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Revista Dr Plinio 263

Fevereiro de 2020

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Gesta marial de um varão católico<br />

bitada, ao mesmo tempo,<br />

por uma prostituta<br />

que ali exerce seu<br />

ofício. Alguém diria:<br />

“Bem, elas estão em<br />

quartos diferentes. No<br />

total, a mãe de família<br />

não nota.” Não é possível.<br />

Onde está uma, a<br />

outra só fica em estado<br />

ultrajado e diminuído.<br />

Diante do relativismo,<br />

a graça só fica em<br />

estado coarctado e humilhado.<br />

Nossa Senhora deu-<br />

-me a graça de odiar o<br />

relativismo com toda a<br />

minha alma. Porque no<br />

pecado declarado perdem-se<br />

os ruins, no relativismo<br />

se perdem os<br />

bons. Sempre me pareceu<br />

tremendamente<br />

triste, sinistro que um<br />

homem desse a sua vida<br />

para um ideal e o<br />

servisse mediocremente.<br />

E depois tivesse um<br />

resultado pífio. Então<br />

ele viveu para o pífio?<br />

Flávio Lourenço<br />

Isso é viver ou é agonizar a vida inteira,<br />

sem glória e na lama?<br />

Se há uma coisa que nossa vocação<br />

não permite é o relativismo. Assim<br />

como a Companhia de Jesus foi<br />

constituída contra o Protestantismo,<br />

os franciscanos contra o espírito de<br />

corrupção do uso das riquezas terrenas,<br />

os dominicanos contra as heresias,<br />

e daí por diante, assim fomos<br />

suscitados contra o relativismo. Logo,<br />

habitar uma gota de relativismo<br />

em nossas almas não é um erro, é<br />

uma aberração!<br />

Essa seriedade que chega às últimas<br />

consequências é nossa vocação.<br />

Nossa força de impacto está no grau<br />

em que tenhamos deixado longe de<br />

nós o relativismo. Concessão ao relativismo<br />

dá em tibieza, apostolado<br />

estéril.<br />

Virgem da Aurora - Ermida da Aurora, Lucena, Espanha<br />

O que diríamos de um jesuíta semiprotestante?<br />

Ou de um franciscano<br />

que guarde moedas ocultas debaixo<br />

de seu burel? Ou de um dominicano<br />

meio cátaro? É um absurdo!<br />

Pois bem, uma concessão ao relativismo<br />

que habite em nossa alma<br />

é pior do que isso.<br />

Necessidade de ter<br />

a consciência em<br />

estado de exame<br />

Sugiro fazer um exame de consciência<br />

centrado no ponto do relativismo:<br />

“Sou inteiramente sério para esperar<br />

que aquilo que eu faça seja totalmente<br />

coroado do êxito esperado?”<br />

Que êxito é esse? Se sou sério,<br />

não é um êxito de imediato, mas profético,<br />

cheio de vaivéns, de problemas,<br />

em face dos quais<br />

tudo sai errado, exigindo<br />

que eu confie na<br />

Providência, reze, peça<br />

o auxílio de Nossa Senhora<br />

e, afinal de contas,<br />

mais cedo ou mais<br />

tarde – por vezes muito<br />

tarde... – acaba-se conseguindo.<br />

Então a coisa<br />

vai bem. Mas é preciso<br />

fazer um exame de<br />

consciência sério, do<br />

contrário não vai.<br />

Aliás, mais do que<br />

isso é preciso ter uma<br />

seriedade viva, de maneira<br />

que qualquer coisa<br />

que destoe desse estado<br />

de espírito a seriedade<br />

nota. É uma<br />

consciência em estado<br />

de exame, não é só um<br />

exame de consciência.<br />

Eis o que nós devemos<br />

desejar.<br />

Talvez um ou outro<br />

pensará: “Onde encontrarei<br />

a energia, o espírito<br />

de sacrifício para ser<br />

assim? Eu não consigo.”<br />

A este eu teria vontade de dizer:<br />

“Meu filho, eu passei por isso. Saia<br />

como creio que saí, rezando Salve,<br />

Regina, Mater misericordiæ, vita dulcedo<br />

et spes nostra, salve!” Onde eu percebo<br />

que sou tão inconsistente que<br />

não dou um passo, devo olhar amorosamente<br />

para Nossa Senhora e pedir:<br />

“Minha Mãe, vede onde me deixei<br />

cair. Mas sinto o convite para me integrar<br />

nesse voo que passa diante de<br />

meus olhos. E se é verdade que não<br />

quero, ao menos, por vossa intercessão,<br />

é verdade que eu quereria.”<br />

Lembro-me de ter rezado assim e<br />

até ter dito: “Minha Mãe, eu quereria<br />

querer. Nem tenho coragem de Vos pedir<br />

que eu queira mesmo. Mas atendei<br />

a esse meu anseio de que eu quereria<br />

querer. Fazei-me querer e depois ser:<br />

Salve, Regina, Mater misericordiæ…”<br />

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