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Revista Dr Plinio 263

Fevereiro de 2020

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Perspectiva pliniana da História<br />

Aw58 (CC3.0)<br />

ter admiração pelo clero, compreendendo<br />

bem como o clero atual<br />

se distancia disso. Mas para sermos<br />

clericais como devemos, é preciso<br />

recorrer a esses grandes exemplos<br />

do passado.<br />

Mas esse acontecimento, somado<br />

à insistência dos ataques inimigos<br />

e à morte de um jovem defensor, não<br />

tardou em influenciar o espírito de alguns<br />

monges. Estes, em contínuo temor,<br />

começaram a incitar à rendição,<br />

argumentando que se a Providência,<br />

em cujas mãos está o poder de colocar<br />

os tronos em mãos alheias, entregou<br />

a coroa polonesa aos suecos, não cabia<br />

a eles, monges, oporem-se à vontade<br />

de Deus, mas aceitá-la; tanto mais<br />

que o inimigo lhes assegurava a defesa<br />

da fé e a liberdade de culto.<br />

Esses monges afirmavam o seguinte:<br />

“Deus permitiu que o rei saísse,<br />

porque se Ele quisesse o rei de<br />

volta, era só repô-lo. Por que vamos<br />

lutar pelo rei se Deus não quer que<br />

ele ocupe o trono?” É bem exatamente<br />

o que os judeus diziam a Nosso<br />

Senhor quando Ele estava pregado<br />

na Cruz: “Se és Deus, salva-te a<br />

Ti próprio e desce da Cruz!” Ora,<br />

Deus não intervém assim nos acontecimentos<br />

humanos. Ele dá aos homens<br />

os meios de agir e os ajuda.<br />

Mas quer a sua colaboração.<br />

Quando tais insinuações se tornaram<br />

mais frequentes nas reuniões da<br />

congregação, o Prior chamou-os à ordem,<br />

de um modo fraternal, mas não<br />

sem energia. Bradou ele: “Que fé é a<br />

nossa, que reconhecimento a um Deus<br />

tão generoso para conosco que um tão<br />

pequeno dano nas comodidades terrenas<br />

consegue desviar-nos da guarda e<br />

proteção dos cofres dos tesouros celestes<br />

do Rei Eterno? Consideremos que<br />

de longe é mais prudente defendermos<br />

a integridade da casa de Deus, a santa<br />

fé e, ao mesmo tempo, nossas próprias<br />

liberdades, do que perdermos tudo, e<br />

além disso irmos para o exílio e para a<br />

escravidão eterna.”<br />

Em outras palavras, não adianta<br />

defender bens perecíveis, fazendo<br />

correr risco os bens eternos. v<br />

(Continua no próximo número)<br />

(Extraído de conferências de 3 e<br />

14/7/1972, 4/8/1972)<br />

Frei Agostinho Kordecki - Mosteiro de Jasna Gora<br />

1) Expressão metafórica criada por <strong>Dr</strong>.<br />

<strong>Plinio</strong> para designar a mentalidade<br />

sentimental que se manifesta na piedade,<br />

na cultura, na arte, etc. As pessoas<br />

por ela afetadas se tornam moles,<br />

medíocres, pouco propensas à<br />

fortaleza, assim como a tudo que signifique<br />

esplendor.<br />

2) Les aventures de Télémaque – As<br />

aventuras de Telêmaco. Obra de autoria<br />

do escritor francês François Fénelon<br />

(*1651 - †1715), Arcebispo de<br />

Cambrai, na qual propugna uma educação<br />

desprovida da virtude da fortaleza.<br />

Esse livro foi utilizado na formação<br />

de diversos príncipes da França,<br />

causando-lhes graves deformações na<br />

mentalidade.<br />

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