You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
como ele!” Logo, inculcando que se<br />
deve lutar contra esses erros, seguimos<br />
augustos exemplos de inumeráveis<br />
Santos que agiram da mesma<br />
maneira.<br />
Devemos ser almas<br />
indomáveis, intrépidas,<br />
piedosas, sobrenaturais<br />
Poderia parecer que esses santos<br />
do Império Romano cristão e da<br />
Idade Média agiram assim porque<br />
todo o ambiente lhes era favorável.<br />
Entretanto, eles lutavam contra inimigos<br />
tremendos, ferocíssimos. O<br />
arianismo produziu na Europa devastações<br />
incontáveis.<br />
Eles venceram, quando tantas vezes<br />
os católicos não vencem, como<br />
sucede atualmente. Mas por quê?<br />
Porque os católicos de hoje são moles,<br />
contentam-se com as meias afirmações,<br />
com as meias verdades, gostam<br />
da confusão entre a verdade e o<br />
erro, entre o bem e o mal, e por isso<br />
não têm as bênçãos de Deus. O<br />
apostolado desses é tantas vezes estéril,<br />
embora disponham de meios<br />
de ação prodigiosos. Nós vamos ver<br />
quem os seguem... ninguém.<br />
Que rádio, que televisão tinha<br />
Santo Avito? De que imprensa ele<br />
dispunha? Nada; ele contava apenas<br />
com o púlpito e sua autoridade<br />
de bispo santo. Ele fazia seus sermões<br />
e esses tocavam o coração de<br />
um rei. Isso porque o apostolado fecundo<br />
é o apostolado franco em que<br />
a verdade não só é dita inteira, mas<br />
com ufania, bem argumentada e com<br />
uma audácia santa.<br />
Pode ser que às vezes aconteça<br />
o que ocorreu com São João Batista<br />
ou Nosso Senhor Jesus Cristo.<br />
Mas eu pergunto: Então Nosso Senhor<br />
Jesus Cristo e São João Batista<br />
fracassaram? Ou, pelo contrário, o<br />
Divino Redentor, derramando seu<br />
Sangue, salvou a humanidade? O<br />
sangue de São João Batista não terá<br />
subido ao Céu como o de Abel,<br />
clamando vingança contra Herodes<br />
e Herodíades, e misericórdia para<br />
tantos homens que estavam esperando<br />
naquele tempo a luz da verdade?<br />
Por certo, nessa tática da energia<br />
encontramos reações tremendas. Às<br />
vezes acontece de morrermos. Mas<br />
se um católico julga que morrer na<br />
defesa da Fé é um desastre, então<br />
ele deveria recomeçar tudo, precisaria<br />
nascer de novo, pois o contrário é<br />
a verdade: o martírio, o sofrimento<br />
conduz à glória e à fecundidade do<br />
apostolado.<br />
De maneira que nada nos deve<br />
deter, precisamos seguir impávidos<br />
para a frente anunciando a verdade<br />
e o bem como eles são, segundo o<br />
exemplo de Santo Avito. Homens assim,<br />
um morria, dez venciam. Aquele<br />
que morria assistia à vitória desde<br />
o Céu. Foram bispos, papas, leigos<br />
desse modo que constituíram o<br />
fermento o qual deu origem à Idade<br />
Média.<br />
Quando vemos restos magníficos<br />
da Idade Média, catedrais imensas,<br />
castelos maravilhosos, vitrais, o canto<br />
gregoriano, quando pensamos na<br />
Cavalaria, nas Cruzadas, no feuda-<br />
<strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> em 1966<br />
lismo, em tantas recordações que a<br />
Idade Média deixou e que são uma<br />
luz no meio das trevas deste mundo,<br />
devemos nos lembrar de que há<br />
no alicerce de tudo isso quanta coragem,<br />
quanta ousadia, quanto senso<br />
de sacrifício, quanta confiança na<br />
graça como elemento decisivo de toda<br />
vitória e quanta segurança de que<br />
andando para a frente, com a graça<br />
de Deus, o homem é invencível. Isto<br />
fez germinar a Idade Média.<br />
Peçamos a intercessão de Santo<br />
Avito para que nos obtenha as graças<br />
a fim de sermos as almas indomáveis,<br />
intrépidas, piedosas, sobrenaturais<br />
das quais o Reino de Maria<br />
deve nascer.<br />
v<br />
(Extraído de conferência de<br />
4/2/1966)<br />
1) ROHRBACHER, René-François. Vida<br />
dos Santos. São Paulo: Editora das<br />
Américas, 1959. v. III, p.14.<br />
2) Jean-Jacques Rousseau (*1712 -<br />
†1778). Filósofo, teórico político e escritor<br />
suíço. Considerado um dos principais<br />
filósofos do iluminismo, cujas<br />
obras impulsionaram a Revolução.<br />
Arquivo <strong>Revista</strong><br />
29