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Elas por elas 2012

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

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Mulheres estão

mais otimistas

A avaliação positiva está

focada principalmente no

fato de que as mulheres têm

mais espaços hoje na

sociedade, embora

persistam muitos problemas.

Gustavo Venturi, professor do

departamento de Sociologia da USP

As 24 horas do dia quase não são

suficientes para Viviane Miranda Ribeiro

(foto), de 33 anos. Mãe de Lívia Maria,

de 10 anos, a consultora contábil e estudante

de Direito mora em Varginha,

no Sul de Minas, e se desdobra diariamente

entre os estudos, as tarefas domésticas

e a administração do próprio

negócio, uma loja de moda íntima, de

praia e esportiva, que funciona no

Centro da cidade.

A vida como microempreendedora

começou em setembro do ano passado,

após abandonar, por desentendimentos,

a sociedade que mantinha há 12 anos

com outros quatro sócios – todos homens

– num escritório de contabilidade.

“Decidi desfazer a sociedade, porque

eles se fecharam num clubinho machista,

me vi marginalizada entre eles. Houve

discriminação. Eles me colocaram numa

função com menor importância. Às

vezes, usavam o argumento de que era

difícil trabalhar com mulheres. Então,

se não for para ser protagonista, não

quero”, afirma, ao criticar a exclusão

pelo grupo masculino.

Mesmo com o corre-corre cotidiano

ao enfrentar os desafios da tripla jornada,

Viviane está mais otimista com o quadro

atual. “As mulheres têm mais oportunidades

e alcançam certas profissões

que antes só os homens atuavam. Elas

dão conta disso tudo e alcançam coisas

que não tinham condições há anos. Eu

acho isso ótimo, apesar das cobranças”,

diz Viviane, que, segundo conta, veio

de um lar onde o machismo esteve

presente. “Ele [o pai] dizia: ‘você [a

mãe] não pode trabalhar’, e ela obedecia”.

Assim como Viviane, a maioria das

brasileiras também considera o momento

atual mais promissor, se comparado a

períodos anteriores, como revela a pesquisa

“Mulheres brasileiras nos espaços

públicos e privados”, feita pela Fundação

Perseu Abramo. Quase 2,4 mil mulheres

de 25 estados foram entrevistadas, e o

resultado está num documento com

mais de 300 páginas sobre áreas como

violência doméstica, mercado de trabalho,

machismo, feminismo, saúde reprodutiva

e participação feminina no

mundo da política. A pesquisa também

entrevistou 1,2 mil homens.

O levantamento aponta que, entre

2001 e 2010, subiu de 65% para

74% a avaliação de que a vida das

mulheres está melhor hoje quando

comparada há 20 ou 30 anos. Na

mesma década, aumentou também o

percentual de brasileiras (de 58% para

68%) que avaliam que há mais coisas

boas que ruins em ser mulher.

Mulheres conquistam

mais espaços

Os motivos para o aumento dessa

percepção de melhora são variados.

Segundo Gustavo Venturi, professor

do departamento de Sociologia da Universidade

de São Paulo e um dos coordenadores

da pesquisa, uma das principais

razões refere-se à maior participação

das mulheres nos espaços pú-

Revista Elas por Elas - março 2012 23

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