Revista Newslab Edição 163
Revista Newslab Edição 163 - Dezembro/Janeiro 2021
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LADY NEWS<br />
UMA GERAÇÃO SEM CÂNCER<br />
DE COLO DE ÚTERO, É POSSÍVEL?<br />
O pronunciamento recente da<br />
Organização Mundial da Saúde<br />
(OMS) fez com que 2020 fosse um<br />
ano marcante para a história do<br />
câncer de colo de útero, também<br />
conhecido como câncer cervical.<br />
Trata-se de uma estratégia global,<br />
ambiciosa e inclusiva, que visa<br />
acelerar a erradicação deste câncer<br />
até 2030, através da implantação de<br />
ferramentas existentes, porém ainda<br />
de acesso restrito à população. O<br />
anúncio foi recebido com entusiasmo<br />
por diversas lideranças de saúde<br />
ao redor do mundo, visto que o<br />
câncer cervical, mesmo sendo uma<br />
doença evitável e tratável, quando<br />
precocemente diagnosticado,<br />
ainda é responsável por estatísticas<br />
alarmantes, que tendem a aumentar<br />
diante da não adoção de medidas<br />
eficazes ao seu combate. Estatísticas<br />
mundiais apontam 570.000 novos<br />
casos em 2018, com 311.000<br />
mortes, sendo a maioria dos casos<br />
de mulheres de países com baixa a<br />
média renda, expondo deficiências<br />
nos programas de rastreamento<br />
citológico, seguimento e tratamento<br />
precoce, o que reflete a desigualdade<br />
global. No Brasil, segundo o Instituto<br />
Nacional do Câncer (INCA), foram<br />
estimados 16.590 novos casos e<br />
6.526 mortes em 2019.<br />
Neste sentido é que as ferramentas<br />
para erradicação deste câncer<br />
se tornam referências para a<br />
atenção básica de saúde pública,<br />
fundamentando-se na implantação<br />
coletiva de 3 três pilares: prevenção<br />
primária, prevenção secundária e<br />
tratamento precoce associado à<br />
assistência com cuidados paliativos<br />
às portadoras de tumores invasivos.<br />
A prevenção primária tem como<br />
meta a cobertura vacinal de 90%<br />
das meninas de até 15 anos de idade<br />
contra o Papilomavírus Humano<br />
(HPV) - infecção sexualmente<br />
transmissível (IST) mais comum<br />
em todo o mundo, atingindo<br />
11,7% da população mundial.<br />
Atualmente, o papel do HPV no<br />
processo de carcinogênese de<br />
tumores anogenitais, especialmente<br />
no câncer cervical, já está bem<br />
fundamentado. Além disso, a história<br />
natural da infecção aponta que<br />
comportamentos sexuais como início<br />
precoce da vida sexual e múltiplos<br />
parceiros são potenciais fatores de<br />
risco para o desenvolvimento da<br />
infecção (INCA, 2020). Ao longo<br />
das últimas décadas, evidências<br />
científicas sustentam a presença<br />
do genoma do HPV em outros<br />
cânceres como, ânus, vulva, vagina,<br />
pênis e orofaringe, com a incidência<br />
global destes tumores aumentando<br />
consideravelmente.<br />
A estratégia de vacinar meninas<br />
e adolescentes que ainda não<br />
iniciaram uma vida sexual tem<br />
sido eficaz, uma vez que a vacina<br />
é capaz de induzir a produção<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab | Dez/Jan 2021