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Elas por elas 2012

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

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As lendas, os mitos

e as revelações sobre

a vida da primeira

cangaceira

Maria Bonita:

amor e fuga

no cangaço

“Acorda, Maria Bonita! Levanta,

vai fazer o café! Que o dia já vem

raiando! E a Polícia já está de pé!” A

letra de Antônio dos Santos remonta

um pouco do cotidiano de alguns personagens

que vivenciaram os tempos

do cangaço no Nordeste brasileiro.

Entre esses sertanejos que decidiram

se enveredar na caatinga e acompanhar

o bando de Virgulino Lampião está

Maria Bonita, a primeira mulher cangaceira.

Não são poucas as lendas e anedotas

contadas a respeito da jovem baiana,

nativa da fazenda Malhada da Caiçara.

Muitos livros já foram escritos e, até

mesmo, as apostilas escolares trazem

relatos sobre a vida e a saga dessa nordestina.

No entanto, pesquisadores acreditam

que ainda existem muitos fatos a

serem explicados sobre a mulher que

abriu as portas para a figura feminina

no cangaço.

As revelações sobre a vida de Maria

Bonita ainda surgem nas publicações

recentes e estimulam pesquisadores

apaixonados pelo tema. De acordo

com o pesquisador João de Sousa

Lima, membro da Sociedade Brasileira

de Estudos do Cangaço, depois de décadas

de muita controvérsia sobre a

data de seu nascimento, o padre Celso

Anunciação e o historiador Voldir Ribeiro

descobriram que Maria Gomes de Oliveira

nasceu em 17 de janeiro de 1910.

O dado foi constatado no documento

do batistério, guardado pela igreja católica.

Tomando como base esses estudos,

o nascimento da rainha do cangaço

completou 102 anos em 2012.

Até essa descoberta, a data lembrada

era o dia 8 de março de 1911.

Outro ponto polêmico nos debates

recentes sobre a vida da mulher de

Lampião é em relação à maternidade.

Oficialmente, Maria Bonita teve apenas

uma filha, Expedita Ferreira da Silva.

“Das quatro gestações da cangaceira,

sabíamos apenas sobre Expedita.

Quando comecei a escrever o livro A

Trajetória Guerreira de Maria Bonita,

a Rainha do Cangaço, sempre que

perguntava aos meus entrevistados detalhes

sobre os gêmeos Arlindo e Ananias,

irmãos de Maria Bonita, ou obtinha

o silêncio por resposta ou escutava um

curto e desafiador resmungar: Ananias

não é irmão de Maria Bonita!”, relata.

João Lima conta que um dos primos

de Maria, chamado Manuel Maria dos

Santos, foi o primeiro a confidenciar

que Ananias era filho de Lampião e

Revista Elas por Elas - março 2012 35

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