasna Gora por vias pacíficas,<br />
Miller finalmente manda libertar<br />
os reféns.<br />
Vejam como a atitude enérgica,<br />
intransigente sempre alcança a vitória.<br />
É questão de ser intransigente<br />
até a fim.<br />
Nos dias que se seguiram, o general<br />
enviou insistentemente delegados à<br />
fortaleza sitiada, tentando convencer<br />
os seus defensores a abrirem os portões<br />
a uma guarnição sueca e discutirem<br />
os termos do acordo.<br />
Notem a velhacaria: primeiro entra<br />
a guarnição, depois vão discutir o<br />
acordo... Como se pode propor isso<br />
a alguém? Mas o Télémaque, de Fénelon<br />
2 , e Luís XVI aceitariam.<br />
Mas para desespero dos hereges, o<br />
padre Prior, para ter a garantia de que<br />
os acordos seriam respeitados, exige<br />
agora que os mesmos sejam discutidos<br />
diretamente com Carlos Gustavo,<br />
o qual se encontrava muito distante de<br />
Jasna Gora.<br />
O Prior, Frei Kordecki, era inteligente,<br />
capaz, soube fazer a coisa.<br />
Entrementes, um nobre polonês se<br />
aproxima dos muros e se dirige aos<br />
nobres fiéis: “Para nós, traidores, também<br />
é muito cara a salvação da Pátria;<br />
a nós igualmente interessa, como<br />
a outros nobres, a preservação de sua<br />
integridade. Quando esta se encontra<br />
cada vez mais ameaçada de ruína, é<br />
preciso que nos dediquemos a ela com<br />
sinceridade. Por isso decidimos prudentemente<br />
auxiliá-la, passando para<br />
o partido de sua majestade, o rei sueco,<br />
senhor e defensor benigníssimo.<br />
Cessem, pois, as resistências!”<br />
Novamente uma atitude própria à<br />
“quinta-coluna”: “Nós, para defender<br />
o país, resolvemos passar para o<br />
inimigo. Vamos agora fazer a paz.”<br />
Ora, eles estão traindo e isso é defesa?!<br />
As boas e as más notícias<br />
Canhões do Mosteiro de Jasna Gora<br />
O próprio Wittenberg, comandante<br />
das tropas em Cracóvia, envia uma<br />
carta aos sitiados indicando todos os<br />
benefícios que adviriam aos monges<br />
se entrassem em acordo com o General<br />
Miller, e ameaçando-os com represálias<br />
cruéis se continuassem a resistência.<br />
Enraivecidos pela intransigência<br />
dos sitiados, os suecos, perdendo já<br />
a esperança de qualquer acordo, lançam<br />
pesados ataques contra Jasna<br />
Gora, mas os canhões de defesa não<br />
lhes permitem aproximar-se de suas<br />
muralhas.<br />
Houve, portanto, uma defesa vitoriosa.<br />
Não podendo chegar perto, ou<br />
seja, o ataque era pouco eficaz. Pra-<br />
ticamente era Frei Kordecki que tinha<br />
vencido mais uma vez.<br />
A 7 de dezembro, véspera da festa<br />
da Imaculada Conceição, um nobre<br />
polonês, Piotr Sladowski, detido<br />
pelos suecos quando voltava à sua aldeia<br />
procedente da Prússia, foi enviado<br />
à fortaleza com a incumbência de<br />
pressionar os monges a capitularem.<br />
Mas, pelo contrário, ele os animou<br />
a não se entregarem, dizendo que os<br />
exércitos invasores começam a sofrer<br />
suas primeiras derrotas, e que as contínuas<br />
violências dos hereges – saques<br />
nas propriedades da nobreza, assassinato<br />
dos sacerdotes, profanação dos<br />
templos – estavam despertando grande<br />
reação no país. Todas essas violências<br />
sucediam, acrescentou, por permissão<br />
de Deus e para castigo daqueles<br />
que faltam com a fidelidade a João<br />
Casimiro.<br />
Aparece, portanto, uma nobre figura<br />
de nobre, um guerreiro, um batalhador,<br />
que é dos poucos que dão<br />
ao Padre Kordecki o apoio moral de<br />
incitá-lo à resistência. É de grande<br />
valor para quem está lutando receber<br />
da parte de alguém o aviso: “Você<br />
faz bem, continue a lutar!” Tal benefício<br />
esse homem fez e nós devemos<br />
esperar que, por causa disso, a<br />
alma dele já esteja no Céu.<br />
No dia seguinte, festa de Nossa Senhora,<br />
um dos aldeões de Czestochowa,<br />
disfarçado de soldado sueco,<br />
conseguiu chegar até os muros e comunicou<br />
aos seus defensores que os<br />
sitiantes estão por receber de Cracóvia<br />
seis canhões pesados para demolir<br />
as muralhas, mais duzentos infantes<br />
de reforço. Por outro lado, numerosas<br />
tropas tártaras estão acorrendo<br />
a se unir a João Casimiro. É atirada<br />
uma carta assinada por Frei Antônio<br />
Paszkovski, prior do convento paulino<br />
de Cracóvia, o qual descreve as atrocidades<br />
cometidas pelos hereges e recomenda<br />
aos defensores de Jasna Gora<br />
não se deixarem iludir pelas palavras<br />
gentis do inimigo, pois não há entre<br />
os suecos nenhuma fé, nenhuma reli-<br />
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